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Insuficiência Cardíaca Insuficiência Cardíaca - IC ou Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC Representa uma síndrome clínica complexa aguda ou crônica, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas (com causas múltiplas ou multifatorial), de origem cardíaca. Caracterizada por anormalidades na função do VE e na regulação neuro (SNA) hormonal, acompanhada por uma intolerância progressiva aos esforços, retenção hídrica e diminuição da expectativa de vida. A insuficiência cardíaca é a via final comum de todas as cardiopatias, e pode ser resumida em uma incapacidade do coração em bombear sangue. Causas 54% de doença cardíaca isquêmica (IAM, DAC) 24% de hipertensão arterial sistêmica isolada 16% de doença valvular e pneumopatias 7% de origem desconhecida Insuficiência cardíaca no coração esquerdo · IAM/DACO · HAS · insuficiência/estenose (estreitamento/obstrução) das válvulas aórtica e mitral · edema agudo pulmonar · intolerância ao exercício · dispnéia de esforços · palpitações, angina, síncope · extremidades frias Insuficiência cardíaca no coração direito · insuficiência/estenose das válvulas tricúspide e pulmonar · pneumopatias (DPOC, fibrose pulmonar, tromboembolia pulmonar) · apnéia obstrutiva do sono (AOS) - hipoxemia gera vasoconstrição dos vasos pulmonares, sobrecarregando o coração · ascite, anasarca · dor hepática de esforço · edema periférico postural · veias varicosas e pulsáteis · refluxo hepato-jugular A insuficiência cardíaca direita pode ser consequência secundária da insuficiência cardíaca esquerda causando uma hipoperfusão esquerda e consequentemente generalizada, e acarreta uma congestão periférica e visceral. Causas da insuficiência cardíaca aguda/crônica Ocorre com um evento inicial, tal como o infarto do miocárdio (IAM), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e hipertensão arterial sistêmica (HAS), resulta em queda da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) e do débito cardíaco (DC), dando início à síndrome da IC. O desenvolvimento da IC resulta na ativação de vários sistemas neuro-hormonais importantes, como o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), e o sistema nervoso simpático (SNS), que desempenham papel central na fisiopatologia da síndrome da IC. Esses sistemas ativados, são responsáveis pelo caráter progressivo da doença e pela alta mortalidade dos pacientes. Avaliação da função normal do coração Função sistólica do VE Função diastólica do VE Variáveis que mantém a função normal do coração Pré-carga: o estiramento dos sarcômeros regula o volume final da diástole (VDF) - lei de Frank Starling para o coração. Representa a capacidade de distensão da fibra cardíaca. Pós-carga: a força contra a qual o músculo cardíaco se contrai para vencer a resistência ou à impedância vascular periférica. Representa a carga combinada entre o sangue no ventrículo (VDF) e a resistência vascular periférica (RVP) durante a contração ventricular. Contratilidade: a capacidade intrínseca do músculo cardíaco de gerar força e encurtar suas fibras. Depende de uma dada pré-carga (estiramento) e é modulada normalmente por mecanismos neuro-hormonais. Pode ser avaliada por medidas como volume sistólico (ml;1) e fração de ejeção (%). Débito Cardíaco: faz-se necessário: que a contração das células cardíacas seja forte; que ocorram em intervalos regulares e sincronizados ou rítmicos; que as válvulas se abram e se fechem completamente e competentemente e não regurgitam o sangue; que o ventrículo se encha corretamente durante a diástole para gerar uma força necessária e expulsar o volume de sangue na sístole. É o volume de sangue ejetado na aorta em 1 minuto. Varia de 5 a 8 por minuto em repouso em indivíduos destreinados e nos fisicamente aptos varia de 15 a 20 por minuto durante os exercícios. DC = FC x VS L/min ou mL/min Medida do desempenho cardíaco: depende da capacidade intrínseca do coração do coração de se adaptar aos diferentes volumes de sangue. A diminuição do DC gera uma hipoperfusão sistêmica, ocasionando sofrimento dos órgãos vitais (hipoperfusão renal, cerebral). Volume sistólico (VS): em homens destreinados é em média 70 a 90 ml/sístole. Frequência cardíaca (FC): a quantidade normal em repouso é de 60 a 80 bpm. Pode variar próximo de 40 bpm em atletas e em sedentários pode chegar a 100 bpm. Variáveis que influenciam o DC: · FC · VS (volume sistólico)= VDF - VSF · Pré e pós carga (oxigenoterapia) · FE (fração de ejeção)= VS/VDF O mecanismo de Lei de Frank-Starling É uma importante resposta fisiológica de curto prazo, baseada na relação comprimento-tensão do músculo cardíaco. Classificações Fração de ejeção Classificações principais da insuficiência cardíaca: · ICFEP: insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (FE ≥ 55%) · ICFER: insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (< 50%) · ICFEI: insuficiência com fração de ejeção intermediária Função de ejeção do VE - FEVE FE: volume sistólico de ejeção / volume diastólico final Percentual de sangue que o VE ejeta ao final da sístole ventricular (%) Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER) às vezes chamada de insuficiência cardíaca sistólica, o coração se contrai com menos força (com força reduzida) e bombeia para fora uma porcentagem menor de sangue do que retorna a ele. Como resultado, mais sangue permanece no coração. O sangue então, se acumula nos pulmões, veias ou ambos. Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) às vezes chamada de insuficiência cardíaca diastólica (aumento do volume diastólico final), o coração torna-se enrijecido e não relaxa normalmente após sua contração, o que prejudica sua capacidade de se encher de sangue. O coração se contrai normalmente (com força preservada), sendo capaz de bombear uma quantidade normal de sangue para fora dos ventrículos. No entanto, por fim, como na IC sistólica, o sangue que retorna ao coração se acumula nos pulmões ou nas veias. Classificação funcional da IC Critérios de NYHA de sinais clínicos: Classe funcional I: Paciente assintomático na realização de suas atividades habituais, podendo apresentar sintomas em condições de esforços extenuantes, apresentando mais de 6 METs na ergometria. Cansaço apenas para esforços intensos Classe funcional II: Paciente assintomático em repouso, apresentando dispnéia e fadiga desencadeadas pela atividade física habitual, apresentando de 4 a 6 METs na ergometria. Cansaço para esforços moderados Classe funcional III: Paciente assintomático em repouso, apresentando sintomas nas atividades de menor grau que as habituais, apresentando de 2 a 4 METs na ergometria. Cansaço com esforços pequenos Classe funcional IV: Paciente sintomático às menores atividades e em repouso (estado de baixo débito cardíaco), e não tolera a ergometria. Cansaços com mínimo esforço, como escovar os dentes e se pentear, ou no repouso Raio X Na primeira imagem, a radiografia de tórax de uma paciente de 68 anos, mostra a relação cardiotorácica > de 60% (0,6), espessamento peribrônquico e opacidade com padrão de “asa de borboleta”, revelando edema, resultando em um escore radiológico de 4 pontos, que caracteriza congestão pulmonar intersticial. Na segunda imagem, a radiografia de tórax de um paciente de 57 anos, mostra relação cardiotorácica > 60% (0,6), espessamento peribrônquico, redistribuição de aumento dos vasos pulmonares, opacidade pulmonar, resultando em um escore de 5 pontos, que caracteriza edema alveolar leve. As duas situações caracterizam a dispnéia cardíaca.
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