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TBL 7- ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO II: COLELITÍASE E COLECISTITE AGUDA Pedro Vilela T17 Laura Stefano T17 1. COLELITÍASE (LITÍASE BILIAR) - Formação de cálculos biliares 01.ANATOMIA 02.CÁLCULOS BILIARES - Cálculos de colesterol: - Obesidade - Cálculos pigmentares: - Castanhos: formados fora da vesícula biliar; maciços; contém sais de bilirrubina - Negros: doenças hemolíticas, cirrose, alimentação parenteral pós ressecção ileal Formação dos cálculos biliares: 1. Supersaturação biliar: bile litogênica (com excesso de colesterol) → cristalização do colesterol 2. Nucleação: processo de formação e aglomeração dos cristais de colesterol 3. Crescimento do cálculo: gel de mucina → age como cimento e adere os cristais formando cálculos OBS: lama biliar: mistura de muco, bilirrubina de cálcio e cristais de colesterol. → litíase biliar 03. FATORES DE RISCO: - Gravidez (maior concentração de lipídeos e alteração da motilidade da vesícula biliar) - obesidade (excesso de colesterol) - Diabetes Mellitus: distúrbios no metabolismo de lipídeos - Medicamentos: ceftriaxona e dipiridamol- sequestradores de sais biliares - formação da bile litogênica - Cirrose: deficiência de conjugação da bilirrubina - Pancreatite crônica: distúrbios do esvaziamento vesicular - Estenose do colédoco terminal: estase biliar - Pacientes hemolíticos: microesferocitose, anemia falciforme e talassemia 04. QUADRO CLÍNICO: - Maioria assintomáticos (80%) - Dor em epigástrio, hipocôndrio D, na região dorsal, intermitente e de início súbito - > 3H → colecistite aguda - Sinal de Murphy: dor à palpação do ponto cístico (hipocôndrio D) que faz o paciente parar inspiração 05. DIAGNÓSTICO: - USG abdome: alta sensibilidade e especificidade para cálculos > 2mm - RX abdome: cálculos radiopacos - Colangiopancreatografia retrógrada por via endoscópica (CPRE) 06. TRATAMENTO - Colelitíase: evitar gorduras em grandes quantidades; cirurgia (colecistectomia) - Complicações: lesão do hepatocolédoco, hemorragia e lesão de órgãos abdominais. 2. COLECISTITE AGUDA - Inflamação aguda da vesícula biliar devido obstrução do ducto cístico por cálculo (causa mais comum) - Acomete mais sexo feminino; jovens e idosos 01. FISIOPATOLOGIA - Extensão do processo inflamatório: - peritônio visceral →íleo adinâmico inervação pelas fibras autonômicas → distensão e contração viscerais → dor difusa e mal localizada - peritonite 02.QUADRO CLÍNICO: - Dor em cólica, no hipocôndrio D, irradia para epigastro e dorso, principalmente após refeições (estímulo da colecistoquinina- contração da vesícula biliar e secreção de enzimas pancreáticas para digestão de carboidratos, lipídios e proteínas) - náuseas e vômitos - Febre - Sinal de Murphy - Icterícia quando há impactação de cálculo no infundíbulo ocasionando edema, obstrução do ducto hepático comum (Síndrome de Mirizzi) e, consequentemente, colestase 03.DIAGNÓSTICO - Anamnese e exame físico - hemograma, PCR, Urina I, função hepática, BHCG (mulheres em idade fértil) - Ultrassonografia de abdome: exame de escolha inicial, com 99% de sensibilidade - demonstração de cálculos no colo da vesícula - espessamento da parede da vesícula - líquido perivesicular - sinal de Murphy ultrassonográfico (dor quando o transdutor está sobre a vesícula); - aumento significativo do diâmetro transversal do fundo da vesícula. - Tomografia de abdome: dúvidas do diagnóstico e para ver lesões de órgãos próximos - RX abdome: 15% dos casos pode identificar cálculos radiopacos 04.TRATAMENTO - Analgesia, reposição volêmica, correção de distúrbio hidroeletrolítico, jejum - ATB empírico: Cefazolina, Cefuroxima ou Ceftriaxonanos casos leves a moderado → nos casos graves podem ser usados Carbapenêmicos, Betalactâmicos com inibidores de betalactamase, Fluoroquinolonas com Metronidazol). - Enterobactérias, gram -, E. coli, Enterococcus, Klebsiella e enterobacter. - Anaeróbios - Colecistectomia de emergência em pacientes com instabilidade hemodinâmica ou dor irritável e com complicações - Colecistite alitiásica: colecistectomia eletiva por videolaparoscopia