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TEORIA DA TRIBUTAÇÃO Referência OBJETO DAS FINANÇAS PÚBLICAS • FORMAS DE OBTER RECURSOS: POLÍTICA TRIBUTÁRIA • FORMAS DE APLICAR RECURSOS: POLÍTICA ORÇAMENTÁRIA TRIBUTOS: ESTRUTURA DA ANÁLISE I. DEFINIÇÃO DE TRIBUTO II. FUNÇÕES DO SISTEMA TRIBUTÁRIO III. TIPOS DE TRIBUTOS IV. CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS PARA UM SISTEMA TRIBUTÁRIO V. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS TRIBUTOS - DEFINIÇÃO • “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” • Fonte: Gadelha, Sergio. Tributação e Funções Clássicas do Estado. Módulo IV ENAP • https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/3239 Funções do Sistema Tributário PRIMÁRIA: A FUNÇÃO PRIMÁRIA DOS TRIBUTOS É GERAR RECEITA AO GOVERNO PARA FINANCIAR AS DESPESAS PÚBLICAS; ALOCAÇÃO: A TRIBUTAÇÃO AFETA OS PREÇOS RELATIVOS, AFETANDO A ALOCAÇÃO DE RECURSOS (EM ALGUMAS INSTÂNCIAS, EM DETRIMENTO DA EFICIÊNCIA ECONÔMICA); DISTRIBUIÇÃO: OS TRIBUTOS PODEM SER INSTRUMENTO DE ALTERAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E RIQUEZA NA SOCIEDADE; Funções do Sistema Tributário ESTABILIZAÇÃO: A POLÍTICA TRIBUTÁRIA PODE SER UTILIZADA PARA SUAVIZAR OS CICLOS ECONÔMICOS. INDUÇÃO DE COMPORTAMENTO DESEJADO: EX: REDUÇÃO DE EXTERNALIDADES NEGATIVAS I. TIPOS DE TRIBUTOS Tipos de Tributos As modalidades tributárias principais instituídas pela Constituição Federal de 1988 correspondem a: • Impostos; • Taxas; • Contribuições; • Empréstimos compulsórios. IMPOSTOS • É um tributo cobrado pelo governo, sem um fim específico pré-definido. Exemplo: O governo arrecada o imposto de renda, por exemplo, sem assumir compromisso específico em usar os recursos para financiar um projeto X ou Y. • Impostos compõem uma “GRANDE CONTA” que financia as mais diversas formas de gasto público. • Existe, no entanto, um orçamento pré-aprovado a ser cumprido. TAXAS • Ao contrário dos Impostos, as taxas são vinculadas a uma prestação de serviço público, seja na esfera federal, estadual ou municipal, sendo que uma não pode interferir na competência da outra. • Assim, uma taxa de competência municipal não pode ser cobrada também pela União. • Iluminação pública, serviço de coleta de lixo e fiscalização são exemplos de serviços públicos taxados ao contribuinte. CONTRIBUIÇÃO • Uma figura legal que concede às partes tributadas o direito a alguma contrapartida. • OU SEJA, O GOVERNO SÓ PODE UTILIZAR ESSA ARRECADAÇÃO PARA UM FIM ESPECÍFICO. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS • Os Empréstimos Compulsórios são Tributos designados a situações extraordinárias e urgentes de calamidade pública ou guerra eminente. • A aplicação de seus recursos é destinada exclusivamente para efetivar os fins para os quais foram criados. • É o caso de empréstimos para auxiliar na reconstrução de cidades acometidas por enchentes ou outros desastres naturais, por exemplo. • Teoricamente, por tratar-se de um empréstimo, a União deve restituí-lo da mesma forma como foi recolhido. TRIBUTO vs IMPOSTO • O tributo, segundo a legislação brasileira, é uma prestação pecuniária compulsória que deve ser paga em moeda ou em algum valor ao qual ela seja expressa. • Seu pagamento deve ser in natura ou in labore e instituído em lei, sendo cobrada diante atividade administrativa plenamente vinculada. • Uma exceção para isso é o art. 156 XI CTN que vincula a possibilidade do devedor atribuir como forma de pagamento algum bem imóvel. • O imposto é um tipo de tributo. II. CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS DE UM SISTEMA TRIBUTÁRIO CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS DE UM SISTEMA TRIBUTÁRIO O SISTEMA TRIBUTÁRIO PODE SER AVALIADO QUANTO A UMA FORMA “IDEAL” CONSIDERANDO-SE OS SEGUINTES PARÂMETROS OU ATRIBUTOS: 1. EQUIDADE 2. PROGRESSIVIDADE 3. NEUTRALIDADE 4. SIMPLICIDADE O SISTEMA TRIBUTÁRIO PODE SER AVALIADO COMO SENDO “IDEAL” QUANDO ATENDE ÀS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS: 1. EQUIDADE A distribuição do ônus tributário deve ser equitativa entre os indivíduos da sociedade (cada indivíduo deve contribuir com uma parcela “justa” para cobrir os custos do governo). CRITÉRIOS PARA A DEFINIÇÃO DO QUE É “JUSTO”?: PRINCÍPIO DO BENEFÍCIO: Cada indivíduo deveria contribuir com um valor proporcional aos benefícios gerados pelo consumo do bem público. (Exemplo clássico – imposto sobre combustível CIDE aplicado à manutenção das estradas) PRINCÍPIO DA CAPACIDADE DE PAGAMENTO: (Ao contrário do critério anterior, permite formular uma regra geral) – A renda ou lucro da empresa podem ser referências adequadas. Reduzir distorções significativas na incidência dos impostos sobre as empresas, influenciando negativamente as decisões sobre investimentos e geração de empregos; Equidade (cont.) 2. PROGRESSIVIDADE PRINCÍPIO QUE SE DEVE TRIBUTAR MAIS QUEM TEM RENDA MAIS ALTA. • Ideia: quem recebe mais renda deve pagar uma proporção maior de impostos relativamente às pessoas de mais baixa renda. • Exemplo: imposto de renda com alíquotas progressivas. CURVA DE LAFER: • Ilustra um limite para o aumento de alíquotas de imposto pelo governo sem comprometer a receita com arrecadação. PRINCÍPIOS BÁSICOS: • Com alíquota tributária nula (0), a receita com imposto é nula. • No entanto, com alíquota de 100%, a receita dos indivíduos torna-se nula, pois ninguém irá trabalhar para que o governo se aproprie de toda a renda. • PORTANTO HÁ UM NÍVEL DE ALÍQUOTA QUE MAXIMIZA A RECEITA. 2. Progressividade – conceitos relacionados A PARTIR DO PONTO DE MÁXIMO, NO “LADO ERRADO DA CURVA” – DIREITO – AUMENTOS NAS ALÍQUOTAS PRODUZEM UMA EVASÃO E/OU DESESTÍMULO ÀS ATIVIDADES FORMAIS QUE SUPERAM O AUMENTO DA ALÍQUOTA, GERANDO PERDA DE RECEITA. 3. NEUTRALIDADE • Quando o sistema tributário não provoca distorção na alocação de recursos, portanto não prejudica a eficiência do sistema econômico. 3. Neutralidade (cont.) • CASO OPOSTO – NÃO NEUTRALIDADE O CASO DO IMPOSTO SELETIVO SOBRE O CONSUMO - NÃO HÁ NEUTRALIDADE. • PODE LEVAR, POR EXEMPLO, A UMA REDUÇÃO NO CONSUMO. EX: IMPOSTO SOBRE BEBIDAS ALCOÓLICAS, CIGARROS, ETC – COMBATE ÀS EXTERNALIDADES NEGATIVAS. Cumulativos não proporcionam neutralidade • Não Neutro: ‘Diz-se de um imposto que incide em todas as etapas intermediárias dos processos produtivo e/ou de comercialização de determinado bem, inclusive sobre o próprio imposto anteriormente pago, da origem até o consumidor final, influindo na composição de seu custo e, em consequência, na fixação de seu preço de venda’. (PORTAL TRIBUTÁRIO) http://www.portaltributario.com.br/ Cumulativos não proporcionam neutralidade Isso significa que a empresa não terá direito a crédito do imposto pago no momento da aquisição de uma mercadoria. Por essa razão, são conhecidos como impostos em cascata. • IMPOSTO CUMULATIVO: O PIS (Programa de Integração Social); • * A COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) • * A antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) • É necessário atentar-se que no caso do PIS e da COFINS há uma particularidade: O imposto é cumulativo para empresas de lucro presumido, porém, é não cumulativo para empresas do lucro real. 4. SIMPLICIDADE O IMPOSTO DEVE SER SUFICIENTEMENTE SIMPLES PARA QUE: . O GOVERNO POSSA ACOMPANHAR A ARRECADAÇÃO E TRABALHAR COM OS VALORES A SEREM ARRECADADOS. . O CONTRIBUINTE COMPREENDA O SEU MECANISMO. EXEMPLO: IMPOSTO ÚNICO NO VAREJO Resumindo Quatro critérios para definir um sistema tributário desejável: 1. Equidade 2. Progressividade 3. Neutralidade 4. Simplicidade • Outros ainda podem ser úteis e mesmo essenciais em determinados contextos como: flexibilidade, transparência, ... III. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS III. Classificação dos Tributos III.1. DISTRIBUIÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA III.2. FORMA DE INCIDÊNCIA III.3. BASE DE CÁLCULO III.4. FORMADE APURAÇÃO OU PROCEDIMENTO DE CÁLCULO III.1. SEGUNDO A DISTRIBUIÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA a) PROGRESSIVO b) REGRESSIVO c) NEUTRO Do ponto de vista da DISTRIBUIÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA, os tributos podem ser: a) PROGRESSIVO: o valor ou percentual de imposto a pagar aumenta para níveis de renda mais elevados. Exemplo: Imposto de renda. b) REGRESSIVO: à medida que a renda aumenta a relação entre imposto a pagar e a renda decresce Exemplo: Valor fixo constante sobre alimentos. Do ponto de vista da DISTRIBUIÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA, os tributos podem ser: c) NEUTRO: um valor percentual constante incide para todos os níveis de renda. A tributação sobre o consumo é “neutra” quando os agentes econômicos não levam em conta o imposto que incide sobre bens e serviços para tomar suas decisões (o que, quanto e para quem produzir). • Para termos um tributo sobre o consumo neutro, é preciso que a incidência do tributo se distribua de forma tal que os agentes econômicos sejam indiferentes ao tributo. Do ponto de vista da DISTRIBUIÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA, os tributos podem ser: Neutro (cont.) c) NEUTRO: um valor percentual constante incide para todos os níveis de renda. • Isto não significa que o mercado não seja influenciado pela tributação sobre bens e serviços, já que os preços respectivos passam a incluir uma parcela representada pelo tributo. • O importante é que o tributo se distribua de forma a não influenciar a tomada de decisão dos agentes econômicos. • O Brasil adota impostos não-cumulativos (IPI e ICMS), que permitem uma distribuição do ônus tributário proporcionalmente a quanto cada um adiciona de valor ao produto. • Isto não significa que a “tributação é neutra”. • Ao contrário, à medida em que as isenções, incentivos e benefícios fiscais criam “vantagens fiscais” para alguns em detrimento de outros. • Neste caso, a tributação passa a ser um fator fundamental na tomada das decisões dos agentes econômicos. Distribuição da Carga Tributária (cont.) III.2. SEGUNDO A FORMA DE INCIDÊNCIA Quanto à Forma de Incidência a. IMPOSTOS DIRETOS: • INCIDEM SOBRE PESSOAS OU ENTIDADES LEGAIS, TAIS COMO FIRMAS (IMPOSTO SOBRE PESSOA FÍSICA e JURÍDICA); ESTANDO, PORTANTO, ASSOCIADOS À CAPACIDADE DE PAGAMENTO DE CADA CONTRIBUINTE. b. IMPOSTOS INDIRETOS: • INCIDEM SOBRE CONSUMO, VENDAS DE PROPRIEDADES, INDEPENDENTE DAS CARACTERÍSTICAS DOS INDIVÍDUOS. (PODEM SE TORNAR REGRESSIVOS) Exemplos de Impostos Diretos • IMPOSTO DE RENDA – IRPF (OU IRPJ) • INCIDE SOBRE REMUNERAÇÕES GERADAS NO SISTEMA ECONÔMICO: • SALÁRIOS, JUROS, DIVIDENDOS E ALUGUÉIS. • É COBRADO EM BASE PESSOAL, COM ISENÇÕES OU ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS, DETERMINADAS PELAS CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS DO CONTRIBUINTE. IMPOSTOS INDIRETOS SOBRE O CONSUMO: EXEMPLOS NO CASO DA ECONOMIA BRASILEIRA • PRINCIPAIS MODALIDADES DE TRIBUTAÇÃO SOBRE O CONSUMO: ICMS – IMPOSTO (ESTADUAL) SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS IPI – IMPOSTO (FEDERAL) SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS ISS – IMPOSTO (MUNICIPAL) SOBRE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PIS/COFINS – CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL • PIS – PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL • COFINS – CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURANÇA SOCIAL III.3. SEGUNDO A BASE DE INCIDÊNCIA Segundo a Base de Incidência a) RENDA: imposto que incide sobre a renda gerada na economia. b) PATRIMÔNIO: imposto que incide sobre um patrimônio (imóvel, por exemplo). c) VENDAS: imposto que incide sobre vendas de mercadorias e serviços. III.4. FORMA DE APURAÇÃO OU PROCEDIMENTO DE CÁLCULO SEGUNDO A FORMA DE APURAÇÃO OU PROCEDIMENTO DE CÁLCULO a. IMPOSTO EM CASCATA E SOBRE VALOR ADICIONADO (IVA) b. IMPOSTO “POR DENTRO” E “POR FORA” • IMPOSTO EM CASCATA • QUANDO EXISTE INCIDÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE IMPOSTO EM UMA ETAPA ANTERIOR DE PRODUÇÃO OU CONSUMO. • EXEMPLOS: • COM BASE NO VALOR DAS VENDAS: COBRADOS EM TODOS OS ESTÁGIOS DO PROCESSO DE PRODUÇÃO/COMERCIALIZAÇÃO E COM BASE NO VALOR DAS VENDAS EM CADA ETAPA DO CICLO. • IVV – IMPOSTO SOBRE VENDAS AO VAREJO - COBRADOS APENAS NO ÚLTIMO ESTÁGIO DO PROCESSO DE COMERCIALIZAÇÃO (VAREJISTA), COM BASE NO VALOR DE VENDA AO CONSUMIDOR FINAL. SEGUNDO A FORMA DE APURAÇÃO OU PROCEDIMENTO DE CÁLCULO Críticas aos impostos em cascata. Exemplo: Pis/Cofins • - GERALMENTE SÃO PREJUDICIAIS À EFICIÊNCIA ECONÔMICA, UMA VEZ QUE PROVOCAM DISTORÇÕES NOS PREÇOS RELATIVOS (AUMENTANDO OS CUSTOS) – PODE REDUNDAR EM PROBLEMA DE NÃO NEUTRALIDADE – “FORÇANDO UMA VERTICALIZAÇÃO DO SISTEMA PRODUTIVO E DE COMERCIALIZAÇÃO”. • - IMPLICAÇÕES NA ALOCAÇÃO DOS RECURSOS, TENDO EM VISTA QUE INTRODUZ UM VIÉS: PRODUTOS COM MAIOR NÚMERO DE ETAPAS DE PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO FICAM SUJEITOS A UMA MAIOR INCIDÊNCIA. IMPOSTO SOBRE VALOR ADICIONADO • IMPOSTO SOBRE VALOR ADICIONADO (IVA) • COBRADO EM TODOS OS ESTÁGIOS DO PROCESSO DE PRODUÇÃO/COMERCIALIZAÇÃO, COM BASE NO VALOR ADICIONADO EM CADA ETAPA DO CICLO • O IMPOSTO A PAGAR É OBTIDO A PARTIR DA APLICAÇÃO DE UMA DETERMINADA ALÍQUOTA SOBRE O VALOR ADICIONADO. • CONSIDERA A SOMA DE TODOS OS PAGAMENTOS A FATORES DE PRODUÇÃO, INCLUSIVE OS LUCROS AUFERIDOS PELA EMPRESA. • Caso não houvessem exceções, este poderia ser um exemplo de imposto neutro. EXEMPLO – MÉTODO DO CRÉDITO FISCAL • CRÉDITO FISCAL: • Em determinado período t, no tempo: • IVA DAS VENDAS – IVA DAS COMPRAS = CRÉDITO • VANTAGEM DESSE MÉTODO: • AUTOFISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA, TENDO EM VISTA QUE O DIREITO AO USO DO CRÉDITO FISCAL ESTÁ CONDICIONADO AO LANÇAMENTO DO IMPOSTO RECOLHIDO NA NOTA FISCAL. • ICMS – IMPOSTO SOBRE A CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS (Constituinte de 1988 – ICM) – abrangência da base. IMPOSTO SOBRE VALOR ADICIONADO (IVA) IMPOSTO “POR DENTRO” E “POR FORA” •No Brasil, a prática de incluir o imposto na sua própria base, portanto cobrar imposto sobre imposto (popularmente chamada de Cálculo “Por Dentro”) , foi introduzida na criação do ICM (precursor do ICMS) em 1966. IMPOSTOS QUE PODEM SER CALCULADOS “POR DENTRO” E “POR FORA” : Considerar: P = B + T Onde: P = preço unitário incluindo imposto, também chamado de preço “cheio”. B = base de cálculo do imposto ou valor líquido de imposto. T = valor do tributo. A definição está associada à forma de cálculo do valor de T: “Por fora”: T = t.B (t: % imposto) exemplo: “Por dentro”: T = t.P (t: % imposto) SÉRGIO ZIMMERMAN (CEO DA PETZ); CONGRESSO BRASILSHOP 2018 O Brasil tem 34% de carga tributária. E, ao contrário do que alguns acham, não é a taxa mais alta do mundo, é exatamente a média do que se tributa no mundo todo. Tem países que tributam 46, 47% enquanto outros tributam 15 ou 20%. O problema não é o tamanho da carga tributária: é a contrapartida que recebemos por ela. O Brasil é, com certeza, o pior país do mundo em contrapartida. Pagamos tudo isso e não temos saúde, educação e nem segurança. Acabamos pagando em duplicidade essas coisas quando usamos. O segundo problema é a estrutura da carga tributária. No resto do mundo ela é formada, basicamente, 40% na renda e 20% em cima do consumo. Aqui no Brasil é 50% no consumo e 20% na renda. Então, isso provoca uma distorção gigante onde o mais rico paga menos imposto, proporcionalmente, do que o mais pobre. O mundo inteiro tem um sistema progressivo de renda, onde quanto mais rico você é mais você paga imposto. Aqui, quanto mais rico você é menos você paga. O Brasil não tributa dividendos de empresas quando é distribuído lucro para pessoa física - só aqui e na Estônia que isso acontece. Então, o Brasil tem distorções que favorecem muito quem mais ganha. E o maior problema de todos é que esse imposto sobre o consumo está embutido no preço. Nos EUA, quando você vê um produto na vitrine por US$ 100, no caixa você paga US$ 110 – 100 do produto e mais 10 dos impostos. https://www.ospcontabilidade.com.br/blog/a-carga-tributaria-no-brasil-e-no-mundo-comparativo-e-necessidade-de-mudancas/
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