Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Do�nças da Vesícu�� Bil��� - Colelitíase - Colecistite aguda e crônica - Pólipos - Adenomiomatose Vesícula biliar Saco piriforme distensível Armazena 50mL Localizada na face visceral do fígado Funções: armazena e concentra a bile, pois retira água dela ● A bile é produzida no fígado ● É constituída por sais biliares, colesterol, bilirrubina, fosfolipídios, eletrólitos e água ● Eletrólitos: sódio, potássio, cloreto e bicarbonato ● A bile tem função de emulsificar gordura para ter uma melhor absorção de AG Supersaturação de colesterol e bilirrubina - microambiente favorável para formar cálculos Vias biliares extra hepáticos 1. Ducto hepático direito 2. Ducto hepático esquerdo 3. Ducto hepático comum 4. Ducto cístico 5. Ducto colédoco 6. Ducto pancreático principal 7. Ampola hepatopancreática OBS: Quando há um cálculo biliar formado dentro da vesícula, a primeira região de impactação é o colo da vesícula biliar ou no ducto cístico ● Induz a colecistite O cálculo pequeno geralmente causa impactação na ampola hepatopancreática - pancreatite Secreção biliar é liberada no duodeno quando o quimo chega até ele - célula I (neuroendócrina) é ativada, produzindo colecistocinina (CCK) e induzindo a contração da vesícula biliar e o relaxamento do esfíncter de Oddi Paciente relata cólica biliar após se alimentar Histologia da vesícula biliar Não possui muscular da mucosa e submucosa Portanto, é formada por mucosa (epitélio simples colunar rico em colangiócitos e lâmina própria com glândulas produtoras de mucina), muscular externa (músculo liso depositado de forma desorganizada) e serosa/adventícia O muco é importante para proteção contra os sais biliares (ácido) Seio de Rokitansky-Aschoff ● Herniação do epitélio para a camada muscular ● Processo patológico associado Colelitíase É a doença mais prevalente do trato biliar (95% das doenças) Acomete 10-20% da população 80% dos pacientes são assintomáticos (ausência de cólica biliar) Achado comum na necrópsia Cálculos de colesterol @bi����sa���g_ ● Representam 80-85% dos casos ● Mais de 50% de cristais de monoidrato de colesterol ● Podem ser subdivididos em: ○ Cálculo de colesterol puro (5-10%) - formado por mais de 90% de colesterol ○ Cálculo de colesterol misto (70-80%) - formado de 60-90% de colesterol ■ Mais comum ● Maior incidência em mulheres ● Caucasiano ● Maior prevalência no norte Europeu e em algumas tribos indígenas dos EUA ● Polimorfismos levam a aumento da excreção biliar de colesterol e diminuição da excreção de sais biliares Fatores de risco ● Obesidade/Síndrome metabólica (DM) ● Hipercolesterolemia ● Pacientes que tiveram perda rápida de peso (bariatrica) ● Uso de anticoncepcional oral ● Reposição hormonal ● Gravidez ○ Aumento de estrógeno e progesterona ○ 1 ano após a gestação ● Hipomotilidade de vesícula biliar - estase biliar ○ Neurogênica - paciente com lesão medular ou neuropatia diabética ○ Hormonal - aumento no nível de progesterona (favorece o relaxamento da musculatura lisa da vesícula biliar) 5 F’s F- female (mulher) F- fat (acima do peso) F- fair (caucasiana) F- Forty (acima de 40 anos) F- fortile (1 ou mais gestações) Estrogênio ativa o seu receptor alfa, que ativa a proteína SREBP-2, que aumenta a biossíntese de colesterol - transportado por um transportador canalicular ABCG5/8 O estrógeno em excesso diminui a função da 7-alfa-hidroxilase e 27-alfa-hidroxilase, responsáveis por converter o colesterol em sais biliares - diminui a secreção de ácidos biliares Os ácidos biliares são transportados para a bile pelo transportado ABCB11 Portanto, a bile fica rica em colesterol Polimorfismo nos transportadores (tribos indígenas no norte europeu) Cálculos pigmentados ● 15-20% dos casos ● Formados por mais de 50% de sais de bilirrubinato de cálcio (associação entre sais de cálcio e bilirrubina não conjugada) ● Preto: formado por mais de 70% de sais de bilirrubinato de cálcio ○ Normalmente formado em vesícula estéril (sem infecção associada) ● Marrom: formado por mais de 50% de bilirrubinato de cálcio e, normalmente, associado a infecção de grandes ductos biliares ○ Ex: E. coli, Ascaris lumbricoides, C. sinensis E. coli produz a enzima beta-glicuronidase, convertendo bilirrubina conjugada ou bilirrubina não conjugada Os outros agentes fazem obstrução de vias biliares, isso leva à estase biliar - favorece a precipitação de bilirrubina e, portanto, a formação de cálculo Fatores de risco ● Hiperbilirrubinemia ○ Anemia hemolítica crônica ● Disfunção ileal ○ Doença de Crohn ● Infecção de trato biliar Patogênese para os dois cálculos Supersaturação de colesterol ou bilirrubina sofrem um processo de nucleação (cristalização - ligação entre eles) Favorecem a cristalização: presença de muco, sais de cálcio, células descamadas, bactérias e hipomotilidade da vesícula biliar (estase biliar) Crescimento - aumento da cristalização ● Hipersecreção de muco na vesícula Lama biliar - começo da nucleação de soluto Morfologias Cálculo de colesterol puro Maior incidência em mulheres (2:1) Acima de 40 anos Macroscopia: ● Apresentação única ● Tende a ser grande (3-4 cm de diâmetro) ● Coloração amarelo-claro ● Superfície granular e cristalina ● Formato arredondado ou ovóide ● Consistência dura ● Radiotransparentes (na radiografia não é possível observá-los) ● Associado a colesterolose ○ Vesícula fica em aspecto de morango ○ Muito colesterol na secreção biliar ○ Colesterol ultrapassa o epitélio e deposita na lâmina própria ○ Os macrófagos fagocitam o colesterol ○ Muitos macrófagos espumosos na lâmina própria USG - exame ideal para visualizar a presença de cálculos Cálculo de colesterol misto Causa mais comum de colelitíase Maior incidência em mulheres (4:1) Idosas Macroscopia ● Cálculos múltiplos ● Pequenos (0,2 a 0,3 cm de diâmetro) ● Superfície facetada e cristalina ● Consistência dura ● Braco-acinzentado ou preto (variado) ● 10-20% são radiopacos ● Associado a colecistite calculosa aguda (inflamação da vesícula biliar causada pelo cálculo) Cálculo pigmentado preto Associado a hiperbilirrubinemia Vesícula estéril Formado por mais de 70% de sais de bilirrubinato de cálcio Macroscopia ● Múltiplos ● Até 1,5 de diâmetro ● Superfície espiculada ou moldada ● Coloração preta ● Consistência friável (aspecto borra de café) ● 50-75% são radiopacos Cálculo pigmentado marrom Associado a infecção do trato biliar ● Múltiplos ● Superfície laminada ou brilhante ● Consistência oleosa ou macia ● Tamanho variável ● Radiotransparentes Aspectos clínicos ● Dor no QSD ou região epigástrica ● Dor que irradia para as costas ou ombro direito ● Cólica biliar - constante, mas dura menos de 6 horas ● Paciente relata dor após refeição gordurosa ● Náuseas e vômitos Complicações ● Colecistite ● Pancreatite aguda ● Coledocolitíase ● Colangite (inflamação de colangiócitos) ● Colestase obstrutiva (bile parada) ● Síndrome de Bouveret ○ Cálculo empurra a vesícula para baixo e entra em contato com a parede do intestino ○ O cálculo começa a comprimir a parede da vesícula - isquemia local ○ Processo inflamatório causa uma fístula entre a alça intestinal e a vesícula ○ O cálculo cai dentro do intestino, causando obstrução na região do íleo ○ Comum em idosos ● Síndrome de Mirizzi ○ O cálculo impactado no ducto cístico obstrui o ducto hepático comum ou o ducto colédoco ○ Fechamento de via biliar - colestase obstrutivo ○ Paciente fica com icterícia Colecistite Inflamação da vesícula biliar Pode ser uma inflamação aguda, crônica ou aguda sobreposta a crônica 2 subtipos: Colecistite calculosa aguda (90-95% dos casos) ● Cálculo impactado no colo da vesícula ou no ducto cístico Patogênese ● Irritação da mucosa ● Isquemia e inflamação Obstrução da vesícula biliar por um cálculo, sendo no colo ou no ducto cístico A secreção biliar entra em estase (estase biliar) ➢ Lecitina parada e em contato com a parede estimula os colangiócitos a produzirem fosfolipase A, com isso a lecitina é quebra em lisolecitina a qual é tóxica para a mucosa,pois cliva o muco ➢ Mucosa exposta - sais biliares agridem a mucosa (irritação) ➢ Irritação - inflamação Há a distensão da vesícula biliar pela produção de muco (aumento da pressão intraluminal) ➢ Estimula os colangiócitos a produzir prostaglandina E2, induzindo inflamação ➢ Redução do fluxo sanguíneo, devido a compressão dos capilares levando a isquemia - inflamação A vesícula inflamada pode ser colonizada por bactérias ● E. coli ○ Empiema de vesícula biliar (pus preenchendo uma cavidade pré-formada) ○ Bactéria piogênica ● Clostridium perfringens ○ Produz gás como metabolismo ○ Colecistite enfisematosa aguda Morfologia Macroscopia ● Vesícula avermelhada e lisa ou irregular (inicialmente) ○ Distendida ○ Edemaciada ○ Espessada ○ Hiperêmica ● Vesícula biliar violácea (quando o processo persiste) ○ Hemorragia na subserosa ● Vesícula verde-escura ○ Necrose de parede com pequenas perfurações ○ Colecistite gangrenosa ● Vesícula enfisematosa (colecistite) Bile nebulosa - secreção biliar constituída por pus, sangue e fibrina Empiema de vesícula biliar *vesícula gangrenosa *inflamação aguda fibrino-purulenta *bile nebulosa *empiema Microscopia ● Infiltrado rico em neutrófilos ● Erosão da mucosa ● Edema ● Hemorragia ● Deposição de fibrina no local Aspectos clínicos ● Cólica biliar por mais de 6 horas ● Dor no quadrante superior direito e região epigástrica ● Febre baixa ● Náusea e vômito ● Taquicardia e sudorese ● Leucocitose leve a moderada ● Aumento de fosfatase alcalina (indicativo de doenças que comprometem vias biliares) Complicações ● Fissura da parede e perfuração ○ Pode evoluir com peritonite e sepse ● Risco aumentado para carcinoma de vesícula biliar Colecistite acalculosa aguda (5-10% dos casos) ● Associada com isquemia (vesícula é irrigação terminal - artéria cística) ● Principais condições relacionadas com a isquemia: ○ Diabetes mellitus (microangiopatia diabética) ○ Vasculite sistêmica ○ Choque hemodinâmico (hipotensão leva a hipoperfusão) ○ Queimadura (choque hipovolêmico) ○ Sepse ○ Trauma grave Colecistite crônica Pode surgir como uma sequela da colecistite aguda Em muitos casos o paciente não tem nenhuma manifestação clínica antecedente 90% dos casos estão associados à colelitíase (cálculos biliares) Macroscopia Variável Vesícula biliar pode estar na sua conformação normal, irregular (encolhida) ou dilatada Irregular é a conformação mais normal - inflamação crônica cursa com regeneração, deposição de fibras colágenas que retraem-se Vesícula com a serosa lisa e brilhante ou opaca e com fibrose na subserosa ● Opaca e com fibrose é a mais comum Ao corte: ● Parede espessada ● Aspecto opaco ● Coloração branco acinzentada Bile mucóide - bile amarelo-esverdeada ● Secreção biliar muito tempo parada ● Depuração da secreção biliar Vesícula de porcelana ● Aumento do risco para câncer ● Em decorrência do processo inflamatório da parede da vesícula, há calcificação distrófica *vesícula encolhida Vesícula xantogranulomatosa ● Vesícula com parede espessada ● Encolhida e nodular ● Cronicamente inflamada ● Com focos de necrose e hemorragia ● Devido a formação de seios de Rokitansky-Aschoff ○ Invaginação/herniação para dentro da camada muscular externa *Ruptura do seio de Rokitansky-Aschoff - jogando para o tecido secreção biliar, ocorrendo o extravasamento de lipídios e levando ao recrutamento de macrófagos (se tornam macrofágos xantomatosos) Microscopia Em uma fase leve (inicial) ● Infiltrado mononuclear na mucosa e no tecido fibroso da subserosa Em uma fase mais grave ● Fibrose subepitelial ● Serosa proeminente com infiltrado mononuclear Presença dos seios de Rokitansky-Aschoff Aspectos clínicos ● Dor recorrente (região epigástrica ou QSD) Principais complicações ● A parede da vesícula pode sofrer fissuras e perfurações ○ Bactérias podem colonizar e gerar um abscesso local ● Peritonite ● Sepse
Compartilhar