Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA FARMÁCIA MARIA EDUARDA DE PAULA FRADE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: farmácia hospitalar BELO HORIZONTE 2022 Maria Eduarda de Paula Frade ESTÁGIO SUPERVISIONADO: farmácia hospitalar Relatório apresentado ao curso de Farmácia, do Centro Universitário Newton Paiva, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Estágio Supervisionado em Farmácia Hospitalar. Área de concentração: Farmácia Central. Orientadora. Profa. Cristiane de Paula Rezende BELO HORIZONTE 2022 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4 2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 5 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 5 4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS........................................................................ 6 4.1 Farmácia Central .............................................................................................. 6 4.1.2 Inclusão de prescrições no sistema .............................................................. 6 4.1.3 Separação de medicamentos e montagem das tiras ..................................... 6 4.1.4 Identificação de erros de dispensação .......................................................... 7 4.1.5 Entrega das tiras ........................................................................................... 7 4.1.6 Devolução de medicamentos e materiais médicos ........................................ 8 4.1.7 Dispensação de medicamentos e materiais médicos avulsos ....................... 8 4.1.8 Contagem e dispensação de medicamentos controlados ............................. 9 4.1.9 Dispensação de antimicrobianos ................................................................... 9 4.2 Farmácia do bloco cirúrgico ........................................................................... 10 4.3 Farmácia clínica ............................................................................................. 11 4.3.1 Validação de prescrição .............................................................................. 11 4.3.2 Validação de medicamentos ....................................................................... 11 4.4 Farmácia do pronto atendimento .................................................................... 12 4.5 Farmácia do centro de tratamento intensivo (CTI) .......................................... 13 4.5.1 Conferência e montagem do carro de emergência ...................................... 13 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 144 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 15 4 1. INTRODUÇÃO O Conselho Federal de Farmácia define a farmácia hospitalar como uma unidade clínica, econômica e administrativa, conduzida por farmacêuticos e integrada com as outras unidades administrativas e de assistência ao paciente. Nesse contexto, é válido ressaltar a importância da farmácia hospitalar em todos hospitais, uma vez que esta dispõe de serviços que estão inseridos no âmbito assistencial, administrativo e técnico-científico, tendo a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) como base. De acordo com a Resolução nº 338 de 06e de maio de 2004, a Assistência Farmacêutica (AF) trata-se de: Um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população. As atividades englobadas na AF estão organizadas dentro do chamado “Ciclo da Assistência Farmacêutica”, onde cada uma produzirá resultados e/ou produtos que permitem a realização do processo seguinte. Seu principal objetivo é contribuir para melhorias na qualidade de vida da população, e para isso acontecer, é necessário a atuação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial em níveis da macropolítica, macrogestão e gestão do cuidado, resultando em ações que promovam benefícios para os usuários do sistema de saúde. Dentro dos processos da farmácia hospitalar, cabe evidenciar o “Ensino e Pesquisa” e a “Educação Continuada”, em que serão desenvolvidos recursos humanos para o funcionamento da farmácia, assim como a capacitação de estudantes e profissionais através da promoção de cursos internos e externos realizados por meio da participação de pesquisas clínicas e da divulgação científica, com o objetivo de ampliar o conhecimento desses clientes-alvo. Desse modo, é perceptível que, para o acadêmico em farmácia, o estágio em farmácia hospitalar é de suma importância para sua formação, visto que as atividades desenvolvidas permitem que o estudante tenha contato com o cenário real da prática e consequentemente adquira novos conhecimentos relacionados à gestão técnica e à 5 gestão do cuidado, visando a garantia dos princípios da Assistência Farmacêutica – “promoção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva”, levando em consideração o uso racional dos medicamentos aplicando método centrado no paciente. 2. OBJETIVOS A realização do estágio teve como objetivo, proporcionar ao acadêmico o conhecimento da realidade profissional em farmácias hospitalares, por meio da observação de sua dinâmica de funcionamento, organização e atendimento ao público; o reconhecimento e distinção das atribuições do farmacêutico em farmácias hospitalares; a compreensão e aplicação dos aspectos técnicos, legais e éticos relacionados ao trabalho do farmacêutico em farmácias hospitalares, com enfoque no uso racional de medicamentos; a avaliação com espírito crítico a assistência farmacêutica em farmácias hospitalares, além de complementar o ensino, a aprendizagem, e o relacionamento humano. 3. MATERIAIS E MÉTODOS A matriz curricular do curso de Farmácia da Newton Paiva oferece esse estágio para os alunos no 7º período, e está vinculado à disciplina de estágio supervisionado em farmácia hospitalar em que a professora responsável – Cristiane de Paula Rezende - dispõe do conteúdo teórico com o propósito de acrescentar no conhecimento dos alunos e auxilia-los durante a realização do estágio. O estágio foi realizado no Hospital da Polícia Militar, localizado na região leste de Belo Horizonte, na avenida do contorno, número 2787 do bairro Santa Efigênia. A data de início foi dia 07 de março de 2022 e a data de encerramento foi dia 01 de abril de 2022, sendo cumpridas 6 horas diárias nos dias de segunda-feira, terça-feira e sexta- feira, realizadas no período das 13:00 às 19:00 horas. Já nos dias de quarta-feira e quinta-feira foram cumpridas 5 horas diárias, realizadas no período das 14:00 às 19:00 horas, sob supervisão das farmacêuticas oficiais Tenente Miryan, Tenente Rafaela, Tenente Andreza e Capitã Tatiana, resultando em 28 horas semanais e 100 horas totais. 6 4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 4.1 Farmácia Central 4.1.2 Inclusão de prescrições no sistema A dispensação de medicamentos e materiais médicos ocorre todos os dias na farmácia central e nas demais farmácias satélites, mas para que essa atividade aconteça, é necessário que as prescrições dos pacientes sejam atualizadas diariamente eestejam registradas no sistema do hospital. Dessa forma, quando os médicos vêm à farmácia, eles deixam as prescrições novas de todos pacientes, sendo uma original, a qual deve ser incluída no sistema e uma cópia, que deve ser apresentada para o farmacêutico oficial do dia. O profissional que entrega as prescrições e o que as recebeu na farmácia, devem assinar seu nome em um “check list” que contém os nomes dos pacientes em suas respectivas alas. Para incluir a prescrição, deve ser colada na original uma etiqueta que possui um código de barras que deve ser bipado pelo leitor de códigos e em seguida é acessado no sistema a aba denominada “pacientes”, onde possui a opção “incluir” em que deverá ser pesquisado o nome completo do paciente, a ala em que se encontra e o seu leito, como consta na sua prescrição. Depois de conferir se está tudo correto, deve ser impressa uma etiqueta com as informações descritas acima, que será colada na tira de medicamentos separados do paciente. 4.1.3 Separação de medicamentos e montagem das tiras Após incluir a prescrição no sistema e imprimir as etiquetas, os medicamentos e materiais médicos são separados de acordo com a prescrição. Os medicamentos são organizados na farmácia em ordem alfabética, identificados pelo nome do princípio ativo e sua dose: os termolábeis ficam na geladeira, as demais formas farmacêuticas ficam no estoque comum e os controlados da portaria 344 ficam armazenados em um armário separado. Os matérias médicos também ficam no estoque comum e são identificados pelo seu nome e suas especificações, como por exemplo: seringa 5 mL, cateter intravenoso 22 g, agulha hipodérmica 40 x 12, entre outros. A pessoa responsável pela separação, faz os aprazamentos conforme foi prescrito, cabe citar dois exemplos: 7 A) Metronidazol 500 mg/100 mL 01 bolsa EV de 8/8 horas (infundir em 60 minutos): nesse caso, o uso desse medicamento deve ser feito três vezes ao dia, assim, o aprazamento será feito com os horários padronizados – 21 horas, 5 horas e 13 horas. B) Metoclopramida 5 mg/mL – 2 mL + 18 mL ABD – EV lento de 8/ horas – se náuseas ou vômitos: nessa situação, o medicamento não será separado, pois, foi especificado que o seu uso deve ser feito “se náuseas ou vômitos”, portanto, caso o paciente venha a sentir esses sintomas, o técnico de enfermagem responsável por ele vai até a farmácia e solicita o medicamento junto com a prescrição. Depois do aprazamento, os itens serão separados e bipados no sistema na conta do paciente e em seguida colocados nas tiras, que são sacos plásticos transparentes, segregados de acordo com os horários que foram aprazados. Quem for responsável por esse serviço deve assinar na etiqueta localizada na prescrição e colocar as tiras nas caixas identificadas com o nome das alas – apartamento, clínica cirúrgica, clínica médica e pediatria. 4.1.4 Identificação de erros de dispensação A fim de evitar erros como posologia, quantidades e horários incorretos, medicamentos e diluentes faltantes, foi desenvolvido um método que consiste em conferir tudo que já foi separado com a prescrição do paciente. A pessoa responsável em realizar essa atividade, faz a conferência por ala, anota a quantidade de itens conferidos, de erros se forem identificados e especifica qual o tipo de erro (falta de medicamento, horário incorreto, medicamento incorreto, dose incorreta). Ao finalizar o processo, o número total de erros identificados, prescrições e itens contados devem ser passados para o farmacêutico oficial que registra esses dados em uma planilha de Excel, a qual faz um levantamento em porcentagem de erros identificados por mês. 4.1.5 Entrega das tiras Cada funcionário do plantão é responsável por entregar as tiras de medicamentos em suas respectivas alas. Antes de saírem para a entrega, o farmacêutico oficial deve assinar todas as prescrições, caso encontre algo que precise ser corrigido, ele procura o médico responsável para realizar a correção. Geralmente, a entrega acontece às 8 16:00 todos os dias, e as enfermeiras de cada ala conferem as tiras e assinam o check list. 4.1.6 Devolução de medicamentos e materiais médicos Quando um paciente tem alta ou é transferido de ala ou vem a óbito, as tiras de seus medicamentos que não foram usados, são entregues na farmácia para que seja realizada a sua devolução. No sistema contém uma aba chamada “devolução”, nela deve ser bipado o código de barras localizado na etiqueta que foi colada nas tiras, desse modo, será aberta uma página que mostra a conta do paciente, nela contêm todos os itens que foram bipados no processo de separação de medicamentos. Para realizar a devolução é necessário pegar cada item e passar seu código de barras no leitor de código, assim é possível ver a quantidade de itens que foram devolvidos e de itens que foram utilizados pelo paciente. Depois de realizar essa tarefa, os medicamentos e materiais médicos devem ser colocados de volta em seus locais de armazenamento. 4.1.7 Dispensação de medicamentos e materiais médicos avulsos Como já foi descrito, quando um medicamento é prescrito para ser utilizado somente se o paciente apresentar sintomas específicos, os técnicos de enfermagem devem ir à farmácia e solicitar tal medicamento apresentando a prescrição. Os medicamentos coletivos – dipirona gotas, colírios, insulina NPH, cremes, pomadas e géis – são dispensados por gotas, unidades e gramas respectivamente. Os materiais médicos não estão descritos nas prescrições, portanto, o profissional que está realizando a dispensação deve saber quais serão utilizados dependendo do medicamento solicitado, ou os técnicos de enfermagem informam, os mais comuns são: seringas, agulhas hipodérmicas, soro fisiológico 0,9% de 10 mL para manter o cateter venoso salinizado, gazes estéreis, jelcos entre outros. Os itens (medicamento e materiais médicos) que foram solicitados devem ser bipados na conta do paciente da mesma forma que é feita no processo de separação de medicamentos. 9 4.1.8 Contagem e dispensação de medicamentos controlados Os medicamentos sujeitos a controle especial ficam armazenados no estoque de todas farmácias em um armário separado que possui uma fechadura para mantê-los em segurança, e é necessário que o profissional responsável pelo plantão do dia faça a contagem desses medicamentos no início e no final do seu expediente para garantir a segurança contra roubos, dispensações incorretas, entre outros. Para realizar essa tarefa, deve-se utilizar uma lista localizada no sistema que consta a quantidade e lote de cada medicamento conforme o que já foi dispensado, para ir conferindo se as informações estão de acordo com o que tem no estoque. Quando alguma divergência é encontrada, deve-se informar para o farmacêutico oficial para que sejam adotadas as medidas necessárias. A dispensação desses medicamentos é feita separadamente da tira, os técnicos de enfermagem devem ir à farmácia em no máximo 30 minutos antes da hora de administração e apresentar prescrição do paciente no momento da solicitação do medicamento. A pessoa que for responsável pela dispensação deve carimbar a prescrição com um carimbo especial, ele possui um campo para preencher com a data e horário que o medicamento foi dispensado, o nome do medicamento, de quem dispensou e de quem recebeu. 4.1.9 Dispensação de antimicrobianos Para realizar a dispensação de antimicrobianos, o médico prescritor deve preencher uma ficha de “solicitação de antimicrobianos”, na qual deve conter o nome do paciente, sexo e idade, data de internação, o setor e leito em que ele se encontra internado. Há um espaço específico para registrar o nome do medicamento, dose, via de administração e a duração do tratamento em dias, além disso deve-se sinalizar se o uso do antimicrobiano é profilático ou terapêutico. Ademais,é necessário que o médico responsável pela solicitação registre a justificativa para o uso do medicamento, pois um médico da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar analisa a solicitação para julgar se tal medicamento e as condições de uso estão de acordo com a justificativa registrada. Na mesma ficha, há outro espaço reservado para a farmácia, onde a pessoa responsável pela dispensação registra a data e hora dessa ação, além da sua assinatura e a do farmacêutico oficial. No verso da ficha são registrados os dias e 10 quantidades em que o medicamento foi dispensado. Quando a duração do tratamento acaba e o médico opta pela sua continuação, deve ser enviado para a farmácia um pedido novo com um prazo de 12 horas de antecedência. 4.2 Farmácia do bloco cirúrgico A rotina dos funcionários em todas as farmácias do hospital, é conferir a temperatura do ambiente e da geladeira para assegurar que os medicamentos estão armazenados em condições adequadas para manter sua estabilidade. Na farmácia do bloco cirúrgico, também deve ser conferida a temperatura da câmara quente, nela ficam soros fisiológicos que são utilizados nas cirurgias e precisam estar na temperatura corporal (37ºC). Essa farmácia se difere das demais por conter materiais de uso exclusivo da cirurgia, como por exemplo: tela cirúrgica de polipropileno, trocater, compressa neurocirúrgica, entre outros. Em vista disso, é muito importante que o profissional responsável por realizar a requisição de materiais e medicamentos tenha muita atenção com a quantidade dispensada, pois, caso venha faltar algum desses de uso exclusivo da cirurgia, não será possível fazer a transferência das outras farmácias satélites, uma vez que estas não possuem tais materiais em seu estoque, sendo necessário cancelar a cirurgia. A dispensação é feita assim como na farmácia central – a prescrição deve ser incluída no sistema e todos os itens solicitados devem ser registrados na conta do paciente. Entretanto, ao invés de serem montadas as tiras, quando há uma cirurgia marcada, devem ser montados os chamados “carrinhos cirúrgicos”, os quais possuem kits anestésicos e materiais médicos comuns utilizados nas operações, mas vale ressaltar que cada carrinho possui itens específicos de acordo com a cirurgia a ser realizada. Os materiais médicos (luvas, seringas, compressas, eletrodos, agulhas, entre outros) são enviados dentro de uma maleta que possui uma etiqueta com a identificação do paciente e a sala em que será realizada a sua cirurgia. Quando a cirurgia acaba, o carrinho é enviado de volta para a farmácia, onde será identificado pelo funcionário que o recebeu, tudo que foi utilizado na operação, que assim como os outros itens dispensados, devem ser registrados na conta do paciente. Após realizar essa tarefa, os itens que foram utilizados devem ser repostos na maleta e no carrinho para o uso do próximo paciente. 11 4.3 Farmácia clínica 4.3.1 Validação de prescrição Todos os dias são disponibilizadas as cópias das prescrições dos pacientes que estão internados no hospital. Os farmacêuticos e estagiários são responsáveis por conferir se as prescrições estão elaboradas da forma padronizada, verificando se os medicamentos estão dispostos pelo nome do princípio ativo, com sua posologia, via de administração, frequência e se há emprego de abreviaturas não permitidas que podem comprometer a segurança do paciente. No caso da via endovenosa, é necessário em alguns casos que tenha o tempo de infusão e um composto diluente, como o soro 0,9%, pois com ele, a administração do medicamento ficará mais confortável para o paciente. Além disso é verificado se os dados do paciente estão completos: registro geral, nome, data de nascimento e leito. Esse serviço está dentro do artigo 7º da resolução nº 585 do CFF, onde estão descritas as atribuições clínicas do farmacêutico: IV – Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais e técnicos; XV - Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos medicamentos e a outros problemas relacionados à farmacoterapia; Quando são encontrados alguns problemas, devem ser sinalizados para realizar intervenções, dentre eles os mais comuns são a ausência de data de nascimento, da via de administração e do tempo de infusão, também é frequente os medicamentos estarem prescritos pelo nome comercial. Esses erros são sinalizados para o médico responsável pela prescrição, o qual faz a devida alteração na prescrição original do paciente. 4.3.2 Validação de medicamentos O hospital dispõe de diversos medicamentos padronizados para o uso dos pacientes, entretanto, quando eles fazem uso de algum medicamento prescrito não-padronizado, é necessário levá-lo para o hospital para que o paciente possa fazer uso durante sua internação sem prejudicar seu tratamento. No caso de colírios, não devem ser validados se o paciente ou o acompanhante não souberem informar a data do início do uso, pois a maioria desses medicamentos tem validade de 30 dias. Para identificar se há algum medicamento que deve ser validado, é verificado na prescrição se está prescrito como “do paciente” na linha do medicamento. Com isso, 12 verifica-se se ele já foi validado, caso não tenha sido, é necessário ir à farmácia central, imprimir uma etiqueta de identificação que contém o nome completo do paciente e seu leito, e pegar um saco plástico para colocar o (s) medicamento (s). Após providenciar esses itens, é preciso verificar se o medicamento a ser validado está no posto de enfermagem, mas na maioria das vezes ele está no leito do paciente. Dessa forma, a pessoa responsável por esse serviço vai ao leito, se apresenta para o paciente e seu acompanhante (caso tenha), explica o motivo da realização da validação e informa que o medicamento será recolhido, deixado no posto da enfermagem e quando estiver no horário de tomar, o enfermeiro responsável irá administrá-lo. Porém, se o paciente estiver em isolamento por covid-19 ou qualquer outro motivo, é preciso pedir para o enfermeiro responsável por aquele paciente, para pegar os dados necessários do medicamento. Ao explicar esse processo, os dados do (s) medicamento (s) são preenchidos na folha de validação: nome do fármaco e sua posologia, nome comercial, quantidade e forma farmacêutica, lote e validade. Depois disso, é recolhido a assinatura do paciente, do enfermeiro oficial e da farmacêutica, e então a folha de validação é anexada no prontuário do paciente. Também é necessário registrar na planilha de validação da farmácia o nome desse paciente e qual medicamento foi validado, como forma de rastreamento do serviço. 4.4 Farmácia do pronto atendimento A estrutura da farmácia do pronto atendimento (PA) se difere das outras farmácias por possuir três janelas: uma destinada para a sala de observação de adultos sem sintomas respiratórios, outra para a sala de observação de adultos com sintomas respiratórios e a da sala de medicação. A prescrição já chega incluída no sistema, ela possui um código de barras específico da farmácia que deve ser passado no leitor de código quando medicamentos e materiais médicos são solicitados por médicos e enfermeiros. Esses itens estão dispostos em quantidades menores devido à demanda, mas o estoque é monitorado com frequência para que não falte nada. O processo de dispensação, devolução e contagem de medicamentos controlados acontece da mesma forma em que já foi citada anteriormente. 13 Nesse setor, são montados e dispensados os kits de endoscopia, que são solicitados quando há um procedimento marcado no hospital; as bolsas de atendimento pré- hospitalar – bolsa U.T.I – que possuem kit de soroterapia, kit de intubação e kit de pequena cirurgia; e as maletas, que contêm materiais médicos como ataduras, seringas, agulhas, esparadrapos, equipos e medicamentos:adrenalina, morfina, salbutamol, tenoxicam, cloreto de sódio, entre outros. As bolsas e maletas são solicitadas quando algum paciente necessita de ser transferido para outro hospital e se caso ele venha a ter alguma emergência durante o transporte, os itens contidos nelas vão auxiliar os profissionais que trabalham nesse ambiente a controlar esse quadro clínico. 4.5 Farmácia do centro de tratamento intensivo (CTI) Na farmácia do CTI também são montadas as tiras de medicamentos para os pacientes que se encontram internados nesse local. A diferença é que a quantidade de pacientes é menor e consequentemente a de tiras também. Assim como nas demais farmácias, o processo de dispensação, devolução e contagem de medicamentos controlados acontece da mesma forma. 4.5.1 Conferência e montagem do carro de emergência O carro de emergência é uma unidade móvel que possui esse nome por conter os medicamentos e equipamentos exigidos em situações de urgências e emergências, como por exemplo em paradas cardiorrespiratórias, convulsões, hemorragia intensa, comprometimento nas vias aéreas, entre outros. A organização dos itens se da por ordem de prioridade: na base superior encontra-se o desfibrilador, kit de intubação, impressos de controle e kit com materiais free latex; na lateral ficam cilindros de oxigênio, suportes de soro e tábuas de compressão. Na sequência vêm as gavetas que devem estar identificadas com tarjas de cores padronizadas e com suas composições descritas: na primeira ficam os medicamentos mais utilizados em situações de emergência – adrenalina, atropina, fentanil, morfina, dopamina, entre outros; na segunda ficam os matérias para o acesso intravascular - agulhas, seringas, jelco, cateteres, equipos, sondas uretrais e nasogástricas, entre outros; na terceira ficam os materiais para suporte ventilatório - eletrodos, tubos, soro glicosado, luvas cirúrgicas e bicarbonato de sódio 5%; na quarta e quinta ficam 14 materiais de cateterismo vesical/gástrico e outros – ambu, cânula, laringoscópio, látex, máscara e óculos para proteção. Quando um carro é utilizado, o profissional que fica na farmácia é responsável por fazer a conferência, lançar os itens que foram utilizados no sistema e repor o que falta; e quando ele não estiver em uso, precisa permanecer fechado com lacres identificados com códigos, que devem ser registrados quando são retirados para que dessa forma, permita a rastreabilidade e segurança de todos itens contidos no carrinho. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estágio em farmácia hospitalar superou minhas expectativas, vivenciei momentos de muito valor para minha vida profissional e pessoal, uma vez que o contato com vários profissionais da saúde com anos de experiências e com outros estagiários me ajudou a ampliar minha consciência de que promover da saúde está muito além do tratamento medicamentoso, envolve um processo que exige pesquisas, organização, cuidado e principalmente acolhimento. A experiência nessa área foi fundamental, pois proporcionou uma grande mudança na minha visão a respeito da importância do farmacêutico na área hospitalar, uma vez que durante a nossa formação vemos muito o lado técnico do profissional, e na prática tudo fica mais claro. Pude adquirir novos conhecimentos a respeito da legislação e do funcionamento dos serviços, que quando realizados exigem profissionalismo, visto que o mercado de trabalho exige pessoas que saibam trabalhar em equipe multiprofissional, que sejam flexíveis a todos tipos de mudanças e exigências. A equipe da farmácia é excelente, todos me ajudaram do início ao fim, contribuindo para meu crescimento acadêmico, lembrarei de cada um com muito carinho, pois nos dias atuais é difícil encontrar pessoas dispostas a passar seus conhecimentos com paciência, respeito e carinho. 15 REFERÊNCIAS BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585. Brasília. CFF, 2013. p 1-11. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf. Acesso em 03 abr. 2022. BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução nº 338 de 06 de maio de 2004. 2004. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2004/res0338_06_05_2004.html. Acesso em 02 abr. 2022. ESBSERH. Protocolo assistencial multiprofissional: carro de emergência. 2018. p. 3-8. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao- sudeste/hc-uftm/documentos/protocolos-assistenciais/carro-de-emergencia-versao- 3-final.pdf?msclkid=04a38620b85f11ecb84dac8ec3bf3138. Acesso em: 10 abr. 2022 FARIA, C, O. et al. Farmácia hospitalar. Porto Alegre: SAGAH, 2019. p. 13-87. SFORSIN, A. C. P. et al. Guia de boas práticas em farmácia hospitalar e serviços de saúde. 2. Ed. Barueri: Manole, 2020. p. 1-17. 16
Compartilhar