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1 Artigo Cientifico apresentado ao Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB como requisito para a conclusão do curso de Pós- graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. Ismael Leite: silvaleitebiologo@gmail.com/ Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB curso de Pós-graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. O COORDENADOR PEDAGÓGICO NO AMBIENTE DAS INTITUIÇÕES ESCOLARES Ismael Leite da Silva Email: : silvaleitebiologo@gmail.com RESUMO Este artigo objetiva avaliar os aspectos dos afazeres do coordenador no ambiente escolar, buscando colaborar para que os docentes possam compreender quais as obrigações são inerentes a cada indivíduo no ambiente escolar, possuindo como ênfase o seu trabalho no dia-a-dia escolar, de forma competente envolvendo todo o grupo como um meio facilitar a aprendizagem pedagógica dos docentes e do corpo escolar como um todo. Refletindo e revisando os procedimentos pedagógicos colocados ao professor e em consequência a instituição escolar. Os estudos bibliográficos aqui presentes levam em consideração os estudos dos autores: Freire (1996), Libâneo (2001), Luckesi (1990), Saviani (1991), Vasconcellos (2006), Veiga (1995), observou-se uma preocupação crescente em relação aos afazeres que o coordenador pedagógico desempenha dentro das instituições. A elaboração de um trabalho dessa magnitude é muito trabalhoso, pois, necessita do pesquisador uma opinião crítica e reflexiva, refletindo assim, uma consideração sobre a metodologia e até onde vai o trabalho exercido por uma coordenação pedagógica, esse trabalho de direção ficava sempre a cargo do supervisor ou gestão escolar. PALAVRAS-CHAVE: Coordenador Pedagógico, Projeto Político Pedagógico. ABSTRACT This article aims to assess the aspects of the coordinator's tasks in the school environment, seeking to collaborate so that teachers can understand what obligations are inherent to each individual in the school environment, with an emphasis on their work in the day-to-day school, in a way competent involving the whole group as a means to facilitate the pedagogical learning of teachers and the school staff as a whole. Reflecting and reviewing the pedagogical procedures placed on the teacher and consequently on the school institution. The bibliographic studies presented here take into account the studies of the authors: Freire (1996), Libâneo (2001), Luckesi (1990), Saviani (1991), Vasconcellos (2006), Veiga (1995), there was a growing concern in relation to the tasks that the pedagogical coordinator performs within the institutions. The elaboration of a work of this magnitude is very laborious, as the researcher needs a critical and reflective opinion, thus reflecting a consideration on the methodology and the extent to which the work carried out by a pedagogical coordination goes, this work of direction was always in charge of the supervisor or school management. KEYWORDS: Pedagogical Coordinator, Pedagogical Political Project. INTRODUÇÃO O ensino é um acontecimento adequado aos seres humanos. O homem é o único ser capaz de ser educado. Para Saviani (1980, p.19): “para entender a natureza da educação é preciso entender o comportamento humano. Ao contrário dos outros animais que se adaptam mailto:silvaleitebiologo@gmail.com mailto:silvaleitebiologo@gmail.com 2 Artigo Cientifico apresentado ao Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB como requisito para a conclusão do curso de Pós- graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. Ismael Leite: silvaleitebiologo@gmail.com/ Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB curso de Pós-graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. a realidade e garante naturalmente a própria existência, o homem precisa construir continuamente. Para realizar este proposto, o ser humano busca adaptar a natureza a si, transformando-a. Neste processo ele se educa e se humaniza”. A função principal do ensino é educar o homem. A mesma se inicia em casa e no meio social no qual o mesmo está inserido, sendo complementada na escola. Assim, uma educação verdadeira está fundamentada na ética, consideração à dignidade do ser humano e em especial que conduza o discente a compreender-se como indivíduo sociável e que possui cultura (SAVIANI, 1980). Para Veiga (1995), o trabalho pedagógico escolar em relação a construção coletiva, diz que: a escola necessita esquematizar o que deseja realizar, norteando todo processo educacional e não somente agradar as exigências simplesmente burocráticas. Segundo a mesma estudiosa, este trabalho é também um projeto de característica política “[...] por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade.” (VEIGA, p. 20). Nessa contextualização, a performance do coordenador tem evidenciado o anseio por mudanças que o mesmo possa realizar no referente a qualificação e quantificação do trabalho docente. A qualificação e quantificação estão associadas a inclusão destas nas ações de formação, indispensável para o aperfeiçoamento dos educadores questionadores e com capacidades e habilidades apropriadas (Perrenoud, 2002, p. 169). Desta forma, este trabalho objetiva avaliar o trabalho do coordenador educacional na execução de suas ações. Para que uma pessoa faça suas obrigações como coordenador é preciso que o mesmo tenha noção do compromisso que esta função exige. Assim, é necessário delinear o perfil desse profissional e expor quais são habilidades indispensáveis para a execução do cargo, posteriormente, identificando os obstáculos a serem superados e quais ações podem ser tomadas para a superação dos mesmos. O desempenho das obrigações do coordenador tem exposto a apreensão com as ações que o mesmo realiza no tocante a qualificação do trabalho docente. Para Perrenoud (2002, p. 169) o mesmo nos diz que “não é possível formar professores reflexivos sem inserir essa intenção no plano de formação e sem mobilizar formadores de professores com as competências adequadas”. Desta forma, acredita- se que o desígnio dos afazeres da função pedagógica necessita da superação dos obstáculos, que o autor diz serem vários. Desta forma, avaliar as funções desse profissional, possibilita mostrar as habilidades necessárias que o mesmo precisa ter para desempenhar suas atribuições com maestria encontrando obstáculos e os superando com conhecimento técnico. Objetiva-se com este trabalho identificar a forma de atuar do coordenador educacional nas instituições públicas e privadas da cidade de Buriticupu-MA. Assim, foram realizadas duas pesquisas sendo, uma bibliográfica e outra de campo sobre o tema, avaliando como o trabalho deste profissional ocorre dentro destas instituições. Sendo assim, este é um trabalho que leva em consideração a qualidade do trabalho desse agente educacional, onde os dados adquiridos tiveram a atuação de coordenadores pedagógicos de instituições públicas e privadas deste município, em mailto:silvaleitebiologo@gmail.com 3 Artigo Cientifico apresentado ao Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB como requisito para a conclusão do curso de Pós- graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. Ismael Leite: silvaleitebiologo@gmail.com/ Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB curso de Pós-graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. que os mesmos se encontram avaliados e referenciados neste artigo. Busca-se com esta pesquisa, possibilitar uma discussão direcionada aos dados coletados enfatizando assuntos de ordens prática e teórica. Espera-se com este trabalho, que o este agente educacional reflita sobre suasações de maneira ética e democrática, em prol de conduzir os contratempos que venham a existir nos convívios interpessoais procurando sempre atualizar o processo de formativo dos corpos docentes e discentes, através de uma metodologia democrática que possa ter a colaboração de todos os indivíduos que copem a educação. ATIBUIÇÕES E OBSTÁCULOS DO COORDENADOR A coordenação pedagógica, apresenta várias funções em que muitas dela não condizem com o trabalho que deve ser prestado pelo mesmo (FERNADES e FREITAS, 2008). Para Saviani (2008), o mesmo defende que: [...] se a escola é o lugar da construção da autonomia e da cidadania, a avaliação dos processos sejam eles das aprendizagens, da dinâmica escolar ou da própria instituição, não devem ficar sob a responsabilidade apenas de um ou de outro profissional, é uma responsabilidade tanto da coletividade, como de cada um, em particular. Saviani (2008, p.7). O entendimento de que o conhecimento humano não é oferecido ao indivíduo, mas produzido por ele, leva a compressão do processo educativo como uma ação de fazer, conduzida propositalmente, em cada sujeito único, pois, é a sociedade que produz de maneira histórica e coletiva o seu conhecimento (SAVIANI, 1991). A função de coordenação pedagógica quando não possuía uma denominação especifica a suas atribuições, tinha que exercer as mais variadas funções. Trabalhava como fiscal, observado o que acontecia nas salas e informava o que deveria ser realizado ou não. Possuindo poucos conhecimentos pedagógicos, não criava conexões, por não ser considerado pelos outros funcionários da instituição escolar como um sujeito com experiencia pedagógica, sendo na maioria das vezes abandonado do processo de ensino. Sendo considerado na maioria das vezes um sujeito sem campo especifico de trabalho escolar (ACOSTA, 1990). Observa-se há anos que esse agente educacional, é indispensável no desenvolvimento das ações escolares junto aos professores e a todo corpo escolar, pois o mesmo apresenta uma formação especifica e conteúdo técnico para contribuir com o processo educativo da instituição escolar de forma generalizada. O plano pedagógico se embasa na lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, esta lei prioriza as bases e diretrizes da educação brasileira (BRASIL, 1996). Sendo este projeto norteado nos princípios que orientam a instituição com anseios democráticos, públicos e gratuitos como: “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola” (Brasil, 1996, p. 28). Isso quer dizer que a educação ofertada deve ser de bons índices para todo cidadão, e não unicamente para as classes mais privilegiadas economicamente, desta forma toda a comunidade escolar deve estar engajada para que essas ações não sejam descumpridas (BRASIL, 1996). Os meios básicos para a elaboração do plano educacional, possui fins propositalmente pretendidos e ansiados pela escola; como um bom alicerce e mailto:silvaleitebiologo@gmail.com 4 Artigo Cientifico apresentado ao Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB como requisito para a conclusão do curso de Pós- graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. Ismael Leite: silvaleitebiologo@gmail.com/ Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB curso de Pós-graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. organização que busquem identificar quais elementos são valorizadas, analisando as semelhanças funcionais entre as mesmas; uma boa experiencia comprovada, estrutura social e habilidades implicam em uma sistematização dos elementos que fundamentam esta estrutura e se consolide; período escolar que ampare no aparelhamento das atividades pedagógicas compostas por horário e calendário escolares; escolha de atitude que precisa antecipar mecanismos que excitem a atuação de todos que fazem parte do plano educacional de aprendizagem; afinidades de trabalho embasadas nas ações de participação, reciprocidade e solidariedade, coletivamente (Veiga, 1995). Assim, a criação de um do projeto pedagógico precisa de um tempo para ponderações democráticas do procedimento de decisões a serem tomadas, bem como a criação de um processo em grupo para a elaboração do mesmo (BRASIL, 1996). A elaboração do projeto pedagógico é um elemento excencial na criação das ações. Pois, refletem as alternativas de escolha, priorizando a formação das pessoas demonstrando as ações pedagógicas que conduzem a instituição escolar a conseguir seus anseios educacionais (BRASIL, 1996). A principal atribuição do coordenador é planejar uma educação que predomine a qualidade, objetivando sempre o aperfeiçoamento da aprendizagem dos discentes, contribuindo no desenvolvimento de uma gestão institucional democrática inclusiva e participativa, além possibilitar que o educando aumente sua habilidade e valores sociais. Desta forma, este profissional necessita possuir um conhecimento fundamentado em suas ações, imprescindíveis para a realização de suas atividades (FREIRE, 1996). Desta maneira, o coordenador necessita elaborar as ações pedagógicas que devem ser realizadas na escola elaborando meios para que os mesmos sejam utilizados na proposta educacional, mostrando sempre que o processo de ensino determina uma boa competência do profissional na realização de seus afazeres. Observa-se que a aprendizagem, não é unicamente uma aquisição de habilidades, mas uma reflexão crítica sobre o processo de ensino que demonstra que ensinar requer pensamento crítica referente a prática o que resulta na formação constante dos docentes e de uma participação efetiva da comunidade (LIBÂNEO, 2001). É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico necessário à reflexão crítica tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática (FREIRE, 2009, p. 39). O perfil do coordenador pedagógico, sendo um professor, deve ser considerada nos meios do contexto econômico, cultural e político-social, , realizando uma avaliação ética desses assuntos. As instituições escolares de uma forma geral são consideradas por esses profissionais como lugares que apresentam poucos planejamentos e muita improvisação, com atos emergenciais e simplistas que na maioria das vezes prejudica o processo de ensino. Esses trabalhadores encontram-se cansados, e angustiados, devido a sua jornada laboral ser superior ao contratado, e não observam mudanças significativas da estrutura escolar que correspondam a suas ações em benefício da instituição. mailto:silvaleitebiologo@gmail.com 5 Artigo Cientifico apresentado ao Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB como requisito para a conclusão do curso de Pós- graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. Ismael Leite: silvaleitebiologo@gmail.com/ Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB curso de Pós-graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. A escola possui uma função social definida, sendo de sua responsabilidade a formação e difusão da cultura e conhecimentos. Desta maneira, o coordenador tem o papel de representar os anseios e princípios da rede escolar na qual atua seja ela (estadual, federal, municipal e privada), como docente, o mesmo tem que ofertar formação aos professores com os quais trabalha, para que os mesmos construam suas próprias críticas e visões da instituição, fazendo valer suas convicções, contribuindo assim com o projeto pedagógico (BRUNO, 2003). Analisando o conceito das funções conferidas ao coordenador no ambiente escolar, e tendo como embasamento o pensamento de atuação como um aparelhamento de uma “profissão, que é uma tarefa de ocupação especializada, remunerada, definida por uma ideia construída, com atribuições especificas a área de atuação” (SAVIANI, 2004, P.14). Para Kuenzer (2007) a mesma diz que: “clareza teórica, competência,compromisso político e possibilidades concretas de intervenção são os componentes da equação que definirá as possibilidades de fracasso e sucesso, sempre dialeticamente articuladas, nesse processo de transformação” (Kuenzer, 2007, p.77). A estudiosa faz sua colocação relacionada a lógica da mudança da atividade escolar, enfatizando a concepção do pedagogo como um elemento essencial nesse processo. O Coordenador no dia-a-dia escolar, é um estrategista e mediador que procura realizar as colocações necessárias na escola para o seu melhor funcionamento através de estudos do campo teórico e prático como uma maneira do educador melhorar a sua pratica e qualidade educativa. Frente a esses aspectos mencionados visamos colaborar com esse trabalho para a ponderação no que se refere a métodos pedagógicos dos coordenadores pedagógicos que cumprem as diretrizes dos docentes e discentes. Em conformidade com Garrido (2007): “o trabalho coletivo na organização escolar, enfatizando as funções formadora, articuladora e transformadora, por entendermos tais funções como elementos constitutivos da prática do coordenador quanto a sua auto formação continuada e dos professores que coordena, a articulação dos processos educativos, a busca por levar a reflexão, a tomada de consciência das dimensões das ações, dos problemas, dos conflitos, que possam conduzir à novas práticas, à integração, caracterizando assim a transformação efetiva do trabalho desenvolvido pelo grupo” (Garrido, 2007, p.9). Observa-se assim, que o trabalho pedagógico apresenta algumas fragmentações, desta forma poderemos realizar uma avaliação no referente prática- teórica, fazendo uma reflexão das formas de atuação com o intuito de agenciar uma boa interação entre os funcionários da escola, e em especial da concretização das teorias organizadas nas ações sociais com o desejo de construir o conhecimento de maneira dinâmica. Para Almeida (2001) no que se refere as atividades de um Coordenador que: [...] mediar o saber, o saber fazer, o saber ser e o saber agir do professor. Essa atividade mediadora se dá na direção da transformação quando o coordenador considera o saber, as experiências, os interesses e o modo de mailto:silvaleitebiologo@gmail.com 6 Artigo Cientifico apresentado ao Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB como requisito para a conclusão do curso de Pós- graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. Ismael Leite: silvaleitebiologo@gmail.com/ Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB curso de Pós-graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. trabalhar do professor, bem como criar condições para questionar essa prática e disponibiliza recursos para modificá-la, com a introdução de uma proposta curricular inovadora e a formação continuada voltada para o desenvolvimento de suas múltiplas dimensões. (ALMEIDA, 2001, p. 21). Ao analisar o currículo do coordenador, percebeu-se, que é necessário compreender o papel do mesmo no processo educativo, que são forçados a expor soluções para as mais variadas situações no ambiente escolar, sem que haja uma formação especifica para as questões que fogem de seu conhecimento. Desta maneira, esses profissionais tem que se conscientizarem que os mesmos são agentes atuantes e promovedores da mudança educacional. Há tempos esse profissional era comummente conhecido como supervisor. Para Ferreira (2007), esse conceito de supervisão originou-se no setor administrativo e é compreendido como um controlador que gerência o que será executado. Assim, esse juízo foi absorvido pelo meio educacional como uma forma de ter controle sobre o processo educacional. Desta forma, a função do supervisor coordenador era simplesmente observar e mostrar as falhas do docente em vez de trabalhar em conjunto com o educador, buscando superar os obstáculos presentes possibilitando a ministração de uma aprendizagem de qualidade para os discentes na escola da qual faz parte (FERREIRA, 2007). Observa-se que as teorias educacionais atuais não concordam com coordenadores com esse tipo de perfil controlador e que se considera saber de tudo. Assim, essas novas teorias buscam acabar com esse paradigma. Desta forma aparece um novo tipo de profissional que é o coordenador, que é o antigo supervisor, mas com uma atuação atualizada, este coordena e orienta as ações grupais. Possuindo como função especial mediar e beneficiar o método de edificação de conhecimentos, apresentando assim, uma visão democrática e articulada com a pedagogia da escola e de sala de ensino, sempre considerando novas opiniões e saberes. No passado o coordenador apresentava um estilo altamente ditatorial e, por esse motivo, percebe-se um certo receio quanto à ação desse profissional dentro das instituições escolares. É imprescindível que o mesmo obtenha a aceitação dos professores para que consiga desempenhar bem as suas atribuições. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), no seu artigo 64, o mesmo nos diz que:”a formação de profissionais em educação destinados a administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional, na educação básica será realizada mediante cursos de graduação em pedagogia ou de pós-graduação, de acordo com a instituição de ensino, sendo garantido, nesta formação, a base comum nacional que a lei garante” (BRASIL, 1996). Quando o coordenador pedagógico possuir a formação específica e saberes obtidos nos cursos de graduação e de pós, esse assumirá a competência de direcionar suas ações para suprir as especificidades culturais, políticas e sociais da instituição escolar (BRASIL, 2006). Ressalta-se que a presença de um coordenador que compreende o seu papel dentro da escola é fundamental, e que acompanhe o projeto pedagógico escolar, formando educadores, mantendo a união entre alunos, pais e direção escolar. Esse mediador é a ponte que faz a união entre todos os indivíduos que formam a escola, sempre desempenhando a sua função pedagógica e motivador e construtor de boas ações educacionais. (VASCONCELLOS, 2006). mailto:silvaleitebiologo@gmail.com 7 Artigo Cientifico apresentado ao Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB como requisito para a conclusão do curso de Pós- graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. Ismael Leite: silvaleitebiologo@gmail.com/ Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB curso de Pós-graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. Na coordenação e direcionamento seus afazeres o coordenador necessita ter a consciência de que seu trabalho não pode ocorrer de maneira isolada, mas em grupo, mantendo sempre uma parceria toda a comunidade escolar, sempre mantendo uma atuação direcionada ao aperfeiçoamento do projeto-pedagógico escolar (VASCONCELLOS, 2006). Em conformidade com Vasconcellos (2002), a atribuição de um coordenador, em toda forma de aprendizagem, é ser a mediador do projeto-pedagógico da instituição no meio pedagógico, estabelecendo a meditação e a atuação de todos os indivíduos da instituição nesse processo educativo, sempre sendo uma pessoa acessível escutando as ideias a ele colocadas e as utilizando sempre que possível, e nunca sendo individualista. Para Vasconcelos (2002) o mesmo se refere ao Coordenador como sendo: [...] não é dedo-duro (que entrega os professores para a direção ou mantenedora), não é pombo correio (que leva recado da direção para os professores e dos professores para a direção), não é coringa/tarefeiro/quebra galho/salva-vidas (ajudante de direção, auxiliar de secretaria, enfermeiro, assistente social, etc.) não é tapa buraco (que fica “toureando” os alunos em sala de aula no caso de falta do professor), não é burocrata (que fica às voltas com relatórios e mais relatórios, gráficos, estatísticas sem sentido,mandando um monte de papéis para os professores preencherem – escola de “papel”), não é de gabinete (que está longe da prática e dos desafios efetivos dos educadores), não é diário (que tem dicas e soluções para todos os problemas, uma espécie de fonte inesgotável de técnicas, receitas), não é generalista (que entende quase nada de quase tudo). (VASCONCELLOS, 2002, p.87) Destaca-se que o coordenador encara o obstáculo de edificar seu próprio perfil profissional e demarcar seu ambiente de trabalho. Assim, a sua ajuda no aperfeiçoamento da qualidade educacional e dos ambientes de trabalho profissional dos docentes é dependente das conquistas alcançadas nesta tarefa (FONSECA, 2001). A ação do coordenador proporciona menos obstáculos para as atribuições desse profissional, isso no referente ao desenvolvimento de intervenções expressivas para à execução do trabalho pedagógico a partir de sua atuação e ações grupais. Com a aquisição de uma participação mais ativa dentro do ambiente escolar, o coordenador pedagógico necessita lidar com problemas analisando seus limites diariamente. Sendo um dos principais a articulação do projeto de ensino, aperfeiçoamento do corpo educacional e mudanças no ambiente escolar. Destaca-se que sem um plano bem elaborado, sem formação especifica, com ações diversas que o mudem de função, esse profissional passa por várias formas de pressão. O relacionamento entre escola-família passa a ser uma tarefa complicada, pois, necessita de uma expressividade mais direta e de acordo com a realidade da comunidade escolar em algumas situações. Assim, para FREIRE apud MEDEL (2008): os resultados de avaliações externas pressionam por resultados imediatos do trabalho cotidiano, que muitas vezes precisa ser regido em outro tempo. E o modelo de gestão escolar, se não é descentralizado, gera desgastes com a direção da escola. Coordenadores pedagógicos e especialistas em educação apontam rotas e propõem possíveis caminhos mailto:silvaleitebiologo@gmail.com 8 Artigo Cientifico apresentado ao Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB como requisito para a conclusão do curso de Pós- graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. Ismael Leite: silvaleitebiologo@gmail.com/ Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB curso de Pós-graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. de escape para essa situação não causar danos maiores. A conclusão é a de que, com diálogo, trabalho em equipe e clareza de funções, é possível, chegar a um comando harmonioso. (FREIRE apud MEDEL 2008, p.37) Devido a vários problemas persistentes, e as devidas superações dos mesmos a identificação do coordenador pedagógico se encontra mais forte e seu participação na instituição escolar vem gerando o devido reconhecimento profissional. Isso pode ser comprovado em documentos oficiais e nos trabalhos científicos, a apatia frente as funções desse profissional são evidentes (PLACCO, 2012). Para esta autora, devido as questões próprias do sistema educacional, dos educandos, gestores e pais dos discentes serem diferentes, isso acaba por contribuir no desvio do coordenador de suas funções. "Uma escola tem sempre urgências, e o coordenador pedagógico acaba solicitado nesses momentos” (Placco, 2012, p. 23). Observa-se desta forma um descontrole considerável em relação as demandas escolares. ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES ADQUIRIDAS As informações adquiridas por meio do questionário ofertado aos Coordenadores Pedagógicos que trabalham nas escolas públicas e privadas nos vários setores educacionais do município de Buriticupu-Ma, as informações presentes nesses questionários foram adquiridas de coordenadores que trabalham há mais de três anos nesta função, sendo cinco que fazem parte da educação infantil e três do 6º ano 9º anos. As questões foram constituídas respeitando o tema aqui exposto, através de perguntas abertas para que fosse possível um maior entendimento no que se refere as imputações, organização e obstáculos que estes profissionais enfrentam. Frente as transformações que acontecem atualmente na sociedade, em relação aos panoramas econômicos, políticos e sociais, as escolas, sendo um órgão de ensino e de aprendizados- pedagógicos, passa por vários obstáculos que afetam a sua ação frente às demandas que aparecem. Desta maneira, os coordenadores que desta fazem parte necessitam estar convictos que os discentes precisam ter uma aprendizagem ampliada, e de qualidade no seu processo de ensino. A maior parte dos entrevistados referem-se as suas atividades laborais na como uma grade de problemas que são o relacionamento com os professores e de expor suas ideias de uma forma que essas estejam em alinhamento com as diretrizes da instituição, sem falar na falta de participação de todos os funcionários da escola. O coordenador necessita cumprir muitas funções, ser um pouco de tudo, docente, artista, conciliador, psicólogo, líder, organizador, supervisor, entre muitos outros (P1). Entre as funções do coordenador, está o dinamismo para trabalhar com a natureza especifica da escola e a sua comunidade escolar (P2). Exercer esse trabalho é sinônimo de lutas e acolhimentos diariamente a educandos e seus pais, funcionários, docentes, além de ter a competência de incentivar e promover o projeto pedagógico, obrigação de ter sua formação sempre atualizada, independentemente de todas as suas funções, evitando desta forma o mailto:silvaleitebiologo@gmail.com 9 Artigo Cientifico apresentado ao Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB como requisito para a conclusão do curso de Pós- graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. Ismael Leite: silvaleitebiologo@gmail.com/ Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB curso de Pós-graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. abatimento e a comodidade que são elementos que podem prejudicar a sua prática educacional. Acredito que a maior atribuição como Coordenadora Pedagógico é fazer uso de muita conversa, entendimento e parceria na relação com alunos, pais, educadores, funcionários e gestores (P5). Enfatizo que temos que responder pelo desempenho dos docentes e o aproveitamento dos educandos (P3). No que se refere ao relacionamento entre instituição escolar e família a coordenação pedagógica é essencial, pois, o coordenador tem a formação técnica e pessoal para mediar a união e conserva-los a favor da formação continua dos alunos, desde que cada elemento contribua com sua função social. Faço a mediação entre família e escola por meio dos atendimentos aos alunos e pais, das informações enviadas para casa (reflexões), das reuniões escolares, do grupo e do contato diário (P4). A função do coordenador é uma peça importante no ambiente educacional, pois, procura envolver todos nesse processo para que interajam entre si no processo educativo respeitando os relacionamentos interpessoais de forma aceitável, estimando a formação docente e desenvolvendo aptidões para trabalhar com as atitudes diferenciadas, objetivando sempre ajudar constantemente na edificação de uma educação austera, qualitativa e sempre aberta a novas descobertas. Adotar o gerenciamento da escola, recepção aos pais, alunos e educadores e ser responsável por inúmeras situações que acontecem (P6). Para Freire (1982) esse profissional é, inicialmente, um professor e como uma precisa ser cauteloso no que se refere ao caráter pedagógico das relações de ensino dentro da instituição escolar. O mesmo deve incentivar os docentes a avaliarem suas ações, restaurando a autoconfiança do professor considerando sempre o valor do trabalho em grupo, atuando como um companheiro do educador o coordenador pedagógico consegue ir mudando para melhor a metodologia pedagógica. Em conformidade com Vasconcellos (2006) essa práticaé constituída das meios: reflexivo quando auxilia no entendimento dos processos de ensino; organizadora ao organizar as ações dos vários indivíduos na escola; conectora por permitir um relacionamento positivo entre os docentes, gestores, funcionários, alunos e seus respectivos pais; interventora quando altera algumas práticas que não estão em comum acordo com os princípios da escola, avaliadora, ao possibilitar a autoavaliação do processo de aprendizagem procurando sempre por novos avanços. Para Libâneo (2004), o coordenador é o sujeito responsável pela viabilidade, interação e elaboração do afazerer pedagógico, sendo ligado diretamente ao desenvolvimento do trabalho docente, alunos e seus respectivos pais ou responsáveis. Em conjunto com os educadores esse profissional tem como atribuição principal oferecer auxílio didático- pedagógico, repensando sobre suas práticas pedagógicas de ensino, ajudando e a construir novas formas de aprendizagem, que possam auxiliar os discentes durante o seu processo formativo. Em conjunto com os pais ou responsáveis dos educandos, o coordenador cria e mailto:silvaleitebiologo@gmail.com 10 Artigo Cientifico apresentado ao Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB como requisito para a conclusão do curso de Pós- graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. Ismael Leite: silvaleitebiologo@gmail.com/ Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB curso de Pós-graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. executa mecanismos e atividades interativa e de estreitamento nas relações família- escola. Esta união acontece tanto de forma informal acompanhamento da performance educacional dos filhos, ou formal, quando ocorre o acompanhamento nas reuniões escolares. A escola necessita compartilhar suas responsabilidades com os pais, assim, é importante a presença e o acompanhamento dos mesmos dentro dessas instituições. Além desses trabalhos, o coordenador sugere estudar, discutir e revisar quando necessário o Projeto-Pedagógico escolar, estimulando a inter-relação entre os mais diversos projetos didáticos e garantindo a atuação pedagógica, acompanhada das avalições escolares e institucionais, atentando-se aos aspectos organizacionais da aprendizagem: como coordenar as reuniões pedagógicas; elaborar o horário escolar; organizar as turmas; distribuir os docentes nas suas respectivas cargas horarias; organizar e conservar os equipamentos e materiais didáticos; coordenar e planejar as reuniões e Conselhos de Classe na escola. Destaca-se que é garantido ao coordenador a mediar a organização da escola e gestão, isso no referente ao trabalho de uma atuação democrática (autônoma, descentralizadora e participativa). CONSIDERAÇÕES FINAIS Na elaboração deste trabalho, foi enfatizado a formação dos coordenadores e como o mesmo articula o processo ensino de sua instituição escolar, destaca-se que apenas essas não ações garante uma aprendizagem satisfatória, pois, apenas esse profissional sozinho não consegue transformar o ambiente escolar, por mais conhecimento e competência que o mesmo possua. Assim, o relacionamento entre educador e coordenador a partir do momento que aumenta, tais atitudes possibilitam o crescimento pratico, teórico e pedagógico de ambos. É imprescindível a atuação desse profissional nas instituições escolares, pois, o mesmo procura integrar todos os elementos que compõem a mesma no processo de ensino conservando os outros setores que formam a administração. Desta maneira, a função do coordenador é permitir a constituição de um ambiente escolar democrático, descentralizador e atuante, que tem como objetivo assessorar o educando na sua formação como cidadão. Mesmo com várias responsabilidades colocadas a esse profissional, o mesmo enfrenta obstáculos no ambiente escolar, como por exemplo funções de caráter burocrático, disciplinar, organizacional que acabam por depreciar o seu trabalho. Espera-se com este trabalho que o mesmo possa servir como fonte de pesquisa e embasamento teórico, para o incremento de estudos que possam contribuir com o aperfeiçoamento das funções do coordenador, que é um profissional pouco valorizado no mercado de trabalho, mesmo sendo de grande importância e um elemento fundamental no desenvolvimento do projeto pedagógico-pedagógico das escolas de modo geral. REFERÊNCIAS COSTA, Ana Jamila. Educação dos Trabalhadores e a Competitividade Industrial no Brasil 1930-1990. Tese Doutoral. Santiago de Compostela (ES): USC, 2004. mailto:silvaleitebiologo@gmail.com 11 Artigo Cientifico apresentado ao Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB como requisito para a conclusão do curso de Pós- graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. Ismael Leite: silvaleitebiologo@gmail.com/ Instituto Pedagógico Brasileiro-IPB curso de Pós-graduação em Gestão Escolar, Administração, Orientação e Supervisão. ALMEIDA, L. R., PLACCO, V. O papel do coordenador pedagógico. Revista Educação. Set. 2011. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96) Lei Darcy Ribeiro BRASIL, Ministério da Educação. Currículo, conhecimento e Cultura. Antônio Flávio Moreira e Vera Maria Candau (coordenadores). Brasília: MEC/ Secretaria de Educação Básica. Novembro de 2006. BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) Nº 9394/96. Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 1996. BRUNO, E. B. G. 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