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07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Módulo: Concurso de Crimes, Erro e Consequências da Condenação 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 4 Aula 02 – Fundamentos e Visão Crítica O Código Penal estabelece, como limite máximo para o cumprimento das penas no Brasil, o patamar de 40 (quarenta) anos (art. 75). Por outro lado, afora a agravante da rein- cidência, vislumbra-se que não há uma política criminal voltada à punição dos delinquentes habituais, profissionais ou mesmo perigosos. No que tange a esses delinquentes habituais, convém observar que, em sistemas normativos alienígenas, ainda é adotado o sistema do duplo binário, ou seja, aplica-se a medida de segurança além da pena, até que possa ser devidamente certificada a cessa- ção de periculosidade (Alemanha e Itália); havendo também previsão de aplicação de prisão perpétua (França e EUA) ou pena de morte (EUA). Um exemplo a ser observado é Portugal que, hodiernamente, reconheceu que um dos problemas mais importantes no domínio da moderna política criminal, verdadeira pedra de toque da eficácia dos sistemas punitivos é, sem dúvida, o que diz respeito aos chamados delinquentes perigosos, criou-se a denominada pena relativamente indeterminada. Obser- vou-se, no final do século passado, pelo aumento da reincidência que, desta feita, demons- trou o insucesso da chamada escola clássica, um direito penal construído essencialmente sobre o fato era insuficiente para lutar contra a criminalidade, tornando claro que a especial periculosidade de certos delinquentes imputáveis não poderia ser prevenida por uma puni- ção que limitasse a medida da reação criminal pela culpa essencialmente referida ao fato ilícito cometido. Sendo assim, os próprios representantes da escola clássica na Europa viram- -se obrigados a transigir, por razões de ordem prática, com novas ideias de reação crimi- nal, relacionadas diretamente com a personalidade do delinquente, vez que a perigosidade criminal de alguns destes não pode ser prevenida nos quadros da prisão normal (devem existir formas de internamento mais dilatado onde a segurança seja mais efetiva) e, bem assim, a readaptação social de determinados delinquentes não pode acontecer com um prazo certo tendo em vista os tipos de criminalidade ou de gravidade das formas de vida a que a perigosidade nesses casos se refere. Desta forma, a pena relativamente indetermina- da é fixada na sentença condenatória com um mínimo e um máximo de duração, transferin- do para a fase de execução a determinação do quantum exato de privação de liberdade que o delinquente deverá cumprir. E imprescindível debater a existência da criminalidade brutalizada, profissional, or- ganizada e insistente, tomando medidas mais eficazes para o isolamento desses tipos de delinquentes. Deve-se almejar um equilíbrio no sistema de penalização, ao invés de uma padro- nização, conforme a época, ora por meio de uma política de tolerância zero (edição de leis 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 5 Concurso de Crimes, Erro e Consequências da Condenação inadequadas à realidade) ou, diametralmente oposto, pela liberação exagerada permitindo a aplicação de penas excessivamente brandas, praticamente despenalizadoras, a crimes graves, o que gera descrédito e desconfiança da sociedade sobre a capacidade do Estado de combater, com eficiência, a criminalidade crescente. Assim, para não se punir o criminoso eventual ou autor de delitos de pouca gravi- dade com pena privativa de liberdade (cárcere não lhe será útil, nem tampouco valiosa será a sua detenção para sociedade) e, outrossim, para que não se aplique penas brandas ao criminoso por tendência, habitual ou profissional, deve-se repensar o sistema buscando soluções intermediárias, por exemplo, no que tange à extinção do duplo binário, vez que tal sistema possibilitava um acompanhamento especial dos delinquentes perigosos. O direito penal deve ser rigoroso com aquele que demonstra total desapego aos valores fundamentais, atacando e ferindo desmedidamente bens jurídicos protegidos, não devendo se contentar em simplesmente admitir um limite de 40 anos, acarretando, ao ser atingido, a libertação do condenado. É verdade que a Constituição veda a prisão de caráter perpétuo; entretanto, a aplicação de medida de segurança, por exemplo, poderia ser um instrumento para acompanhar o efetivo progresso do delinquente e, se inexistente, mantê-lo em regime de isolamento. Ou, no mínimo, ao atingir os 40 (quarenta) anos de cumprimento de pena, deveria ser adotada um tipo de liberdade condicional, mas nunca a definitiva extinção de punibilidade. Em suma, a limitação dos 40 (quarenta) anos é uma padronização inadequada, prin- cipalmente se não houver providências no sentido de um acompanhamento especial dos delinquentes perigosos de forma a capacitar o Estado com instrumentos para conter, no isolamento, pessoas inaptas ao convívio social. A análise histórica conforme a tripartição clássica entre Antiguidade (até 337), Idade Média (até a queda de Constantinopla, em 1453) e Idade Moder- na é um bom marco investigativo[2]. Na antiguidade, a prisão era o local onde o imputado esperava seu julgamen- to. Assim se evitava sua fuga. Essa era a função primordial da prisão. Em caso de condenação, o que quase sempre ocorria, a pena aplicada era cruel ou de morte. Na Antiguidade, a pena de prisão não existia e a morte era um alívio para aquele que aguardava seu julgamento em celas fétidas e imun- das. No Digesto, Domicio Ulpiano consignou expressamente que “o cárcere deve existir para custodiar as pessoas, não para puni-las”[3]. A idade média também não conheceu – praticamente - o aprisionamento como sanção criminal sobre um delito praticado por alguém. As prisões continuaram a ser o local onde o acusado aguardava seu julgamento. Mas, em raras situações, a pena de prisão começou a ser aplicada. Eram casos excepcionais, em que a pena de mutilação prevista seria um exagero. Leitura Complementar 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Tema 03 - Aula 02 6 A igreja também adotou o encarceramento como forma de correção espi- ritual do pecador, a fim de que ele refletisse, em isolamento celular, sobre o erro cometido, reconciliando-se com Deus. A inquisição usou o cárcere em larga escala para custodiar hereges até a pena de morte; em muito menor porção usou a prisão como pena para quem praticasse leves heresias. Por isso, costuma-se atribuir o gérmen da pena de prisão à época medieval. (...) Código Penal Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos. § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.EXTRADIÇÃO 1.360 DISTRITO FEDERAL RELATOR: MIN. GILMAR MENDES REQ- TE(S) :GOVERNO DA COLÔMBIA EXTDO.(A/S) :JOSÉ JULIÁN SERRANO ESPINOSA Extra- dição instrutória. 2. Regência pelo Estatuto do Estrangeiro – Lei 6.815/80 – e pelo Tratado de Extradição entre o Brasil e a Colômbia – Decreto 6.330/40. 3. Dupla tipicidade. Fato correspondente, em tese, ao art. 121, §2º, IV, do CP (homicídio qualificado). Dupla punibi- lidade. 4.Alegação de razões humanitárias – supostas ameaças perpetradas pela família da vítima. Afirmação não demonstrada e sem indicativos de seriedade. 5. Direito do Estado requerente que comina para o fato pena de reclusão máxima superior a 30 (trinta) anos. A jurisprudência do STF é no sentido de que “tratando-se de fatos delituosos puníveis com prisão perpétua ou pena superior a 30 anos”, o Estado requerente deve assumir compro- misso formal de comutação ou de limitação à “duração máxima admitida na lei penal do Brasil (CP, art. 75)”, ou seja, 30 (trinta) anos de reclusão. Decorrência da vedação de penas PARA LEITURA DO TEXTO NA ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI: Legislação Jurisprudência 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 http://www.gecap.direitorp.usp.br/index.php/2013-02-04-13-50-03/2013-02-04-13-48-55/artigos-publicados/13-artigo-evolucao-historica-e-perspectivas-sobre-o-encarcerado-no-brasil-como-sujeito-de-direitos 7 Concurso de Crimes, Erro e Consequências da Condenação de caráter perpétuo – art. 5º, XLVII, “b” da CF. Precedente: Ext. 1.151, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 17.3.2011. 6. Julgada procedente a extradição, condicio- nada a entrega do extraditando a compromisso a ser assumido pelo Estado requerente de a) limitar pena privativa de liberdade eventualmente aplicada ao máximo de 30 (trinta) anos; e b) computar o tempo de prisão preventiva para fins de extradição.(STF, Extradição nº 1.360, DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, d.j. 01/03/2016) AMARAL, Cláudio do Prado. Evolução histórica e perspectivas sobre o encarcerado no Brasil como sujeito de direitos. Repositório USP. Disponível em:< https://repositorio.usp. br/item/002349187 >. Acesso em 15 de maio de 2020. Avena, Norberto. Processo Penal. 11 ª ed. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2019. BRASIL. Decreto-lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em 14 de maio de 2020. GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. 14. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2012, p. 615-617. Lima, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal: volume único. 7ª ed. rev., ampl. e atual. - Salvador: Ed. JusPodivm, 2019. Lopes Jr., Aury. Direito Processual Penal. 16ª ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. 17. ed. Rio de Janeiro: Fo- rense, 2017, págs. 581-584. NUCCI, Guilherme de Souza. Individualização da pena. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, págs. 323-329. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8
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