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@nutri.natallia Avaliação nutricional de idosos Avaliação nutricional → Primeira etapa do cuidado nutricional e é um componente essencial da avaliação geriátrica → Atenção especial ao idoso hospitalizado – desnutrição intrahospitalar é mais significativa em idosos (IBRANUTRI, 1996) Avaliação subjetiva → Possibilita a triagem dos pacientes em maior risco nutricional – deficiência nutricional, chances de desenvolver desnutrição ↳ Utiliza-se um questionário para idosos → Exemplo: exame físico – não dá para quantificar Avaliação objetiva → Permite traçar o diagnóstico nutricional e auxilia no planejamento, implementação e acompanhamento de intervenções nutricionais Envelhecimento → Envelhecimento: processo normal que começa na concepção e termina na morte → Alterações em diversas áreas: ⦁ Processos cronológicos ⦁ Biológicos ⦁ Psicológicos e sociais ⦁ Alterações de composição corporal ⦁ Perdas sensoriais ⦁ Estado de saúde bucal ⦁ Função gastrintestinal ⦁ Função cardiovascular, renal, neurológica ⦁ Imunocompetência e medicações ⦁ Desnutrição proteico calórica → O que pode potencializar/acelerar o processo: ⦁ Eventos da vida ⦁ Enfermidade ⦁ Genética ⦁ Fatores socioeconômicos ⦁ Estilo de vida – adequação e regularidade do sono, frequência de consumo de refeições bem @nutri.natallia balanceadas, suficiência de atividade física, álcool, fumo e peso corporal → A hospitalização de idosos é frequente e prolongada → DPC – não detectada – modificações fisiológicas mascaram deficiências nutricionais ↳ A incidência é de 55 a 65% ⦁ Aumento das complicações ⦁ Tempo de permanência hospitalar ⦁ Morbimortalidade → Diagnóstico e intervenção nutricional precoce → PROGNÓSTICO Avaliação nutricional de idosos → Compreende os mesmos passos da avaliação nutricional de adultos → Devido as modificações próprias do envelhecimento, deve-se levar em conta as particularidades a serem valorizadas neste grupo → Não existe padrão ouro para avaliação nutricional devido as variações na composição corporal Estatura → Ocorrem mudanças nas dimensões corporais → A partir dos 40 anos há perda de 1 a 2,5cm por década por causa de diversos motivos: ⦁ Redução dos arcos plantares ⦁ Aumento da curvatura da coluna vertebral ⦁ Redução do volume dos discos intervertebrais, devido a diminuição volume de água do corpo através de perda intracelular → Essa perda também depende do gênero ↳ Estudos demonstram perda média de estatura (70 a 95 anos de idade) ⦁ Mulheres – perda de 2 a 6 cm ⦁ Homens – perda de 1,9 a 6,7 cm → ESTATURA AFERIDA – realizada com um estadiômetro e com o idoso em pé, descalço, com os calcanhares juntos, costas eretas e braços estendidos ao lado do corpo → ESTATURA ESTIMADA – altura recumbente ↳ Envergadura dos braços (OMS, 1999): ⦁ [0,73 x (2 x envergadura do braço em metros)] + 0,43 @nutri.natallia → Se o idoso não conseguir ficar em pé, usa-se a fórmula de estatura estimada por Chumlea e cols. (1985) – utiliza a altura do joelho ⦁ Homens ↳ Altura (cm) = 64,19 – (0,04 x idade em anos) + (2,02 x altura do joelho (cm)) ⦁ Mulheres ↳ Altura (cm) = 84,88 – (0,24 x idade em anos) + (1,83 x altura do joelho (cm)) ⦁ Circunferência da panturrilha (CP) – medida do maior diâmetro da panturrilha; estima o tecido somático; sempre deve ser feita em idosos ↳ O ponto de corte da CP é de 31cm – caso seja menor que isso, indica perda significativa de massa muscular ⦁ Altura do joelho (AJ) – posição supina, formando um ângulo de 90 entre joelho e o tornozelo ↳ O antropômetro deverá ter a base colocada no calcanhar e a haste da fíbula → Rabito (2008) também criou uma equação para estimar a estatura ↳ Estatura (m) = 63,525 – 3,237 x (sexo) – 0,06904 x idade (anos) + 1,293 x (E/2) ⦁ Sexo – multiplicar 1 para masculino e 2 para feminino ⦁ E/2 – meia envergadura do braço (cm) Composição corporal → Massa corporal magra declina de 1 a 2% por ano ⦁ Diminui como % do peso corporal – perda na massa de esqueleto e do músculo esquelético ⦁ Diminui 6% por cada década a partir dos 30 anos ⦁ Diminui água corporal intracelular (ACT= diminui 80 – 60 a 70%) → Reservas de gordura corporal aumentam ⦁ Aumenta com % do peso corporal de 0,5 a 1,5% ⦁ Redistribuição da gordura subcutânea – armazenada intra abdominal e intramuscular @nutri.natallia Peso corporal → Incremento no peso corporal – 45 a 50 anos → 65 anos – ocorre o declínio do peso → Perda de peso – fenômeno multifatorial → Fórmulas para cálculo de peso ideal, déficit de peso, peso usual e suas % de adequação são as mesmas vistas em adultos → Se o idoso não conseguir subir na balança, usa-se a fórmula de Chumlea e cols. (1988) para calcular o peso estimado ⦁ Homens ↳ Peso (kg)= [(0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x DCSE) – 81,69] ⦁ Mulheres ↳ Peso (kg)= [(1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98x CB) + (0,4 x DCSE) – 62,35] → Rabito (2008) também criou uma equação para estimar o peso corporal ↳ Peso (kg) = 0,5759 (CB) + 0,5263 (CAb) + 1,2452 (CP – 4,8689 (S) – 32,9241 ⦁ CAb – circunferência abdominal (cm) ⦁ S – sexo, multiplicar 1 para masculino e 2 para feminino Variações de peso ⦁ P.A = peso atual obtido no momento da avaliação ⦁ P.D = peso ideal ou desejado, calculado de acordo com o sexo, altura e estrutura óssea ⦁ P.U = peso usual, referido pelo indivíduo como normal, exercendo atividades usuais (obs: mudanças recentes de peso? Incapacidade de aferir o peso atual?) ⦁ P.Aj = peso ajustado, peso ideal corrigido para a determinação da necessidade energética e nutrientes quando a adequação do peso for <95% a >115% Peso ideal = pode ser calculado a partir do IMC ideal % Adequação do peso → % Adequação do peso = (peso atual / peso ideal) x 100 @nutri.natallia % Perda de peso → Identifica o grau de severidade de perda de peso em relação ao peso usual ou habitual → % Déficit de peso = (PU – PA) x 100 PU Antropometria → Índice de massa corporal (IMC) – limite de normalidade aumenta para 22 a 27 kg/m2 → Dobras cutâneas – DCT, DCB, DCSI, DCSE ↳ Cuidado com as dobras cutâneas em idosos – se diferem das DC dos adultos pois os idosos possuem mais pele ⦁ A compressibilidade das dobras se altera ⦁ Há perda do recuo da pele e um aumento no tempo de recuperação viscoelástica ⦁ Aferição menos precisa no idoso → Circunferências – CB, CMB, CC, CQ, CA, CP ↳ Observar os locais anatômicos para mensuração Pregas cutâneas, CB, CMB e adequação ⦁ DCT (Dobra Cutânea Tricipital): ↳ Estimativa de reserva energética (tecido adiposo) ⦁ CB (Circunferência Braquial): ↳ Estimativa de proteína somática e tecido adiposo ⦁ CMB (Circunferência Muscular do Braço): ↳ Estimativa de tecido muscular CMB (cm) = CB (cm) – (3,14 x PCT (cm)) → % Adequação (do PCT, CB e CMB) = (Medida do Paciente / Medida do Percentil 50) x 100 → PADRÃO DE REFERÊNCIA – será utilizado para encontrar o Percentil 50 dessas medidas: ↳ Adultos e Idosos (até 74 anos e 11 meses): ⦁ PCT e CB – Tabelas de Frisancho (1990) ⦁ CMB – Tabelas de Frisancho (1981) ↳ Idosos a partir de 60 anos: ⦁ PCT, CB e CMB – NHANES III (1988- 1991) @nutri.natallia → VALORES DO PERCENTIL 50 PARA PCT, CB, CMB – FRISANCHO Idade (anos) Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres 55 – 59,9 11.5 26 32.3 30.9 60 – 64,9 11.5 26 32 30.8 65 – 69,9 11 25 31.1 30.5 70 – 74,9 11 24 30.7 30.3 26.8 22.5 * 1 Fonte : FRISANCHO, A.R. Anthropometric standards for the assessment of growth and nutritional status. University of Michigan, 1990. * 2 Fonte : FRISANCHO, A.R. New norms of upper limb fat and muscle areas for assessment of nutritional status. Am. J. Clin. Nutr., 34: 2540 – 2545, 1981. PCT (mm) * 1CB (cm) * 1 CMB (cm) * 2 27.8 22.5 → CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL POR MEIO DOS PERCENTUAIS DE ADEQUAÇÃO DE PCT, CB E CMB PCT e CB Desnutrição Grave Desnutrição Moderada Desnutrição Leve Eutrofia Sobrepeso Obesidade % Adequação < 70% 70-80% 80-90% 90-110% 110-120% >120% CMB Desnutrição Grave Desnutrição Moderada Desnutrição Leve Eutrofia % Adequação < 70% 70-80% 80-90% 90-110% Fonte: BLACKBURN E THORNTON, Nutritional assessment of the hospitalized patients. Med. Clin. North Am., 63: 1103 – 1115, 1979. → CLASSIFICAÇÃO, EM PERCENTIS DA PCT, CB E CMB DE HOMENS COM 60 ANOS OU MAIS (NHANES III) → CLASSIFICAÇÃO, EM PERCENTIS DA PCT, CB E CMB DE MULHERES COM 60 ANOS OU MAIS (NHANES III): Circunferência abdominal → Ponto médio se localiza entre última costela e crista ilíaca → Envelhecimento: provoca a redistribuição da gordura corporal, diminui nos membros e aumenta no abdômen → Gordura abdominal: tem relação com complicações metabólicas associadas à obesidade Circunferência da panturrilha → Circunferência da panturrilha (CP): medida antropométrica mais sensível de massa muscular para idosos → Como é feita a medida da CP? ⦁ Posição supina ⦁ Joelho dobrado em angulo de 90° @nutri.natallia ⦁ Calcanhar apoiado na cama ou cadeira ⦁ Mede-se a maior circunferência com fita métrica ⦁ Valores inferiores a 31 cm indicam perda de massa muscular (OMS, 1995) Índice de massa corporal (IMC) ⦁ Baixo peso/magreza: < ou = a 22kg/m2 ⦁ Peso adequado: > 22 e < 27kg/m2 ⦁ Excesso de peso: > ou = a 27kg/m2 → Estudos sugerem pontos de corte mais altos, pois os idosos necessitariam de uma reserva maior afim de prevenir a desnutrição Mini avaliação nutricional (MAN) → Validade por Guizoz et al. (1994) ⦁ Triagem nutricional ⦁ Não invasiva ⦁ Prática, de simples mensurações e de questões rápidas ⦁ 98% especificidade ⦁ 96% de sensibilidade ⦁ 97% de valor prognóstico para desnutrição ⦁ A MAN inclui uma parte de triagem e outra de avaliação → Triagem – 6 questões relacionadas ao IMC, problemas neuropsicológicos, mobilidade, perda ponderal recente, ingestão alimentar e presença de doença aguda → Avaliação – medidas antropométricas; avaliação relacionada ao modo de vida, medicação e capacidade funcional; questionário dietético; avaliação subjetiva → Objetivo da MAN – avaliar o risco potencial de desnutrição no idoso, de modo a permitir a intervenção precoce quando necessário → Características da MAN: ⦁ Medidas antropométricas – PA, A, IMC, CMB, CP @nutri.natallia ⦁ Avaliação global – perguntas relacionadas com modo de vida, medicação e mobilidade ⦁ Questionário dietético – perguntas relacionadas ao n° de refeições, ingestão de alimentos, líquidos e autonomia na alimentação ⦁ Avaliação subjetiva – a auto percepção da saúde e nutrição → Escore da MAN – pode avaliar o risco de desnutrição em pessoas idosas antes que as alterações clínicas se manifestem ⦁ > ou = a 24 pontos – bem nutrido ⦁ De 17 a 23,5 pontos – risco de desnutrição ⦁ < 17 pontos – desnutrido
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