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ESTIMATIVA DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS: PACIENTES ENFERMOS - HOSPITALIZADOS/HOME CARE/AMBULATÓRIO EQUAÇÃO DE HARRIS-BENEDICT (HB) As equações de Harris-Benedict (HB) foram algumas das equações mais utilizadas para estimar a Taxa de Metabolismo Basal (TMB), em indivíduos normais e doentes ou feridos (Harris e Benedict, 1919). Embora antiga, a fórmula de HB é ADEQUADA e foi por várias vezes VALIDADA; É um método utilizado apenas para ADULTOS (maiores 18 anos); Pode superestimar as necessidades cerca de 5 a 7%; A equação deve ser acrescida de fatores de multiplicação: FA: Fator atividade; FT: Fator Térmico e FI: Fator Injúria (serão detalhados adiante). NET = TMB x FA x FT x FI TAXA METABÓLICA BASAL (TMB) A TMB refere-se à quantidade de energia que o organismo humano utiliza para manter suas funções vitais básicas (inerentes à manutenção da vida), conforme fórmula a seguir (Harris e Benedict, 1919): TMB = 66 + (13,7 x P) + (5 x A) – (6,8 x I) (sexo masculino) TMB = 655 + (9,6 x P) + (1,8 x A) – (4,7 x I) (sexo feminino) Onde: P = Peso (Kg) A = Altura (cm) I = Idade (anos) ATENÇÃO: UTILIZAR PESO EM QUILOS E ALTURA EM CENTÍMETROS!!! QUAL PESO DEVE SER UTILIZADO PARA CALCULAR A TMB? UTILIZAR OS CONCEITOS APREENDIDOS ANTERIORMENTE. NECESSIDADE ENERGÉTICA TOTAL (NET) Uma vez calculada a TMB, a NET é calculada utilizando 3 tipos de fatores multiplicados à TMB: Fator Atividade (FA) • O fator atividade é utilizado para indicar se o paciente é acamado, se ele deambula, ou se ele deambula com ajuda/dificuldade (móvel + acamado) • Este fator irá aumentar um percentual da energia gasta pelo paciente (em percentuais) para se movimentar Fator Térmico (FT) • A presença da febre eleva o GE; • Aumenta a TMB cerca de 13% a cada grau de temperatura, acima de 37 graus; • Os fatores térmicos utilizados são “arrendondados” para 10% a cada grau de febre aumentado, acima de 37 graus. Fator Injúria (FI) (ou estresse) • Os fatores injúria ou estresse estão relacionados ao aumento percentual das NE referentes à doença do paciente; • Utiliza-se apenas UM fator injúria, geralmente o maior (se o paciente apresenta mais de um fator injúria, por exemplo, câncer e doença renal, utilizar o de maior valor). Fator Atividade Valor Acamado 1,2 Móvel + acamado 1,25 Móvel ou deambulando 1,3 FATOR ATIVIDADE (FA) E FATOR TÉRMICO (FT) Long e col. (1979) ▪ São utilizados os seguintes valores para o FA e FI, multiplicando a TMB: Fator Térmico Valor 38ºC 1,1 39ºC 1,2 40ºC 1,3 41ºC 1,4 Kinney citado por Guimarães, 2008. Fator injúria Valor Pancreatite 1,3 a 1,8 Pequena cirurgia 1,20 Pequeno trauma de tecido 1,14 a 1,37 Peritonite 1,2 a 1,5 PO cirurgia cardíaca 1,2 a 1,5 PO cirurgia geral 1,0 a 1,5 Queimadura (40% a 100%) 1,85 a 2,05 Queimadura (20% a 40%) 1,5 a 1,85 Queimadura (até 20%) 1,0 a 1,5 Septicemia 1,4 a 1,8 Transplante de fígado 1,2 a 1,5 Transplante de medula óssea (TMO) 1,2 a 1,3 Fator injúria Valor Câncer 1,1 a 1,45 Cirurgia eletiva 1,0 a 1,1 Desnutrição grave 1,50 Doença cardiopulmonar 0,8 a 1,0 Doença cardiopulmonar com cirurgia 1,3 a 1,55 Fraturas múltiplas 1,2 a 1,35 Infecção grave 1,3 a 1,35 Insuficiência cardíaca 1,3 a 1,5 Insuficiência hepática 1,3 a 1,55 Insuficiência renal aguda 1,30 Jejum ou inanição 0,8 a 1,0 Paciente não complicado 1,00 FATORES INJÚRIA (FI) Long e col. (1979) CÁLCULO FINAL DO HARRIS BENEDICT NET = TMB x FA x FT x FI Lembrete: O TMB é obtido por meio da equação de Harris-Benedict NET: Necessidade Energética Total. 2. MÉTODO CALORIA POR QUILOGRAMA DE PESO CORPORAL (KCAL/KG) (“FÓRMULA DE BOLSO”) MÉTODO CALORIA POR QUILOGRAMA DE PESO CORPORAL (KCAL/KG) (“FÓRMULA DE BOLSO”) Este método considera apenas o peso do indivíduo multiplicado por uma taxa calórica com base em sua condição nutricional ou patológica, conforme apresentadas nas tabelas a seguir. O peso utilizado na fórmula deve ser o sempre o peso atual do paciente, independente do seu estado nutricional; A fórmula da regra de bolso é dada por: NET = Peso (kg) x kcal MÉTODO CALORIA POR QUILOGRAMA DE PESO CORPORAL (KCAL/KG) (“FÓRMULA DE BOLSO”) Injúria/condição fisiopatológica Taxas calóricas (kcal/Kg) Perda de peso 20 a 25 Manutenção de peso 25 a 30 Ganho de peso 30 a 35 Politrauma / situação de estresse 35 a 40 Sepse 25 a 30 Cirurgia eletiva em geral 32 Martins et al (2000) apud Mussoi (2014) Adultos e idosos Crianças Idade (anos) Necessidade energética (kcal/Kg peso) 0 a 1 90 a 120 1 a 7 75 a 90 7 a 12 60 a 75 12 a 18 30 a 60 Section VII (2002) apud Mussoi (2014) MÉTODO CALORIA POR QUILOGRAMA DE PESO CORPORAL (KCAL/KG) (“FÓRMULA DE BOLSO”) Injúria/condição fisiopatológica Taxas calóricas (kcal/Kg) Realimentação 20 Obeso 15 a 21 Manutenção do peso 25 a 30 Ganho de peso 30 a 35 Repleção 35 a 45 INCA (2009) apud Mussoi (2014) Pacientes oncológicos adultos em tratamento cirúrgico (pré e pós-operatório) e tratamento clínico (quimioterapia e radioterapia) Injúria/condição fisiopatológica Taxas calóricas (kcal/Kg) Manutenção do peso 25 a 30 Ganho de peso 30 a 35 Repleção 35 a 45 INCA (2009) apud Mussoi (2014) Pacientes oncológicos adultos em transplante de célula-tronco hematopoética (TCTH, pré e pós- transplante)