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SOCIOGRAMA-INTERVENÇÃO-NEUROPSICOPEDAGÓGICA-TRATANDO-DA-CONVIVÊNCIA-EM-CONTEXTOS-COLETIVOS

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1 
SUMÁRIO 
1 O QUE É UM SOCIOGRAMA? ................................................................... 3 
1.1 O indivíduo e a organização de trabalho .............................................. 5 
1.2 O teste sociométrico ............................................................................. 8 
2 TÉCNICA SOCIOMÉTRICA ...................................................................... 13 
2.1 Utilidade ............................................................................................. 17 
2.2 Procedimento ..................................................................................... 18 
2.3 Processamento de dados ................................................................... 19 
2.4 Exemplos de aplicação....................................................................... 21 
2.5 Outras aplicações ............................................................................... 24 
3 A NEUROPSICOPEDAGOGIA ................................................................. 24 
3.1 O Atendimento e Acompanhamento Psicopedagógico ...................... 24 
3.2 Um salto para a Neuropsicopedagogia .............................................. 26 
3.3 O que é o Diagnóstico Neuropsicopedagógico? ................................ 27 
3.4 Instrumentos de Avaliação Neuropsicopedagógica ............................ 27 
3.5 Acompanhamento Neuropsicopedagógico ......................................... 28 
3.6 A Neuropsicopedagogia ..................................................................... 28 
3.7 A Psicopedagogia .............................................................................. 28 
3.8 Desenvolvimento maturacional .......................................................... 29 
3.9 Mielinização ........................................................................................ 29 
3.10 Lateralidade das funções ................................................................ 29 
3.11 Hemisfério esquerdo ....................................................................... 29 
3.12 Hemisfério direito ............................................................................ 30 
3.13 Plasticidade ..................................................................................... 30 
3.14 Fatores ambientais .......................................................................... 31 
3.15 Fatores culturais .............................................................................. 31 
 
2 
3.16 Função atencional ........................................................................... 31 
3.17 Bases neurais da atenção ............................................................... 32 
3.18 Hemisfericidade .............................................................................. 33 
3.19 Hemisfericidade e uso da linguagem verbal e não verbal ............... 33 
3.20 Especialização hemisférica ............................................................. 34 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 35 
 
 
 
3 
1 O QUE É UM SOCIOGRAMA? 
Um sociograma é uma técnica que, através da observação e da 
contextualização, apresenta sob a forma de um gráfico as várias relações entre os 
sujeitos que formam um grupo. Deste modo, consegue explicitar os vínculos/laços de 
influência e de preferência que existem nesse mesmo conjunto. 
O sociograma é um instrumento que, quando corretamente aplicado, mostra 
o modo como os indivíduos de um grupo se relacionam uns com os outros, 
se existem subgrupos dentro do grupo principal (ou “panelinhas”) e se alguns 
membros estão socialmente isolados. Desta forma, o sociograma promove 
um mapeamento do grupo, sendo um medidor da coesão social. (Weinberg 
& Gould, 2006). 
A integração e a interação são fatores essenciais num grupo e contribuirão para 
que a coesão se desenvolva. A coesão está diretamente relacionada aos sentimentos 
de pertencimento e valor no grupo e à relação de união entre os membros, ao 
perseguirem um mesmo objetivo. (Rubio, 2007) 
Em grupos esportivos a coesão é um dos fatores determinantes da 
performance. No entanto, isso não significa que equipes com relações conflituosas 
serão sempre malsucedidas. Uma equipe coesa de futebol possui maiores chances 
de sucesso dentro do campo do que aquela que se encontra dividida, devido a essa 
forte relação coesão-desempenho. (Rubio, 2007) 
"Um sociograma é considerado bom quando é legível. Para tal, a quantidade 
de linhas que se cruzam deve ser reduzida ao mínimo. Quanto menor o 
número destas linhas, tanto melhor será o sociograma. Após a coleta e a 
tabulação das escolhas, comece o sociograma pelas pessoas mais 
escolhidas. Coloque-as em suas formações naturais – três pessoas em um 
triângulo, quatro em um quadrado, cinco em um pentágono etc., bem 
separadas no papel. A existência de subgrupos deve ser observável no 
desenho" (Moreno, 1992b, p. 26). 
Os sociogramas são usados para explicar a estrutura de uma organização, seja 
esta grande ou pequena. Também se trata de uma ferramenta que permite analisar o 
funcionamento das redes fraudulentas, por exemplo. 
O sociograma é uma técnica sociométrica, ou seja, uma técnica que permite 
medir / avaliar as relações sociais entre os integrantes de um grupo humano, onde os 
respectivos elementos se conhecem, têm objetivos em comum e se influenciam 
mutuamente. 
 
4 
Graficamente, um sociograma representa as relações interpessoais através de 
pontos (os indivíduos), os quais estão ligados por uma ou mais linhas (as relações 
interindividuais). 
O gráfico obtido permite visualizar as relações de afinidade, detectar subgrupos 
dentro do grupo principal e localizar os líderes sociométricos (as pessoas mais 
influentes). Desta forma, consegue-se atuar sobre o grupo para ativar potenciais 
vínculos/laços ou desativar os já existentes. 
O sociograma é, portanto, uma ferramenta bastante usual na área da 
sociologia, que é a ciência que estuda os grupos sociais. Com este tipo de técnicas, 
a sociologia analisa as relações que os sujeitos mantêm uns com os outros e com o 
sistema, e o grau de coesão que existe na estrutura social. 
Os métodos da sociologia podem ser qualitativos (com descrições detalhadas 
de situações, comportamentos e pessoas) ou quantitativos (quando dizem respeito a 
características e variáveis que possam ser representadas por valores numéricos). 
Estudos no campo da sociometria fundamentam-se na Psicologia e na 
Sociologia. A sociometria, segundo Alves, compreende o teste sociométrico, que é 
uma técnica diagnóstica, e o psicodrama e sociodrama, que são técnicas tipicamente 
terapêuticas. 
Este trabalho focaliza apenas o teste sociométrico. Teoricamente, é uma 
técnica muito defendida pela sua plasticidade e sistematicidade na exploração da 
estrutura e dinâmica de grupos sociais; entretanto, o seu uso em grupos de 
trabalhadores não tem sido muito difundido. Assim, o objetivo deste estudo é mostrar 
aos administradores de recursos humanos uma experiência da aplicação desse teste 
num grupo de empregados recém-admitidos numa Unidade da Empresa Brasileira de 
Pesquisa Agropecuária-EMBRAPA, visando a subsidiar o processo de integração 
desses novos membros à organização. 
O questionário foi aplicado em 1987, ao final de um treinamento introdutório, 
cuja programação envolvia ações informativas, interativas e de levantamento de 
opiniões para que esses empregados se conhecessem melhor, tivessem uma visão 
do sistema EMBRAPA e desenvolvessem atitudes de cooperação e de 
comprometimento com o cargo e com a organização a que se vincularam. 
A análise focaliza três estruturas do grupo, criadas a partir dos critérios 
estabelecidosno questionário. Na primeira, pode-se observar como ocorrem as 
primeiras relações interpessoais num grupo novo; na segunda, como poderão se 
 
5 
reestruturar; e na terceira, como são identificados os prováveis líderes para situações 
de trabalho. 
O teste sociométrico tem apoio nas Ciências Sociais, especialmente na 
Psicologia de Grupos, com o auxílio de Métodos Quantitativos. Não se pretende aqui 
fazer um estudo exaustivo sobre o assunto, mas discutir alguns conceitos básicos 
para compreensão do tema. 
1.1 O indivíduo e a organização de trabalho 
O homem vive agregado por uma questão natural de sobrevivência. Ele tem 
necessidades e desejos que o levam a associar-se a outros, formando grupos e neles 
interagindo, para atingir objetivos comuns. 
Esse é o pressuposto de toda constituição grupal e é a força que impele as 
pessoas à coesão, mesmo tendo elas características, hábitos, atitudes, valores, 
aspirações e sentimentos individuais. 
 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
 
6 
Há diferenças nítidas entre grupo social e relações sociais em geral. Todos os 
grupos são constituídos de relações sociais, mas nem todas as relações sociais 
constituem grupos. As relações sociais variam desde interações tênues e transitórias, 
até mesmo as permanentes, como no caso de amigos de infância, mas sem 
comprometimento com objetivos. Os grupos sociais têm como característica principal 
a cooperação para a consecução de propósitos comuns, o que não exclui 
antagonismos entre os membros. 
A família, a escola, a igreja, o clube são alguns exemplos de grupos sociais, 
dos quais os homens são chamados "átomos sociais". Eles, necessariamente, se 
relacionam num sentido negativo ou positivo, formando uma rede de interações e 
demonstrando a hierarquização que existe em todo grupo social. 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
Não haveria sociedade sem interação. A interação se baseia na comunicação 
(que não significa apenas manifestações verbais, mas qualquer símbolo que seja 
entendido por um mínimo de membros do grupo) e é regulada por determinados 
padrões, que constituem os direitos e obrigações ou regras de comportamento do 
grupo. 
A organização de trabalho é também um grupo social que, na conceituação de 
Katz & Kahn, "é um dispositivo social para cumprir eficientemente, por intermédio do 
grupo, alguma finalidade declarada...". Considerada assim, e sob o ponto de vista 
sistêmico, ela congrega diferentes subgrupos, com características específicas, os 
 
7 
quais criam a sua própria cultura, mas, na medida em que os objetivos desses 
subgrupos convergem para as finalidades organizacionais, eles, necessariamente, 
interagem, harmonizam-se e amoldam-se, modelando uma cultura geral. 
Por isso, pressupõe-se que o indivíduo ingressa numa organização por uma 
opção própria, de acordo com os requisitos estabelecidos por ela. Isso significa que a 
escolha é feita, em primeiro lugar, pelo indivíduo, que dificilmente irá trabalhar numa 
organização com a qual não mantenha um grau mínimo de afinidade, seja pelo lado 
profissional ou pela concepção de vida. 
A integração de indivíduos à organização não se dá simplesmente pela palavra, 
isto é, através de palestras, orientações e instruções, por ocasião do ingresso de 
recém-admitidos "para que vistam a camisa da empresa". Essas técnicas de 
treinamento são importantes, mas produzem efeito muito mais emocional do que 
cognitivo. 
A verdadeira integração poderá iniciar-se com tais atividades de treinamento, 
mas é um processo mais cultural do que instrucional, que se consolida através de 
ações positivas de ambas as partes e que se traduz por uma postura filosófica de 
elevado grau de comprometimento do empregado com a organização, por ser ela um 
meio para satisfazer suas necessidades básicas e de auto realização, e da 
organização com o empregado, por ser ele o seu principal insumo de produção e 
eficiência. 
O homem é uma unidade psicossocial, que tem valores próprios, e interesses 
e expectativas conforme esses valores. Mesmo assim, procura adaptar-se a situações 
de trabalho. 
A integração do empregado ao grupo e à organização é, portanto, uma 
decorrência do seu sistema de valores e do seu papel ocupacional. Por outro lado, há 
uma série de bloqueios que podem dificultar a sua integração, tais como: 
desconhecimento dos companheiros, insegurança com relação ao seu grau de 
sociabilidade ou ao que lhe será exigido pelo grupo, temor de não ser aceito, 
sentimento de inferioridade por razões de posição social, educação e até mesmo 
modo de trajar. 
Há muitos outros bloqueios e frustrações que podem atuar muito fortemente no 
consciente ou inconsciente do indivíduo, inibindo-o de se integrar plenamente no 
grupo. 
Nesse sentido, Beal, Bohlen & Raudabaugh dão a seguinte sugestão: 
 
8 
"Para se tornar um membro eficiente, a pessoa deve analisar-se e lutar contra 
esses bloqueios e frustrações. Um dos deveres dos membros de grupos 
democráticos sólidos é ajudar os outros a se analisarem objetivamente a fim 
de que possam sobrepujar suas limitações e, desse modo, participar mais 
eficientemente do trabalho grupal". 
De qualquer modo, a formação de grupos é um processo complexo, dado que 
certo número de pessoas, com suas forças internas positivas ou negativas (objetivos, 
valores, aptidões, inibições, fobias), se transforma num grupo produtivo, segundo 
objetivos comuns. 
A dinâmica de um grupo é, portanto; resultante da atuação dessas forças 
internas (das individualidades) e externas (ambientais) na busca da integração, da 
harmonia e da coesão, fazendo com que a interação seja uma necessidade constante 
na vida do grupo. 
Nas organizações de trabalho, nota-se uma crescente preocupação com a 
dinâmica de grupos ou relações interpessoais, especialmente naquelas onde há 
subculturas bastante diferenciadas, como é o caso da EMBRAPA. 
Um dos recursos que a literatura sugere para explorar esse aspecto é a 
sociometria, técnica desenvolvida por Moreno, que encontrou nos Estados Unidos um 
ambiente propício para o seu desenvolvimento inicial, visto que a situação política 
daquele país, após a Segunda Guerra Mundial, oferecia um campo sociológico aberto 
a qualquer experiência nova. 
1.2 O teste sociométrico 
Segundo a literatura especializada, a sociometria foi criada por Jacob L. 
Moreno, romeno, que nasceu em 1892 e se radicou nos Estados Unidos a partir de 
1925. Ele é o autor da obra Fundamentos da Sociometria (cujo nome original é Who 
shall survive?), onde diz que a sociometria possui três pontos de referência: socius - 
o companheiro; metrum - a medida; e drama - a ação; resultando três áreas de 
investigação: o grupo, a medida e a ação no campo social. 
Na sua conceituação, o teste sociométrico é um recurso exploratório 
extremamente útil para estudar as estruturas sociais num dado momento, à luz das 
atrações, repulsas e sentimentos manifestados no interior do grupo. Afirma, ainda, 
que uma das principais preocupações dessa técnica é medir a intensidade e a 
expansão das correntes psicológicas que se irradiam nos grupos sociais. 
 
9 
Para Alves, os dados sociométricos podem ser provenientes de dois tipos de 
teste: 
Do teste de projeção sociométrica - que fornece a imagem do indivíduo para o 
grupo e do grupo para o indivíduo; 
 
 
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com 
Do teste de percepção sociométrica - que fornece a forma pela qual o próprio 
indivíduo se percebe e sente que é percebido pelo grupo. 
 
 
Fonte: 2.bp.blogspot.com 
Essa nomenclatura expressa melhor a classificação, do que as nomenclaturas 
propostas por Bastin e Northway. 
 
10 
Weil et alii afirmam que o testesociométrico é um instrumento dinâmico 
utilizado "para observar, descrever e medir a coesão grupal, ou seja, a rede de 
relações entre os participantes". 
Esse teste consiste, basicamente, de um simples questionário, onde se pede a 
cada membro para escolher, no grupo a que pertence ou a que poderia pertencer, os 
indivíduos que gostaria de ter como companheiros, isto é, de a eles se associar em 
situações específicas. 
As questões podem ser formuladas de maneira a atender propósitos diversos 
de relacionamento interpessoal. Daí porque os diferentes critérios de escolhas podem 
produzir estruturas diferentes de um mesmo grupo. 
As respostas dadas (escolhas, preferências ou opções) constituem, 
inicialmente, a sociomatriz e, em seguida, um gráfico denominado sociograma, onde 
passam a ter mais sentido pela representação conjunta. 
 
 
Fonte: opsicologoonline.com.br 
Para Alves, a sociomatriz ou matriz sociométrica é mais um instrumento de 
análise do que de síntese, visto que "nos apresenta com clareza os totais das 
indicações realizadas nos grupos e no entanto nos dá apenas uma vaga ideia das 
inter-relações dos componentes do grupo". 
 
11 
Faz, também, referência ao sociograma, dizendo que ele "nos dá uma visão 
sintética dos grupos, permitindo uma perspectiva mais adequada da dinâmica dos 
mesmos, que é mais do que a simples soma das ações dos componentes". 
Sintetizando, pode-se dizer que a sociomatriz é um quadro de dupla entrada 
para quantificação das respostas, e o sociograma é a representação gráfica desse 
quadro ou a fotografia de "quem é quem" dentro do grupo. Nele se realçam: 
A dinâmica de um grupo e a posição de cada um de seus membros (átomos); 
Os indivíduos mais populares e os possíveis líderes para situações diversas; 
Os subgrupos e as "panelinhas" ou "igrejinhas" (grupinhos fechados); 
O grau de aceitação ou não dos membros por seus pares; 
a) As relações existentes entre os membros, quer sejam afetivas (simpatia, 
amizade...) ou conflitivas (antipatia, ódio, rivalidade...), bem como a 
neutralidade ou inexistência de relações (indiferença); 
 
 
Fonte: www.dge.mec.pt 
b) A integração ou desintegração dos membros e o grau de coesão existente no 
grupo. 
 
12 
 
Fonte: www.assedioorganizacional.com.br 
Como diz Bastin, essa técnica encontrou na Psicologia de Grupos o seu campo 
ideal de aplicação 
"... pelo jogo incessante das interações individuais e grupais, e também pelo 
jogo das forças exteriores, é, por excelência, a sede de transformações 
contínuas: transformações no plano dos indivíduos como dos subgrupos, 
transformações no plano estrutural de todo o grupo. É o que Kurt Lewin 
designou por dinâmica do grupo". 
Na vida de um grupo, os sentimentos e as interações não circulam 
uniformemente, fato este que Teles denomina de "Lei Sociodinâmica: poucos no 
centro e muitos na periferia". 
Assim, num gráfico sociométrico, os membros que recebem um maior número 
de votos ou escolhas são chamadas estrelas e são os possíveis líderes do grupo com 
relação ao aspecto explorado. 
Na estrutura grupal, há outras figuras distintas que, na classificação de Teles, 
se denominam: 
- Esquecidos: são os membros que votam, têm participação no grupo, mas 
não recebem votos, por serem inexpressivos; 
- Companheiros: são os que se situam entre os líderes e os esquecidos. Eles 
constituem a sustentação do grupo, uma vez que são, geralmente, escolhidos por 
 
13 
estes e por aqueles. E deles que resulta o clima de cooperação ou de hostilidade 
gerado dentro de um grupo. São, como diz o referido autor: "... a matéria-prima que a 
liderança vai usar"; 
- Isolados: são os membros que não são escolhidos e que também não 
escolhem. Geralmente estão situados na periferia do sociograma. 
Assim, a hierarquia está sempre presente em todo grupo social, seja ele grande 
ou pequeno. 
2 TÉCNICA SOCIOMÉTRICA 
A técnica sociométrica, quando se vale fundamentalmente sociograma, é um 
meio de provocar respostas de membros de um grupo relativas ao que pensam e 
sentem uns dos outros. 
 
 
Fonte: www.researchgate.net 
O termo "sociométrico" tem sido utilizado em relação a técnicas e testes criados 
por Moreno (1954), como o psicodrama, a testagem de interação e o teste 
sociométrico ou sociograma de que vamos tratar. 
 
14 
Um sociograma possibilita informações sobre o ajustamento social de grupos. 
Quando empregado pelo professor, traz uma imagem objetiva (gráfica) do 
relacionamento interpessoal existente na sala de aula. 
Moreno determinou seis estipulações para seu emprego: 
- O grupo deve ser bem definido e as escolhas e rejeições limitadas aos 
membros do grupo; 
- Devem ser dadas oportunidades para escolhas e rejeições a todos os 
membros do grupo conforme seus desejos; 
- Devem ser proporcionados critérios definidos nos quais os sujeitos possam 
basear suas escolhas e rejeições; 
- Os dados sociométricos devem ser realmente utilizados para reestruturar o 
grupo e os membros do grupo devem ser informados disso; 
- Os membros do grupo devem fazer suas escolhas privadamente, e 
- As questões devem ser preparadas de tal modo que sejam bem 
compreendidas pelos membros do grupo. 
A forma mais simples de aplicação do teste sociométrico, na sala de aula, é a 
seguinte: 
 - Solicitar oralmente, ou por escrito, ao aluno, que escreva em uma folha de 
papel, individualmente: 
 
1º - os nomes de três colegas com os quais gostaria de trabalha junto, por ordem de 
preferência; 
2º - os nomes de três colegas com os quais gostaria de passear (divertir, 
brincar) junto, também por ordem de preferência. 
 
(Pode-se também, ao invés de solicitar os nomes de três colegas, solicitar os 
de quatro ou cinco, mas isto dificulta a montagem do sociograma. Alguns autores 
complementam as questões anteriores - de aceitação - com questões de rejeição, 
como: indique o nome de três colegas com os quais você não gostaria de trabalhar ou 
passear). 
- Organizar, após, com base nas respostas dos alunos, uma matriz. - Montar, 
tomando como referência a matriz, o sociograma. 
 
A interpretação do sociograma é muito fácil. Basta constatar visualmente: 
 
15 
 
- As escolhas mútuas; 
- Os alunos isolados; 
- Os alunos mais escolhidos; 
- Os grupos fechados. 
 
 
Fonte: www.psicologiaparacuriosos.com.br 
Toda a escolha é representada, por exemplo: Maria escolheu Janira. A escolha 
mútua é simplesmente representada, por exemplo: Paulo e João, ou seja, estes 
alunos se escolheram mutuamente. 
Quando o professor visa os objetivos no domínio afetivo (desenvolvimento 
sócio emocional) a aplicação do teste sociométrico em períodos determinados é muito 
útil. Pode ele então comparar as mudanças comportamentais ocorridas no grupo da 
sala de aula e no aluno, em particular. 
A sociologia é uma das ciências que estuda a sociedade por si só. Ela é uma 
entidade dinâmica composta pela soma de pessoas. Existem diversas ferramentas 
possíveis para estudar a sociedade. Por exemplo, é possível utilizar um sociograma 
para obter a informação necessária de um grupo social. O sociograma é uma técnica 
 
16 
simples em forma de gráfico que serve para mostrar a estrutura de um grupo social, 
seja ele amplo ou reduzido. 
Para utilizar o sociograma no estudo de um determinado grupo é importante 
que exista um elo comum entre os seus membros com o objetivo de estabelecer 
semelhanças. O gráfico permite compreender melhor as afinidades entre os membros 
do grupo. Em que setores se utilizam com mais frequência a ferramenta do 
sociograma? Este método costuma ser utilizado no plano educativo. 
O sociograma é uma técnicafantástica de análise de dados que mostra uma 
realidade objetiva. Centraliza sua atenção de forma particular no modo como se 
estabelecem os vínculos afetivos dentro de um grupo. 
Como citado anteriormente, através do uso do sociograma também é possível 
obter importante informação sobre as relações que as crianças estabelecem com as 
outras dentro de uma sala de aula. Por exemplo, permite identificar quem é a líder do 
grupo e quais são as crianças mais populares e com maior nível de influência através 
de suas palavras e ações. 
Do contrário, também é possível identificar as crianças que mais sofrem com 
seus colegas e a consequente baixa autoestima. O conhecimento da realidade é 
fundamental para poder fazer algo a respeito, como também o papel dos professores 
como adultos e responsáveis que são. 
Que tipo de pergunta pode ser inclusa num questionário deste tipo? 
Por exemplo, as perguntas: 
 Quais são os colegas que você gosta de trabalhar em grupo? 
 Quais colegas você prefere brincar na hora do recreio? 
 Quais são os colegas que você considera os mais simpáticos? 
 
Definitivamente, o sociograma também inclui a elaboração de questionários 
com perguntas que contém informação de valor para interpretar a realidade com 
objetividade. 
O sociograma é uma técnica de análise de dados que concentra a atenção 
sobre como os laços sociais são estabelecidos dentro de qualquer grupo. 
Uma ligação social é um conjunto de relações sociais estabelecidas entre duas 
ou mais pessoas, que em conjunto resulta em um grupo de interação social, isto é, 
quando vários membros estabelecer laços sociais entre eles, formando um pequeno 
 
17 
grupo social, e o lugar específico de um membro, quer em relação à interação do 
grupo ou o grupo em geral é conhecido como posição social. 
Assim, através da aplicação de um teste Sociométrica Sociograma ou em um 
grupo de escola, o professor pode ter conhecimento de como o grupo é socialmente 
relacionam uns com os outros, bem como as vantagens e o impacto que esta interação 
tem em cada uma das crianças individualmente; isso é útil no trabalho dentro o grupo, 
porque muitas vezes o grau de integração de uma criança afeta diretamente o seu 
desempenho. 
2.1 Utilidade 
Como resultado da aplicação do sociogramas, os professores podem: 
Identificar as crianças que são rejeitadas pelo grupo, ou que têm dificuldade em 
integrar as duas atividades e tempo de jogo. 
Reconhecer as crianças que trabalham como líderes, ou seja, a mais aceita e 
que têm maior influência sobre o grupo, o que representa uma vantagem para socorro 
para orientar o grupo positivamente auxiliar para aquelas desvantagens, etc. 
 
 
Fonte: www.minutopsicologia.com.br 
 
18 
Detectar os diferentes grupos de interação social e, assim, descobrir a 
presença de facções dentro do grupo. 
Deve aplicar este teste no início do ciclo (no caso do primeiro grau, eu sugiro 
levar um tempo considerável para que as crianças encontram e um resultado mais 
preciso é observada) para a detecção precoce de dificuldades sociais, e no fim de um 
tempo estimado trabalhar para ver os resultados, por exemplo, o fim do ano escolar. 
2.2 Procedimento 
Para obter as informações necessárias, a aplicação de um grupo questionário 
simples, é necessária, em que as crianças vão eleger um de seus colegas, 
dependendo da pergunta. 
Existem 3 perguntas que dizem os professores que são os líderes de aceitação 
em jogo e o trabalho da escola, bem como o grupo mais rejeitados são geralmente 
aplicadas. Embora possa ter outras aplicações que serão explicadas mais tarde. 
Pessoalmente, eu usei este teste para conhecer outros aspectos sociais do grupo, 
além de círculos de amizade. 
Perguntas vulgarmente utilizados são os seguintes (mas podem ser adaptados 
ao nível de cada grupo): 
 Quem de seus colegas que você gosta de jogar? 
 Quem de seus colegas você gosta de trabalhar em equipe? 
 Quem de seus colegas não gostam de ficar juntos? (Você também pode aplicar 
duas questões, a saber que não trabalha e outro de saber que não joga). 
Importante crianças que suas respostas devem ser secretas, e que nenhum 
dos seus companheiros devo dizer que será selecionado para uma determinada 
questão, a fim de obter uma maior confiança nos resultados; se possível, é preferível 
aplicar cada questionário individualmente. 
Cada questão deve ser respondida apenas com um nome, não pode ter mais 
de dois filhos para responder a uma pergunta, nem são respostas válidas como 
"amigos" ou "aqueles que eu gosto deles" ou escolher uma criança pertencente a outro 
grupo, como o irmão, por exemplo; você deve especificar o nome da criança 
selecionada. 
 
19 
2.3 Processamento de dados 
 
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com 
As respostas das crianças devem ser registradas em uma lista, usando 
números como uma lista de referência, e ao lado de cada nome na lista, os números 
devem ser colocados a cada criança que tenha escolhido. A lista deve ser realizada 
para cada pergunta. 
Uma vez registados todos os dados, é facilmente observável a partir das listas 
que o aluno ou alunos, mais aceitos e / ou mais rejeitado pelo grupo. No entanto, deve 
haver um gráfico que pode exibir um resultado mais práticos e diretos. 
Uma forma de representar graficamente estes dados é através de um padrão 
de círculos concêntricos, geralmente 3, como mostrado no exemplo, onde o círculo 
central serve para localizá-lo, ou aqueles que foram eleitos mais vezes, e o círculo 
mais é onde eles estão localizados fora que foram escolhidos com menos frequência, 
ou em qualquer ocasião. Ou seja, mais o centro de uma criança, maior a aceitação / 
rejeição pelos pares está localizado, depende da questão em apreço. 
 
20 
 
 
Fonte: image3.slideserve.com 
No gráfico, os seguintes símbolos. Eu tenho usado repetidamente aparece, 
cada figura tem uma função específica que lhe diz o professor todos os dados 
importantes: 
 
 
Fonte: br.monografias.com 
 
21 
Os símbolos que representam o grupo, o triângulo representa um filho, e um 
círculo uma menina, o número dentro é o número de lista da criança, assim você pode 
saber sua posição social no grupo. 
Geralmente quando se aplica para o segundo tempo do questionário, há 
crianças que têm não subscritas, mas porque foram registrados no pedido anterior, 
não deve ser omitido, ou percorrer a lista, quando isso acontece, enquadrar esses 
alunos com figura linhas suspensas. 
Quando uma criança se escolheu em uma questão em particular não pode 
colocar uma seta dirigida regularmente sob seu símbolo com a borda mais grossa. 
Enquanto os professores devem colocar os alunos com necessidades 
educativas especiais, ou aqueles que têm sido alvo de algum problema social; na 
presença de crianças com necessidades especiais, o seu símbolo da moldura com 
uma cor diferente. 
As setas indicam as ligações sociais entre as crianças, por exemplo, escolheu 
a criança 30 a 28, de modo a que a seta aponta para o 28; quando dois alunos 
escolheram o outro, uma seta dupla, o que indica a reciprocidade é usado. 
Grupos de interação delimitado aprisionar aqueles que pertencem ao mesmo 
grupo, de preferência, devem ser marcadas com cor diferente para melhor distinção, 
mas também pode ser representada simplesmente usando as setas de cores 
diferentes para cada grupo. 
Uma criança que não escolher alguém para responder a uma pergunta deve 
ser colocada de qualquer maneira dentro do gráfico, não há simplesmente nenhuma 
seta para estabelecer uma relação social com alguém, como uma criança de 12 no 
gráfico, que aparece na parte mais externa porque nem foi escolhida por alguém, esteé o lugar onde você pode detectar alguma dificuldade na vida social, a falta de 
interação é observada. 
2.4 Exemplos de aplicação 
De acordo com as perguntas, então eu mostrar gráficos para cada pergunta, 
um teste aplicado para me apoiar no meu grau de trabalho, neste caso, 4 questões 
foram colocadas: 
 
1. Quem de seus colegas que você gosta de jogar? 
 
22 
 
Fonte: br.monografias.com 
 
2. Quem de seus colegas não gostam de jogar? 
 
 
Fonte: br.monografias.com 
 
23 
3. Quem de seus colegas você gosta de trabalhar em equipe? 
 
 
Fonte: br.monografias.com 
4. Quem de seus colegas não gostam de trabalhar em equipe? 
 
 
Fonte: br.monografias.com 
 
24 
2.5 Outras aplicações 
Este teste também pode ser útil para resgatar outras informações diferentes, 
como resgate que considerou o mais inteligente, o mais puro, causando uma maior 
desordem, que gostaria de ser seu amigo (não quem), que consideram que exige mais 
apoio, etc. 
Para cada caso deve fazer uma pergunta e um gráfico. 
3 A NEUROPSICOPEDAGOGIA 
 
Fonte: 3.bp.blogspot.com 
Basta lembrar de sua infância: quantos conflitos! Quantos dramas e culpas e 
tensões com cargas emocionais que a criança carrega e que acabam tornando "o ato 
de estudar" um fardo pesado para o resto da vida. Sem prazer, satisfação, motivação, 
compreensão e sentido; a aprendizagem fica deficiente e o cérebro acaba por 
registrar, vincar e marcar impressões errôneas do ato de estudar e aprender. 
3.1 O Atendimento e Acompanhamento Psicopedagógico 
A Psicopedagogia trabalha com as dificuldades de aprendizagem e a 
diversidade de fatores que contribuem para o baixo desempenho da aprendizagem. O 
 
25 
atendimento tem enfoque na avaliação e intervenção destas dificuldades, visando 
propor intervenções e/ou ações capazes de desencadear um novo patamar cognitivo 
no indivíduo. 
O Atendimento para os pais, ocorre em sessões separadas e objetiva a 
conscientização destes, aos modos de aprender e apreender de seus filhos. É uma 
excelente oportunidade de reflexão, onde a troca e a compreensão balizam o sucesso 
da Intervenção Psicopedagógica. 
A dificuldade de aprendizagem é vista na Psicopedagogia como um indicador 
de problemas que podem estar acontecendo em várias dimensões da vida daquele 
aluno (a), ou indivíduo. São elas: 
 Cognitiva (Relativas ao conhecimento) 
 Afetiva ou Psíquica (Relativas ao emocional) 
 Social (Quanto aos relacionamentos) 
 Biológica (Quanto ao físico-funcional) 
Essas quatro dimensões se inter-relacionam e interferem umas nas outras 
promovendo ou não as dificuldades de aprendizagem, como resposta de que algo não 
vai bem. A Intervenção Psicopedagógica vai exatamente atuar no sujeito e não no 
aluno, para que ele possa se estruturar, conhecer a si mesmo e mobilizar-se 
internamente para a aprendizagem e para a vida, favorecendo o desenvolvimento de 
habilidades para lidar com frustrações e conflitos. 
Para cada causa associada ou isolada, existem intervenções específicas. 
Trabalha-se com o "como" ele aprende e não "porque" ele não aprende. 
Atuando diretamente nos estilos modais de aprendizagem, o 
Neuropsicopedagogo descobre habilidades que ele já possui e através da valorização 
dessas habilidades, sugere caminhos menos conhecidos e maneiras diferentes que 
as da escola, facilitando o raciocínio, a descoberta, o entendimento e, 
consequentemente a aprendizagem. Este processo devolve ao aprendiz a 
autoconfiança e a autonomia para voltar a estudar e sentir-se mais seguro para fazê-
lo sozinho, com a satisfação de estar apreendendo os devidos conteúdos e 
conhecimentos. 
 
26 
3.2 Um salto para a Neuropsicopedagogia 
A Neuropsicopedagogia tem as mesmas bases de regulamentação da 
Psicopedagogia, pautadas nos seguintes documentos: 
• Lei 3124/97 – Senado Federal, que pode ser acompanhada a sua tramitação 
pelo site da Câmara dos Deputados; 
• Certificado de especialista com registro no MEC – CNE; 
• Estar devidamente registrado na ABPp. 
Também as atividades e atribuições do profissional em Psicopedagogia, 
servem de base para os da Neuropsicopedagogia, conforme dispõe o art. 4º do Projeto 
de Lei 3.512 de 2008, que regulamenta a função do Neuropsicopedagogo: 
 Intervenção neuropsicopedagógica, que visa a solução dos problemas de 
aprendizagem; 
 Realização de diagnósticos neuropsicopedagógicos; 
 Utilização de métodos, técnicas e instrumentos neuropsicopedagógicos para a 
pesquisa, prevenção, avaliação e intervenção relacionadas à aprendizagem; 
 Consultoria e Assessoria Neuropsicopedagógicas; 
 Apoio Neuropsicopedagógico; 
 Supervisão em trabalhos teóricos e práticos em Psicopedagogia; 
Neuropsicopedagogia; 
 Orientação, coordenação e supervisão dos cursos de Psicopedagogia e 
Neuropsicopedagogia; 
 Direção de Serviços de Neuropsicopedagogia; 
 Realização de pesquisas no âmbito das Neurociências aplicadas à Educação. 
O Neuropsicopedagogo trabalha no cerne cognitivo: No desejo e na "vontade 
de aprender" melhorando e ampliando habilidades e talentos latentes. 
O atendimento e a avaliação objetivam identificar as dificuldades que estão 
prejudicando o aprendizado fluido, sem entraves, oferecendo ferramentas de auto 
superação cognitiva, intelectual e emocional, contribuindo com a crescente 
autoconfiança e motivação para o aprendizado. 
Sendo assim, o Neuropedagogo intermedia, ajuda, auxilia no despertamento 
da motivação da criança ou adolescente para o estudo, através de estímulos e 
metodologias apropriados e personalizados para cada indivíduo, respeitando seus 
 
27 
modos e canais de aprendizagem e colaborando com a crescente autonomia cognitiva 
do neuroaprendiz. 
O exercício do pensar, refletir, atentar, memorizar, associar ideias, despertar a 
curiosidade, a criatividade e a inventividade, são focos permanentes do trabalho de 
um Neuropsicopedagogo. 
A Neuropsicopedagogia no campo clínico emprega como recurso principal à 
realização de entrevistas operativas dedicadas a expressão e a progressiva resolução 
da problemática individual e/ou grupal daqueles que a consultam. Neste segmento 
também destacamos sua atuação profissional em hospitais e clínicas. 
3.3 O que é o Diagnóstico Neuropsicopedagógico? 
É a investigação do processo de aprendizagem do indivíduo: seu modo de 
aprender, áreas de competência e limitações, habilidades. Tem como objetivo 
entender as origens das dificuldades e/ou distúrbio de aprendizagem apresentado. 
O Neuropsicopedagogo não busca um diagnóstico isolado. Ao contrário disso, 
complementa suas impressões e achados junto a outros profissionais, como o 
Neurologista, Psicólogo, Fonoaudiólogo, Nutricionista; visando aprofundar tal 
investigação. 
3.4 Instrumentos de Avaliação Neuropsicopedagógica 
Para realizar o diagnóstico clínico, o Neuropsicopedagogo utiliza diversos 
recursos. Esses recursos se constituem num importante instrumento de linguagem e 
revelam dados sobre a nossa vida, que muitas vezes são segredos para nós mesmos. 
Com base nesses dados é elaborado o plano de intervenção. 
Os instrumentos de avaliação podem incluir diferentes modalidades de 
atividades e testes padronizados, utilizados de acordo com a habilitação profissional 
e da composição da equipe multidisciplinar da clínica de educação. 
Em geral, realiza-se uma análise do material escolar; questionários; atividades 
matemáticas, como resolução de cálculos, problemas, exercícios de lógica; escrita 
livre e dirigida, visando avaliar a grafia (qualidade da letra ou caligrafia); ortografia e 
produção textual; leitura (decodificação e compreensão); desenhos; jogos de 
 
28 
construção,jogos simbólicos e com regras; testes psicomotrizes; interações grupais e 
usa-se também testes de neurofeedbacks. 
3.5 Acompanhamento Neuropsicopedagógico 
O trabalho de acompanhamento Neuropsicopedagógico desencadeará novas 
necessidades, de modo a provocar o desejo de aprender e não somente uma "melhora 
no rendimento escolar". O foco do Neuropsicopedagogo não é o "aluno" como outrora 
comentou-se, mas sim o "indivíduo" o ser aprendente, em qualquer das dimensões 
em que ele se manifeste. 
Durante o acompanhamento são estabelecidos contatos periódicos ou um 
cronograma com o neuroaprendiz; os pais e a equipe escolar (coordenador e 
professores) com a finalidade de obter um melhor feedback dos avanços, melhoras e 
conquistas do neuroaprendiz, até que o Neuropsicopedagogo conclua que seu 
paciente reassumiu sua autonomia cognitiva, para conduzir seu caminho de 
conhecimentos. 
3.6 A Neuropsicopedagogia 
Sua análise está inserida no contexto em que se desenvolve o processo de 
aprendizagem; a leitura dos problemas que emergem da, e na interação social voltada 
para o sujeito que aprende; busca compreender os fatores que intervêm nos 
problemas, discriminando o particular e o geral, o específico e o universal, na busca 
de alternativas de ação para uma mudança significativa nas posturas frente ao ensinar 
e ao aprender, pautada em uma essência específica e diferenciada da 
psicopedagogia. 
3.7 A Psicopedagogia 
Área de estudo da neuropsicologia que avalia, diagnostica, estuda e 
intervenciona frente a aprendizagem humana e suas intercorrências considerando a 
compreensão do sujeito enquanto aprendiz, dotado de complexidades, peculiaridades 
e inseguranças, sendo obrigado a tomar decisões avaliativas além ou aquém de sua 
realidade cognitiva. 
 
29 
3.8 Desenvolvimento maturacional 
A formação e a elaboração das várias funções cognitivas passam por um 
processo de ontogênese que atravessa vários estágios. A esses estágios pode-se 
atribuir uma correlação significativa com as fases do desenvolvimento cerebral. 
A partir dos 6-7 anos, a criança tem maior desenvolvimento das noções de 
lateralidade, orientação direita e esquerda, sendo capaz de reproduzir movimentos 
alternados e simultâneos. Há um grande desenvolvimento das áreas associativas 
específicas e das conexões inter-hemisféricas do córtex motor e sensorial. 
3.9 Mielinização 
Observam-se diferenças sexuais na cronologia da mielinização, mais precoce 
nas meninas em áreas relacionadas com a linguagem, hemisfério esquerdo. Para os 
meninos, o ciclo maturacional do hemisfério direito parece ser mais prolongado, o que 
poderia justificar a maior habilidade em tarefas que envolvem o processamento 
visoespacial. 
3.10 Lateralidade das funções 
A noção de lateralização ou simetria funcional da linguagem e outras funções 
cognitivas, iniciou-se em 1861, com o neurologista Pierre Paul Broca. Observa-se que 
cada hemisfério utiliza estratégias de processamentos diferentes e complementares, 
um de base verbal-analítica, hemisfério esquerdo (como a linguagem) e o outro 
visuoespacial, hemisfério direito (por meio de imagens). 
3.11 Hemisfério esquerdo 
O hemisfério esquerdo (HE) parece ter o substrato neural para a expressão, 
análise e compreensão da linguagem, que compreendem sistemas para a percepção 
e classificações de materiais que são codificados linguisticamente; também é 
associado à organização temporal e sequencial da informação das funções de 
raciocínio abstrato, matemático e analítico, formação de conceitos verbais e distinção 
de sons e outras características articulatórias. 
 
30 
3.12 Hemisfério direito 
O hemisfério direito (HD) parece ser predominantemente não linguístico, 
emocional e responsável pela integração sensorial de variáveis internas e externas, 
isto é, orientação espacial, percepção de estímulos, análise e posição do corpo no 
espaço, com a imagem corporal, percepção do todo de um estímulo, relações visuo-
espaciais, bem como participa da mediação da expressão emocional. 
Com o desenvolvimento da especialização hemisférica, observa-se que a 
lateralidade de função no cérebro se desenvolve com o tempo e parece ser totalmente 
estabelecida na adolescência. Observa-se que lesões ocorridas no hemisfério 
esquerdo, ocorrendo entre o início da fase da fala e adolescência, associam-se a 
distúrbios de linguagem. 
Desta forma, provavelmente a lateralidade, na utilização de estratégias de 
processamentos, tem sua emergência também na época da aquisição da linguagem. 
Algumas diferenças no processamento hemisférico já estão presentes desde o 
nascimento, mas são susceptíveis à modulação e à modificação mediante 
experiência. 
3.13 Plasticidade 
Verifica-se que os sistemas neurais que mediam a linguagem têm um 
prognóstico para a sua recuperação, de algum prejuízo, aproximadamente até aos 12 
anos de idade. Numa perspectiva evolutiva maturacional, lesões e disfunções 
caracterizam-se de acordo com as fases do crescimento neuronal, mielinização e 
maturação sequencial das várias regiões cerebrais: 
[...] os determinantes de disfunção neuropsicológica na infância sofrem 
influência de fatores genéticos e estruturais (relacionados com a topografia 
das lesões), especificidade das áreas cerebrais envolvidas com o 
comportamento (relacionadas a áreas eloquentes da linguagem e memória), 
a extensão das disfunções, fatores de neuroplasticidade e os relacionados ao 
paradigma da especialização hemisférica, isto é, estilo cognitivo holístico do 
hemisfério direito ou analítico do hemisfério esquerdo. 
O desenvolvimento psicológico se dá por meio de uma interação dinâmica e 
contínua das experiências sociais e ambientais e por isso é necessário, não só 
identificar os fatores que interferem nesse processo, mas também sua influência. 
 
31 
Padrões rudimentares de atividade neural fornecerão a base do desenvolvimento 
psicológico da criança. 
3.14 Fatores ambientais 
Os fatores ambientais estão diretamente relacionados às condições 
nutricionais, quantidade e qualidade de estimulação, cuidados físicos, tanto da criança 
quanto da mãe, ocupação dos pais, escolaridade e estilos de interação familiar e 
social. 
3.15 Fatores culturais 
Cultura refere-se ao comportamento aprendido e aos traços que são atribuíveis 
às experiências socializadas de um particular sistema ou instituição de uma 
sociedade, diferentes ambientes culturais levam ao desenvolvimento de diferentes 
padrões e habilidades, incluindo também as habilidades cognitivas. Os fatores 
culturais também alteram diferente e dinamicamente o desenvolvimento do cérebro: 
[...] o cérebro não funciona como variável independente que dita ou controla 
o comportamento, mas que atua como uma variável dependente que reflete 
e é influenciada pelos fatores ambientais. O desenvolvimento e a plasticidade 
sináptica das funções cognitivas chamadas "superiores" são ativadas no 
processo do contato social da criança e não somente determinados por 
fatores estruturais e de mielinização das regiões corticais. (Grifo da autora da 
pesquisa). 
A totalidade das ideias, habilidades e costumes a qual cada criança nasce e 
cresce estariam envolvidas no seu desenvolvimento e no perfil de habilidades 
cognitivas. 
3.16 Função atencional 
A função atencional está relacionada tanto à entrada de informação, como na 
execução de tarefas complexas, onde a pessoa adquire informação sobre si própria, 
sobre o seu meio e, com isso, afeta o seu comportamento. De todas as funções 
cognitivas, a atenção é provavelmente aquela que mais frequentemente se torna 
 
32 
comprometida quando se consideram as lesões cerebrais como um todo, 
independentemente de sua localização.Os déficits atentivos podem se manifestar em diferentes quadros clínicos. A 
partir dos cinco anos, a atenção da criança fica sob o controle de processos lógicos 
internos como, por exemplo, as estratégias de procura seletiva, onde ela tem 
dificuldades em ignorar distrações e discriminar estímulos que são ou não relevantes 
para uma tarefa. Prestar atenção é focalizar a consciência, concentrando os 
processos mentais em uma única tarefa principal e colocando as demais em segundo 
plano. 
A atenção apresenta-se sob dois aspectos: a criação de um estado geral de 
sensibilização - estado de alerta e a focalização desse estado de sensibilização sobre 
certos processos mentais e neurobiológicos. Podemos focalizar a atenção em 
estímulos sensoriais (som, cheiro), e em processos mentais (cálculo matemático, 
pensamento, lembrança). 
A atenção mental é chamada de cognição seletiva e a atenção sensorial, de 
percepção seletiva. 
O controle da atenção refere-se ao esforço, por parte do sujeito, para manter a 
atenção, é determinado por fatores externos e internos. 
Os externos referem-se às características dos estímulos, como tamanho, 
posição, cor, intensidade, movimento, complexidade, relevância e novidade. 
Os fatores internos são aqueles que se relacionam diretamente com o estado 
do organismo, como fadiga, estresse, interesse, uso de medicamentos e, 
provavelmente, a preferência de processamento hemisférico. 
3.17 Bases neurais da atenção 
O córtex frontal e o temporal são as estruturas corticais envolvidas na atenção, 
uma rede atencional composta de áreas frontais que mobilizam seletivamente o córtex 
parietal (atenção viso-espacial) e o córtex temporal (atenção linguística). Para se 
verificar quais regiões corticais estariam envolvidas na atividade de atenção, 
utilizaram-se técnicas de imagem por ressonância magnética funcional (IRMf) e 
tomografia por emissão de pósitrons (PET), as quais nos capacitam a ver as 
alterações na atividade encefálica humana. 
 
33 
Pode-se considerar que a atenção está relacionada com o processamento 
preferencial de informação sensorial. O cérebro não consegue processar toda a 
informação sensorial que entra simultaneamente. A atividade cerebral muda quando 
a atenção é dirigida para um estímulo específico: visual, auditivo. Os dois hemisférios 
cerebrais são especializados nos mecanismos atencionais por diferentes caminhos. 
Um sistema de ativação, responsável pela produção de respostas motoras, 
está localizado no lado esquerdo do cérebro, enquanto que o sistema de alerta 
(provocativo), responsável pela resposta fásica aos estímulos externos, encontra-se 
lateralizado para o lado direito do cérebro. Geralmente a duração de um determinado 
foco de atenção é breve. 
3.18 Hemisfericidade 
A ideia de que os dois hemisférios são especializados em diferentes modos de 
pensamento levou ao conceito de hemisfericidade. A hemisfericidade é uma forte 
tendência para a predominância de um dos hemisférios ou de um modo de 
processamento, independentemente do tipo de tarefa. 
Apesar dos hemisférios parecerem semelhantes, eles têm particularidades 
diferentes e fazem a diferença entre os indivíduos de acordo com a sua preferência 
de processamento e capacidade de balanceamento entre eles. Presume-se que esta 
utilização diferencial se reflete no "estilo cognitivo" do indivíduo, as preferências 
pessoais e a abordagem na solução de problemas. A hemisfericidade não se estende 
apenas à percepção, mas a todos os tipos de dimensões intelectuais e de 
personalidade. 
3.19 Hemisfericidade e uso da linguagem verbal e não verbal 
Conforme dito anteriormente, o hemisfério direito processa a informação não-
verbal, é holístico, tem capacidade de reconhecer faces, formas e propriedades 
geométricas, realizar transformações espaciais e transposições, colocar forma nos 
moldes, copiar desenhos, discriminar e lembrar formas visuais e uma pequena 
capacidade de processar habilidade verbal. 
 
34 
O hemisfério esquerdo processa informações analíticas, é verbal, controla 
também a sequência de movimentos dos membros superiores e inferiores, sistema de 
produção da fala, melhor habilidade para reconhecimento da fala humana. 
3.20 Especialização hemisférica 
Na dimensão neuropsicológica, a linguagem verbal, que define a preferência 
funcional do hemisfério esquerdo, é antecedida pela linguagem não-verbal, que 
pertence ao hemisfério cerebral direito. Pode-se dizer que: "a especialização 
hemisférica requer que, evolutivamente, o hemisfério direito assuma a liderança das 
atividades não-verbais, como os gestos, a postura, as brincadeiras, as imitações, a 
integração motora. Gradativamente, ao longo do desenvolvimento humano, o 
hemisfério esquerdo transcende esta dimensão, a fim de se projetar e disponibilizar 
para as atividades linguísticas verbais e cognitivas mais complexas. 
 
 
35 
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