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Lucas e Luma 
Responsabilidade Civil: Objetiva e Subjetiva
No âmbito do contrato de trabalho, a responsabilidade civil pode ser objetiva ou subjetiva, a depender do caso concreto. A responsabilidade civil é a obrigação de reparar um dano causado a outra pessoa em decorrência de uma conduta ilícita. 
A responsabilidade civil subjetiva ocorre quando há a comprovação de que o empregador agiu com culpa ou dolo no exercício da sua atividade laboral. Por exemplo, se um empregador não proporcionar condições seguras de trabalho e o trabalhador sofrer um acidente em decorrência disso, o empregador pode ser responsabilizado civilmente pela reparação dos danos causados, desde que seja comprovada a culpa do empregador.
Já a responsabilidade civil objetiva ocorre quando não é necessário comprovar a culpa do empregador, bastando apenas a demonstração do nexo causal entre o dano sofrido pelo trabalhador e o trabalho que ele desenvolvia na empresa. Um exemplo de responsabilidade civil objetiva no contrato de trabalho é o caso de um empregado que, no exercício da sua atividade, sofre uma doença ocupacional, como a síndrome do túnel do carpo, em decorrência de movimentos repetitivos. Nesse caso, a responsabilidade civil é objetiva, pois basta demonstrar que a doença foi causada pela atividade laboral para que o empregador seja responsabilizado pela reparação dos danos. No contrato de trabalho, a responsabilidade civil pode ser subjetiva, quando é necessário comprovar a culpa do empregador, ou objetiva, quando basta demonstrar o nexo causal entre o dano sofrido pelo trabalhador e a atividade laboral exercida na empresa.
Tendo observado que nas hipóteses de Responsabilidade Subjetiva, o agente terá o dever de reparação se agiu com DOLO (ato voluntário) ou com CULPA em sentido estrito (negligência, imprudência e imperícia).
A responsabilidade objetiva decorre da teoria do risco criado, segundo a qual o empregador deve arcar com os riscos inerentes à atividade econômica que desenvolve, sendo responsável pelos danos causados ao trabalhador em decorrência dessa atividade independente de culpa. Assim a responsabilidade objetiva é uma forma de garantir que os trabalhadores sejam protegidos em situações em que não há culpa da empresa, mas que está deve arcar com os riscos da atividade econômica desenvolvida, desta forma as empresas devem estar atentas as normas de segurança do trabalho e garantir a adoção de medidas preventivas a fim de minimizar os riscos aos trabalhadores.
Em resumo a responsabilidade civil objetiva é aquela em que não é necessário provar a culpa do agente para que este seja responsabilizado pelos danos causados. Ou seja, basta que seja demonstrado o nexo de causalidade entre a conduta do agente e o dano causado para que ele seja responsabilizado. É o caso, por exemplo, da responsabilidade civil dos prestadores de serviços públicos, como empresas de transporte, concessionárias de energia elétrica e de água, entre outros.
Já a responsabilidade civil subjetiva é aquela em que é necessário comprovar que o agente agiu com culpa, dolo ou negligência para que este seja responsabilizado pelos danos causados. Nesse caso, além do nexo de causalidade, é necessário provar a culpa do agente. É o caso, por exemplo, da responsabilidade civil dos médicos, dentistas, advogados, engenheiros, entre outros profissionais. Quando a empresa agi com negligência, imprudência ou omissão voluntária e está conduta resultou em dano ao trabalhador aplicar-se-á o artigo 186 do código civil. 
Observar-se-á que empresa que não cumpre as normas de segurança do trabalho, não oferece treinamento adequado aos funcionários, não realiza manutenção preventiva de máquinas e equipamentos, não disponibiliza equipamentos de proteção individual ou não sinaliza adequadamente áreas de risco, caracteriza negligência ou imprudência consequentemente violando o direito do trabalhador áreas segurança e á saúde no ambiente de trabalho.
Salva a principal diferença entre a responsabilidade civil objetiva e a responsabilidade civil subjetiva é a necessidade de se comprovar ou não a culpa do agente para que este seja responsabilizado pelos danos causados.
Como reação para as concepções subjetivas da responsabilidade e a instabilidade criada pela incerteza da definição de culpa, surgem as ideias objetivas da responsabilidade, em que se parte de uma conduta que causa um dano, sem se perquirir culpa. Atente-se que um dos meios de defesa que pode se alegado em juízo é a culpa exclusiva da vítima. 
Nesta situação o que ocorre é que a conduta da vítima criou o dano e não a conduta do suposto agressor. Outras formas de defesa são alegação de caso fortuito ou conduta de terceiro.
ELEMENTOS DE RESPONSABILIDADE
A base de todo o sistema de responsabilidade civil, seja ele subjetivista ou objetivista fixa-se sobre a tríade conduta-nexo-dano. Apesar de existirem teorias em que a responsabilidade objetiva aceita a discussão da indenização sem a comprovação do nexo causal como por exemplo:
- Em caso de acidentes nucleares - todos que desenvolverem câncer em determinada área, se foram expostos, deverão ser indenizados, não se pode olvidar que o trio supramencionado é a base genérica de toda a responsabilidade civil moderna.
Conduta: Os atos de vontade são a base estrutural da conduta, valendo diferenciar esta da ação e do fato. A ação traz em si a noção de atitude positiva, fazer, realizar algo, tendo dono antônimo a omissão. Já o fato é um acontecimento que foge à expectativa humana,
Não é algo desejado ou determinado pela vontade humana. A conduta, por sua vez, nasce da vontade direciona a um fim específico e pode se resumir em um fazer ou em em um não fazer
Teorias subjetiva e objetiva da responsabilidade civil
Segundo a concepção clássica, a responsabilidade civil subjetiva orienta-se pela ideia de culpa, sendo um de seus pressupostos. O Código Civil adota esta diretriz conforme se extrai do seu artigo 186, in verbis: "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito." A culpa em sentido lato (culpa stricto sensu e dolo) está associada à responsabilidade, pois, em princípio, deve responder pelo dano aquele que agiu sem o necessário dever de cautela e por esta razão sobre ele recai um juízo de reprovação.
A responsabilidade subjetiva baseia-se na culpabilidade, por isso, nem sempre pode dar reposta satisfatória a diversos problemas surgidos. Muito se fez para tentar adaptar a concepção clássica de responsabilidade às necessidades prementes da sociedade de massa e de riscos, com vistas a ampliar a cobertura dos danos, como, por exemplo, a flexibilização da produção da prova (culpa provada) e a adoção da técnica da culpa presumida (que permite a inversão do ônus da prova). Mas, ainda assim, muitos casos não podiam ser solucionados a contento, pela relativa facilidade de o causador do dano provar que não atuou culposamente, afastando a presunção de culpa. Os danos ambientais, danos decorrentes das relações de trabalho, os danos decorrentes das relações de consumo, os danos provocados pela Administração Pública, em fim, os danos decorrentes de uma atividade de risco, exerceram forte pressão sobre os institutos clássicos, abrindo passagem para responsabilidade objetiva.
A responsabilidade sem culpa ou objetiva permite que se atribua a alguém a responsabilidade por determinado fato, desde que, provados pela vítima, o dano e o nexo causal, surgindo o dever de reparar. O causador do dano só se exime do dever de indenizar se provar alguma das causas de exclusão do nexo causal. O fundamento da responsabilidade objetiva é a teoria do risco, segundo a qual quem exerce uma atividade perigosa deve assumir os riscos e reparar os eventuais danos causados. Alguns exemplos de responsabilidade objetiva em nosso ordenamento.
1. Estradas de Ferro. Decreto n° 2.681/1912. Primeiro diploma a admitir a responsabilidade fundada na teoria do risco.
2. ResponsabilidadeCivil do Estado. Primeira previsão na Constituição de 1946. Atual
Referências bibliográficas:
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GONCALVES, Carlos R. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. v.4. [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2023. E-book. ISBN 9786553628410. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553628410/. Acesso em: 12 mai. 2023.
CORREIA, Henrique (org.). Revisão Final OAB. 2. ed. Salvador / BA: JusPodivm, 2019.
FLAVIA CRISTINA; JULIO FRANCESCHET; HENRIQUE CORREIA (org.). Exame Da Oab Todas As Disciplinas. 8. ed. Salvador / BA: JusPodivm, 2017.

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