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1 Isadora Silva Patologia Trombose É a solidificação do sangue no leito vascular ou no interior das câmaras cardíacas. TROMBO: é a massa sólida de sangue gerada pela coagulação sanguínea, que pode ser formar na cavidade cardíaca, em artérias, veias e microcirculação. Após a morte do indivíduo por causa da parada da circulação, o sangue forma coágulos (post- mortem). Trombo ≠ Coágulo São friáveis e aderentes São elásticos a parede dos v. brilhantes e não aderentes. A fluidez sanguínea é indispensável para que o sistema circulatório possa realizar o transporte de O2 e nutrientes e recolher e transportar os catabólitos até sua eliminação. A circulação nos cerca de 5 L de sangue no interior de tubos que têm segmentos com paredes finas e passíveis de ruptura por traumatismos mínimos, sendo que isso fez surgir um mecanismo de proteção, de coagulação sanguínea, que tem por finalidade tamponar eventuais sítios de fuga do sangue. O fenômeno de coagulação atua como mecanismo efetuador da resposta imune inata e contribui para limitar a invasividade de agentes infecciosos. Apesar de ser uma prevenção da perda de sangue, a coagulação pode ser uma ameaça, pois pode dificultar e até impedir a circulação. Assim, para evitar a coagulação excessiva, a natureza desenvolveu um sistema regulador representado por fatores anticoagulantes capazes de inibir ou limitar as fases do processo ou de dissolver os trombos. ESTADO DE FLUIDEZ: equilíbrio entre coagulação e fatores anticoagulantes Etiopatogênese A formação de trombos envolve o processo de coagulação e a atividade plaquetária, estando associada a três componentes: Lesão endotelial Alteração do fluxo sanguíneo Modificação na coagulabilidade do sangue. - OBS: na trombose venosa profunda que se forma em pacientes imobilizados no leito é possível observar esse três casos citados. -Lesão endotelial: O endotélio tem ações pró e anticoagulantes. Agressões físicas, químicas ou biológicas podem torna-lo pró-coagulante por aumento na síntese de fatores da coagulação e de fatores ativadores de plaquetas ou por perda do revestimento contínuo do vaso Lesão estrutural do endotélio acontece em traumatismos. Perda de células expõe a membrana basal, sobre a qual as plaquetas se aderem e são ativadas. A perda endotelial ocorre por aumento excessivo da força de cisalhamento sobre a placa ou por desligamento do endotélio a MEC. Essa força de cisalhamento aumentada é fator que favorece a deposição de plaquetas sobre ateromas. Na endocardite, arterites, flebites e coagulação intravascular disseminada, a trombose é o fator primário desenvolvido. Disfunção endotelial também pode causar a formação de trombos, como na hipertensão 2 Isadora Silva arterial, diabetes melito, hipercolesterolemia, tabagismo, ateromas... -Alteração no fluxo sanguíneo: modificação na velocidade do sangue e turbulência no fluxo sanguíneo são fatores importantes na gênese de trombos. Retorno venoso diminuído Quando há turbulência e modificação na velocidade do fluxo, o endotélio torna-se ativado e desaparece o fluxo laminar. Na estase sanguínea (quando há parada do fluxo), além de agredir o endotélio (causando hipóxia), há uma dificuldade na remoção de fatores pró-coagulantes e reduz a chegada de anticoagulantes. EX: em aneurismas e corações com dilatação de câmeras cardíacas, arritmias cardíacas, insuficiência, estenose valvar. -Aumento da coagulabilidade do sangue: aumento da coagulabilidade sanguínea, por defeitos genéticos ou por condições adquiridas resulta de: Aumento do número de plaquetas Maior disponibilidade de fatores pró- coagulantes Redução de inibidores da coagulação Aumento do número de plaquetas e da síntese de fatores da coagulação (fribrinogênio) acompanha inflamações localizadas ou generalizadas (citocinas estimulam o endotélio) Aumento da coagulabilidade sanguínea e redução na velocidade circulatória favorecem a formação de trombos venosos. - OBS: Após traumatismos, queimaduras, cirurgias extensas e outras agressões teciduais, há liberação de tromboplastina, que ativa a via extrínseca da coagulação. -Condições que há aumento da coagulação: Indivíduos com certos tipos de câncer Anticoncepcionais orais Síndrome dos anticorpos antifosfolipídeos Síndrome trombocitopênica induzida por heparina (anticorpos que reagem contra a heparina) -Condições em que há a redução de fatores inibidores da coagulação: Perda urinária (antitrombina III) Síntese anormal, por defeitos genéticos Evolução/Consequências O crescimento do trombo pode obstruir total ou parcialmente a luz do vaso ou das câmaras cardíacas, com prejuízo do fluxo sanguíneo. O trombo pode crescer e, após tempo variável, sofrer dissolução ou organização. Trombos recentes tendem a dissolubilizar (trombólise). Trombólise terapêutica é empregada para dissolver trombos com a 3 Isadora Silva utilização de ativador tecidual do plaminogênio, introduzidos na circulação ou diretamente no vaso trombosado. Aspiração via cateter pode ajudar nessa remoção. Se não dissolvidos os trombos sofrem organização ou calcificação. -Organização: faz-se por meio de reação inflamatória em que os fagócitos englobam as células do coágulo e digerem a fibrina. -Calcificação: mais comumente nas veias dos membros inferiores, podendo ser visíveis em exames de radiografia. Por último, pode sofrer colonização bacteriana ou fúngica e causar diversas lesões como: endocardite, tromboflebite e endarterite. Consequência principal da trombose: Obstrução do vaso e quando se desprende ou se fragmenta e forma êmbolos Obstrução arterial que leva a isquemia Obstrução venosa que reduz a drenagem sanguínea e provoca hiperemia passiva e edema. Coagulação intravascular disseminada (CID) Resulta da ativação sistêmica da coagulação sanguínea, caracterizando-se pela formação de trombos múltiplos especialmente na microcirculação. Os trombos são quase sempre minúsculos, hialinos e constituídos de plaquetas e fibrina. Esses microtrombos são mais comuns em rins, pulmões, encéfalo, coração e glândulas endócrinas. Na formação generalizada de trombos de fibrina, ocorre a ativação sistêmica do sistema fibrinolítico, que leva o consumo de fibrinogênio e de fatores de coagulação, causado assim hemorragia sistêmica. A CID tem duas fases: trombótica e hemorrágica. As principais causas de CID são: Condições obstétricas: embolia amniótica, deslocamento prematuro da placenta, feto morto retido Traumatismo com destruição tecidual Infecções sistêmicas de qualquer natureza Neoplasias malignas (mieloides, linfoides e carcinomas metastáticos) Pancreatite aguda Agressões de resposta inflamatória sistêmica e choque séptico. -Instalação da CID: +Liberação de tromboplastina que inicia cascata de coagulação +Resposta inflamatória sistêmica que ativa o endotélio tornando-se pró-coagulante