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Marly Teixeira de Moraes Dinâmicas de grupo © 2013 by Universidade de Uberaba Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Universidade de Uberaba. Universidade de Uberaba Reitor: Marcelo Palmério Pró-Reitora de Ensino Superior: Inara Barbosa Pena Elias Pró-Reitor de Logística para Educação a Distância: Fernando César Marra e Silva Assessoria Técnica: Ymiracy N. Sousa Polak Produção de Material Didático: • Comissão Central de Produção • Subcomissão de Produção Editoração: Supervisão de Editoração Equipe de Diagramação e Arte Capa: Toninho Cartoon Edição: Universidade de Uberaba Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE Marly Teixeira de Moraes Especialista em Gestão de Varejo pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Especialista em Análise de Sistemas, Redes e Banco de Dados pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Especialista em EAD pela Universidade de Uberaba (Uniube). Graduada em Gestão de Marketing, pela Faculdade Politécnica de Uberlândia (FPU). Gerente de Ouvidoria. Docente e gestora do curso de Administração da Universidade de Uberaba (Uniube), no campus de Uberlândia. Sobre a autora Sumário Apresentação .............................................................................................................VII Capítulo 1 Dinâmicas de grupo ............................................................. 1 1.1 Contextualização da dinâmica de grupo ..................................................................2 1.2 Homem: um ser relacional ........................................................................................5 1.2.1 Papéis construtivos .........................................................................................9 1.2.2 Papéis não construtivos ..................................................................................9 1.3 Como os grupos se estruturam, constituem-se e se articulam ..............................11 1.4 Grupos humanos e operatividade ..........................................................................13 1.5 Relações vinculares e Modalidade de aprendizagem ...........................................15 1.6 Teorias .....................................................................................................................17 1.6.1 Teoria de Lewin .............................................................................................17 1.6.2 Teoria de Moreno ..........................................................................................19 1.6.3 Teoria de Piaget ............................................................................................21 1.6.4 Teoria de Rivière ...........................................................................................21 1.6.5 Festinger........................................................................................................27 1.7 Abrangência da dinâmica de grupo ........................................................................30 1.8 Avaliação do processo grupal .................................................................................33 1.9 Conclusão ...............................................................................................................35 Capítulo 2 A dinâmica na organização ............................................... 39 2.1 Dinâmicas de grupo na formação de líderes ..........................................................40 2.1.1 Vivência, dinâmica, técnica e jogo ................................................................43 2.2 Dinâmicas, técnicas e jogos ...................................................................................47 2.3 Facilitadores de grupos...........................................................................................52 2.4 Dinâmicas do ponto de vista do avaliado ...............................................................59 2.5 Conclusão ...............................................................................................................65 Capítulo 3 A técnica das dinâmicas ..................................................... 69 3.1 Correntes modernas das dinâmicas de grupo .......................................................70 3.2 Comunicação nos grupos .......................................................................................71 3.3 A Janela de Johari ...................................................................................................74 3.3.1 As diversas posições da Janela de Johari ...................................................77 3.3.2 Os estilos interpessoais ................................................................................82 3.3.3 As mudanças na Janela de Johari ...............................................................84 3.4 Conclusão ...............................................................................................................97 Capítulo 4 Dinâmicas na prática ........................................................ 101 4.1 Dinâmicas de apresentação .................................................................................102 4.2 Dinâmicas de entrosamento .................................................................................105 4.3 Dinâmicas de reflexão e aprofundamento ............................................................107 4.4 Dinâmicas de sensibilização .................................................................................110 4.5 Dinâmicas de avaliação ........................................................................................113 4.6 Dinâmicas de aquecimento e recreação ..............................................................114 4.7 Dinâmicas de relaxamento ...................................................................................115 4.8 Conclusão .............................................................................................................117 Caro(a) aluno(a). Para esta apresentação, em vez de discorrer sobre a educação corporativa, achei melhor e mais proveitoso, lançar mão de um texto que li e que gostaria de compartilhar com você. O texto, “Meu amigo mestre”, do uberlandense consultor e especialista em gestão de pessoas, Neige Calil, relata um episódio desagradável, mas que acabou lhe trazendo à lembrança uma pessoa que conhecera e levando-o a uma reflexão sobre o que é ser verdadeiramente um “mestre” ,quando o assunto é gestão de pessoas. O episódio desagradável foi uma palestra proferida por uma pessoa sem a devida competência na área de gestão, mas muito presunçosa, com ares de autoridade no assunto. Neige conta como amargou a palestra até o fim, sem ter como sair do lugar onde sentara. Isto fez com que se lembrasse de um colega de trabalho, esse sim, exemplo de como se deve portar um educador corporativo e a quem cabe o epíteto de “mestre”. Qual seria o segredo de tanta eficiência? É Calil quem, em poucas palavras, resume a receita: “Estudo e experiência – eis o antídoto para os espetáculos caros e vazios a que se via obrigado a assistir e que concedem a anônimos como Rodrigo o dom da análise e o poder da síntese.” Rodrigo era o nome desse mestre reverenciado no artigo. Mas, como se aprende mais com exemplos do que com palavras, vamos deixar que você acompanhe a descrição feita pelo próprio Calil do perfil dessa pessoa que, segundo ele, continua anônimo até hoje e é apaixonado por educação nas organizações. Você só tem a ganhar para a sua formação profissional, se prestar atenção aos mínimos detalhes da narrativa. Apresentação VIII UNIUBE “Eu atuava numa filial de uma grande corporação e, diante de uma necessidade local, minha equipecriou um programa de treinamento. Erroneamente, só comuniquei ao corporativo essa proeza após sua aplicação. Com certa tensão ao telefone, expliquei: - Assumi a região há poucos meses e endossei a iniciativa de minha equipe nesse treinamento para a área comercial. Sei que o correto seria pedir autorização primeiramente à matriz, mas era urgente a necessidade de trabalharmos esses quesitos! Garanto que tudo foi feito dentro das normas e diretrizes da companhia. - Parceiro – ouvi surpreso – eu vi a programação que você passou por e-mail. Precisamos disso mesmo, de gente que treina e acredita na educação. Conte conosco sempre que precisar. Vamos trocar informações para podermos sugerir estratégias que enriquecerão o trabalho de vocês aí na filial. Desliguei o telefone num misto de alívio por não ter sido repreendido e alegria por descobrir um aliado na matriz. Questionei um de meus analistas: - Quem é esse cara lá no Corporativo? - É o Rodrigo! Gente fina pra caramba, apaixonado por treinamento. E entende muito do assunto, está sempre disposto a ajudar. - Não me lembro de tê-lo conhecido na minha integração… - Na próxima vez que você for à sede, procure por ele. Vocês têm muito em comum. Meses depois, eu o conheci pessoalmente. Assustei-me: era mais feio que xingar a mãe na noite de Natal. Magro, de frente parecia estar de lado e de lado parecia ter ido embora. Olhos grandes por trás de óculos arcaicos. Tudo isso quebrado por um sorriso contagiante: - Oi, mineirinho! – chamou-me carinhosamente. Que bom ter você aqui conosco! UNIUBE IX Sua recepção era diferenciada, transpirava sinceridade em ouvir nossas experiências no campo e em repartir seus conhecimentos para fazermos cada vez melhor. Nos vários encontros que tivemos sucessivamente, constatei cada vez mais sua paixão por educar gente e multiplicar conhecimentos. Com forte sotaque paranaense, jurava ter nascido do outro lado do rio, no interior de SP. Sua primeira escola foi a vida: criado com simplicidade, perdeu o pai ainda “piá”, como costumava dizer. Isso não lhe tirou, no entanto, o apego a valores essenciais como família, honestidade, amizade, vínculos afetivos. Casou errado na primeira vez, acertou na segunda. Já está experimentando as primeiras lições de ser avô! Foi para a lida logo cedo, encostou a barriga em muito balcão pra fazer suas vendas. Amante dos livros, aprendia na poeira das ruas e no banco da faculdade, num esforço que lhe rendeu um mestrado pouco depois dos 30 anos. Tornou-se excelente professor e eterno aprendiz. Fala dos autores com intimidade e da prática na capacitação de pessoas com entusiasmo. Fui transferido para a matriz e trabalhei lado a lado com esse mito. Andar com ele pelas dependências da empresa era uma tortura – parecia galho de árvore solto na enchente, pois se enroscava em todos os setores. Chamava os colegas pelo nome, brincava, ouvia, dava palpites, colocava-se à disposição. Era nítido como as pessoas se sentiam bem em sua presença e buscavam por ele. Nunca escutei uma alma se queixar dele. Pelo contrário, eram uníssonas as demonstrações de admiração e carinho pelo conhecimento dessa criatura. Educadores não são produzidos em massa, eles nascem assim, como Rodrigo. São pessoas que souberam aprender com a vida e com as letras e carregam com naturalidade o desejo de repartir com os outros. Infelizmente, tenho encontrado colegas que mais parecem administradores de contratos de consultorias que verdadeiros arquitetos de um programa educacional perene e em consonância com as estratégias da empresa. X UNIUBE Rodrigo sabia fazer isso com maestria. Tinha autoridade para falar com a área comercial, seus principais clientes internos, pois tirou muitos pedidos e conhecia o negócio. Demonstrava sustentabilidade teórica, adquirida com muita leitura e trocas acadêmicas. Conquistara credibilidade, pois expressava convicção e endossava seu discurso com atitudes. Era querido, pois dominava como poucos a arte de se relacionar.” E Calil conclui sua narrativa com uma observação bem a propósito do tema que você verá nesse livro que lhe chega às mãos. “Cursos e palestras são apenas alguns instrumentos de repasse de dados e informações. Pena que ainda são interpretados como um fim em si mesmos. O verdadeiro conhecimento se transmite por atitudes que contaminam e despertam um grupo de pessoas a reinventar velhos hábitos. E isso só se consegue com profissionais apaixonados por gente, que leem livros e vivenciam diferentes situações.” (CALIL, 2012, p. 34). Nesse livro, você verá que o seu enfoque é exatamente essa possibilidade de transformar grupos em equipes; transformação essa que passa necessariamente pela educação corporativa. Introdução Dinâmicas de grupoCapítulo 1 Os grupos são fundamentais para o planejamento da organização no alcance de resultados, sendo que grupos que se configuram em equipes apresentam uma vantagem para a empresa e estão aptos a terem melhores resultados que os demais. O desempenho melhor avaliado de grupos decorre dos seus elementos integrados que possuem origens diversas, mas, para compreendermos o motivo de sua formação, o capítulo irá abordar conceitos como a estrutura do grupo, como ele se constitui e articula, os principais teóricos que contribuíram para o desenvolvimento desses conceitos e o entendimento da necessidade humana em se afiliar. O aprendizado proporcionado permitirá avaliar as origens da formação para analisar os seus conceitos primários e proporcionar um desenvolvimento de dinâmicas que melhor se adaptem às características do objeto em estudo, destacando que essa compreensão é de suma importância para os resultados da empresa, principalmente com a valorização do capital intelectual para formação de valor. Ao final do estudo desse capítulo, esperamos que você seja capaz de: • compreender a importância do relacionamento pessoal; Objetivos 2 UNIUBE • identificar as teorias de dinâmica de grupo; • observar a abrangência das dinâmicas de grupo no cenário organizacional. 1.1 Contextualização da dinâmica de grupo 1.2 Homem: um ser relacional 1.3 Como os grupos se estruturam, constituem-se e se articulam 1.4 Grupos humanos e operatividade 1.5 Relações vinculares e Modalidade de aprendizagem 1.6 Teorias 1.7 Abrangência da dinâmica de grupo 1.8 Avaliação do processo grupal 1.9 Conclusão Esquema Contextualização da dinâmica de grupo1.1 A origem da nossa sociedade e sua evolução ocorreu devido à formação de grupos com as suas interações que implicaram em grandes conquistas e transformações. O comportamento grupal apresenta relevâncias significativas para apresentação de resultados, sendo essa a fonte de estudo para diversos teóricos. Beauclair (2009) utiliza o termo “estarjuntocom” para referir-se aos movimentos de compreensão de toda a dinâmica que ocorre no processo humano de estar em grupo, sendo esses o motivo dessa análise. A apresentação de contextos que caracterizam a dinâmica de grupo é observada em nossa história desde o período Paleolítico, devido à existência de desenhos nas cavernas de crianças imitando as situações de adultos, e a consciência de jogos que provavelmente ocorriam com o uso de uma bexiga animal. Posteriormente, no período Medieval também UNIUBE 3 temos registros que demonstram a interação das pessoas como nas situações de guerra. Mas, o desenvolvimento específico do conceito de dinâmica de grupo ocorreu entre as décadas de 30 e 50 do século passado, de forma mais sistematizada e aplicado principalmente nos Estados Unidos. No Brasil, o estudo das dinâmicas de grupo teve maior importância em 1970, sendo, a partir de então, utilizado frequentemente em instituições educativas e empresas. O uso frequente dessa técnica, principalmente em processos de seleção organizacional, permite a avaliação dos candidatos por meio de situações-problemas, analisando os seus comportamentos e verificando se estão alinhados ao perfil buscadopela empresa. Diversos pontos são avaliados em dinâmicas que objetivam uma seleção, entre eles temos a (i) proatividade, a (ii) desinibição, o (iii) trabalho, o (iv) senso de equipe e a (v) criatividade. Nessas situações, os objetivos da avaliação desses pontos são para identificar o comportamento do indivíduo em grupo, a sua reação ao passar por momentos de frustração, a sua atitude ao ter sua ideia reprovada ou até mesmo descartada, as técnicas de comunicação utilizadas, a apresentação do perfil de liderança e o seu comportamento cognitivo. Em muitos casos a dinâmica de grupo terá a finalidade de avaliar e destacar o comportamento da pessoa analisada em relação aos demais membros do grupo, prevendo as suas reações em situações individuais e coletivas. Em dinâmicas de grupo com objetivos e aplicação mais voltados para a organização, Beauclair (2009, p. 47) irá defini-la como: Dinâmica de grupo é um instrumento de aproximação de interesses entre as organizações e os profissionais que nela atuam, buscando observar quem poderá se adaptar melhor as suas demandas e necessidades, de modo mais harmônico, sintonizado e sinérgico. 4 UNIUBE O objetivo da dinâmica de grupo não está voltado para o detalhamento da personalidade do indivíduo, pois para esse fim existem técnicas de avaliação psicológica e entrevistas já citadas nas apostilas anteriores para serem aplicadas. Dinâmicas de essência invasiva à identidade das pessoas deixaram de ser usuais, pois colocavam as pessoas em condições de alta complexidade, que desviavam o foco da avaliação. Dinâmicas que apresentem situações constrangedoras devem ser evitadas, pois o questionamento dos valores, crenças e opiniões das pessoas podem gerar conflitos desnecessários e sem fundamentos. Atualmente são comuns as dinâmicas de caráter lúdico e divertido, sendo possível também atingir os objetivos buscados em sua aplicação. Piéron (apud BEAUCLAIR, 2009, p. 49) define grupo como “conjunto de pessoas entre as quais existem relações psicologicamente explícitas e recíprocas”. Essa definição está além do tradicional estabelecimento de vínculo entre individual e coletivo, nota-se a sua amplitude além dessa interação e que ocorre devido à existência de normas, compartilhamento de objetivos e interdependência funcional entre os membros, representando também os seus elementos centrais. Um dos teóricos que se destacam em pesquisas de dinâmicas de grupo e que será abordado com maior aprofundamento em tópico posterior é Kurt Lewin com a sua “Teoria de Campo”. Para Kurt, as ações e interações dos seres humanos ocorrem em um mundo de forças (vetores) que possuem valências positivas ou negativas. Com seus estudos, a dinâmica de grupo passou a ter um novo conceito, apresentado na obra de Beauclair (2009, p. 50). A dinâmica de grupo, então, passa a ser a interação entre sujeitos, pois, a partir do momento em que se comunicam e trocam informações, estão em movimento, ensinando e aprendendo e, nesta interação, existe uma dinâmica. Assim, as diferenças geram tal movimento. UNIUBE 5 Sendo assim, o movimento da vida e o seu desenvolvimento será proporcionado pela inter-relação entre os membros de grupos, ou seja, sua dinâmica. Homem: um ser relacional1.2 A vida humana é uma constante interação e exercício de sua sociabilidade. Essa afirmação justifica o fato de o homem ser um “ser de relações”, um ser social que representa em seus comportamentos os resultados desses contatos, formando e concretizando a sua existência. Essa necessidade de “estar junto”, leva à formação dos grupos. Militão (2000, p. 7) faz sua definição de grupo: “Pessoas que se juntam, com objetivos definidos (ou não), defendendo causas, criando objetos, desenvolvendo ações sociais comunitárias, cumprindo ordens, ‘jogando conversa fora’, enfim, buscando ou desenvolvendo os mais variados objetivos”. Moscovici (apud MILITÃO, 2000, p. 8) em seguida conceituará o significado de pessoas juntas enquanto grupos e equipes. Os especialistas em desenvolvimento humano têm afirmado que grupos caminham juntos, mas não se afinam. Equipes compreendem seus objetivos e engajam-se em alcançá-los de forma compartilhada. Numa equipe, portanto, há comunicação verdadeira, as opiniões divergentes são estimuladas de forma sadia, existe confiança mútua entre os seus membros, os riscos são assumidos juntos, as habilidades de uns possibilitam o complemento das habilidades dos demais... enfim, há respeito, mente aberta e cooperação. Ações isoladas, em todos os conceitos da vida humana, dificultam o alcance dos objetivos e devido ao advento da Era da informação, com a presença da globalização que afirma ter as pessoas como principal diferencial, os relacionamentos, a parceria e a afetividade são fatores de 6 UNIUBE destaque a serem desenvolvidos nos indivíduos. Entretanto, a educação tradicional continua a exaltar o talento individual e competitividade extrema. Nas organizações, para a formação de grupos eficazes, o fator determinante não são todos os recursos financeiros e investimentos altíssimos que uma organização faz que determinarão a constituição das equipes altamente eficazes e sim a presença de um verdadeiro líder. Militão (2000, p. 9) destaca a necessidade da presença desse elemento integrador: O que faz um grupo ser uma equipe começa pelo líder. Líder que cativa, que se sente responsável por quem ele cativou, que incentiva, vibra, enaltece e elogia o processo e os resultados de um trabalho realizado. Líder que compartilha, que ouve, delega, reclama e ralha (na sala fechada, ele e o liderado), agradece e parabeniza (em local aberto, na presença de todos). Líder que visita, almoça a mesma comida e no mesmo refeitório, joga bola com os colegas sem medo de ser trucidado “legalmente” em campo. Líder de saias ou líder de terno. Não importa: homem ou mulher. Importa: ser gente. Líder-gente, convivendo, sentindo, cuidando, gerindo e gerando novos líderes. Líderes de equipes, que participam, sensibilizam-se, amam e têm consciência de que o amor – pelas pessoas e por aquilo que realizam – é a alavanca da valorização humana. Líderes que exercem o papel de educador (coaching) e acreditam que o trabalho em equipe (team work) é o caminho mais eficaz para a excelência da empresa. A própria Bíblia menciona confirmações de que o trabalho em equipe deve ser destacado: Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor remuneração de seu trabalho. Se caírem, um ajuda o outro a levantar-se... Se dormirem juntos, um esquentará o outro... Se alguém atacar um, o outro interfere e os dois dominarão mais facilmente... Isto porque o cordão de dobras é mais difícil de se romper (ECLESIASTES, 4.9.2). UNIUBE 7 O trabalho em grupo resultado de todas as interações de seus membros possui um diferencial de aplicação e permite que todos os envolvidos desenvolvam suas habilidades e sejam cientes de questões, como: tática de apaziguamento, diálogo e negociação, comunicação aberta, autêntica e transparente, alívio de tensões e sentimentos negativos, conhecimentos dos objetivos da empresa, sinergia de pensamentos e esforços para atingir resultados e responsabilidade compartilhada. E, na formação desses grupos, acontecem situações em que o indivíduo não possui opção de escolha em ser membro ou não do mesmo, sendo assim proposta por Rogers (apud MILITÃO, 2000, p. 11) uma classificação para os diferentes tipos de grupos que podem se formar, como se vê no Quadro 1: Quadro 1: Tipos de grupos T – Groups – Grupos de treinamento Originalmente, surgiram para acentuar as relações humanas, porém se tornaram de perspectivas muito mais vastas: estudos, reciclagem, capacitação e desenvolvimento de novas habilidades, aprimoramento de aprendizados e conceitos. Grupos de encontro Acentua o crescimento pessoal, o desenvolvimento e aperfeiçoamento da comunicação e das relações interpessoais. Os grupos de encontro são a invenção socialmais potente do século XX. Possibilitam, entre as pessoas, um clima de liberdade de expressão, acentuam valores, criam intimidades. Sensitivity Training Groups – Grupos de Treino de Sensibilidade Abrangem treinamentos em geral, especificamente experiências que provocam catarse de emoções e sentimentos. São grupos de crescimento, em que as pessoas entram em contato com as suas emoções, possibilitando melhoria das relações com o outro, elevação da autoestima, bem como tomada de consciência para mudanças. 8 UNIUBE Task Oriented Groups – Grupos centrados nas tarefas Largamente difundidos nas indústrias ou em locais que desenvolvem atividades rotineiras e repetitivas. Estão relacionados a resultados e produtividade. Sensory Body Awareness Group – Grupos de percepção sensorial e corporal Tendem a acentuar a percepção física e a expressão, através do movimento, da dança espontânea e de outras formas semelhantes. Alguns desses grupos promovem um verdadeiro “culto ao corpo”. Normalmente, são apenas para autoconhecimento e percepção das suas relações com o ambiente. Creativity Workshops – Grupos de Criatividade São constituídos pela expressão criadora, por vários meios de arte, sendo o objetivo a espontaneidade individual e a liberdade de expressão. Têm, também, o poder curador, para melhorar ou redirecionar comportamentos. Podem ser de cunho terapêutico ou desenvolvimento de atividade de trabalho (empresa, escola projetos etc.) Family Groups or Couple Groups – Grupos familiares ou Grupo de casais Possibilitam ajuda mútua para melhorar as relações conjugais e familiares Organizational Development Groups – Grupos de Desenvolvimento da Organização Têm como objetivo principal desenvolver a capacidade de liderança, potenciais de aptidão e projetos específicos. São utilizados em empresas, instituições, entidades sociais etc. Gestalt Groups – Grupos guestálticos Baseiam-se numa perspectiva terapêutica guestaltista, em que um terapeuta se centra num indivíduo de cada vez, porém sob um ponto de vista diagnóstico e terapêutico. Os grupos guestálticos e o processo de terapia guestáltica foram introduzidos por Frederick Pearls “Fritz Pearls”. Estudam os fenômenos que ocorrem, partindo da tomada de consciência (aqui-e-agora) e não da especulação ou do por quê. Team Building Groups – Grupos de Formação e Equipes Objetivam desenvolver e aperfeiçoar o processo de maturação das equipes de trabalho, favorecendo a participação e cooperação mútuas, através de diálogo, da eliminação de conflitos e aprofundamento das relações interpessoais, de modo a alcançar satisfação, produtividade e qualidade no desempenho das atividades realizadas. Fonte: Rogers (apud MILITÃO,2000, p. 11). UNIUBE 9 As pessoas fazem uso da afiliação em grupos para se posicionarem perante a sociedade, suprindo as suas necessidades. E cada pessoa terá uma reação diferente, a qual se justifica pelo seu conceito de identidade, pelos papéis que venha desempenhar e a manifestação de suas opiniões baseadas em seus princípios. Essas características de variabilidade são reforçadas conforme o papel do indivíduo na sociedade, podendo ser construtivos quando se referem a qualidades e virtudes ou não construtivos, quando temos defeitos e atitudes nocivas. 1.2.1 Papéis construtivos Conciliador: possui um posicionamento de amenizar os conflitos, acompanhando o grupo e auxiliando-o a encontrar soluções por meio de alternativas. Mediador: utiliza palavras de ânimo e encorajamento para solucionar as divergências e superar os momentos de desafios. Animador: demostra postura ativa, proativa, entusiasta e festiva com comportamento de afeto e solidariedade com os demais membros do grupo, faz uso da compreensão e da aceitação de outras opiniões reconhecendo-as e elogiando-as. Ouvinte interessado: acompanha ativamente as atividades do grupo, aceitando ideias e sendo apoio para discussões em grupo. Procura intervir somente quando necessário e com posicionamento que agregue valor. 1.2.2 Papéis não construtivos Dominador: utiliza ordens incisivas para impor sua autoridade e superioridade. Considera o seu posicionamento inquestionável e não permite a opinião dos demais membros do grupo. 10 UNIUBE Dependente: apresenta insegurança, autodepreciação e carência de apoio, sendo-lhe necessário buscar ajuda dos demais membros do grupo, considerando-se uma vítima. Criador de obstáculos: Não contribui para o progresso do grupo por discordar constantemente das ações sem razão justificável. Agressivo: faz uso de franqueza depreciativa, demonstrando desaprovação da conduta dos demais membros e sempre com uma postura ofensiva. Vaidoso: busca a atenção para si, enaltece as suas realizações e busca diversificar o seu comportamento do dos demais para ter um reconhecimento individual. Reivindicador: considera-se um representante dos demais membros, mas não representa os interesses da equipe e sim os seus próprios. Confessante: o grupo representa, para ele, uma plateia, uma oportunidade para manifestar seus relatos e desabafos. Gozador: aparenta ser uma pessoa agradável, mas se afasta do grupo por suas atitudes cínicas e desagradáveis com o objetivo de chamar a atenção para si. Esses comportamentos serão identificados no grupo conforme as circunstâncias do mesmo, sendo necessário o desempenho desses papéis de uma forma harmoniosa e conciliadora e a dinâmica de grupo permitirá canalizá-los de forma positiva. UNIUBE 11 Como os grupos se estruturam, constituem-se e se articulam 1.3 A aprendizagem humana ocorre sempre no meio social, sendo indispensável a interação entre as pessoas. Para Visca (apud BEAUCLAIR, 2009), a sociedade é formada por indivíduos, grupos, instituições e comunidades e cada um influencia o seu sucessor conforme apresentado na figura a seguir. Figura 1: Composição da comunidade. A influência de cada uma dessas partes que compõem a comunidade deve considerar alguns fatores para gerar aprendizagem. Beauclair (2009, p. 52) explica a dependência desses fatores. Nos indivíduos, resulta a aprendizagem intrapsíquica, afetando as estruturas cognitivas e as estruturas afetivas e, nos grupos, resulta aprendizagem intragrupal, afetando os conjuntos de indivíduos e fomentando a elaboração de estratégias e mecanismos interpsíquicos. O grupo é formado conforme a necessidade humana, e o contato social é essencial para a sobrevivência da nossa espécie. Para atender a essa demanda primária, foram criadas diferentes estruturas para que os grupos se formassem. Entre elas, podemos citar as normas, a forma de se comunicar, os códigos de ética e de conduta social e o aspecto de integração, afetividade e liderança. Essa estrutura refere-se à sua materialização, respondendo a questões como quando, onde e quem. 12 UNIUBE A constituição do grupo trata-se de um processo, representa questões dinâmicas que se posicionam dentro e entre as suas estruturas, produzindo a ação que se desenvolve através da comunicação e da interação. A movimentação do grupo é responsável por formar as relações que são estabelecidas entre os seus membros, justificando a sua natureza imutável. Destaca-se que em uma estrutura social o grupo será constituído quando conteúdos significativos estabelecerem a coesão, coerência e continuidade para a sua existência, sendo possível manter e justificar a sua formação. O comportamento dos membros depende da articulação do grupo, sendo perceptível a subjetividade dos elementos que o integram. A dinâmica de grupo faz uso do comportamento e da subjetividade para compreender como as pessoas agem para manterem a sua essência de buscar interação e viver em grupos. Aubry e Saint-Arnaud (apud BEAUCLAIR, 2009, p. 55) reforçam essa exigência da personalidade humana. A contribuição de cada um dos membros e a inter-relação entre as pessoas também constituem fatores importantes na formação do grupo. Os chefes, em particular, cuja influência é, muitasvezes, preponderante no seio do grupo, desempenham um papel verdadeiramente singular nesta formação. Conjunto de pessoas entre as quais existem relações psicologicamente explícitas e recíprocas. A dinâmica de um grupo (Figura 2) representa, portanto, uma especialidade que permite ser aplicada a diversos campos do conhecimento ajudando a analisar o comportamento humano e identificar variáveis de interesse. UNIUBE 13 Figura 2: Dinamismo do funcionamento do grupo. Fonte: Beauclair (2009, p. 55). Grupos humanos e operatividade1.4 Ao abordarmos a pessoa humana não se pode desconsiderar o meio em que ela está inserida, pois influencia diretamente no desempenho de seus papéis nos diversos grupos em que está inserida. Sendo assim, teremos a definição de grupo operativo. Aquele que está centrado em determinada(s) tarefa(s) de modo explícito, como, por exemplo, quando estamos em processo de diagnóstico de uma determinada dificuldade, quando estamos em processos terapêuticos em busca da cura ou quando nos situamos em processos de aprender e ensinar, além de outras tarefas implícitas e subjacentes a estas. (BEAUCLAIR, 2009, p. 67). O grupo operativo objetiva levar a pessoa a pensar de modo científico e complexo, demostrando, pela execução da tarefa e por processos de aprendizagem, os problemas que possam existir. A tarefa tende a levar o grupo ao não desenvolvimento do aprendizado, causando processos de desconstrução de conceitos. 14 UNIUBE Seguindo a teoria de Rivière que será apresentada posteriormente, são três os períodos que um grupo deve percorrer: Quadro 2: Teoria de Rivière Períodos do Grupo Definição Resistência (ou pré-tarefa) Neste estágio do grupo, a conclusão da tarefa, que deve ser o objetivo, não é alcançada, e isso acaba por gerar paralisia no prosseguir do grupo, visto que, quando se realiza alguma tarefa, é apenas para deixar o tempo “correr”. Isso acaba gerando fortes sentimentos de insatisfação entre boa parte das pessoas que integram o grupo: as tarefas ficam sem muito significado e sentido, pois não favorece a revelação de cada um, ou seja, a contribuição que é possível ser dada a partir de sua inserção de modo mais atrativo no próprio grupo. Tarefa O grupo, após superar o período anterior, a partir da observação da intervenção do mediador, entra em tarefa, espaço e tempo que o mediador busca atuar, com o grupo, sobre as demandas presentes na própria configuração grupal, como, por exemplo, as questões que lhe são próprias, as relações interpessoais que nesse se estabelecem e a carga emocional construída a partir de tais relações. Projeto No trabalho com as questões referidas no item anterior, é elaborado período que Rivière denominou de projeto. Nesta fase, são vivenciadas situações em que táticas e estratégias possibilitam a produção de movimentos de mudanças no grupo como um todo e em cada pessoa em particular. Fonte: Beauclair (2009, p.68). Os três períodos exemplificam bem o processo de formação do grupo, uma vez que se objetiva executar uma determinada tarefa específica e não considerando fatores não planejados que possam interferir nesse processo. UNIUBE 15 Relações vinculares e Modalidade de aprendizagem1.5 Segue Quadro 3 com apresentação dos vetores de avaliação, lembrando que se referem à teoria de Rivière. Quadro 3: Vetores de avaliação Vetor de avaliação Aplicabilidade Afiliação É o primeiro nível de identificação de um grupo em que se pode observar o grau de identificação das pessoas que interagem no grupo entre si e com a tarefa. Pertença Quando surge um maior grau de integração e identificação grupal, que permite que a tarefa seja elaborada de melhor modo. Cooperação É um movimento do grupo em que ficam manifestas as capacidades de cada um se colocar no lugar do outro. Aqui, o que se pressupõe é a diferenciação e a complementaridade de todas as pessoas que compõem o grupo, pois cada uma delas pode contribuir com o que pode, com o que sabe: até mesmo quando não sabe e nem pode, mas explica isso para o grupo, contribui, provocando movimentos de buscas por alternativas que superem as dificuldades. Pertinência Podem acontecer movimentos oscilatórios no modo de realizar a tarefa explícita ou implícita e será o centrar- se na tarefa que permitirá, de modo estratégico, a sua realização. Comunicação Considerado o mais importante de todos os vetores, pois se há transtornos em comunicação, também existe transtorno na aprendizagem: toda alteração que acontece na comunicação do grupo é em razão de uma dificuldade de aprendizagem, e toda dificuldade de aprendizagem é uma alteração na comunicação do grupo. Aprendizagem Aprendizagem é tese, antítese e síntese incluídas nas interações e nas fragmentações surgidas nos saltos qualitativos que ocorrem quando a criatividade é envolvida nos processos de adaptação à realidade. Quando o grupo redistribui os papéis e se reestrutura, novos modos de ser e estar no grupo aparecem, rompendo com alguns estereótipos da comunicação. A aprendizagem é um vetor vinculado de modo essencial ao vetor comunicação. 16 UNIUBE Tele Nos diferentes momentos da vida grupal, este vetor é o que se relaciona à percepção do desenvolvimento da afetividade, fixando-se nas ações e nas reações que sejam positivas ou negativas quando se pensa em realizar a tarefa grupal. Aqui se busca compreender os motivos que levam as pessoas a aceitarem ou rejeitarem umas às outras. Fonte: Beauclair (2009, p. 71). Considerando os três períodos citados nas atividades de grupo, torna-se possível, segundo Rivière, formar uma inter-relação entre os vetores, pois ao mencionar um consideramos automaticamente os demais. Beauclair (2009, p. 72) apresenta uma observação sobre a Teoria de Rivière que merece destaque. A análise do vetor comunicação pode fornecer importantes subsídios para se observar os outros vetores. Desenvolveram-se conceitos de verticalidade e horizontalidade, cuja interseção origina os papéis distintos que cada um de nós assume da dinâmica grupal. Veja o Quadro 4. Quadro 4: Conceitos V E R TI C A LI D A D E É a história pessoal de cada um que integra determinado grupo, mencionando como os fenômenos acontecem no campo da dinâmica do grupo. HORIZONTALIDADE Define a dimensão atual do grupo e os elementos que o caracterizam. Fonte: Beauclair (2009, p. 72). Rivière aborda em sua teoria os papéis que o indivíduo assume, mas esses serão citados no item a seguir, que relata essa teoria. UNIUBE 17 Teorias1.6 A dinâmica de grupo, devido à sua importância de aplicação e os resultados que ela permite, é objeto de estudo de diversos pesquisadores. A seguir, apresentaremos a contribuição de diversos autores para esse tema. Figura 3: Teorias da Dinâmica de Grupo. Fonte: Saidon (1983, p. 88). 1.6.1 Teoria de Lewin Os estudos da dinâmica de grupo tiveram uma importância destacada nas pesquisas de Kurt Lewin. As suas análises deram uma forte contribuição para o desenvolvimento da Psicologia Social, que considera que o homem é, ao mesmo tempo, consequência e causa da sociedade. Lewin determinou novos objetivos de estudo para essa ciência e teve, como instrumento de trabalho, a dinâmica dos fenômenos de grupo, considerando as suas dimensões concretas e existenciais. Passou a considerar orientações funcionais, eficientes e criativas para as relações interpessoais, pesquisando nos grupos de forma face a face as técnicas realmente válidas. 18 UNIUBE Para os estudos e descobertas do grupo, foi necessário fazer pesquisas no próprio campo psicológico, abandonando laboratórios artificiais. Devido a essa necessidade surgiu a expressão pesquisa-ação, que até os dias de hoje faz referência aos fenômenos de grupo. Figura 4: Pesquisa no campo psicológico. Devido aos estudos de Lewin, foi fundado o Centro de Pesquisas de Dinâmica de Grupo, tendo, como foco de estudo, o grupo e permitindo, com isso,testar hipóteses, reformular teorias, analisar problemas de comunicação e verificar interações. Acreditava-se que, para a compreensão do macrogrupo, era indispensável entender o funcionamento de pequenos grupos, sendo a estrutura, a formação, o crescimento, a coesão e a desintegração de pequenos grupos problemas da Psicologia Social. Lewin apresenta distinções para os conceitos de psicogrupo e sociogrupo. O primeiro é o grupo de formação, um grupo estruturado, orientado e dirigido em função dos próprios membros que o constituem. Já o segundo é o grupo de tarefa, isto é, o grupo organizado e orientado na execução de uma tarefa. A dinâmica de grupo tem o objetivo de desenvolver conhecimento sobre a articulação desses grupos, considerando a autoridade dos grupos de trabalho e a sua formação. O campo, para Lewin, é o espaço de vida da pessoa, formado pela pessoa e pelo seu meio psicológico, sendo a representação de como ele existe enquanto ser humano, conforme vemos na Figura 4 a seguir. UNIUBE 19 Figura 5: Teoria do campo psicológico de Lewin. Fonte: Minicucci (2007, p.32). 1.6.2 Teoria de Moreno Jacob L. Moreno é um dos estudiosos da dinâmica de grupo que agregou em seu trabalho o teatro. Minicucci (2007, p. 35) conta como foi o início do seu trabalho e a sua principal ocupação. Num teatro sem atores, sem texto, sem peça, com um tema livre, denominado “o romance do rei”, trabalhou com mil espectadores e, durante três horas, levou este enorme público a participar dessa busca de espontaneidade. Iniciou, assim, o chamado psicodrama, através da ação terapêutica de representação. Moreno ocupava-se da formação de psiquiatras, psicólogos, professores, pedagogos, tornando-os especialistas em relações humanas. Introduziu terminologia própria em dinâmica de grupo, como psicodrama, sociometria, desempenho de papéis, tele, ab-reação, acting-out, átomo social, espelho, ego auxiliar, entre outros. Para Moreno, a estrutura latente do grupo representa uma realidade afetiva e cognoscitiva para cada membro do grupo e permite inferir os seguintes resultados: • a forma como vivem o grupo e seus membros; • a forma como vive sua própria situação dentro do grupo; • a forma como percebe os outros e a “distância social” que experimenta em relação a eles; • a forma como é percebido pelos outros. 20 UNIUBE Em todas essas análises, também se deve considerar a atividade global do grupo, pois influenciará a forma como os membros se percebem entre si, interagem-se ou se isolam. O conjunto socioafetivo e sociocognitivo do grupo é denominado por Moreno de Tele e organiza a rede de comunicações informais que representa a estrutura do grupo (Figura 6). Figura 6: Tele de Moreno. Fonte: Minicucci (2007, p. 35). Seguem, no Quadro 5, alguns conceitos da Teoria de Moreno para compreensão, já que todos são aplicados à dinâmica de grupos. Quadro 5: Conceitos originados na Teoria de Moreno e usuais na dinâmica de grupos Psicodrama (Figura 7): o homem é definido por dimensões de sua existência, sendo que cada um atua conforme seus múltiplos sociais, como se representasse diversas personagens. Essa representação faz com que as pessoas não libertem sua essência, substituindo a espontaneidade pelo controle mental. A personalidade será formada por esse conjunto de papéis e a disposição de representar eventuais papéis que venham a surgir conforme a situação. Sociometria: define a estrutura íntima, real e invisível dos grupos, ou seja, a estrutura socioafetiva dos grupos e a forma de proceder nas dinâmicas de grupo. Permite relatar o feixe de interações e de comunicação entre todos os envolvidos e evidencia claramente a dinâmica do grupo a qual o indivíduo pertence. Sociograma: é a disposição gráfica da estrutura anterior. A disposição dos laços de comunicação informal constitui uma rede que representa o mapa dos canais não oficiais por que passam as informações paralelas e os rumores. Átomo Social: é o perfil construído para cada indivíduo que, para sua compreensão, é necessário considerar as características reveladas dentro do contexto social. Fonte: Minicucci (2007, p. 36). UNIUBE 21 Figura 7: Psicodrama. Fonte: Minicucci (2007, p. 36). 1.6.3 Teoria de Piaget Piaget não trabalhou essencialmente a dinâmica de grupo, mas fez estudos relevantes para formação de grupos. Existe uma dificuldade de intercâmbio cultural em que o grupo é formado, posicionando o indivíduo em diversos dimensionamentos. Para estabelecer uma correspondência entre as diferenças individuais, é necessário que os conceitos de cada participante não sejam rígidos e que o seu ponto de vista não seja o limite. O objetivo de o indivíduo adotar o pensamento em agrupamento e em grupos móveis permite o envolvido ter múltiplos pontos de vista. 1.6.4 Teoria de Rivière Enrique Pichon-Riviè re é o criador da Teoria do Vínculo, que possui uma base de estudo do indivíduo inserido em um grupo, destacando a relação entre a formação da identidade até o momento de afiliação a grupo que é denominado de verticalidade, com a história social do grupo até o encontro da identidade do indivíduo que será a horizontalidade. Zimerman e Osório (1997) afirmam que a verticalidade e a horizontalidade do grupo se conjugam no papel, necessitando a apresentação de um ou mais porta-vozes, 22 UNIUBE que ao enunciar seu problema, relembrando os acontecimentos dos fatos, destaque o conflito que foi gerado na situação grupal devido à execução da tarefa. Grupo será definido como um conjunto restrito de pessoas em ligação devido às constantes espaço e tempo, sendo movimentadas pelo seu papel interno e se propondo a fazer algo com finalidade definida. O indivíduo é considerado resultante desse jogo que ocorre entre o sujeito com os seus objetos internos e externos e a sua interação, que é promovida por uma estrutura dinâmica denominada vínculo. Rivière (1988) irá definir o vínculo como a estrutura complexa que detém o sujeito e o objeto e a sua mútua inter-relação com os processos de comunicação e aprendizagem. A Teoria do Vínculo se diferencia das demais, pois descreve as possíveis relações de um sujeito considerando a volta do objeto sobre o sujeito, sendo uma relação espiral, em que sujeito e objeto se realimentam de forma mútua. A Teoria do Vínculo pode ser representada também como uma estrutura triangular, ou seja, todo o vínculo é bicorporal, mas, como em toda a relação humana, há um terceiro interferindo, olhando, corrigindo e vigiando. Esta estrutura inclui em sua concepção o conceito de um mundo interno em interação contínua que são as origens das fantasias inconscientes. Rivière (1988, p.79) define as fantasias inconscientes: A fantasia inconsciente é então produto de interações de vínculos entre os objetos do grupo interno, que pode condicionar uma imagem distorcida em distintos graus do mundo exterior, particularmente do papel do outro cuja percepção está, portanto determinada por situações de reencontro de objetos desse grupo interno. UNIUBE 23 As fantasias básicas universais do grupo são responsáveis por bloquear a atividade grupal ao iniciar uma pré-tarefa, definindo quais as técnicas defensivas serão utilizadas, sendo nesse momento que acontece a abordagem e elaboração das ansiedades, ocorrendo um upgrade na somação quantitativa de insight no qual se personifica e estabelece uma relação com o outro. A importância da análise de vínculo decorre do fato de o grupo operativo agir de forma a fornecer aos participantes a possibilidade de neutralizarem suas fantasias básicas a modo de mobilizar e romper as suas estruturas estereotipadas. O vínculo pode ser considerado uma estrutura dinâmica que está em permanente mudança, em que um vínculo normal é aquele estabelecido entre o sujeito e umobjeto quando ambos possuem opção de escolha quanto ao objeto, como resultado de uma boa diferenciação entre ambos. O vínculo se faz presente em dois campos psicológicos: interno e externo. O interno é responsável por condicionar os aspectos externos e visíveis da conduta do sujeito. O processo de aprendizagem da realidade externa é determinado pelos aspectos ou características resultantes da aprendizagem prévia da realidade interna, que ocorre entre o sujeito e seus objetos internos. Não é condição necessária o vínculo se manifestar de forma individual (duas pessoas); ele pode ocorrer de forma grupal, chegando a se estender a uma nação; ele pode ser influenciado pelas mesmas características que influenciam um vínculo estabelecido com duas pessoas. Nota-se que a Teoria do Vínculo considera o indivíduo como uma resultante dinâmica, não da ação dos instintos e objetos interiorizados, mas sim do interjogo estabelecido entre sujeito e os objetos internos e externos por meio de uma interação, a qual pode ser manifestada por meio de algumas condutas. 24 UNIUBE Encontra-se, a seguir, a representação dos vínculos organizacionais que reúne as pessoas em grupo que, ao trabalhar por um objetivo, tendem a abandonar seus mecanismos de identificação e demonstração da Teoria do Vínculo de Rivière. Destaca-se que, assim como o psicodrama da Teoria de Moreno, Rivière considera os papéis, ou seja, as diferentes representações feitas pelas pessoas em resposta às expectativas das pessoas em nossa volta. Referente aos papéis que ele destacou em seus estudos, atentemos para alguns: 1 – o papel do porta-voz: representa expectativas e ansiedades do grupo, exaltando o que acontece internamente nesse grupo; 2 – o papel do bode expiatório: é considerado o responsável pelas dificuldades do grupo, assumindo a culpa de fracassos. O grupo não considera a sua opinião e, consequentemente o exclui das decisões; 3 – o papel do líder: é a ação de coordenação do grupo, mas possui o risco do líder abandonar as suas características próprias e assumir a do líder, perdendo assim a sua identidade; 4 – o papel do sabotador: esse conspira no grupo, desequilibra o grupo e pode segregá-lo. Os papéis normalmente são fixos, a não ser que uma liderança conduza para a sua mudança. Essa situação tende a ocorrer mesmo em situações comuns devido ao que Rivière denomina de emergente grupal. “Emergente grupal é o que, em determinadas e diferenciadas situações, é repleto de significados e sentidos para quem escuta e observa”. (apud BEAUCLAIR, 2009, p. 74). UNIUBE 25 O observador irá constatar o existente na medida em que esse fizer sentido a partir de uma interpretação, tornando-se o emergente do grupo. O emergente, em seguida, irá gerar um novo movimento, que leva à busca de uma nova interpretação que, em consequência, causa um novo emergente, sendo essa dinâmica um movimento emergente no grupo. Segue sua representação: EXISTENTE INTERPRETAÇÃO EMERGENTE NOVO EXISTENTE Os papéis possuem relevância significativa para a formação dos grupos, merecendo destaque. Segue definição de papel segundo Rivière (apud BEAUCLAIR, 2009, p. 75). O papel se caracteriza por ser transitório, ou mais ou menos transitório, e por ter uma função determinada, que aparece em uma situação determinada e em cada pessoa em particular. Cada um de nós tem a possibilidade de desempenhar papéis diferentes. Quer dizer que podemos assumir um determinado papel, aqui como docente, ali como psicanalista, em casa como pai, ou como companheiro etc., dependendo da maneira como enfrentamos determinados contextos concretos, tomamos determinadas atitudes, que se chamam papéis. A assunção desses papéis pode exibir dois tipos de processos. Por um lado, podemos assumi-los consciente e voluntariamente; por outro, quando o ambiente ou os outros nos adjudicam um determinado papel, podemos assumi-los de forma inconsciente. Nas relações sociais, ocorre um intercâmbio permanente entre a assunção e a adjudicação de um determinado papel. Nas dinâmicas de grupo, o aplicador do processo possui a função de interpretar esses diferentes papéis, sendo possível criar campos de significado e sentidos aos grupos através de estratégias mobilizadoras. A Teoria do Vínculo e seus conceitos podem ser visualizados nas figuras 8 e 9 a seguir. 26 UNIUBE Interjogo Figura 8:Teoria de Rivière. Fonte: Rivière (1988, p. 141). UNIUBE 27 Figura 9: Vínculos organizacionais. Fonte: Kramer e Faria (2007, p. 28). 1.6.5 Festinger Autor das teorias de comparação social e dissonância cognitiva, Leon Festinger foi um discípulo dos ensinamentos de Lewin. A teoria da comparação social afirma que as pessoas alocadas em um grupo tendem a ser conduzidas à atividade de avaliarem as suas opiniões, sendo o parâmetro de avaliação as opiniões e aptidões das pessoas à sua volta, semelhante a um espelho. 28 UNIUBE Figura 10: Forma de avaliação. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Já na teoria da dissonância cognitiva busca-se explicar o motivo de a pessoa manter determinada opinião ou comportamento e o motivo da mesma modificar a sua conduta. Essa permanência de opinião ou mudança ocorre devido ao fato de o ser humano buscar manter consonância com as opiniões, ideias e atitudes semelhantes a outro ser humano. Minicucci (2007, p. 52) comenta esse fenômeno. Quando certos aspectos da vida mental de uma pessoa parecem errados, parecem estar em dissonância com outros aspectos, há um impulso para reduzir a dissonância. Esta redução poderá ser feita de muitos modos diferentes: a pessoa pode ignorar certas coisas, pode reinterpretar as observações que fez, ou pode modificar outras opiniões e atitudes para que a dissonância seja diminuída. Um exemplo para compreendermos os termos anteriores: UNIUBE 29 Vamos supor que você quer comprar um carro e então você passa a ler tudo sobre os carros e a ouvir opiniões. Você não sabe qual escolher (isto se chama dissonância), mas, por injunções econômicas, acaba adquirindo um Fusquinha. A partir de então você passa a ler e a ouvir tudo sobre o Fusquinha, para convencer-se de que fez uma boa compra (redução da dissonância). (MINICUCCI, 2007, p. 53). EXEMPLIFICANDO! O exemplo nos mostra que, quanto maior for a atração da alternativa rejeitada, com relação à escolhida, maior será a dissonância. E o “entrar em grupo” é um fator que se relaciona com a ocorrência ou não de ingresso e a ocorrência de dissonância cognitiva em relação à gratificação que o grupo oferece. Quando a pessoa passa por dissonância pode tentar amenizá-la de duas formas: 1 – reduzir a dissonância por intermédio do ganho de apoio de pessoas que já acreditavam naquilo em que a pessoa desejava crer; 2 – pode-se reduzir a dissonância ao obter o apoio de pessoas que não acreditavam naquilo que desejam crer. Segue posicionamento de Minicucci (2007, p. 54) sobre os dois processos: Os indivíduos podem empregar ou empregam esses dois modelos. Se as cognições de uma pessoa, referentes a uma opinião, são extremamente consoantes antes de enfrentar alguém que discorde dela, esse dissidente é a principal fonte de dissonância. Nessa situação, pode-se esperar que um indivíduo tente reduzir a dissonância através da tentativa de convencer a outra pessoa a mudar de opinião. De outro lado, se uma pessoa viu muitas provas contrárias a uma 30 UNIUBE opinião sua e encontra alguém que não concorde com ela, sua cognição de que outra pessoa discorda acrescenta relativamente pouco à sua dissonância total. Poderia tentar induzir o dissidente a mudar de opinião, mas como o dissidente não é a principal fonte de dissonância, a influência sobre ele terá alcance relativamente pequeno. É mais provável que essa pessoa procure o apoio social das pessoas que tenham opinião igual à sua. As pessoas que concordarem provavelmente a auxiliarão a reduzir a dissonância, através de novas informaçõese de novos argumentos consonantes com suas opiniões, e refutarão os argumentos dissonantes. A dissonância cognitiva representará, portanto mais um fator para a interação entre as pessoas, a formação dos grupos. E toda a dinâmica desses grupos estará condizente com as variáveis que os mantêm coesos, ou seja, o princípio de unidade do grupo. Abrangência da dinâmica de grupo1.7 A dinâmica de grupo possui variações devido à sua amplitude de conhecimentos e de realidades, apresentando as seguintes subdivisões: conjunto de fenômenos psicossociais e de leis que regem tais fenômenos e conjunto de métodos, técnicas, orientação didática. Figura 10: Subdivisões da dinâmica de grupo. UNIUBE 31 Os fenômenos psicossociais são responsáveis por produzir os pequenos grupos que são moldados conforme as leis naturais, como por exemplo, a família. Já no conjunto de métodos, teremos a possibilidade de atuar nos pequenos grupos que irão influenciar as organizações de contexto mais amplo. O grupo possui uma relação direta com o seu meio e será influenciado diretamente pelo mesmo. Minicucci (2007, p. 22) comenta dois exemplos dessa relação. “Uma favela que se instala nas proximidades de um bairro classe A, que é hostil ao grupo social “favela”, a situação de ambos – bairro e favela – vai influir na conduta de uma e de outra partes”. “Numa empresa, esse conflito poderá verificar-se entre o setor de recursos humanos e o setor de serviços de produção; a atuação dos dois setores irá interferir no comportamento dos elementos que participam de ambos os grupos”. (Ibd, 2007, p.22) Bany e Johnson apud Minicucci (2007 p. 24) exaltam essa contextualização da dinâmica de grupo. A dinâmica de grupo tanto se refere à ideologia democrática, como aos meios pelos quais os grupos podem ser organizados e guiados, com o fim de obter determinados objetivos. Utilizado neste último sentido dito qualificativo, não expressa apenas uma filosofia baseada em ideais democráticos, mas também as vantagens que podem derivar-se – tanto para sociedade como para o indivíduo – da cooperação ativa dos grupos. Em sentido amplo, a expressão dinâmica do grupo não limita seu significado apenas ao campo de investigação dirigida no sentido de progredir no conhecimento da vida do grupo; também se refere a uma série de premissas valorativas, a uma série de objetivos de educação e a um conjunto de procedimentos mediante os quais possa ser mantida a ordem do grupo, para a obtenção do sucesso desses objetivos. Berne (apud Minicucci, 2007) também contribuiu para a teoria referente ao comportamento grupal, com a análise transacional que classifica o trabalho grupal em: 32 UNIUBE Atividades: todos os membros do grupo possuem objetivos propostos pelo grupo a desempenhar. Ocupar-se = atividade! Processo: são todas as mudanças que ocorrem no grupo visando o seu desenvolvimento. Segue representação dos limites de um grupo, conforme Berne. Figura 11: Limites de um grupo. Fonte: Berne (apud MINICUCCI, 2007, p. 25). No modelo de Berne, teremos os seguintes componentes: o processo interno que corresponde a todas as interações e transações que ocorrem no interior do grupo; o processo maior interno que são o resultado do conflito e as tendências individuais dos membros e a coesão do grupo que depende do líder; e a estrutura maior que é representada pelo limite externo mais o limite maior interno. UNIUBE 33 Avaliação do processo grupal1.8 A técnica sociométrica, desenvolvida por Moreno e já definida anteriormente, permitiu um avanço nos estudos da dinâmica de grupo. A técnica permite descrever e medir a dinâmica dos grupos, existindo diferentes testes para avaliação, entre eles o de configuração social, expansividade e sociodramático. O teste pode ser aplicado nos grupos de trabalho e determina o posicionamento de cada indivíduo nos seus grupos ao desempenharem seus papéis. A aplicação do teste para avaliar o grupo nos permite inferir que a estrutura de um grupo varia em razão direta da idade de seus membros e as opiniões são segregadoras, gerando subgrupos. O sociograma irá representar os fatos, sendo possível avaliar os fatos sociométricos, identificando a posição de cada indivíduo no grupo e as interações que o mesmo estabelece. Seguem especificações do teste, elaboradas por Minicucci (2007, p.31). Teste sociométrico Duração: o tempo de aplicação do teste varia de 10 a 20 minutos, não devendo ultrapassar esse limite. Aplicação: poderá ser individual ou coletivo. Deve-se evitar um alto número de avaliados para evitar que uns influenciem as repostas dos demais. Material: lápis e papel. Motivação: eventualmente podem ocorrer dificuldades para aplicar os testes, pois as pessoas não tendem a se mostrar receptivas à avaliação. Para gerar essa motivação, deve-se: 1 – esclarecer as opiniões em pequenos grupos; 2 – usar conferências ou palestras em toda a classe; 3 – identificar e eliminar todos os mal-entendidos que venham a ocorrer; 4 – estimular uma colaboração espontânea para gerar resultados válidos. 34 UNIUBE Finalidades: o teste busca coletar informações que representa a estrutura do grupo e a sua posição no grupo, sendo possível medir a dinâmica do grupo. Os grupos tendem a se formar segundo afinidades afetivas ou visando as convivências de trabalho. Para se formar os grupos segundo a Teoria de Moreno, é necessário agrupá-los segundo alguns critérios: 1 – Grupamentos efetivos a – à base de atração sexual – ou de paixões resultantes desta atração; b – à base de sentimentos (estáveis e instáveis); c – à base de emoções. 2 – Grupamentos de trabalho a – limitados a tarefas precisas, escolares ou profissionais; b – duráveis e ampliados a interesses culturais. 3 – Grupamentos de jogos a – espontâneos ou pouco socializadores; b – profundamente socializados; c – associais ou antissociais. 4 – Grupamentos de classe a – centralizados no dinheiro ou no desejo de poder; b – orientados para fins mais limitados: fazer parte de um clube, de um círculo com certa notoriedade, mostra-se com pessoas influentes. A formação dos grupos pode, dessa forma, considerar critérios de formação e de rejeição, considerando a personalidade dos membros ou a funcionalidade da tarefa a ser desempenhada. Ao formar esses grupos, devem-se considerar os diversos fatores e definir quais são os melhores critérios de integração a serem aplicados, conforme o objetivo desejado. UNIUBE 35 Conclusão1.9 A aplicação de dinâmicas de grupo objetiva proporcionar aprendizagem aos seus participantes através de situações inovadoras. Mas, para compreendermos essa dinâmica, é necessário estarmos cientes de conceitos que envolvem a formação dos grupos. Existe uma preocupação em compreender a necessidade humana de se inter-relacionar, que é o motivo gerador de todos os estudos dessas afiliações humanas realizadas no seu cotidiano. Devido à variabilidade humana, serão desencadeados diversos tipos de grupos em que diferentes critérios estarão envolvidos para identificar a sua coesão, e nesses diferentes grupos, os seus membros desempenham uma gama de papéis conforme a função e o ambiente em que eles estejam inseridos. Para compreender melhor essa formação de grupo, identificaram-se fatores e variáveis inerentes à sua estrutura, constituição e articulação, considerando a base desses estudos as teorias de Lewin, Moreno e Rivière, que se destacam nesse campo. A compreensão desses estudos e as aplicações deles auxiliam as organizações a entenderem e planejarem suas estratégias de atuações, pois sabemos que as pessoas atuando em conjunto proporcionam melhores resultados do que o exaltado talento individual que era foco na Era Industrial com o uso de técnicas administrativas funcionais. Resumo A vida humana é uma constante interação e exercício de sociabilidade. Ações isoladas em todos os conceitos da vida humana dificultam o alcance dos objetivos. E, devido ao adventoda Era da informação e da globalização, que afirma ter as pessoas como principal diferencial os 36 UNIUBE relacionamentos, a parceria e a afetividade são fatores de destaque a serem desenvolvidos nos indivíduos, entretanto, a educação tradicional continua a exaltar o talento individual e a competitividade extrema. O trabalho em grupo resultado de todas as interações de seus membros possui um diferencial de aplicação e permite que todos os envolvidos desenvolvam suas habilidades. E cada pessoa terá uma reação diferente, reação essa que se justifica pelo seu conceito de identidade, pelos papéis que venha a desempenhar e a manifestação de suas opiniões baseadas em seus princípios. Atividades Atividade 1 No Brasil, o estudo das dinâmicas de grupo teve maior importância em 1970, sendo a partir de então utilizado frequentemente para processos de seleção organizacional. Quais pontos o seu uso permite avaliar nos candidatos? Atividade 2 A dinâmica de grupo possui a finalidade de avaliar e destacar o comportamento da pessoa analisada em relação aos demais membros do grupo, prevendo as suas reações em situações individuais e coletivas. Defina dinâmica de grupo, sob o ponto de vista organizacional. Atividade 3 A formação de grupos não é suficiente para a empresa atingir resultados organizacionais, por isso destaca-se a importância da formação de equipes. Comente a diferença da distinção desses conceitos e as suas implicações. UNIUBE 37 Atividade 4 Devido à variabilidade de interesses existe uma diversificação de grupos, com interações que ocorrem de forma diferente. Apresente a classificação desses grupos e os motivos que fazem com que eles se afiliem. Atividade 5 Lewin foi um dos precursores do estudo da dinâmica de grupo, trazendo contribuições essenciais e que são utilizados na aplicação dessa ferramenta. Comente sobre suas descobertas e o que elas possibilitaram para facilitar o seu uso. Referências ECLESIASTES, 4.9.2. In: Bíblia. Português. 1993. Antigo e Novo Testamento. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. 2. ed. rev. e atual. no Brasil. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. BEAUCLAIR, João. Dinâmica de grupos: MOP – Metodologia de Oficinas Psicossocioeducativas. Rio de Janeiro: Wak, 2009. CALIL, Neige. “Causos” de RH e as lições que aprendemos com eles. São Paulo: All Print, 2012. KRAMER, Gustavo; FARIA, José H. Vínculos organizacionais. Revista de Administração Pública, v. 41, n. 1, Rio de Janeiro, jan./fev., 2007. MILITÃO, Albigenor & Rose. Jogos, Dinâmicas & Vivências Grupais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000. MINICUCCI, Agostinho. Dinâmica de grupo: teorias e sistemas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007. RIVIÈRE, Enrique P. Processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 1988. 38 UNIUBE SAIDON, Osvaldo; et al. Práticas grupais. Rio de Janeiro: Campus, 1983. ZIMERMAN, David e OSÓRIO, Luis Carlos. Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. Introdução A dinâmica na organização Capítulo 2 As dinâmicas de grupo representam uma forma de aprendizagem para o indivíduo envolvido, sendo que a exposição à experiência é benéfica tanto para a pessoa quanto para a organização. A vivência de situações planejadas serão as responsáveis pela modificação dos comportamentos, atitudes e valores das pessoas, quando necessário, de forma a agregar valor para o processo, lembrando que essas mudanças de atitudes também são influências pela ação do grupo. Apresentam-se, neste capítulo, conceitos relacionados à vivência e à aplicação prática da dinâmica e de jogos, que são classificados como forma lúdica de aprendizado. Toda essa metodologia deve ser conduzida por um facilitador capacitado e conhecedor das especificidades da técnica, pois se lida com pessoas e deve-se ter uma cautela extrema para que as mesmas se sintam à vontade ao participar da dinâmica para não comprometer os resultados da avaliação. Ao final do estudo desse capítulo, esperamos que você seja capaz de: • observar as qualidades de um líder através da dinâmica; • aprender diversas técnicas de dinâmica de grupo; • conhecer a dinâmica de grupo sob o ponto de vista de um avaliado. Objetivos 40 UNIUBE 2.1 Dinâmicas de grupo na formação de líderes 2.2 Dinâmicas, técnicas e jogos 2.3 Facilitadores de grupos 2.4 Dinâmicas do ponto de vista do avaliado 2.5 Conclusão Esquema Dinâmicas de grupo na formação de líderes2.1 As dinâmicas são processos alternativos para educar um grupo. Permitem ao grupo vivenciar situações inovadoras cotidianamente. As pessoas envolvidas são conduzidas a uma avaliação e reelaboração individual através do confronto de seus hábitos, valores, comportamentos e conhecimentos. Essa mudança de postura leva ao aprimoramento do grupo e dá sua contribuição de valor ao processo desempenhado. As dinâmicas surgem em resposta às formas velhas e autoritárias de relacionamento marcadas pela agressividade, pela competição e pela dominação. Essas alterações de comportamento devem-se à vivência em grupo com o clima de liberdade, com relações sociais coletivas, democráticas, afetivas, de aceitação e comunicação. As dinâmicas de grupos trouxeram consigo a vivência, o jogo, o lúdico e viabilizaram a constituição de grupos e o ensino-aprendizagem. As dinâmicas não visam apenas propor uma “nova roupagem” às técnicas de aprendizado e sim estabelecer uma filosofia formativa para colocar em prática a ação educativa, desde que se tenham envolvido no processo pessoas dispostas a aceitar a inovação como uma alternativa para conhecerem o novo. Dessa forma, a dinâmica não é uma mágica de formar UNIUBE 41 pessoas e, sim, uma estratégia pedagógica válida, que permite resultados a serem considerados. As dinâmicas devem ser realizadas por pessoas preparadas que consigam identificar as limitações dos objetivos listados, sendo a sua atividade uma expressão de uma postura metodológica que reconhece os fatores lúdicos e de prazer como integrantes do processo de educação. As dinâmicas devem ser propostas em situações em que o meio permita sua aplicação, sendo que a relação tensão-desafio presente leva a pessoa à ação. Ao se propor uma dinâmica, deve-se considerar fazer um “contrato” de segurança, que corresponde à apresentação da técnica, deixando claros os objetivos do jogo e as suas regras. Gonçalves e Perpétuo (2002, p. 29) expõem as considerações prévias da dinâmica de grupos. Deve-se respeitar a vontade dos participantes de participar ou não da atividade proposta. É necessário sensibilidade para perceber os momentos do grupo, mas sempre podemos usar o termômetro da nossa inserção para sentir o ritmo, o equilíbrio e a tensão do grupo. As dinâmicas de grupo devem ser percebidas como instrumentos que cumprem um papel pedagógico, um entre vários instrumentos necessários para o bom desenvolvimento de uma atividade formativa e sua utilização não deve ser feita de forma indiscriminada. As dinâmicas são meios para ampliar conhecimentos, facilitar relacionamentos, expressar sentimentos, confrontar ideias e estimular pensamentos analógicos e associativos, incentivando a comunicação não verbal, buscando o consenso e a solução de conflitos. Em todo esse contexto, o líder deve estar presente, explorando a expressão do grupo e despertando insights valiosos nos envolvidos. 42 UNIUBE Segundo o estudo de Gonçalves e Perpétuo, os princípios que devem ser considerados ao se planejar uma dinâmica: Quadro 1: Princípios de uma dinâmica Quais são as características do grupo: número de participantes, faixa etária, sexo, nível de integração. As condições operacionais: carga horária disponível, espaço físico, equipamentos e materiais de que se podem dispor. Ter consciência do conteúdo da atividade, ou seja, o eixo temático que se pretende desenvolver, as etapas a percorrer nesse desenvolvimento, os objetivos existentes para cada uma delas. É fundamental que o educador já tenha vivenciadoou mesmo vivencie as dinâmicas antes de aplicá-las. A insegurança e comandos confusos geram dinâmicas confusas. Após a aplicação de cada dinâmica, é preciso tempo para que os participantes socializem as emoções, sentimentos, dificuldades e descobertas. Não cabe ao educador expressar nenhum juízo de valor. As dinâmicas só devem ser usadas quando houver uma proposta, uma concepção de educação que acredite na produção do conhecimento como um processo lento e gradativo, alcançado pela vivência. Um processo que busque um mundo de relações mais solidárias, uma sociedade de experiências autênticas e alternativas. Ao educador cabe, ainda, o papel de acompanhar a realização da dinâmica, explicá-la e propiciar o momento de reflexão do grupo auxiliando na sistematização dessa vivência. Fonte: Gonçalves e Perpétuo, (2002, p.30). Dessa forma, ao se planejar a dinâmica, teremos em sua estrutura três fases: introdução, desenvolvimento e conclusão. A primeira refere-se ao momento de apresentação, motivação e integração, sendo aconselháveis dinâmicas de curta duração. Na segunda, o tema será apresentado, sendo necessárias dinâmicas que promovam e facilitem o aprofundamento UNIUBE 43 e a reflexão. E, por fim, a terceira é dedicada aos momentos de síntese, permitindo atitudes avaliativas e de encaminhamento. Gonçalves e Perpétuo (2002) recomendam que as dinâmicas não devam ter mais de vinte participantes, mas não impossibilita a sua aplicação em grupos maiores, recomendando que nesses casos sejam divididos em grupos menores para melhores resultados. 2.1.1 Vivência, dinâmica, técnica e jogo O uso da dinâmica de grupo permite modificar comportamentos que não estão alinhados com os objetivos organizacionais. Conforme essa aplicação, destacamos o conceito de mudança, esse que é comum nas empresas. A mudança, para ocorrer efetivamente, deve ter motivação interna da pessoa, sendo necessário seu interesse em se adaptar aos interesses de seu grupo, podendo essa mudança ser voluntária ou não, e aqui voltamos à aplicação do conceito de dissonância que já foi abordado no Capítulo 1. Segue história apresentada por Militão, para iniciarmos a nossa análise: Um executivo de uma grande empresa, com a necessidade de se isolar para terminar alguns relatórios de clientes, resolveu-se “esconder” no lugar menos provável de ser encontrado: sua própria casa. Assim fez. Retornou cedo para casa, antes das 16h e se trancou no seu escritório particular. Estando ele tranquilo, em casa, celular desligado, sem sinal de fax ou a secretária indagando se “o senhor pode atender Dr. Fulano?”, percebeu a porta do escritório abrindo, devagarinho. “Oba!”, ecoou o grito de felicidade da sua filhinha de seis anos ao ver o pai (figura tão difícil!) àquela hora em EXEMPLIFICANDO! 44 UNIUBE casa. Foi logo perguntando... perguntando – afinal, seis anos é aquela fase das intermináveis perguntas. O pai, ao mesmo tempo em que precisava continuar fazendo o seu trabalho, não poderia se furtar em aproveitar, também, aquele momento com a sua “pirralha”. Mas, estrategicamente, pensou numa maneira de “livrar-se” dela por algum tempo. Pincelou o olhar pela estante e retirou um livro – era um atlas geográfico -, abriu-o bem na página central e deu de cara com um “mapa-mundi”. Destacou-o, pegou uma tesoura, picotou-o em vários pedaços, embaralhou- -o e disse satisfeito: “Filhinha, o papai tem um desafio para você... Você vai ganhar esta caixa de chocolates (mostrou uma caixa que havia em sua pasta), assim que voltar com esse quebra-cabeça (o dito mapa) todo consertado, tá certo?” Ela aceitou o desafio do pai, saiu rapidamente e ele respirou, aliviado, pois iria ficar um bom tempo sem ela perguntando. Pouco mais de trinta minutos, após, irrompe a elétrica criaturinha na sala onde estava o pai, ainda às voltas com seus relatórios: “Papai! Papai! Terminei... agora eu quero a minha caixa de chocolates, inteirinha!” Ao que ele retrucou surpreso (contendo a sua decepção, pois ele imaginava que ela demoraria bem mais tempo): “Muito bem, minha filha!” E como foi que você conseguiu tão rápido? Ela mostrou uma grande folha de papel – tipo manteiga, meio transparente – onde estavam os recortes do mapa colados no seu “estilo” e disse: “Foi difícil... mas, olhando com atenção, eu vi que do outro lado de cada pedacinho de papel havia uns traços que, quando eu juntava, formava a figura de um homem... aí, eu pensei: se eu consertar o homem, eu conserto o mundo!” Ao ler-se o texto, identifica-se que as mudanças que ocorrem nas pessoas são necessárias para o seu desenvolvimento, e que a sua coletividade permite a projeção de um grupo com resultados interligados e de efetiva agregação de valor. Moscovici (apud MILITÃO, 2000) destaca a necessidade de aprendizagem para as transformações do comportamento UNIUBE 45 e a possibilidade de construção do seu potencial crescimento por meio da vivência, que a autora considera como um ensino-aprendizagem conceituado como Educação de laboratório, cuja expressão significa “Um conjunto metodológico que objetiva o alcance de mudanças pessoais, a partir de aprendizagem baseadas em experiências diretas ou vivências.” (MOSCOVICI apud MILITÃO, 2000. p. 19). Características do processo educação de laboratório: • o nome laboratório refere-se ao caráter experimental da situação vivenciada; • os participantes são encorajados a experimentar comportamentos diferentes dos do seu padrão costumeiro de interação com outras pessoas em grupo; • não pode ser considerado inteiramente artificial, pois as pessoas que o compõem são reais e o que nele acontece é real; • o enfoque “aqui-e-agora” é a característica mais marcante do método; • a experiência vivenciada é direta, pessoal, imediata, compartilhada pelos membros do grupo, podendo ser comparada, apreciada e validada, como base para conceitos e conclusões pessoais e para grupos a serem elaborados. SAIBA MAIS O processo de vivência possui dois objetivos: aprender e aprender a dar ajuda. O primeiro significa quebrar paradigmas, desprender dos conceitos que já possui instalados na personalidade da pessoa. Militão (2000, p. 20) apresenta a sua definição: “É um processo de buscar e conseguir informações e recursos para solucionar seus problemas, com e através das experiências de outras pessoas, conjugadas às suas próprias”. Já, no segundo, é um aprendizado de forma coletiva, com a participação das pessoas ao redor. 46 UNIUBE Para ocorrer esse processo de vivência, será necessária a execução de quatro etapas que se completam e devem ocorrer na seguinte ordem: (i) atividades, (ii) análise ou reflexão, (iii) conceituação ou embasamento teórico e (iv) conexão ou correlação com o real. Segue sua representação (Figura 1): Figura 1: Etapas do Processo de Vivência. Fonte: Militão (2000 p. 21). Segue apresentação das etapas: Etapa 1: Atividade Representa a vivência de uma situação através das atividades que são nelas desempenhadas. São elas: resolução e problemas, simulação comportamental, dramatização, jogo, processo decisório, comunicação, exercícios verbais e não verbais. Etapa 2: Análise ou reflexão Serão executados o exame e a discussão das atividades realizadas, com uma visão crítica dos resultados alcançados, em que o desenvolvimento da tarefa é mais importante do que o seu resultado apresentado. Militão (2000, p. 22) a define: UNIUBE 47 É uma fase muito mobilizadora de energia emocional, pois cada participante deve expor seus sentimentos, ideias e opiniões livremente. Se na primeira etapa houve envolvimento e abertura, nesta, o participante poderá praticar maior autoexposição, espontaneidade e autenticidade, troca de feedback com os companheiros do grupo, possibilitando a elaboração de um processo diagnóstico da situação vivenciada e da participação de cada um e de todos no desenrolar do processo grupal. Etapa 3: Conceituação ou embasamento teórico Ocorre uma busca
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