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Unidade 1 - Sistemas processuais e inquérito policial

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Processo Penal
Unidade 1 - Sistemas processuais e inquérito
policial
Autora: Márcia Rocha Teodoro
Validação Técnica: Ednaldo B. de Souza Júnior
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Introdução
O Direito Processual Penal, a partir de uma interpretação que tem por base a
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, cuida desde a investigação
policial sobre a prática de crimes, na perquirição por indícios de autoria e
materialidade capazes de buscar a devida responsabilização em âmbito criminal, até a
ação penal, iniciada junto ao Poder Judiciário com o objetivo de responsabilizar
eventuais suspeitos de práticas delitivas, observado o Devido Processo Legal e demais
princípios inerentes ao sistema processual.
Ao longo deste capítulo analisaremos os diferentes sistemas processuais no âmbito do
Direito Processual Penal Brasileiro e os princípios que o constituem. Ademais, serão
analisadas as principais características e normas sobre o inquérito policial, bem como
seu início, desenvolvimento e �m.
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1. Sistemas processuais
Sistema Processual corresponde à estrutura Processual Penal adotada em
determinado Sistema Político. Trata-se do conjunto de normas Constitucionais e
infraconstitucionais, que de�nem as regras relacionadas à aplicação do Direito
Processual Penal.
Há três Sistemas Processuais através dos quais pode o Estado atuar na persecução
penal, a depender do conjunto de regras adotadas, o Sistema Inquisitivo, o Sistema
Acusatório e o Sistema Misto.
1.1 Sistema inquisitivo
O Sistema Inquisitivo conta com uma atuação Estatal concentrada na �gura de uma
única pessoa, o que signi�ca dizer que o acusador investiga, julga e defende em um
único procedimento.
Sobre o tema, Paulo Rangel aponta seu surgimento histórico a partir dos regimes
monárquicos, de forma que se aperfeiçoou
durante o direito canônico, passando a ser adotado em quase todas as legislações europeias dos
séculos XVI, XVII e XVIII”. Surgiu com sustento na a�rmativa de que não se poderia deixar que a
defesa social dependesse da boa vontade dos particulares, já que eram estes que iniciavam a
persecução penal no acusatório privado anterior. O cerne de tal sistema era a reivindicação que
o Estado fazia para si do poder de reprimir a prática dos delitos, não sendo mais admissível que
tal repressão fosse encomendada ou delegada aos particulares ( RANGEL, 2010, p. 49-50 ).
Com características bem de�nidas, o Sistema Inquisitivo apresenta o início da
persecução penal centrado na �gura do magistrado, que também produz as provas e
prolata a decisão. Além disso conta com a possibilidade da prática de tortura como
instrumento de investigação, a assunção de veracidade em relação à con�ssão do réu
(considerada “rainha das provas”), ausência de debates orais, procedimento
fundamentalmente sigiloso e na ausência de contraditório e ampla defesa (NUCCI,
2019).
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Assim, pelo Sistema Inquisitivo há mitigação de “direitos e garantias individuais, em
favor de um pretenso interesse coletivo de ver o acusado punido (TÁVORA, ALENCAR,
2018, p. 54).
Ressalte-se que o Código Processual Penal brasileiro apresenta inspiração no Código de
Rocco, da Itália, datado de 1941, com forte in�uência fascista e inquisitiva.
1.2 Sistema acusatório
O Sistema Acusatório, por outro lado, corresponde a um Sistema Processual com
origem na Grécia e Roma antiga e busca garantir a imparcialidade do julgado,
apresentando verdadeira separação entre o órgão de acusação e o julgador.
Dentre suas características, devem ser destacadas a liberdade de acusação, garantida a
qualquer cidadão, a oralidade do procedimento, a liberdade de defesa e isonomia
entre as partes no processo. Além da publicidade do procedimento, o exercício
garantido do contraditório, o sistema de livre produção de provas e a premissa da
garantia da liberdade do réu, como regra geral (NUCCI, 2019).
O ordenamento jurídico brasileiro é regido por normas Constitucionais que buscam a
consolidação do Sistema Acusatório, através da divisão dos poderes de acusar,
preponderantemente atribuído ao Ministério Público, como função privativa; defender,
de forma geral aos defensores e advogados; e Julgar de forma imparcial, aos
magistrados. Além disso, ainda institui como direito fundamental a acusados em geral
a garantia do contraditório e da ampla defesa, com os meios e recursos inerentes (art.
5º, LV, CRFB/1988).
Assim, apesar da égide do Código Processual Penal Brasileiro de 1941 se fundar sob
uma ótica inquisitiva, a Constituição da República funda-se em uma ótica claramente
acusatória, razão pela qual a interpretação do ordenamento processual penal deve ser
feita à luz das normas da Constituição de 1988.
1.3 Sistema misto
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O Sistema Misto, também denominado de acusatório formal, tem sua origem após a
Revolução Francesa e adota ambos os Sistemas Inquisitivo e Acusatório na persecução
penal.
Pelo Sistema Misto, há uma fase preliminar, composta de características inquisitoriais,
como o sigilo, a escrita e a ausência do contraditório e uma fase subsequente, que
constitui-se do julgamento e comporta as características do Sistema Acusatório, como a
prevalência da oralidade, publicidade, garantia do contraditório, intervenção de juízes
populares e livre apreciação de provas pelo julgador (NUCCI, 2019).
Sobre a persecução no sistema misto, Távora e Alencar apontam a existência de
a) Investigação preliminar, a cargo da polícia judiciária;
b) Instrução preparatória, patrocinada pelo juiz instrutor;
c) Julgamento: Só este último, contudo, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa;
d) Recurso: Normalmente há o “recurso de cassação”, no qual se impugnam apenas as questões
de direito, mas também é possível o “recurso de apelação”, no qual são impugnadas as questões
de fato e de direito. ( TÁVORA, ALENCAR, 2018, p. 57 ).
Assim, trata-se de Sistema Processual que ora se volta para o sistema inquisitivo e ora
para o acusatório.
1.4 Sistema processual brasileiro
A partir das análises dos Sistemas Processuais, parte da doutrina, como é o caso de
Guilherme de Souza Nucci, a�rma que o brasil adota o sistema misto, uma vez que a
persecução penal possui uma fase inicial, imbuída nos caracteres do Sistema Inquisitivo
(inquérito policial) e outra processual, com os traços do Sistema Acusatório de�nidos
pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Apesar deste entendimento, doutrina majoritária entende que o Brasil adota o Sistema
Acusatório, tendo em vista posição Constitucional sobre o tema.
É o posicionamento de Eugênio Pacelli de Oliveira, que defende o Sistema Processual
Brasileiro como acusatório, ao separar a fase investigatória da fase processual
(PACELLI, 2017).
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Ademais, Pacelli defende que a Constituição da República Federativa do Brasil se
posiciona de forma contrária à condução do processo como mero veículo de aplicação
penal, de forma que apresenta-se como verdadeiro instrumento de garantia do
indivíduo em face do Estado na busca pela Justiça Penal, a partir de uma lógica de
igualdade entre os litigantes (PACELLI, 2017).
Você quer ler?
Para melhor compreender o funcionamento do Processo Penal no Brasilleia
o artigo “Sistemas processuais penais à luz da Constituição”, escrito por
Eduardo Ribeiro Moreira e Margarida Lacombe Camargo. Para acessar o
conteúdo do artigo clique no seguinte link:(
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_bibli
oteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RDConsInter_n.97.05_1.
PDF )
2. Princípios
Segundo Miguel Reale:
Princípios são, pois, verdades ou juízos fundamentais, que servem de alicerce ou de garantia de
certeza a um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de conceitos relativos a dada porção
da realidade. Às vezes também se denominam princípios certas proposições, que apesar de não
serem evidentes ou resultantes de evidências, são assumidas como fundantes da validez de um
sistema particular de conhecimentos, como seus pressupostos necessários. ( REALE, Miguel.
Filoso�a do Direito. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 1986. p 60 ).
Segundo Miguel Reale:
são o conjunto de normas que espelham a ideologia da Constituição, seus postulados básicos e
seus �ns. Dito de forma sumária, os princípios constitucionais são as normas eleitas pelo
constituinte como fundamentos ou quali�cações essenciais da ordem jurídica que institui. (
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RDConsInter_n.97.05_1.PDF
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BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma
dogmática constitucional transformadora. São Paulo, Saraiva, 1999, pág. 147 ).
Destes conceitos, depreende-se que princípios são normas jurídicas distintas das
regras, cuja aplicação corresponde a normas dotadas de certo grau de abstração e
indeterminação, que atuam no ordenamento jurídico como linhas mestras na garantia
de direitos e garantias fundamentais e na interpretação das regras.
Sua importância no ordenamento jurídico é notória, ao passo que garantem o respeito
às ideologias postuladas no ordenamento jurídico e pautadas pela Constituição da
República.
2.1 Princípios processuais penais
No mesmo sentido atuam os princípios processuais penais, que têm como função
orientar a aplicação das normas processuais penais com o objetivo de consolidar uma
aplicação conforme a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Nos próximos tópicos estudaremos os principais princípios constitucionais e
infraconstitucionais que incidem sobre o Direito Processual Penal.
2.2 Princípio da publicidade
A Constituição discrimina expressamente o Princípio da Publicidade em seu art. 5º, LX,
ao de�nir que a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
Signi�ca dizer que a publicidade é regra processual, de forma que apenas em situações
especí�cas haverá seu cerceamento, através da aplicação de eventual sigilo em defesa
da intimidade ou do interesse social.
Registre-se que “quando se fala em publicidade, esta pode ser interna (entre as partes)
e externa (em relação a terceiros). O princípio da publicidade irá alcançar os dois
sentidos do termo” (ARAÚJO, 2014, p. 53).
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Importante destacar, entretanto, que mesmo nos casos da aplicação de sigilo, sua
validade é aplicável apenas em relação ao público externo, não em relação às partes,
que têm direito a ter conhecimento de todos os atos processuais.
Muito discutiu a doutrina sobre a aplicabilidade de referido princípio em relação ao
Inquérito Policial, tendo em vista sua característica inquisitiva, que pressupõe o sigilo
das investigações. Com o objetivo de solucionar a questão no âmbito da Administração
Pública Direta e Indireta e do Poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal se
manifestou através da publicação da Súmula Vinculante nº 14, que pôs �m à discussão,
vejamos:
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa ( BRASIL, 2015 ).
Assim, ainda que à fase do Inquérito não se apliquem os princípios do sistema
acusatório em sua integralidade, o Supremo Tribunal Federal assegura ao advogado do
acusado, pelo menos, a consulta dos autos correspondentes, sobre as provas já
produzidas, de forma a resguardar, dentro do possível, o princípio da publicidade.
2.2.1 Princípio do contraditório
O art. 5º, inciso LV garante aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral, o respeito ao princípio contraditório.
Trata-se de princípio protetivo de ambas as partes, às quais “deve ser dada a
possibilidade de in�uir no convencimento do magistrado, oportunizando-se a
participação e manifestação sobre os atos que constituem a evolução processual”
(TÁVORA, ALENCAR, 2018, p. 104).
A observância desse princípio é regra ao longo de todo procedimento, seja na forma
diferida (mediata) ou direta (imediata). Nesse sentido, o contraditório é diferido
(mediato) quando a prova não é produzida sob a égide do contraditório, como no caso
das provas periciais produzidas durante o inquérito que não podem ser repetidas
durante a instrução criminal. Será direto (imediato) nas hipóteses em que a prova é
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submetida aos questionamentos das duas partes no momento de sua produção, como
no caso da oitiva de testemunhas (ARAÚJO, 2014, p. 46).
Eventual desrespeito ao princípio do contraditório suscita nulidade do ato sobre o qual
houve seu desrespeito.
2.2.2 Princípio da ampla defesa
No mesmo sentido, o art. 5º, inciso LV também garante aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, o respeito ao princípio da ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (CRFB/1988).
Trata-se, nas palavras do Professor Leonardo Barreto Moreira Alves, de um
instrumento de defesa através do qual compensa-se a enorme “hipossu�ciência e
fragilidade [do acusado] em relação ao Estado, que atua no processo Penal por meio
de diversos órgãos (Polícia Judiciária, Ministério Público e Juiz), de forma especializada e
com acesso a dados restritos” (BARRETO, 2019, p. 37).
A doutrina subdivide o princípio da ampla defesa em:
Defesa técnica (defesa processual ou especí�ca) : Exercida por um defensor com
conhecimentos técnicos de bacharel em Direito, no exercício das funções da advocacia
ou da Defensoria Pública. Trata-se de defesa indisponível, sob pena de nulidade dos
atos praticados no processo sem sua observância (BARRETO, 2019, p. 37).
Autodefesa (defesa material ou genérica) : Corolário do princípio da não
obrigatoriedade de produzir provas contra si mesmo, é exercida pelo acusado ao longo
do processo, através de suas manifestações, tanto em relação ao direito de ser ouvido
em audiência quanto ao direito de estar presente durante a realização de atos
processuais.  Trata-se de defesa disponível, podendo o acusado se calar ou até mesmo
mentir, desde que se atenha verdadeiro às perguntas iniciais sobre sua quali�cação
(ALVES, 2019, p. 37).
Consequência da autodefesa, por exemplo, são as manifestações feitas pela defesa
que, em regra, acontecem por último nos autos com o objetivo de preservar o direito à
manifestação sobre todos os fatos trazidos ao processo pela parte contrária.
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a�rmar que o Brasil teria adotado o sistema inquisitivo na fase preliminar, razão pela
qual não haveria a aplicação da ampla defesa no inquérito policial, outra parcela
entende que neste caso haveria, tão somente, uma aplicação mitigada do princípio em
relação à colheita de provas, de forma que restaria resguardado o direito do acusado
(ARAÚJO, 2014, p. 46).
2.2.3 Princípio do devido processo legal
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 dispõe no art. 5º, LIV a
máxima de que ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal.
O princípio do Devido Processo Legal garante a observância e respeito às normas
constitucionais e infraconstitucionais que delimitam os procedimentos em âmbito
penal, de forma a garantir a máxima aplicação e o maior respeito aos direitos e
garantias do réu em face do Estado.
2.2.4 Princípio da verdade processual (verdade real)
O Processo Penal busca desvendar os fatos ocorridos sob o maior grau de veracidade
possível com a realidade. O princípio da verdade real signi�ca, pois, que o magistrado
deve buscar provas, tanto quanto as partes, não devendo se contentar apenas com o
que lhe é apresentando (NUCCI, 2019).
Assim, o Processo Penal busca a realidade dos fatos, razão pela qual autoriza ao juiz de
Direito a produção de provas de ofício, caso considere necessário ao deslinde da lide,
mesmo antes de iniciada a ação penal; a produção antecipada de provas consideradas
urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da
medida; e a determinação, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a
realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
O objetivo, portanto, é ater-se ao maior grau de veracidade dos fatos narrados, ainda
que muitas vezes essa “verdade” seja prejudicada por diferentes percepções. Ora, nem
sempre a verdade de uma pessoa será a mesma de outra, ainda que ambas tenham
vivenciado o mesmo fenômeno ou fato social. Por isso, parte da doutrina discorda com
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o uso do termo “verdade real” para de�nir o presente princípio, utilizando-se da
nomenclatura “verdade processual”, que corresponderia, de forma mais acurada,
àquela verdade que é trazida pelos sujeitos de direito aos autos, de acordo com seus
próprios pontos de vista.
2.2.5 Princípio da presunção de inocência ou da não
culpabilidade
O Princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade, com base na
Constituição da República, especialmente no art. 5º, inciso LVII da CRFB/1988, que
dispõe que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória, tem por base a Dignidade da Pessoa Humana, fundamento do
Estado Democrático de Direito.
Parte-se do pressuposto de que a inocência é “o estado natural do ser humano e, de
acordo com tal premissa, todo e qualquer cidadão deve ser tratado e visto como
inocente pela sociedade, pelos operadores do direito e pelo Estado” (GARCIA, 2016, p.
162).
2.2.6 Princípio do favor rei, favor réu, in dubio pro reo
Princípio que pode ser traduzido pela célebre manifestação de Voltaire “antes absolver
um culpado do que condenar um inocente”, parte do próprio princípio da presunção de
inocência ou da não culpabilidade.
Também aduzido no art. 5º, inciso   LVII da CRFB/1988, determina que ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória e parte
da premissa de que na hipótese de dúvidas em relação à interpretação de normas
processuais ou em caso de empate de julgamento de ação penal, deve a decisão mais
favorável ao Réu.
2.3 Outros princípios:
Feitas as considerações iniciais sobre os princípios do Direito Processual Penal,
estudaremos, a partir deste tópico, outros princípios, que também auxiliam na
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solidi�cação do sistema processual penal.
2.3.1 Princípio do juiz natural e da imparcialidade
Princípio celebrado pela Constituição da República de 1988 especialmente nos incisos
XXXVII e LIII, que atestam, respectivamente, que não haverá juízo ou tribunal de
exceção e ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente.
Trata-se de princípio segundo o qual não se admite “que haja escolha de magistrado
para julgar determinado caso ou pessoa conforme a vontade do Estado” (GARCIA, 2016,
p.199).
2.3.2 Princípio da obrigatoriedade da ação penal pública
O Código de Processo Penal aduz que nos crimes de ação pública, esta será promovida
por denúncia do Ministério Público (art. 24, CPP). Trata-se, portanto, de um dever do
parquet, ao contrário do que ocorre em relação às ações penais privadas.
Assim, como regra geral, cabe ao Ministério Público, obrigatoriamente intentar ação
penal pública, salvo exceções expressas do ordenamento jurídico, como é o caso do
art. 76, da lei 9.099/1995, que prevê aos infratores de menor potencial ofensivo a
possibilidade de extinção da punibilidade de condutas por eles cometidas por meio de
cumprimento de medidas despenalizadoras (ALVES, 2019).
2.3.3 Indisponibilidade da ação penal pública
A partir da propositura de ação penal pública, oMinistério Público não poderá, como
regra geral, dela desistir (art. 42, CPP).
A título de exemplo, ressalte-se como exceção, a suspensão condicional de processo
prevista no art. 89 da lei 9.099/1995, nas hipóteses de crimes cuja pena mínima seja
igual ou inferior a um ano.
Prevalece, entretanto, a regra geral da indisponibilidade da ação penal pública por
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parte do Ministério Público.
2.3.4 Princípio da não autoincriminação
Também chamado de nem tenetur se detegere, é “corolário do estado de inocência do
acusado e da consequente inversão do ônus da prova quanto à sua responsabilidade
criminal” (GARCIA, 2016. p. 170).
Nesse sentido, ninguém será obrigado a produzir prova contra si mesmo, seja na
produção em si ou no auxílio à produção de provas potencialmente incriminadoras.
Você quer ler?
Deseja saber mais sobre o Devido Processo Legal? Então leia o artigo “Devido
Processo Penal e alguns dos seus mais importantes corolários”, escrito por
Rogério Lauria Tucci. Para acessar o conteúdo do artigo, clique no seguinte
link:
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_b
iblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RDConsInter_n.97.05
_1.PDF
3. Inquérito policial
O inquérito policial corresponde a uma fase investigativa que antecede a ação penal.
Trata-se de procedimento administrativo, presidido pelo Delegado de Polícia, que
busca indícios de autoria e materialidade, conforme estudaremos a seguir.
3.1 Conceito
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RDConsInter_n.97.05_1.PDF
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O inquérito policial, nas palavras de Guilherme de Souza Nucci, é
um procedimento preparatório da ação penal, de caráter administrativo, conduzido pela polícia
judiciária e voltado à colheita preliminar de provas para apurar a prática de uma infração penal
e sua autoria. (...)Seu objetivo precípuo é servir de lastro à formação da convicção do
representante do Ministério Público (opinio delicti), mas também colher provas urgentes, que
podem desaparecer, após o cometimentodo crime. Não se pode olvidar, ainda, servir o inquérito
à composição das indispensáveis provas pré-constituídas que servem de base à vítima, em
determinados casos, para a propositura da ação penal privada ( NUCCI, 2008, p. 143 ).
Passaremos a examinar pormenorizadamente os principais aspectos do inquérito
policial.
3.2 Condução do Inquérito
O inquérito policial é conduzido e desenvolvido pela Polícia Judiciária, que corresponde
no âmbito da Justiça Estadual à Polícia Civil e no âmbito da Justiça Federal, à Polícia
Federal, com função repressiva a partir da atuação investigativa após o cometimento
de crimes e presidido privativamente pelo Delegado de Polícia (ALVES, 2019, p. 86).
Nesse sentido é o Código de Processo Penal ao dispor que “a polícia judiciária será
exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e
terá por �m a apuração das infrações penais e da sua autoria”, sendo que esta
competência não exclui “a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida
a mesma função” (art. 4º, CPP).
3.3 Características do inquérito policial
O inquérito policial possui uma série de características, que podem ser resumidas em:
3.3.1 Procedimento inquisitivo
O procedimento do inquérito conta com características típicas do Sistema Inquisitivo,
de forma que, com o objetivo de se proceder à investigação de forma ágil e
desimpedida, não conta com o exercício do contraditório ou da ampla defesa.
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Apesar do disposto, trata-se de característica que corresponde à regra geral do
inquérito policial, ressalvadas hipóteses em sentido contrário previstas em lei, como é
o caso do art. 7º da lei do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil,
que atribui aos advogados o direito a assistir a seus clientes investigados durante a
apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e
probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo,
inclusive, no curso da respectiva apuração apresentar razões e quesitos (da lei 8.906 de
1994, art. 7º, XXI) (ALVES, 2019).
3.3.2 Inexistência de nulidades
Trata-se de característica que se vincula ao fato do inquérito ser mero procedimento
informativo e não ato de jurisdição. Assim, eventual “desobediência a formalidades
legais pode acarretar apenas a ine�cácia do ato em si (prisão em �agrante, por
exemplo, que se, se ilegal, deve ser relaxada), mas não in�ui na ação já iniciada. Assim,
não há que se falar em nulidade de eventual processo com base em irregularidade
veri�cada em sede de inquérito policial” (ALVES, 2019, p. 97).
3.3.3 Sigiloso
A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade, o que signi�ca dizer que os atos do inquérito
policial não são de caráter público (art. 20, CPP).
O referido artigo trata da conduta daquele que porta drogas para uso próprio.
Importante apontar que o sigilo do inquérito não se aplica ao juiz, ao Ministério Público
ou ao advogado, em caso de solicitação e autorização do suspeito.
Sobre a participação do advogado, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou,
através de Súmula Vinculante n. 14 sobre o tema, vejamos:
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
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O descumprimento de referida súmula abriria ensejo a reclamação constitucional junto
ao Supremo Tribunal Federal e ensejaria nulidade absoluta sobre os atos praticados.
3.3.4 Escrito
Nos termos do art. 9º do CPP, todas as peças do inquérito policial, inclusive os atos
orais, devem ser reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela
autoridade.
3.3.5 Dispensabilidade
O inquérito policial não é obrigatório, o que signi�ca dizer tratar-se de procedimento
administrativo dispensável, que deve acompanhar denúncia ou queixa, apenas quando
servir de base a uma ou a outra (art. 12, CPP).
3.3.6 Oficialidade
Deve ser realizado por órgão o�cial do Estado, que corresponde à Polícia Judiciária,
conforme veri�cado em item anterior.
3.3.7 Oficiosidade
Nos crimes de ação penal pública incondicionada cabe à autoridade policial, de ofício,
proceder ao inquérito policial, nos termos do art. 5º, I, do CPP. Trata-se de dever da
autoridade policial, de forma que sua não instauração a sujeita ao cometimento de
crime de prevaricação, conforme art. 319 do Código Penal (NUCCI, 2019).
3.3.8 Indisponibilidade
A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito, de forma que o
procedimento do inquérito policial não é disponível ao alvedrio da autoridade policial.
3.3.9 Valor probante relativo
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O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis
e antecipadas (art. 155, CPP).
Signi�ca que tecnicamente não há produção de provas no inquérito policial, e as
evidências devem ser judicializadas – em outras palavras, “devem ser renovadas ou
con�rmadas em juízo, sob o manto dos princípios que regem o processo penal”
(GARCIA, 2017, p. 93).
3.3.10 Não incomunicabilidade do investigado
Apesar do art. 21, do CPP atestar a possibilidade da incomunicabilidade do indiciado, a
depender de despacho nos autos quando houver interesse da sociedade ou o exigir a
conveniência da investigação, trata-se de hipótese considerada pela maioria da
doutrina como não recepcionada pela Constituição da República Federativa do Brasil,
que veda a incomunicabilidade até mesmo na hipótese de Estado de Sítio, situação
mais excepcional assumida pela Carta Magna.
Por isso, sob o ponto de vista de doutrina majoritária, �gura como característica do
Inquérito policial a não incomunicabilidade do investigado, ressalvadas vozes
dissonantes.
3.4 Início do inquérito policial
O início do inquérito policial ocorre a partir de uma notitia criminis que corresponde à
ciência da autoridade policial, espontânea ou provocada, sobre a ocorrência de um
suposto fato criminoso (GARCIA, 2017, p. 98).
A notitia criminis pode ser subdividida entre as espécies:
● Notitia criminis de cognição imediata ou direta
Hipótese em que a própria autoridade policial toma “conhecimento de suposto fato
criminoso por meio de comunicação não formal, sem intermédio de terceiros” (GARCIA,
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2017, p. 98).
● Notitia criminis de cognição mediata ou indireta
Hipótese em que a autoridade policial “toma conhecimento do suposto fato criminoso
por intermédio de terceiros”, que podem ser qualquer pessoa do povo (denominada
delatio criminis simples) ou comunicada pelo próprio ofendido à autoridade policial
(denominada delatio criminis postulatória) (GARCIA, 2017, p. 99).
● Notitia criminis coercitiva
Corresponde à notitia criminis relacionada às hipóteses de �agrante delito.
● Notitia criminis anônima
Hipótese em que a “autoridade policial toma conhecimento do fato supostamente
criminoso por pessoa que não revela sua identidade”. A simples notitiacriminis nessa
hipótese não autoriza a instauração do inquérito policial, de forma que o Superior
Tribunal de Justiça já se posicionou pela necessidade de outras diligências prévias à
instauração do Inquérito Policial, com o intuito de se con�rmar a “verossimilhança das
alegações incertas” (GARCIA, 2017, p. 99).
O inquérito pode ser iniciado das seguintes formas (Art. 5º, CPP):
1 - De ofício, nos casos de ação pela pública incondicionada, hipótese que o início do
inquérito policial é um dever da autoridade policial, conforme já mencionado quando
da análise do princípio da o�ciosidade.
2 - Mediante requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo;
e por requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, hipóteses em que o
requerimento/requisição deverão conter, sempre que possível, a narração do fato, com
todas as circunstâncias; a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e
as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos
de impossibilidade de o fazer; e a nomeação das testemunhas, com indicação de sua
pro�ssão e residência (art. 5º, §1º, CPP).
3 - Por delação de terceiros.
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4 - Pela lavratura do auto de prisão em �agrante delito.
Importa destacar que do despacho que indeferir o requerimento de abertura de
inquérito, caberá recurso para o chefe de Polícia.
Ademais, saliente-se que qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da
existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por
escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, veri�cada a procedência das
informações, mandará instaurar inquérito (art. 5º, §3º, CPP).
Por �m, importante apontar que o inquérito, nos crimes em que a ação pública
depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado, da mesma forma que nos
crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder ao inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la (art. 5º, §§4º e 5º, CPP).
Após tomar conhecimento sobre a prática de infração penal, cabe à autoridade policial
(art. 6º, CPP):
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação
das coisas, até a chegada dos peritos criminais. Trata-se de providência importante,
que visa conservar o local do crime para apuração pericial e elucidação do crime;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido, ou seja, a vítima;
V - ouvir o indiciado, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas
que Ihe tenham ouvido a leitura. Mister apontar a possibilidade do suspeito de manter-
se em silêncio e de ser acompanhado por advogado, nos termos do art. 7º, inciso XXI,
“a”, da lei 8.906/94, que dispõe tratar-se de direito do advogado assistir a seus clientes
investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do
respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
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investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente,
podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração apresentar razões e quesitos, que
serão analisados pelo Delegado de Polícia.
VI - proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras perícias. O exame de corpo de delito “corresponde à veri�cação da prova da
existência do crime, feita por peritos, diretamente, ou por intermédio de outras
evidências, quando os vestígios, ainda que materiais, desapareceram. Trata-se de
espécie de prova que será estudada adiante em nossos estudos.
VIII - ordenar a identi�cação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime
e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do
seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de �lhos, respectivas idades e se possuem
alguma de�ciência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
�lhos, indicado pela pessoa presa.
Ademais, caso a autoridade policial entenda pela necessidade de averiguação sobre o
modo pelo qual tenha sido praticada determinada infração, poderá proceder à
reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem
pública, como no caso de crimes contra a dignidade sexual (art. 7º, CPP).
A essa reprodução simulada dos fatos, dá-se o nome também de reconstituição do
crime, que não corresponde a uma participação obrigatória do suspeito. Pelo contrário,
o suspeito apenas participará se com isso anuir, uma vez que ninguém será obrigado a
produzir provas contra si mesmo. Este é, inclusive, entendimento já consolidado no
Supremo Tribunal Federal, que ainda aduz que a ausência do acusado não autoriza
automaticamente prisão preventiva (RHC nº 64.354).
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Incumbirá ainda à autoridade policial fornecer às autoridades judiciárias as
informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; realizar as diligências
requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; cumprir os mandados de prisão
expedidos pelas autoridades judiciárias; e representar acerca da prisão preventiva (art.
13, CPP).
Ressalte-se ainda o acréscimo do artigo 13-A do CPP, que trouxe a possibilidade do
membro do Ministério Público ou do delegado de polícia requisitarem, de quaisquer
órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações
cadastrais da vítima ou de suspeitos, nos casos de crimes de sequestro e cárcere
privado, redução a condição análoga à de escravo, trá�co de pessoas, extorsão
mediante restrição da liberdade da vítima e extorsão mediante sequestro do Código
Penal; e ao crime de  promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de
criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou
com o �to de obter lucro, do Estatuto da Criança e do Adolescente (lei 8.069/90).
Nessas hipóteses, a requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, deverá conter o nome da autoridade requisitante; o número do inquérito
policial; e a identi�cação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.
No mesmo sentido, o Art. 13-B (CPP) assevera que se necessário à prevenção e à
repressão dos crimes relacionados ao trá�co de pessoas, o membro do Ministério
Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que
disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais,
informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito
em curso, sendo que
§ 1º  Para os efeitos deste artigo, sinal signi�ca posicionamento da estação de cobertura,
setorização e intensidade de radiofrequência.
§ 2º  Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de
autorização judicial, conforme disposto em lei;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superiora 30
(trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de
ordem judicial.
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§ 3º  Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo
máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial.
§ 4º  Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente
requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que
disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros
– que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata
comunicação ao juiz.
Todas estas diligências devem ser feitas de acordo com prazo adequado do inquérito,
que será tratado a seguir.
3.5 Do prazo do inquérito policial
O inquérito policial deve perdurar por tempo determinado, nos termos do art. 10 de
Código de Processo Penal.
Nesse sentido, o inquérito policial deve perdurar pelo prazo de 10 dias, se o indiciado
houver sido preso em �agrante, a partir da prisão. Caso o acusado encontre-se preso
preventivamente, o prazo deve ser contado a partir do dia em que se executar a ordem
de prisão, ou seja, a partir do dia em que o indiciado tiver tolhida sua liberdade.
Por outro lado, no caso de o réu encontrar-se solto, o prazo para o término do
inquérito policial é de 30 dias, independentemente do pagamento de �ança.
Fora os prazos mencionados, que traduzem a regra geral no âmbito processual penal,
exceções são encontradas no ordenamento jurídico, a partir de outras normas,
vejamos alguns exemplos:
Inquérito policial sobre crimes de competência da Justiça Federal
Inquérito policial sobre crimes da lei de tóxicos
Crimes contra a economia popular
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Ao �nal do inquérito policial, a autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido
apurado e enviará autos ao juízo competente. No relatório, caso sejam comprovados
indícios de autoria e materialidade, o delegado de polícia poderá proceder ao
indiciamento do suspeito, que corresponde a noti�cação formal de que o suspeito é
investigado como autor do crime, se não o houver feito antes.
Ademais, cabe ainda ao Delegado de Polícia indicar testemunhas que não tiverem sido
inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas (art. 10, CPP) e, na
hipótese em que o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade
poderá requerer ao juízo a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão
realizadas em prazo marcado pelo juiz.
Encaminhados os autos do inquérito ao Ministério Público, este não poderá requerer
sua devolução à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia (art. 16, CPP).
3.6 Arquivamento do inquérito policial
Inicialmente cumpre apontar que a autoridade policial não tem o poder de mandar
arquivar autos de inquérito, sendo que a autoridade competente para tanto é o Juiz
(art. 17, CPP)
Nesse sentido, recebidos os autos do inquérito, e ordenado o arquivamento do
inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão
do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e
encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para �ns de homologação,
na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do
inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação,
submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme
dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e
Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela
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che�a do órgão a quem couber a sua representação judicial. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019), (art. 28, CPP).
Caso ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de
base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de
outras provas tiver notícia (art. 18, CPP), conforme dispõe a súmula 524, do STF,
vejamos:
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de
justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Ressalve-se que não cabe à autoridade judiciária proceder ao arquivamento sem
impulso o�cial nesse sentido por parte do titular da ação.
Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao
juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante
legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado (art. 19, CPP).
Você quer ver?
Quer descansar e aprender ao mesmo tempo? Assista à série “Making a
Murderer” e entenda sobre a importância de uma investigação. Apesar do
documentário tratar de um ilícito nos Estados Unidos, é muito interessante
para termos ideia da importância de um inquérito policial bem feito. Veja o
Trailer em: https://www.youtube.com/watch?v=qxgbdYaR_KQ .
https://www.youtube.com/watch?v=qxgbdYaR_KQ
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4. Outras formas de
investigação
Apesar de todo o disposto ao longo deste capítulo, importante se faz apontar que o
inquérito policial não é a única forma de investigação criminal, conforme preceitua o
parágrafo único do art. 4º, do CPP.
Assim, há outras hipóteses de investigação, desde que conferidas por lei, como é o
caso do Inquérito parlamentar, presidido pela Comissão Parlamentar de Inquérito.
As comissões parlamentares de inquérito são criadas pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um
terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo. Têm
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos
nos regimentos das respectivas Casas. Suas conclusões, se for o caso, são
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou
criminal dos infratores (art. 58, § 3º, CRFB/88).
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Curiosa espécie de investigação diversa da realizada em sede de inquérito apresenta-se
disposta na lei 13.432 de 2017, que trata sobre o exercício da pro�ssão de detetive
particular. Segundo a lei, considera-se detetive particular o pro�ssional que,
habitualmente, por conta própria ou na forma de sociedade civil ou empresarial,
planeje e execute coleta de dados e informações de natureza não criminal, com
conhecimento técnico e utilizando recursos e meios tecnológicos permitidos, visando
ao esclarecimento de assuntos de interesse privado do contratante (art. 2º, lei
13.432/2017). Ressalve-se, entretanto, que o investigador particular apenas pode
colaborar com eventual investigação policial mediante autorização do contratante e
aceite por parte do delegado.
Outra espécie conhecida de investigação é o Processo Administrativo Disciplinar,
realizada pela Administração Pública, que no âmbito federalé orientada pela lei 8.112
de 1990. Segundo a legislação, a autoridade que tiver ciência de irregularidade no
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância
ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa (art. 143,
lei 8.112/1990).
Além destas, há outras hipóteses, que devem ser analisadas casuisticamente de acordo
com legislação correspondente.
Síntese
Ao longo deste capítulo estudamos os diferentes Sistemas Processuais e sua aplicação
no âmbito do Direito Processual Penal Brasileiro.
Estudamos ainda sobre o inquérito policial, uma forma de investigação dirigida por
autoridade policial com o objetivo de apurar infrações penais e sua autoria.
Em suma, nesta unidade vimos que:
O inquérito policial é um procedimento inquisitivo, sigiloso, escrito, dispensável, o�cial,
o�cioso, indisponível, de valor probante relativo, que não autoriza a
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incomunicabilidade do investigado e ao qual não são atribuíveis nulidades que o
maculem.
O inquérito policial tem um prazo determinado para realização, que será de 10 dias, se
o indiciado houver sido preso em �agrante, a partir da prisão; sendo que no caso de o
acusado encontrar-se preso preventivamente, o prazo deverá ser contado a partir do
dia em que se executar a ordem de prisão, ou seja, a partir do dia em que o indiciado
tiver tolhida sua liberdade; e de 30 dias, no caso do réu encontrar-se solto,
independentemente do pagamento de �ança.
O arquivamento do inquérito policial depende de autorização judicial a partir do
requerimento do titular da ação, que em caso de discordância, fará remessa do
inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia,
designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Estudamos ainda que fora as hipóteses de investigação através do inquérito policial,
existem outras no ordenamento jurídico, como as Comissões Parlamentares de
Inquérito e Processo Administrativo Disciplinar.
Download do PDF da unidade
Bibliografia
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Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm.
Acesso realizado em 27 de setembro de 2019.
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GARCIA. Flúvio Cardinelle. Inquérito policial: Uma visão panorâmica. Editora
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MOREIRA. Rômulo de Andrade. O direito de recorrer, o pobre, a defensoria pública e a
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PARECER TÉCNICO.

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