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Reparação Tecidual - patologia I

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PATOLOGIA I MARIA EDUARDA MATTOS 
1 
 
CONCEITO, MECANISMOS, 
CLASSIFICAÇÕES E FASES 
 
É a reposição de tecidos e células que estão 
lesados ou necróticos por novos elementos 
sadios. É uma força de trabalho organizacional 
para que se retome a estrutura normal e as 
funções daquele tecido. 
Que podem ser oriundos do: 
• Epitélio adjacente: reepitelização; 
• Parênquima adjacente: regeneração; 
• Estroma: cicatrização. 
Quando não é possível fazer a regeneração, 
faz-se uma cicatrização. 
 
 
→ Capacidade regenerativa das células; 
→ Grau de destruição; 
→ Tipo de inflamação; 
→ Fatores locais. 
 
CAPACIDADE REGENERATIVA DAS CÉLULAS 
Quanto mais especializado for um tecido, 
menor a capacidade regenerativa das suas 
células. 
Em relação a sua especialização, um tecido 
pode ser: 
→ Lábeis: a regeneração é comum; 
o Epitélios de revestimento, células 
mieloides e linfóides. 
→ Estáveis: a regeneração é possível. 
Depende das células e dos estímulos 
que ocorrem no tecido; 
o Células parenquimatosas (órgãos) 
e mesenquimais. 
→ Perenes ou permanentes: regeneração 
é impossível. Ocorre cicatrização. 
o Neurônios, hemácias e fibras 
musculares. 
 
GRAU DE DESTRUIÇÃO 
Quanto maior a histólise (em termos de 
superfície ou de profundidade), menor a 
possibilidade de regeneração e maior a de 
cicatrização. 
A lise do estroma dificulta a regeneração, já 
que ele funciona como guia e suporte. E fica 
mais propenso para uma cicatrização do que 
regeneração 
 
TIPO DE INFLAMAÇÃO 
Quanto maior a duração do processo 
inflamatório, menor a possibilidade de 
regeneração. 
A presença de infecção e/ou de corpo 
estranho diminui as chances de regeneração e 
complica a cicatrização. 
 
FATORES LOCAIS 
→ Irrigação e inervação; 
→ Tamanho e localização da lesão; 
→ Aposição e imobilização. 
 
 
A partir do momento que o agente agressivo 
cessa a ação. 
Fases: 
1. Cessação da ação de agente agressivo; 
2. Formação de coágulo (em casos de 
feridas) – horas; 
3. Restituição epitelial – 1 a 3 dias; 
4. Reparação inflamatória – invasão do 
coagulo e da área necrosada por PMN 
em 1 a 5 dias. Depois por macrófagos 
5. Dissolução e fluidificação de exsudatos e 
restos celulares (debris – lixo) e 
reabsorção via linfática ou via fagocitose 
(PMN e macrófagos); 
6. Formação de tecido de granulação 
(tecido conjuntivo diferenciado 
avermelhado com brotos vasculares) 
com neovascularização (3 a 7 dias) e 
fibroplasia (do 3º ao 30º dia, com 
máximo no 14º dia). Primeiro indicio de 
que está começando uma reparação 
tecidual. 
FATORES QUE INFLUENCIAM 
MECANISMO GERAL DAS REPARAÇÕES 
PATOLOGIA I MARIA EDUARDA MATTOS 
2 
 
7. Fusão dos tecidos de granulação 
(quando a cicatrização de feridas for por 
1ª intenção) – 3 a 4 dias; 
8. Devascularização: colágeno espesso 
estrangula alguns vasos – 15 a 20 dias; 
9. Regressão do processo inflamatório com 
desaparecimento dos PMN (3 a 8 dias) e 
dos macrófagos (7 a 30 dias) 
10. Cicatrização colagenosa (35 a 300 dias) 
ou proliferação parenquimatosa (células 
que deveriam estar ali anteriormente). 
 
 
Fatores que favorecem a reparação: 
→ Hormônios estimuladores: progesterona, 
estrógenos, somatotrofina, eritropoietina 
e tiroxina; 
→ Fatores do crescimento: 
o Polipeptídios: insulina, 
somatomedinas, fatores do 
crescimento fibroblástico, fatores 
do crescimento epidérmico, 
fatores do crescimento 
plaquetário, fatores do 
crescimento de nervos, fatores 
de crescimento ovariano, fatores 
de crescimento mesenquimal 
o Fatores de baixo peso molecular: 
nucleotídeos cíclicos, íons Ca e 
PO4, aminoácidos, glicose 
→ Enzimas proteolíticas: tripsina, trombina 
 
Os fatores inibidores: 
→ Polipeptídios e glicoproteínas que agem 
como mensageiros intercelulares 
controlando mitoses por inibição via 
feedback negativo; 
 
 
São dois tipos: regeneração e cicatrização. Eles 
têm início logo após a ocorrência da agressão 
tecidual. O objetivo da reparação é devolver ao 
tecido sua integridade anatômica e funcional 
normal. 
 
 
Reconstituição da integridade anatômica e 
funcional sem modificação na relação entre o 
parênquima e o estroma. 
Comum em órgãos com células lábeis e 
estáveis, que são portadores de inflamações 
agudas exsudativas (de rápida reabsorção). 
A regeneração pode ocorrer de maneira 
descontrolada, quando os elementos 
sinalizadores são exacerbados e o dano é maior. 
Não há a reconstituição da integridade 
anatômica funcional. 
Nesses casos seria uma regeneração patológica. 
Como o caso da cirrose onde acontece uma 
proliferação pseudo-regenerativa dos 
hepatócitos. Pois se formam nódulos e não 
traves de hepatócitos. É a tentativa de salvar o 
que está morto. 
→ Permanece a membrana basal; 
→ As células da borda da lesão crescem e 
fazem a reparação do local. 
 
 
É o tipo mais frequente de reparação. Se 
caracteriza por: 
→ Neoformação de tecido conjuntivo 
fibroso (cicatriz), que substitui as células 
parenquimatosas perdidas 
→ Diminuição na relação entre o 
parênquima e o estroma. 
A cicatrização pode ocorrer de maneira 
excessiva, formando queloides. É comum nas 
cicatrizações por 2ª intenção nos equinos e 
suínos. 
Quando acontece em um órgão 
parenquimatoso, se a massa fibrótica na víscera 
exceder a reserva funcional do parênquima, 
pode-se ter como consequência uma 
insuficiência. 
A cicatrização pode ocorrer de duas maneiras: 
→ Por 1ª intenção; 
→ Por 2ª intenção. 
Diferença: 
• Deposição de tecido conjuntivo = 
cicatriz 
MEDIADORES DA REPARAÇÃO 
PROCESSOS DE REPARAÇÃO 
REGENERAÇÃO 
CICATRIZAÇÃO 
PATOLOGIA I MARIA EDUARDA MATTOS 
3 
 
• Se há deposição de tecido conjuntivo 
com proliferação dele em uma 
inflamação crônica = fibrose. 
o Exacerbação de tecido conjuntivo 
 
 
 
 
1. Processo inflamatório pós-lesional; 
2. Angiogênese: produção de 
neovascularização para chegada de 
células, citocinas e substancias 
importantes para neoformação tecidual; 
3. Migração e proliferação de fibroblastos: 
pra fazer a estrutura; 
4. Formação de cicatriz 
5. Remodelamento do tecido conjuntivo 
 
FASE INFLAMATÓRIA 
→ Formação de trombo (hemostasia e 
base para processos de reparo); 
→ Atração de neutrófilos e macrófagos. 
 
ANGIOGÊNESE 
A partir de vasos pré-existentes: 
→ Vasodilatação e aumento de 
permeabilidade: a partir de óxido nítrico; 
→ Degradação da membrana basal do vaso 
mãe (por metaloproteases da matriz) e 
perda do contato célula-célula (entre 
células endoteliais por ativador de 
plasminogênio) 
→ Migração, proliferação e maturação de 
células endoteliais 
→ Recrutamento de células periendoteliais: 
pericitos e fibras musculares lisas dos 
vasos. Para formar novos vasos. 
Essas novas estruturas formadas recebem os 
precursores de células endoteliais (PCEs) para 
reendotelização vascular. Para que essas novas 
estruturas teciduais sejam colonizadas por 
células novas, definindo-as como vasos de fato. 
PCEs: 
→ São recrutadas da medula óssea 
→ Contribuem para a reendotelização 
vascular na neovascularização de áreas 
isquêmicas, feridas cutâneas e tumores 
 
FASE FIBROBLÁSTICA 
→ Com a ativação de macrófagos, há a 
substituição da matriz extracelular por 
um tecido mais resistente e elástico; 
→ O principal componente é o colágeno; 
→ Fibroplasia: fibroblastos recrutados para a 
margem de feridas produzindo 
colágeno; 
→ Miofibroblastos: fibroblastos com 
características similares a células 
musculares lisas; 
→ Contração da ferida para diminuir o 
espaço aberto. 
→ Reepitelização: reaproximação do tecido 
reparado e limpo. As células voltam a ter 
contato uma com a outra. 
→ Tecido de granulação: matriz frouxa de 
colágeno, fibronectina, ácido hialurônico. 
Contendo macrófagos, fibroblastos e 
novos vasos; 
o Inibição por contato: se mexer 
muito no tecido de granulação, o 
trabalho será interrompido e volta 
à fase anterior. 
 
FASE DE MATURAÇÃO E REMODELAGEM 
A cicatriz atinge a sua máxima resistência e há 
uma remodelagem do tecido conjuntivo: 
ETAPAS DA CICATRIZAÇÃOPATOLOGIA I MARIA EDUARDA MATTOS 
4 
 
→ Substituição do tecido de granulação por 
cicatriz; 
→ Degradação do colágeno e de outras 
proteínas por MMps 
o São produzidos por fibroblastos, 
macrófagos, neutrófilos, células 
sinoviais e algumas células 
epiteliais. 
o Degradam o que está além do 
que precisa, do que é coerente e 
o que está atrapalhando a 
integridade anatômica e funcional 
→ Cicatriz atinge a sua máxima resistência 
o Há um acumulo de deposição de 
colágeno; 
o E uma remodelagem das fibrilas 
de colágeno 
→ Restauração da circulação e aumento do 
O2: 
o Aumento da proliferação celular 
e da síntese de colágeno 
o Diminuição da angiogênese e da 
migração celular. 
 
 
 
 
1. Inflamação: injuria inicial → adesão e 
agregação de plaquetas → inflamação 
2. Proliferação: tecido de granulação → 
proliferação e migração de tecido 
conjuntivo fibroso → reepitelização da 
superfície da ferida 
3. Maturação: deposição do meio 
extracelular, remodelagem tecidual e 
contração da ferida. 
 
CICATRIZAÇÃO POR 1ª INTENÇÃO 
Reaproximação da ferida ocorre, tendencia 
a não ter cicatriz. 
→ Incisão cirúrgica limpa e não-infectada 
→ Morte de células, rompimento da 
membrana basal epitelial 
→ Coágulo 
→ Desidratação da superfície do 
coagulo (crosta) 
 
CICATRIZAÇÃO POR 2ª INTENÇÃO 
Ferida aberta ou corte. Aproximação das células 
menos eficiente e então uma remodelagem e 
uma regeneração menos eficientes. 
→ Perda excessiva de células e de tecidos 
→ Grandes defeitos teciduais → grande 
coagulo de fibrina 
→ Reação inflamatória mais intensa 
→ Maior tecido de granulação 
→ Contração da ferida mais dificultosa 
→ Miofibroblastos 
→ Substancial cicatriz e diminuição da 
epiderme 
→ Cicatrização, e não regeneração. 
 
REPARAÇÃO DE FERIDAS CUTÂNEAS 
PATOLOGIA I MARIA EDUARDA MATTOS 
5 
 
 
 
TEMPO 
• 24h: neutrófilos nas margens da incisão; 
• 24 – 48h: estimulação das células 
epiteliais; 
• 3º dia: neutrófilos, macrófagos, tecido de 
granulação; 
• 5º dia: neovascularização máxima, fibras 
de colágeno mais abundantes; 
• 1ª semana: acumulo de colágeno e 
proliferação de fibroblastos; 
• 1º mês: tecido conjuntivo sem infiltrado 
inflamatório 
 
 
→ Grau de contaminação da ferida 
→ Hormônios glicocorticoides: 
antiinflamatórios + inibição da síntese de 
colágeno. Atrapalham o processo 
cicatricial; 
→ Corpos estranhos: fazem a manutenção 
do processo inflamatório; 
→ Tamanho, localização e tipo da ferida; 
→ Nutrição: deficiência de vitamina C e 
proteínas, jejum; 
→ Condição metabólica: diabetes mellitus 
(microangiopatia com inibição da 
cicatrização); 
→ Condição circulatória: ateroesclerose, 
anormalidades venosas; 
→ Hormônios: glicocorticoides inibem a 
síntese de colágeno. 
 
 
 
→ Formação deficiente da cicatriz; 
→ Formação excessiva dos componentes 
da reparação: queloide ou granulação 
exuberante; 
→ Formação de contraturas: deformidades 
da ferida e tecidos adjacentes 
 
QUELOIDE 
Excesso de formação de tecido conjuntivo. 
→ Predisposição individual com razões 
desconhecidas. 
→ O colágeno é produzido por 
miofibroblastos que persistem na lesão 
através da produção autócrina de TGF-
. 
 
GRANULAÇÃO EXUBERANTE 
→ Quantidades excessivas de tecido de 
granulação 
 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM NA CICATRIZAÇÃO 
COMPLICAÇÕES DA REPARAÇÃO TECIDUAL

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