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Din__micas_de_grupo_CORTE_1_ pdf (1)

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Marly Teixeira de Moraes
Dinâmicas de grupo
© 2013 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor: 
Marcelo Palmério
Pró-Reitora de Ensino Superior:
Inara Barbosa Pena Elias
Pró-Reitor de Logística para Educação a Distância:
Fernando César Marra e Silva
Assessoria Técnica:
Ymiracy N. Sousa Polak
Produção de Material Didático:
• Comissão Central de Produção
• Subcomissão de Produção
Editoração:
Supervisão de Editoração
Equipe de Diagramação e Arte
Capa:
Toninho Cartoon
Edição:
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE
Marly Teixeira de Moraes
Especialista em Gestão de Varejo pela Universidade Cândido Mendes 
(UCAM). Especialista em Análise de Sistemas, Redes e Banco de 
Dados pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Especialista em 
EAD pela Universidade de Uberaba (Uniube). Graduada em Gestão de 
Marketing, pela Faculdade Politécnica de Uberlândia (FPU). Gerente de 
Ouvidoria. Docente e gestora do curso de Administração da Universidade 
de Uberaba (Uniube), no campus de Uberlândia. 
Sobre a autora
Sumário
Apresentação .............................................................................................................VII
Capítulo 1 Dinâmicas de grupo ............................................................. 1
1.1 Contextualização da dinâmica de grupo ..................................................................2
1.2 Homem: um ser relacional ........................................................................................5
1.2.1 Papéis construtivos .........................................................................................9
1.2.2 Papéis não construtivos ..................................................................................9
1.3 Como os grupos se estruturam, constituem-se e se articulam ..............................11
1.4 Grupos humanos e operatividade ..........................................................................13
1.5 Relações vinculares e Modalidade de aprendizagem ...........................................15
1.6 Teorias .....................................................................................................................17
1.6.1 Teoria de Lewin .............................................................................................17
1.6.2 Teoria de Moreno ..........................................................................................19
1.6.3 Teoria de Piaget ............................................................................................21
1.6.4 Teoria de Rivière ...........................................................................................21
1.6.5 Festinger........................................................................................................27
1.7 Abrangência da dinâmica de grupo ........................................................................30
1.8 Avaliação do processo grupal .................................................................................33
1.9 Conclusão ...............................................................................................................35
Capítulo 2 A dinâmica na organização ............................................... 39
2.1 Dinâmicas de grupo na formação de líderes ..........................................................40
2.1.1 Vivência, dinâmica, técnica e jogo ................................................................43
2.2 Dinâmicas, técnicas e jogos ...................................................................................47
2.3 Facilitadores de grupos...........................................................................................52
2.4 Dinâmicas do ponto de vista do avaliado ...............................................................59
2.5 Conclusão ...............................................................................................................65
Capítulo 3 A técnica das dinâmicas ..................................................... 69
3.1 Correntes modernas das dinâmicas de grupo .......................................................70
3.2 Comunicação nos grupos .......................................................................................71
3.3 A Janela de Johari ...................................................................................................74
3.3.1 As diversas posições da Janela de Johari ...................................................77
3.3.2 Os estilos interpessoais ................................................................................82
3.3.3 As mudanças na Janela de Johari ...............................................................84
3.4 Conclusão ...............................................................................................................97
Capítulo 4 Dinâmicas na prática ........................................................ 101
4.1 Dinâmicas de apresentação .................................................................................102
4.2 Dinâmicas de entrosamento .................................................................................105
4.3 Dinâmicas de reflexão e aprofundamento ............................................................107
4.4 Dinâmicas de sensibilização .................................................................................110
4.5 Dinâmicas de avaliação ........................................................................................113
4.6 Dinâmicas de aquecimento e recreação ..............................................................114
4.7 Dinâmicas de relaxamento ...................................................................................115
4.8 Conclusão .............................................................................................................117
Caro(a) aluno(a).
Para esta apresentação, em vez de discorrer sobre a educação 
corporativa, achei melhor e mais proveitoso, lançar mão de um texto 
que li e que gostaria de compartilhar com você.
O texto, “Meu amigo mestre”, do uberlandense consultor e especialista 
em gestão de pessoas, Neige Calil, relata um episódio desagradável, 
mas que acabou lhe trazendo à lembrança uma pessoa que conhecera e 
levando-o a uma reflexão sobre o que é ser verdadeiramente um “mestre” 
,quando o assunto é gestão de pessoas. 
O episódio desagradável foi uma palestra proferida por uma pessoa sem 
a devida competência na área de gestão, mas muito presunçosa, com 
ares de autoridade no assunto. Neige conta como amargou a palestra 
até o fim, sem ter como sair do lugar onde sentara. Isto fez com que 
se lembrasse de um colega de trabalho, esse sim, exemplo de como 
se deve portar um educador corporativo e a quem cabe o epíteto de 
“mestre”. Qual seria o segredo de tanta eficiência? É Calil quem, em 
poucas palavras, resume a receita: “Estudo e experiência – eis o antídoto 
para os espetáculos caros e vazios a que se via obrigado a assistir e que 
concedem a anônimos como Rodrigo o dom da análise e o poder da 
síntese.” Rodrigo era o nome desse mestre reverenciado no artigo. Mas, 
como se aprende mais com exemplos do que com palavras, vamos deixar 
que você acompanhe a descrição feita pelo próprio Calil do perfil dessa 
pessoa que, segundo ele, continua anônimo até hoje e é apaixonado por 
educação nas organizações. Você só tem a ganhar para a sua formação 
profissional, se prestar atenção aos mínimos detalhes da narrativa.
Apresentação
VIII UNIUBE
“Eu atuava numa filial de uma grande corporação e, diante de uma 
necessidade local, minha equipecriou um programa de treinamento. 
Erroneamente, só comuniquei ao corporativo essa proeza após sua 
aplicação. Com certa tensão ao telefone, expliquei:
- Assumi a região há poucos meses e endossei a iniciativa de minha 
equipe nesse treinamento para a área comercial. Sei que o correto seria 
pedir autorização primeiramente à matriz, mas era urgente a necessidade 
de trabalharmos esses quesitos! Garanto que tudo foi feito dentro das 
normas e diretrizes da companhia.
- Parceiro – ouvi surpreso – eu vi a programação que você passou 
por e-mail. Precisamos disso mesmo, de gente que treina e acredita 
na educação. Conte conosco sempre que precisar. Vamos trocar 
informações para podermos sugerir estratégias que enriquecerão o 
trabalho de vocês aí na filial.
Desliguei o telefone num misto de alívio por não ter sido repreendido 
e alegria por descobrir um aliado na matriz. Questionei um de meus 
analistas:
- Quem é esse cara lá no Corporativo?
- É o Rodrigo! Gente fina pra caramba, apaixonado por treinamento. E 
entende muito do assunto, está sempre disposto a ajudar.
- Não me lembro de tê-lo conhecido na minha integração… 
- Na próxima vez que você for à sede, procure por ele. Vocês têm muito 
em comum.
 
Meses depois, eu o conheci pessoalmente. Assustei-me: era mais feio 
que xingar a mãe na noite de Natal. Magro, de frente parecia estar de 
lado e de lado parecia ter ido embora. Olhos grandes por trás de óculos 
arcaicos. Tudo isso quebrado por um sorriso contagiante:
- Oi, mineirinho! – chamou-me carinhosamente. Que bom ter você aqui 
conosco!
 
 UNIUBE IX
Sua recepção era diferenciada, transpirava sinceridade em ouvir nossas 
experiências no campo e em repartir seus conhecimentos para fazermos 
cada vez melhor. Nos vários encontros que tivemos sucessivamente, 
constatei cada vez mais sua paixão por educar gente e multiplicar 
conhecimentos.
Com forte sotaque paranaense, jurava ter nascido do outro lado do rio, 
no interior de SP. Sua primeira escola foi a vida: criado com simplicidade, 
perdeu o pai ainda “piá”, como costumava dizer. Isso não lhe tirou, 
no entanto, o apego a valores essenciais como família, honestidade, 
amizade, vínculos afetivos. Casou errado na primeira vez, acertou na 
segunda. Já está experimentando as primeiras lições de ser avô!
 
Foi para a lida logo cedo, encostou a barriga em muito balcão pra fazer 
suas vendas. Amante dos livros, aprendia na poeira das ruas e no banco da 
faculdade, num esforço que lhe rendeu um mestrado pouco depois dos 30 
anos. Tornou-se excelente professor e eterno aprendiz. Fala dos autores 
com intimidade e da prática na capacitação de pessoas com entusiasmo. 
Fui transferido para a matriz e trabalhei lado a lado com esse mito. Andar 
com ele pelas dependências da empresa era uma tortura – parecia 
galho de árvore solto na enchente, pois se enroscava em todos os 
setores. Chamava os colegas pelo nome, brincava, ouvia, dava palpites, 
colocava-se à disposição. Era nítido como as pessoas se sentiam 
bem em sua presença e buscavam por ele. Nunca escutei uma alma 
se queixar dele. Pelo contrário, eram uníssonas as demonstrações 
de admiração e carinho pelo conhecimento dessa criatura. 
Educadores não são produzidos em massa, eles nascem assim, 
como Rodrigo. São pessoas que souberam aprender com a vida e 
com as letras e carregam com naturalidade o desejo de repartir com 
os outros. Infelizmente, tenho encontrado colegas que mais parecem 
administradores de contratos de consultorias que verdadeiros arquitetos 
de um programa educacional perene e em consonância com as 
estratégias da empresa.
X UNIUBE
Rodrigo sabia fazer isso com maestria. Tinha autoridade para falar com a 
área comercial, seus principais clientes internos, pois tirou muitos pedidos 
e conhecia o negócio. Demonstrava sustentabilidade teórica, adquirida 
com muita leitura e trocas acadêmicas. Conquistara credibilidade, pois 
expressava convicção e endossava seu discurso com atitudes. Era 
querido, pois dominava como poucos a arte de se relacionar.”
 
E Calil conclui sua narrativa com uma observação bem a propósito do 
tema que você verá nesse livro que lhe chega às mãos.
“Cursos e palestras são apenas alguns instrumentos de repasse de 
dados e informações. Pena que ainda são interpretados como um fim 
em si mesmos. O verdadeiro conhecimento se transmite por atitudes 
que contaminam e despertam um grupo de pessoas a reinventar velhos 
hábitos. E isso só se consegue com profissionais apaixonados por gente, 
que leem livros e vivenciam diferentes situações.” (CALIL, 2012, p. 34).
Nesse livro, você verá que o seu enfoque é exatamente essa possibilidade 
de transformar grupos em equipes; transformação essa que passa 
necessariamente pela educação corporativa. 
Introdução
Dinâmicas de grupoCapítulo
1
Os grupos são fundamentais para o planejamento da organização 
no alcance de resultados, sendo que grupos que se configuram em 
equipes apresentam uma vantagem para a empresa e estão aptos 
a terem melhores resultados que os demais. O desempenho melhor 
avaliado de grupos decorre dos seus elementos integrados que 
possuem origens diversas, mas, para compreendermos o motivo 
de sua formação, o capítulo irá abordar conceitos como a estrutura 
do grupo, como ele se constitui e articula, os principais teóricos 
que contribuíram para o desenvolvimento desses conceitos e o 
entendimento da necessidade humana em se afiliar. O aprendizado 
proporcionado permitirá avaliar as origens da formação para analisar 
os seus conceitos primários e proporcionar um desenvolvimento de 
dinâmicas que melhor se adaptem às características do objeto em 
estudo, destacando que essa compreensão é de suma importância 
para os resultados da empresa, principalmente com a valorização 
do capital intelectual para formação de valor.
Ao final do estudo desse capítulo, esperamos que você seja capaz de:
• compreender a importância do relacionamento pessoal;
Objetivos
2 UNIUBE
• identificar as teorias de dinâmica de grupo;
• observar a abrangência das dinâmicas de grupo no cenário 
organizacional.
1.1 Contextualização da dinâmica de grupo
1.2 Homem: um ser relacional
1.3 Como os grupos se estruturam, constituem-se e se articulam 
1.4 Grupos humanos e operatividade 
1.5 Relações vinculares e Modalidade de aprendizagem
1.6 Teorias
1.7 Abrangência da dinâmica de grupo
1.8 Avaliação do processo grupal
1.9 Conclusão
Esquema
Contextualização da dinâmica de grupo1.1
A origem da nossa sociedade e sua evolução ocorreu devido à formação 
de grupos com as suas interações que implicaram em grandes 
conquistas e transformações. O comportamento grupal apresenta 
relevâncias significativas para apresentação de resultados, sendo essa 
a fonte de estudo para diversos teóricos. Beauclair (2009) utiliza o termo 
“estarjuntocom” para referir-se aos movimentos de compreensão de toda 
a dinâmica que ocorre no processo humano de estar em grupo, sendo 
esses o motivo dessa análise.
A apresentação de contextos que caracterizam a dinâmica de grupo 
é observada em nossa história desde o período Paleolítico, devido à 
existência de desenhos nas cavernas de crianças imitando as situações 
de adultos, e a consciência de jogos que provavelmente ocorriam com o 
uso de uma bexiga animal. Posteriormente, no período Medieval também
 UNIUBE 3
temos registros que demonstram a interação das pessoas como nas 
situações de guerra. Mas, o desenvolvimento específico do conceito 
de dinâmica de grupo ocorreu entre as décadas de 30 e 50 do século 
passado, de forma mais sistematizada e aplicado principalmente nos 
Estados Unidos.
No Brasil, o estudo das dinâmicas de grupo teve maior importância em 
1970, sendo, a partir de então, utilizado frequentemente em instituições 
educativas e empresas. O uso frequente dessa técnica, principalmente 
em processos de seleção organizacional, permite a avaliação dos 
candidatos por meio de situações-problemas, analisando os seus 
comportamentos e verificando se estão alinhados ao perfil buscadopela 
empresa.
Diversos pontos são avaliados em dinâmicas que objetivam uma seleção, 
entre eles temos a (i) proatividade, a (ii) desinibição, o (iii) trabalho, o 
(iv) senso de equipe e a (v) criatividade. Nessas situações, os objetivos 
da avaliação desses pontos são para identificar o comportamento do 
indivíduo em grupo, a sua reação ao passar por momentos de frustração, 
a sua atitude ao ter sua ideia reprovada ou até mesmo descartada, as 
técnicas de comunicação utilizadas, a apresentação do perfil de liderança 
e o seu comportamento cognitivo.
Em muitos casos a dinâmica de grupo terá a finalidade de avaliar e 
destacar o comportamento da pessoa analisada em relação aos demais 
membros do grupo, prevendo as suas reações em situações individuais 
e coletivas. Em dinâmicas de grupo com objetivos e aplicação mais 
voltados para a organização, Beauclair (2009, p. 47) irá defini-la como:
Dinâmica de grupo é um instrumento de aproximação 
de interesses entre as organizações e os profissionais 
que nela atuam, buscando observar quem poderá se 
adaptar melhor as suas demandas e necessidades, de 
modo mais harmônico, sintonizado e sinérgico.
4 UNIUBE
O objetivo da dinâmica de grupo não está voltado para o detalhamento 
da personalidade do indivíduo, pois para esse fim existem técnicas de 
avaliação psicológica e entrevistas já citadas nas apostilas anteriores 
para serem aplicadas. Dinâmicas de essência invasiva à identidade 
das pessoas deixaram de ser usuais, pois colocavam as pessoas em 
condições de alta complexidade, que desviavam o foco da avaliação. 
Dinâmicas que apresentem situações constrangedoras devem ser 
evitadas, pois o questionamento dos valores, crenças e opiniões das 
pessoas podem gerar conflitos desnecessários e sem fundamentos. 
Atualmente são comuns as dinâmicas de caráter lúdico e divertido, sendo 
possível também atingir os objetivos buscados em sua aplicação.
Piéron (apud BEAUCLAIR, 2009, p. 49) define grupo como “conjunto de 
pessoas entre as quais existem relações psicologicamente explícitas e 
recíprocas”. Essa definição está além do tradicional estabelecimento de 
vínculo entre individual e coletivo, nota-se a sua amplitude além dessa 
interação e que ocorre devido à existência de normas, compartilhamento 
de objetivos e interdependência funcional entre os membros, 
representando também os seus elementos centrais.
Um dos teóricos que se destacam em pesquisas de dinâmicas de grupo e 
que será abordado com maior aprofundamento em tópico posterior é Kurt 
Lewin com a sua “Teoria de Campo”. Para Kurt, as ações e interações dos 
seres humanos ocorrem em um mundo de forças (vetores) que possuem 
valências positivas ou negativas. Com seus estudos, a dinâmica de grupo 
passou a ter um novo conceito, apresentado na obra de Beauclair (2009, 
p. 50).
A dinâmica de grupo, então, passa a ser a interação 
entre sujeitos, pois, a partir do momento em que 
se comunicam e trocam informações, estão em 
movimento, ensinando e aprendendo e, nesta interação, 
existe uma dinâmica. Assim, as diferenças geram tal 
movimento.
 UNIUBE 5
Sendo assim, o movimento da vida e o seu desenvolvimento será 
proporcionado pela inter-relação entre os membros de grupos, ou seja, 
sua dinâmica.
Homem: um ser relacional1.2
A vida humana é uma constante interação e exercício de sua 
sociabilidade. Essa afirmação justifica o fato de o homem ser um “ser 
de relações”, um ser social que representa em seus comportamentos os 
resultados desses contatos, formando e concretizando a sua existência. 
Essa necessidade de “estar junto”, leva à formação dos grupos. Militão 
(2000, p. 7) faz sua definição de grupo: “Pessoas que se juntam, com 
objetivos definidos (ou não), defendendo causas, criando objetos, 
desenvolvendo ações sociais comunitárias, cumprindo ordens, ‘jogando 
conversa fora’, enfim, buscando ou desenvolvendo os mais variados 
objetivos”. Moscovici (apud MILITÃO, 2000, p. 8) em seguida conceituará 
o significado de pessoas juntas enquanto grupos e equipes.
Os especialistas em desenvolvimento humano têm 
afirmado que grupos caminham juntos, mas não 
se afinam. Equipes compreendem seus objetivos e 
engajam-se em alcançá-los de forma compartilhada. 
Numa equipe, portanto, há comunicação verdadeira, 
as opiniões divergentes são estimuladas de forma 
sadia, existe confiança mútua entre os seus membros, 
os riscos são assumidos juntos, as habilidades 
de uns possibilitam o complemento das habilidades 
dos demais... enfim, há respeito, mente aberta e 
cooperação.
Ações isoladas, em todos os conceitos da vida humana, dificultam o 
alcance dos objetivos e devido ao advento da Era da informação, com 
a presença da globalização que afirma ter as pessoas como principal 
diferencial, os relacionamentos, a parceria e a afetividade são fatores de
6 UNIUBE
destaque a serem desenvolvidos nos indivíduos. Entretanto, a educação 
tradicional continua a exaltar o talento individual e competitividade 
extrema.
Nas organizações, para a formação de grupos eficazes, o fator 
determinante não são todos os recursos financeiros e investimentos 
altíssimos que uma organização faz que determinarão a constituição 
das equipes altamente eficazes e sim a presença de um verdadeiro líder. 
Militão (2000, p. 9) destaca a necessidade da presença desse elemento 
integrador:
O que faz um grupo ser uma equipe começa pelo líder. 
Líder que cativa, que se sente responsável por quem 
ele cativou, que incentiva, vibra, enaltece e elogia o 
processo e os resultados de um trabalho realizado. 
Líder que compartilha, que ouve, delega, reclama e 
ralha (na sala fechada, ele e o liderado), agradece e 
parabeniza (em local aberto, na presença de todos). 
Líder que visita, almoça a mesma comida e no mesmo 
refeitório, joga bola com os colegas sem medo de 
ser trucidado “legalmente” em campo. Líder de saias 
ou líder de terno. Não importa: homem ou mulher. 
Importa: ser gente. Líder-gente, convivendo, sentindo, 
cuidando, gerindo e gerando novos líderes. Líderes de 
equipes, que participam, sensibilizam-se, amam e têm 
consciência de que o amor – pelas pessoas e por aquilo 
que realizam – é a alavanca da valorização humana. 
Líderes que exercem o papel de educador (coaching) 
e acreditam que o trabalho em equipe (team work) é o 
caminho mais eficaz para a excelência da empresa.
A própria Bíblia menciona confirmações de que o trabalho em equipe 
deve ser destacado:
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor 
remuneração de seu trabalho. Se caírem, um ajuda 
o outro a levantar-se... Se dormirem juntos, um 
esquentará o outro... Se alguém atacar um, o outro 
interfere e os dois dominarão mais facilmente... Isto 
porque o cordão de dobras é mais difícil de se romper 
(ECLESIASTES, 4.9.2).
 UNIUBE 7
O trabalho em grupo resultado de todas as interações de seus membros 
possui um diferencial de aplicação e permite que todos os envolvidos 
desenvolvam suas habilidades e sejam cientes de questões, como: 
tática de apaziguamento, diálogo e negociação, comunicação aberta, 
autêntica e transparente, alívio de tensões e sentimentos negativos, 
conhecimentos dos objetivos da empresa, sinergia de pensamentos e 
esforços para atingir resultados e responsabilidade compartilhada. E, na 
formação desses grupos, acontecem situações em que o indivíduo não 
possui opção de escolha em ser membro ou não do mesmo, sendo assim 
proposta por Rogers (apud MILITÃO, 2000, p. 11) uma classificação 
para os diferentes tipos de grupos que podem se formar, como se vê no 
Quadro 1:
Quadro 1: Tipos de grupos 
T – Groups – Grupos de treinamento
Originalmente, surgiram para acentuar as relações humanas, porém se 
tornaram de perspectivas muito mais vastas: estudos, reciclagem, capacitação 
e desenvolvimento de novas habilidades, aprimoramento de aprendizados e 
conceitos.
Grupos de encontro
Acentua o crescimento pessoal, o desenvolvimento e aperfeiçoamento da 
comunicação e das relações interpessoais. Os grupos de encontro são a 
invenção socialmais potente do século XX. Possibilitam, entre as pessoas, 
um clima de liberdade de expressão, acentuam valores, criam intimidades.
Sensitivity Training Groups – Grupos de Treino de Sensibilidade
Abrangem treinamentos em geral, especificamente experiências que provocam 
catarse de emoções e sentimentos. São grupos de crescimento, em que as 
pessoas entram em contato com as suas emoções, possibilitando melhoria 
das relações com o outro, elevação da autoestima, bem como tomada de 
consciência para mudanças.
8 UNIUBE
Task Oriented Groups – Grupos centrados nas tarefas
Largamente difundidos nas indústrias ou em locais que desenvolvem atividades 
rotineiras e repetitivas. Estão relacionados a resultados e produtividade.
Sensory Body Awareness Group – Grupos de percepção sensorial e 
corporal
Tendem a acentuar a percepção física e a expressão, através do movimento, 
da dança espontânea e de outras formas semelhantes. Alguns desses grupos 
promovem um verdadeiro “culto ao corpo”. Normalmente, são apenas para 
autoconhecimento e percepção das suas relações com o ambiente.
Creativity Workshops – Grupos de Criatividade
São constituídos pela expressão criadora, por vários meios de arte, sendo 
o objetivo a espontaneidade individual e a liberdade de expressão. Têm, 
também, o poder curador, para melhorar ou redirecionar comportamentos. 
Podem ser de cunho terapêutico ou desenvolvimento de atividade de trabalho 
(empresa, escola projetos etc.)
Family Groups or Couple Groups – Grupos familiares ou Grupo de casais
Possibilitam ajuda mútua para melhorar as relações conjugais e familiares
Organizational Development Groups – Grupos de Desenvolvimento da 
Organização
Têm como objetivo principal desenvolver a capacidade de liderança, potenciais 
de aptidão e projetos específicos. São utilizados em empresas, instituições, 
entidades sociais etc.
Gestalt Groups – Grupos guestálticos
Baseiam-se numa perspectiva terapêutica guestaltista, em que um terapeuta 
se centra num indivíduo de cada vez, porém sob um ponto de vista diagnóstico 
e terapêutico. Os grupos guestálticos e o processo de terapia guestáltica 
foram introduzidos por Frederick Pearls “Fritz Pearls”. Estudam os fenômenos 
que ocorrem, partindo da tomada de consciência (aqui-e-agora) e não da 
especulação ou do por quê.
Team Building Groups – Grupos de Formação e Equipes
Objetivam desenvolver e aperfeiçoar o processo de maturação das equipes de 
trabalho, favorecendo a participação e cooperação mútuas, através de diálogo, 
da eliminação de conflitos e aprofundamento das relações interpessoais, de 
modo a alcançar satisfação, produtividade e qualidade no desempenho das 
atividades realizadas.
Fonte: Rogers (apud MILITÃO,2000, p. 11).
 UNIUBE 9
As pessoas fazem uso da afiliação em grupos para se posicionarem 
perante a sociedade, suprindo as suas necessidades. E cada pessoa terá 
uma reação diferente, a qual se justifica pelo seu conceito de identidade, 
pelos papéis que venha desempenhar e a manifestação de suas opiniões 
baseadas em seus princípios. Essas características de variabilidade são 
reforçadas conforme o papel do indivíduo na sociedade, podendo ser 
construtivos quando se referem a qualidades e virtudes ou não construtivos, 
quando temos defeitos e atitudes nocivas.
1.2.1 Papéis construtivos
Conciliador: possui um posicionamento de amenizar os conflitos, 
acompanhando o grupo e auxiliando-o a encontrar soluções por meio 
de alternativas.
Mediador: utiliza palavras de ânimo e encorajamento para solucionar as 
divergências e superar os momentos de desafios.
Animador: demostra postura ativa, proativa, entusiasta e festiva com 
comportamento de afeto e solidariedade com os demais membros 
do grupo, faz uso da compreensão e da aceitação de outras opiniões 
reconhecendo-as e elogiando-as.
Ouvinte interessado: acompanha ativamente as atividades do grupo, 
aceitando ideias e sendo apoio para discussões em grupo. Procura intervir 
somente quando necessário e com posicionamento que agregue valor.
1.2.2 Papéis não construtivos
Dominador: utiliza ordens incisivas para impor sua autoridade e 
superioridade. Considera o seu posicionamento inquestionável e não 
permite a opinião dos demais membros do grupo.
10 UNIUBE
Dependente: apresenta insegurança, autodepreciação e carência de 
apoio, sendo-lhe necessário buscar ajuda dos demais membros do 
grupo, considerando-se uma vítima.
Criador de obstáculos: Não contribui para o progresso do grupo por 
discordar constantemente das ações sem razão justificável.
Agressivo: faz uso de franqueza depreciativa, demonstrando 
desaprovação da conduta dos demais membros e sempre com uma 
postura ofensiva.
Vaidoso: busca a atenção para si, enaltece as suas realizações e 
busca diversificar o seu comportamento do dos demais para ter um 
reconhecimento individual.
Reivindicador: considera-se um representante dos demais membros, mas 
não representa os interesses da equipe e sim os seus próprios.
Confessante: o grupo representa, para ele, uma plateia, uma 
oportunidade para manifestar seus relatos e desabafos.
Gozador: aparenta ser uma pessoa agradável, mas se afasta do grupo 
por suas atitudes cínicas e desagradáveis com o objetivo de chamar a 
atenção para si.
Esses comportamentos serão identificados no grupo conforme as 
circunstâncias do mesmo, sendo necessário o desempenho desses 
papéis de uma forma harmoniosa e conciliadora e a dinâmica de grupo 
permitirá canalizá-los de forma positiva.
 UNIUBE 11
Como os grupos se estruturam, constituem-se e se 
articulam
1.3
A aprendizagem humana ocorre sempre no meio social, sendo 
indispensável a interação entre as pessoas. Para Visca (apud 
BEAUCLAIR, 2009), a sociedade é formada por indivíduos, grupos, 
instituições e comunidades e cada um influencia o seu sucessor conforme 
apresentado na figura a seguir.
Figura 1: Composição da comunidade.
A influência de cada uma dessas partes que compõem a comunidade 
deve considerar alguns fatores para gerar aprendizagem. Beauclair 
(2009, p. 52) explica a dependência desses fatores.
Nos indivíduos, resulta a aprendizagem intrapsíquica, 
afetando as estruturas cognitivas e as estruturas 
afetivas e, nos grupos, resulta aprendizagem 
intragrupal, afetando os conjuntos de indivíduos e 
fomentando a elaboração de estratégias e mecanismos 
interpsíquicos.
O grupo é formado conforme a necessidade humana, e o contato social 
é essencial para a sobrevivência da nossa espécie. Para atender a 
essa demanda primária, foram criadas diferentes estruturas para que 
os grupos se formassem. Entre elas, podemos citar as normas, a forma 
de se comunicar, os códigos de ética e de conduta social e o aspecto 
de integração, afetividade e liderança. Essa estrutura refere-se à sua 
materialização, respondendo a questões como quando, onde e quem.
12 UNIUBE
A constituição do grupo trata-se de um processo, representa questões 
dinâmicas que se posicionam dentro e entre as suas estruturas, 
produzindo a ação que se desenvolve através da comunicação e da 
interação. A movimentação do grupo é responsável por formar as 
relações que são estabelecidas entre os seus membros, justificando 
a sua natureza imutável. Destaca-se que em uma estrutura social o 
grupo será constituído quando conteúdos significativos estabelecerem a 
coesão, coerência e continuidade para a sua existência, sendo possível 
manter e justificar a sua formação.
O comportamento dos membros depende da articulação do grupo, sendo 
perceptível a subjetividade dos elementos que o integram. A dinâmica de 
grupo faz uso do comportamento e da subjetividade para compreender 
como as pessoas agem para manterem a sua essência de buscar 
interação e viver em grupos. Aubry e Saint-Arnaud (apud BEAUCLAIR, 
2009, p. 55) reforçam essa exigência da personalidade humana.
A contribuição de cada um dos membros e a 
inter-relação entre as pessoas também constituem 
fatores importantes na formação do grupo. Os 
chefes, em particular, cuja influência é, muitasvezes, 
preponderante no seio do grupo, desempenham um 
papel verdadeiramente singular nesta formação. 
Conjunto de pessoas entre as quais existem relações 
psicologicamente explícitas e recíprocas.
A dinâmica de um grupo (Figura 2) representa, portanto, uma 
especialidade que permite ser aplicada a diversos campos do 
conhecimento ajudando a analisar o comportamento humano e identificar 
variáveis de interesse.
 UNIUBE 13
Figura 2: Dinamismo do funcionamento do grupo. 
Fonte: Beauclair (2009, p. 55).
Grupos humanos e operatividade1.4
Ao abordarmos a pessoa humana não se pode desconsiderar o meio 
em que ela está inserida, pois influencia diretamente no desempenho 
de seus papéis nos diversos grupos em que está inserida. Sendo assim, 
teremos a definição de grupo operativo.
Aquele que está centrado em determinada(s) tarefa(s) de 
modo explícito, como, por exemplo, quando estamos em 
processo de diagnóstico de uma determinada dificuldade, 
quando estamos em processos terapêuticos em busca da 
cura ou quando nos situamos em processos de aprender e 
ensinar, além de outras tarefas implícitas e subjacentes a 
estas. (BEAUCLAIR, 2009, p. 67).
O grupo operativo objetiva levar a pessoa a pensar de modo científico 
e complexo, demostrando, pela execução da tarefa e por processos de 
aprendizagem, os problemas que possam existir. A tarefa tende a levar 
o grupo ao não desenvolvimento do aprendizado, causando processos 
de desconstrução de conceitos.
14 UNIUBE
Seguindo a teoria de Rivière que será apresentada posteriormente, são 
três os períodos que um grupo deve percorrer:
Quadro 2: Teoria de Rivière 
Períodos do Grupo Definição
Resistência (ou pré-tarefa)
Neste estágio do grupo, a conclusão da tarefa, 
que deve ser o objetivo, não é alcançada, e isso 
acaba por gerar paralisia no prosseguir do grupo, 
visto que, quando se realiza alguma tarefa, é 
apenas para deixar o tempo “correr”. Isso acaba 
gerando fortes sentimentos de insatisfação entre 
boa parte das pessoas que integram o grupo: as 
tarefas ficam sem muito significado e sentido, 
pois não favorece a revelação de cada um, ou 
seja, a contribuição que é possível ser dada a 
partir de sua inserção de modo mais atrativo no 
próprio grupo.
Tarefa
O grupo, após superar o período anterior, a partir 
da observação da intervenção do mediador, entra 
em tarefa, espaço e tempo que o mediador busca 
atuar, com o grupo, sobre as demandas presentes 
na própria configuração grupal, como, por exemplo, 
as questões que lhe são próprias, as relações 
interpessoais que nesse se estabelecem e a carga 
emocional construída a partir de tais relações.
Projeto
No trabalho com as questões referidas no item 
anterior, é elaborado período que Rivière denominou 
de projeto. Nesta fase, são vivenciadas situações 
em que táticas e estratégias possibilitam a 
produção de movimentos de mudanças no grupo 
como um todo e em cada pessoa em particular.
Fonte: Beauclair (2009, p.68).
Os três períodos exemplificam bem o processo de formação do grupo, 
uma vez que se objetiva executar uma determinada tarefa específica e não 
considerando fatores não planejados que possam interferir nesse processo.
 UNIUBE 15
Relações vinculares e Modalidade de aprendizagem1.5
Segue Quadro 3 com apresentação dos vetores de avaliação, lembrando 
que se referem à teoria de Rivière.
Quadro 3: Vetores de avaliação
Vetor de avaliação Aplicabilidade
Afiliação
É o primeiro nível de identificação de um grupo em 
que se pode observar o grau de identificação das 
pessoas que interagem no grupo entre si e com a 
tarefa.
Pertença
Quando surge um maior grau de integração e 
identificação grupal, que permite que a tarefa seja 
elaborada de melhor modo.
Cooperação
É um movimento do grupo em que ficam manifestas 
as capacidades de cada um se colocar no lugar do 
outro. Aqui, o que se pressupõe é a diferenciação 
e a complementaridade de todas as pessoas que 
compõem o grupo, pois cada uma delas pode contribuir 
com o que pode, com o que sabe: até mesmo quando 
não sabe e nem pode, mas explica isso para o grupo, 
contribui, provocando movimentos de buscas por 
alternativas que superem as dificuldades.
Pertinência
Podem acontecer movimentos oscilatórios no modo de 
realizar a tarefa explícita ou implícita e será o centrar-
se na tarefa que permitirá, de modo estratégico, a sua 
realização.
Comunicação
Considerado o mais importante de todos os vetores, 
pois se há transtornos em comunicação, também 
existe transtorno na aprendizagem: toda alteração 
que acontece na comunicação do grupo é em 
razão de uma dificuldade de aprendizagem, e toda 
dificuldade de aprendizagem é uma alteração na 
comunicação do grupo.
Aprendizagem
Aprendizagem é tese, antítese e síntese incluídas 
nas interações e nas fragmentações surgidas nos 
saltos qualitativos que ocorrem quando a criatividade 
é envolvida nos processos de adaptação à realidade. 
Quando o grupo redistribui os papéis e se reestrutura, 
novos modos de ser e estar no grupo aparecem, 
rompendo com alguns estereótipos da comunicação. 
A aprendizagem é um vetor vinculado de modo 
essencial ao vetor comunicação.
16 UNIUBE
Tele
Nos diferentes momentos da vida grupal, este vetor é 
o que se relaciona à percepção do desenvolvimento 
da afetividade, fixando-se nas ações e nas reações 
que sejam positivas ou negativas quando se pensa em 
realizar a tarefa grupal. Aqui se busca compreender 
os motivos que levam as pessoas a aceitarem ou 
rejeitarem umas às outras.
Fonte: Beauclair (2009, p. 71).
Considerando os três períodos citados nas atividades de grupo, torna-se 
possível, segundo Rivière, formar uma inter-relação entre os vetores, pois 
ao mencionar um consideramos automaticamente os demais.
Beauclair (2009, p. 72) apresenta uma observação sobre a Teoria de 
Rivière que merece destaque.
A análise do vetor comunicação pode fornecer importantes subsídios 
para se observar os outros vetores. Desenvolveram-se conceitos de 
verticalidade e horizontalidade, cuja interseção origina os papéis distintos 
que cada um de nós assume da dinâmica grupal. Veja o Quadro 4. 
Quadro 4: Conceitos 
 
 V
E
R
TI
C
A
LI
D
A
D
E
É a história pessoal de cada um que integra 
determinado grupo, mencionando como os 
fenômenos acontecem no campo da dinâmica 
do grupo.
HORIZONTALIDADE Define a dimensão atual do grupo e os elementos que o caracterizam.
Fonte: Beauclair (2009, p. 72).
Rivière aborda em sua teoria os papéis que o indivíduo assume, mas 
esses serão citados no item a seguir, que relata essa teoria.
 UNIUBE 17
Teorias1.6
A dinâmica de grupo, devido à sua importância de aplicação e os resultados 
que ela permite, é objeto de estudo de diversos pesquisadores. A seguir, 
apresentaremos a contribuição de diversos autores para esse tema.
Figura 3: Teorias da Dinâmica de Grupo.
Fonte: Saidon (1983, p. 88). 
1.6.1 Teoria de Lewin
Os estudos da dinâmica de grupo tiveram uma importância destacada nas 
pesquisas de Kurt Lewin. As suas análises deram uma forte contribuição 
para o desenvolvimento da Psicologia Social, que considera que o homem 
é, ao mesmo tempo, consequência e causa da sociedade. Lewin determinou 
novos objetivos de estudo para essa ciência e teve, como instrumento 
de trabalho, a dinâmica dos fenômenos de grupo, considerando as suas 
dimensões concretas e existenciais. Passou a considerar orientações 
funcionais, eficientes e criativas para as relações interpessoais, pesquisando 
nos grupos de forma face a face as técnicas realmente válidas.
18 UNIUBE
Para os estudos e descobertas do grupo, foi necessário fazer pesquisas 
no próprio campo psicológico, abandonando laboratórios artificiais. 
Devido a essa necessidade surgiu a expressão pesquisa-ação, que até 
os dias de hoje faz referência aos fenômenos de grupo.
 
Figura 4: Pesquisa no campo psicológico.
Devido aos estudos de Lewin, foi fundado o Centro de Pesquisas 
de Dinâmica de Grupo, tendo, como foco de estudo, o grupo e 
permitindo, com isso,testar hipóteses, reformular teorias, analisar 
problemas de comunicação e verificar interações. Acreditava-se que, 
para a compreensão do macrogrupo, era indispensável entender o 
funcionamento de pequenos grupos, sendo a estrutura, a formação, o 
crescimento, a coesão e a desintegração de pequenos grupos problemas 
da Psicologia Social.
Lewin apresenta distinções para os conceitos de psicogrupo e sociogrupo. 
O primeiro é o grupo de formação, um grupo estruturado, orientado e 
dirigido em função dos próprios membros que o constituem. Já o segundo 
é o grupo de tarefa, isto é, o grupo organizado e orientado na execução 
de uma tarefa. A dinâmica de grupo tem o objetivo de desenvolver 
conhecimento sobre a articulação desses grupos, considerando a 
autoridade dos grupos de trabalho e a sua formação.
O campo, para Lewin, é o espaço de vida da pessoa, formado pela 
pessoa e pelo seu meio psicológico, sendo a representação de como 
ele existe enquanto ser humano, conforme vemos na Figura 4 a seguir.
 UNIUBE 19
Figura 5: Teoria do campo psicológico de Lewin.
Fonte: Minicucci (2007, p.32).
1.6.2 Teoria de Moreno
Jacob L. Moreno é um dos estudiosos da dinâmica de grupo que agregou 
em seu trabalho o teatro. Minicucci (2007, p. 35) conta como foi o início 
do seu trabalho e a sua principal ocupação.
Num teatro sem atores, sem texto, sem peça, com um 
tema livre, denominado “o romance do rei”, trabalhou 
com mil espectadores e, durante três horas, levou 
este enorme público a participar dessa busca de 
espontaneidade. Iniciou, assim, o chamado psicodrama, 
através da ação terapêutica de representação. Moreno 
ocupava-se da formação de psiquiatras, psicólogos, 
professores, pedagogos, tornando-os especialistas 
em relações humanas. Introduziu terminologia própria 
em dinâmica de grupo, como psicodrama, sociometria, 
desempenho de papéis, tele, ab-reação, acting-out, 
átomo social, espelho, ego auxiliar, entre outros.
Para Moreno, a estrutura latente do grupo representa uma realidade 
afetiva e cognoscitiva para cada membro do grupo e permite inferir os 
seguintes resultados:
• a forma como vivem o grupo e seus membros;
• a forma como vive sua própria situação dentro do grupo;
• a forma como percebe os outros e a “distância social” que 
experimenta em relação a eles;
• a forma como é percebido pelos outros.
20 UNIUBE
Em todas essas análises, também se deve considerar a atividade global 
do grupo, pois influenciará a forma como os membros se percebem entre 
si, interagem-se ou se isolam. O conjunto socioafetivo e sociocognitivo 
do grupo é denominado por Moreno de Tele e organiza a rede de 
comunicações informais que representa a estrutura do grupo (Figura 6).
 
Figura 6: Tele de Moreno. 
Fonte: Minicucci (2007, p. 35).
Seguem, no Quadro 5, alguns conceitos da Teoria de Moreno para 
compreensão, já que todos são aplicados à dinâmica de grupos.
Quadro 5: Conceitos originados na Teoria de Moreno e usuais na dinâmica de grupos
Psicodrama (Figura 7): o homem é definido por dimensões de sua existência, 
sendo que cada um atua conforme seus múltiplos sociais, como se representasse 
diversas personagens. Essa representação faz com que as pessoas não 
libertem sua essência, substituindo a espontaneidade pelo controle mental. A 
personalidade será formada por esse conjunto de papéis e a disposição de 
representar eventuais papéis que venham a surgir conforme a situação. 
Sociometria: define a estrutura íntima, real e invisível dos grupos, ou seja, 
a estrutura socioafetiva dos grupos e a forma de proceder nas dinâmicas de 
grupo. Permite relatar o feixe de interações e de comunicação entre todos os 
envolvidos e evidencia claramente a dinâmica do grupo a qual o indivíduo 
pertence.
Sociograma: é a disposição gráfica da estrutura anterior. A disposição dos 
laços de comunicação informal constitui uma rede que representa o mapa dos 
canais não oficiais por que passam as informações paralelas e os rumores.
Átomo Social: é o perfil construído para cada indivíduo que, para sua 
compreensão, é necessário considerar as características reveladas dentro do 
contexto social.
Fonte: Minicucci (2007, p. 36).
 
 UNIUBE 21
 
 Figura 7: Psicodrama.
 Fonte: Minicucci (2007, p. 36). 
1.6.3 Teoria de Piaget
Piaget não trabalhou essencialmente a dinâmica de grupo, mas fez 
estudos relevantes para formação de grupos. Existe uma dificuldade de 
intercâmbio cultural em que o grupo é formado, posicionando o indivíduo 
em diversos dimensionamentos. Para estabelecer uma correspondência 
entre as diferenças individuais, é necessário que os conceitos de cada 
participante não sejam rígidos e que o seu ponto de vista não seja o 
limite.
O objetivo de o indivíduo adotar o pensamento em agrupamento e em 
grupos móveis permite o envolvido ter múltiplos pontos de vista.
1.6.4 Teoria de Rivière
Enrique Pichon-Riviè re é o criador da Teoria do Vínculo, que possui uma 
base de estudo do indivíduo inserido em um grupo, destacando a relação 
entre a formação da identidade até o momento de afiliação a grupo que 
é denominado de verticalidade, com a história social do grupo até o 
encontro da identidade do indivíduo que será a horizontalidade. Zimerman 
e Osório (1997) afirmam que a verticalidade e a horizontalidade do grupo 
se conjugam no papel, necessitando a apresentação de um ou mais porta-vozes,
22 UNIUBE
que ao enunciar seu problema, relembrando os acontecimentos dos 
fatos, destaque o conflito que foi gerado na situação grupal devido à 
execução da tarefa.
Grupo será definido como um conjunto restrito de pessoas em ligação 
devido às constantes espaço e tempo, sendo movimentadas pelo 
seu papel interno e se propondo a fazer algo com finalidade definida. 
O indivíduo é considerado resultante desse jogo que ocorre entre o 
sujeito com os seus objetos internos e externos e a sua interação, que é 
promovida por uma estrutura dinâmica denominada vínculo.
Rivière (1988) irá definir o vínculo como a estrutura complexa que detém 
o sujeito e o objeto e a sua mútua inter-relação com os processos de 
comunicação e aprendizagem. A Teoria do Vínculo se diferencia das 
demais, pois descreve as possíveis relações de um sujeito considerando 
a volta do objeto sobre o sujeito, sendo uma relação espiral, em que 
sujeito e objeto se realimentam de forma mútua.
A Teoria do Vínculo pode ser representada também como uma estrutura 
triangular, ou seja, todo o vínculo é bicorporal, mas, como em toda a 
relação humana, há um terceiro interferindo, olhando, corrigindo e 
vigiando. Esta estrutura inclui em sua concepção o conceito de 
um mundo interno em interação contínua que são as origens 
das fantasias inconscientes. Rivière (1988, p.79) define as fantasias 
inconscientes:
A fantasia inconsciente é então produto de interações 
de vínculos entre os objetos do grupo interno, que 
pode condicionar uma imagem distorcida em distintos 
graus do mundo exterior, particularmente do papel 
do outro cuja percepção está, portanto determinada por 
situações de reencontro de objetos desse grupo interno.
 UNIUBE 23
As fantasias básicas universais do grupo são responsáveis por bloquear 
a atividade grupal ao iniciar uma pré-tarefa, definindo quais as técnicas 
defensivas serão utilizadas, sendo nesse momento que acontece a 
abordagem e elaboração das ansiedades, ocorrendo um upgrade na 
somação quantitativa de insight no qual se personifica e estabelece uma 
relação com o outro.
A importância da análise de vínculo decorre do fato de o grupo operativo 
agir de forma a fornecer aos participantes a possibilidade de neutralizarem 
suas fantasias básicas a modo de mobilizar e romper as suas estruturas 
estereotipadas. O vínculo pode ser considerado uma estrutura dinâmica 
que está em permanente mudança, em que um vínculo normal é aquele 
estabelecido entre o sujeito e umobjeto quando ambos possuem opção 
de escolha quanto ao objeto, como resultado de uma boa diferenciação 
entre ambos.
O vínculo se faz presente em dois campos psicológicos: interno e 
externo. O interno é responsável por condicionar os aspectos externos e 
visíveis da conduta do sujeito. O processo de aprendizagem da realidade 
externa é determinado pelos aspectos ou características resultantes da 
aprendizagem prévia da realidade interna, que ocorre entre o sujeito e 
seus objetos internos. Não é condição necessária o vínculo se manifestar 
de forma individual (duas pessoas); ele pode ocorrer de forma grupal, 
chegando a se estender a uma nação; ele pode ser influenciado pelas 
mesmas características que influenciam um vínculo estabelecido com 
duas pessoas.
Nota-se que a Teoria do Vínculo considera o indivíduo como uma 
resultante dinâmica, não da ação dos instintos e objetos interiorizados, 
mas sim do interjogo estabelecido entre sujeito e os objetos internos e 
externos por meio de uma interação, a qual pode ser manifestada por 
meio de algumas condutas.
24 UNIUBE
Encontra-se, a seguir, a representação dos vínculos organizacionais que 
reúne as pessoas em grupo que, ao trabalhar por um objetivo, tendem a 
abandonar seus mecanismos de identificação e demonstração da Teoria 
do Vínculo de Rivière.
Destaca-se que, assim como o psicodrama da Teoria de Moreno, Rivière 
considera os papéis, ou seja, as diferentes representações feitas pelas 
pessoas em resposta às expectativas das pessoas em nossa volta. 
Referente aos papéis que ele destacou em seus estudos, atentemos 
para alguns:
1 – o papel do porta-voz: representa expectativas e ansiedades do grupo, 
exaltando o que acontece internamente nesse grupo;
2 – o papel do bode expiatório: é considerado o responsável pelas 
dificuldades do grupo, assumindo a culpa de fracassos. O grupo não 
considera a sua opinião e, consequentemente o exclui das decisões;
3 – o papel do líder: é a ação de coordenação do grupo, mas possui o 
risco do líder abandonar as suas características próprias e assumir a do 
líder, perdendo assim a sua identidade;
4 – o papel do sabotador: esse conspira no grupo, desequilibra o grupo 
e pode segregá-lo.
Os papéis normalmente são fixos, a não ser que uma liderança conduza 
para a sua mudança. Essa situação tende a ocorrer mesmo em 
situações comuns devido ao que Rivière denomina de emergente grupal. 
“Emergente grupal é o que, em determinadas e diferenciadas situações, 
é repleto de significados e sentidos para quem escuta e observa”. (apud 
BEAUCLAIR, 2009, p. 74).
 UNIUBE 25
O observador irá constatar o existente na medida em que esse fizer 
sentido a partir de uma interpretação, tornando-se o emergente do grupo. 
O emergente, em seguida, irá gerar um novo movimento, que leva à 
busca de uma nova interpretação que, em consequência, causa um novo 
emergente, sendo essa dinâmica um movimento emergente no grupo. 
Segue sua representação:
EXISTENTE INTERPRETAÇÃO EMERGENTE NOVO EXISTENTE
Os papéis possuem relevância significativa para a formação dos grupos, 
merecendo destaque. Segue definição de papel segundo Rivière (apud 
BEAUCLAIR, 2009, p. 75).
O papel se caracteriza por ser transitório, ou mais ou 
menos transitório, e por ter uma função determinada, 
que aparece em uma situação determinada e em 
cada pessoa em particular. Cada um de nós tem a 
possibilidade de desempenhar papéis diferentes. Quer 
dizer que podemos assumir um determinado papel, aqui 
como docente, ali como psicanalista, em casa como pai, 
ou como companheiro etc., dependendo da maneira 
como enfrentamos determinados contextos concretos, 
tomamos determinadas atitudes, que se chamam papéis. 
A assunção desses papéis pode exibir dois tipos de 
processos. Por um lado, podemos assumi-los consciente 
e voluntariamente; por outro, quando o ambiente ou os 
outros nos adjudicam um determinado papel, podemos 
assumi-los de forma inconsciente. Nas relações sociais, 
ocorre um intercâmbio permanente entre a assunção e a 
adjudicação de um determinado papel.
Nas dinâmicas de grupo, o aplicador do processo possui a função de 
interpretar esses diferentes papéis, sendo possível criar campos de 
significado e sentidos aos grupos através de estratégias mobilizadoras. 
A Teoria do Vínculo e seus conceitos podem ser visualizados nas figuras 
8 e 9 a seguir.
26 UNIUBE
Interjogo
Figura 8:Teoria de Rivière.
Fonte: Rivière (1988, p. 141).
 UNIUBE 27
Figura 9: Vínculos organizacionais.
Fonte: Kramer e Faria (2007, p. 28). 
1.6.5 Festinger
Autor das teorias de comparação social e dissonância cognitiva, Leon 
Festinger foi um discípulo dos ensinamentos de Lewin. A teoria da comparação 
social afirma que as pessoas alocadas em um grupo tendem a ser conduzidas 
à atividade de avaliarem as suas opiniões, sendo o parâmetro de avaliação 
as opiniões e aptidões das pessoas à sua volta, semelhante a um espelho.
28 UNIUBE
Figura 10: Forma de avaliação.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
Já na teoria da dissonância cognitiva busca-se explicar o motivo de 
a pessoa manter determinada opinião ou comportamento e o motivo 
da mesma modificar a sua conduta. Essa permanência de opinião 
ou mudança ocorre devido ao fato de o ser humano buscar manter 
consonância com as opiniões, ideias e atitudes semelhantes a outro ser 
humano. Minicucci (2007, p. 52) comenta esse fenômeno.
Quando certos aspectos da vida mental de uma pessoa 
parecem errados, parecem estar em dissonância 
com outros aspectos, há um impulso para reduzir a 
dissonância. Esta redução poderá ser feita de muitos 
modos diferentes: a pessoa pode ignorar certas 
coisas, pode reinterpretar as observações que fez, ou 
pode modificar outras opiniões e atitudes para que a 
dissonância seja diminuída.
Um exemplo para compreendermos os termos anteriores:
 UNIUBE 29
Vamos supor que você quer comprar um carro e então você passa a ler 
tudo sobre os carros e a ouvir opiniões. Você não sabe qual escolher (isto 
se chama dissonância), mas, por injunções econômicas, acaba adquirindo 
um Fusquinha.
A partir de então você passa a ler e a ouvir tudo sobre o Fusquinha, para 
convencer-se de que fez uma boa compra (redução da dissonância).
(MINICUCCI, 2007, p. 53).
EXEMPLIFICANDO!
O exemplo nos mostra que, quanto maior for a atração da alternativa 
rejeitada, com relação à escolhida, maior será a dissonância. E o “entrar 
em grupo” é um fator que se relaciona com a ocorrência ou não de 
ingresso e a ocorrência de dissonância cognitiva em relação à gratificação 
que o grupo oferece. Quando a pessoa passa por dissonância pode 
tentar amenizá-la de duas formas:
1 – reduzir a dissonância por intermédio do ganho de apoio de pessoas 
que já acreditavam naquilo em que a pessoa desejava crer;
2 – pode-se reduzir a dissonância ao obter o apoio de pessoas que não 
acreditavam naquilo que desejam crer.
Segue posicionamento de Minicucci (2007, p. 54) sobre os dois 
processos:
Os indivíduos podem empregar ou empregam esses 
dois modelos. Se as cognições de uma pessoa, 
referentes a uma opinião, são extremamente 
consoantes antes de enfrentar alguém que discorde 
dela, esse dissidente é a principal fonte de dissonância. 
Nessa situação, pode-se esperar que um indivíduo 
tente reduzir a dissonância através da tentativa de 
convencer a outra pessoa a mudar de opinião. De outro 
lado, se uma pessoa viu muitas provas contrárias a uma
30 UNIUBE
opinião sua e encontra alguém que não concorde 
com ela, sua cognição de que outra pessoa discorda 
acrescenta relativamente pouco à sua dissonância 
total. Poderia tentar induzir o dissidente a mudar de 
opinião, mas como o dissidente não é a principal fonte 
de dissonância, a influência sobre ele terá alcance 
relativamente pequeno. É mais provável que essa 
pessoa procure o apoio social das pessoas que tenham 
opinião igual à sua. As pessoas que concordarem 
provavelmente a auxiliarão a reduzir a dissonância, 
através de novas informaçõese de novos argumentos 
consonantes com suas opiniões, e refutarão os 
argumentos dissonantes.
A dissonância cognitiva representará, portanto mais um fator para a 
interação entre as pessoas, a formação dos grupos. E toda a dinâmica 
desses grupos estará condizente com as variáveis que os mantêm 
coesos, ou seja, o princípio de unidade do grupo.
Abrangência da dinâmica de grupo1.7
A dinâmica de grupo possui variações devido à sua amplitude de 
conhecimentos e de realidades, apresentando as seguintes subdivisões: 
conjunto de fenômenos psicossociais e de leis que regem tais fenômenos 
e conjunto de métodos, técnicas, orientação didática.
Figura 10: Subdivisões da dinâmica de grupo.
 UNIUBE 31
Os fenômenos psicossociais são responsáveis por produzir os pequenos 
grupos que são moldados conforme as leis naturais, como por exemplo, a 
família. Já no conjunto de métodos, teremos a possibilidade de atuar nos 
pequenos grupos que irão influenciar as organizações de contexto mais amplo.
O grupo possui uma relação direta com o seu meio e será influenciado 
diretamente pelo mesmo. Minicucci (2007, p. 22) comenta dois exemplos 
dessa relação. “Uma favela que se instala nas proximidades de um bairro 
classe A, que é hostil ao grupo social “favela”, a situação de ambos – 
bairro e favela – vai influir na conduta de uma e de outra partes”. “Numa 
empresa, esse conflito poderá verificar-se entre o setor de recursos 
humanos e o setor de serviços de produção; a atuação dos dois setores 
irá interferir no comportamento dos elementos que participam de ambos 
os grupos”. (Ibd, 2007, p.22)
Bany e Johnson apud Minicucci (2007 p. 24) exaltam essa contextualização 
da dinâmica de grupo.
A dinâmica de grupo tanto se refere à ideologia 
democrática, como aos meios pelos quais os grupos 
podem ser organizados e guiados, com o fim de 
obter determinados objetivos. Utilizado neste último 
sentido dito qualificativo, não expressa apenas uma 
filosofia baseada em ideais democráticos, mas também 
as vantagens que podem derivar-se – tanto para 
sociedade como para o indivíduo – da cooperação 
ativa dos grupos. Em sentido amplo, a expressão 
dinâmica do grupo não limita seu significado apenas 
ao campo de investigação dirigida no sentido de 
progredir no conhecimento da vida do grupo; também 
se refere a uma série de premissas valorativas, a uma 
série de objetivos de educação e a um conjunto de 
procedimentos mediante os quais possa ser mantida a 
ordem do grupo, para a obtenção do sucesso desses 
objetivos.
Berne (apud Minicucci, 2007) também contribuiu para a teoria referente 
ao comportamento grupal, com a análise transacional que classifica o 
trabalho grupal em:
32 UNIUBE
Atividades: todos os membros do grupo possuem objetivos propostos 
pelo grupo a desempenhar. Ocupar-se = atividade!
Processo: são todas as mudanças que ocorrem no grupo visando o seu 
desenvolvimento.
Segue representação dos limites de um grupo, conforme Berne.
 
Figura 11: Limites de um grupo.
Fonte: Berne (apud MINICUCCI, 2007, p. 25).
No modelo de Berne, teremos os seguintes componentes: o processo 
interno que corresponde a todas as interações e transações que ocorrem 
no interior do grupo; o processo maior interno que são o resultado do 
conflito e as tendências individuais dos membros e a coesão do grupo 
que depende do líder; e a estrutura maior que é representada pelo limite 
externo mais o limite maior interno.
 UNIUBE 33
Avaliação do processo grupal1.8
A técnica sociométrica, desenvolvida por Moreno e já definida 
anteriormente, permitiu um avanço nos estudos da dinâmica de grupo. 
A técnica permite descrever e medir a dinâmica dos grupos, existindo 
diferentes testes para avaliação, entre eles o de configuração social, 
expansividade e sociodramático. O teste pode ser aplicado nos grupos 
de trabalho e determina o posicionamento de cada indivíduo nos seus 
grupos ao desempenharem seus papéis.
A aplicação do teste para avaliar o grupo nos permite inferir que a 
estrutura de um grupo varia em razão direta da idade de seus membros 
e as opiniões são segregadoras, gerando subgrupos. O sociograma 
irá representar os fatos, sendo possível avaliar os fatos sociométricos, 
identificando a posição de cada indivíduo no grupo e as interações que 
o mesmo estabelece. Seguem especificações do teste, elaboradas por 
Minicucci (2007, p.31).
Teste sociométrico
Duração: o tempo de aplicação do teste varia de 10 a 20 
minutos, não devendo ultrapassar esse limite.
Aplicação: poderá ser individual ou coletivo. Deve-se 
evitar um alto número de avaliados para evitar que uns 
influenciem as repostas dos demais.
Material: lápis e papel.
Motivação: eventualmente podem ocorrer dificuldades 
para aplicar os testes, pois as pessoas não tendem 
a se mostrar receptivas à avaliação. Para gerar essa 
motivação, deve-se:
1 – esclarecer as opiniões em pequenos grupos;
2 – usar conferências ou palestras em toda a classe;
3 – identificar e eliminar todos os mal-entendidos que 
venham a ocorrer;
4 – estimular uma colaboração espontânea para gerar 
resultados válidos.
34 UNIUBE
Finalidades: o teste busca coletar informações que 
representa a estrutura do grupo e a sua posição no 
grupo, sendo possível medir a dinâmica do grupo.
Os grupos tendem a se formar segundo afinidades afetivas ou visando 
as convivências de trabalho. Para se formar os grupos segundo a Teoria 
de Moreno, é necessário agrupá-los segundo alguns critérios:
1 – Grupamentos efetivos
a – à base de atração sexual – ou de paixões resultantes desta atração;
b – à base de sentimentos (estáveis e instáveis);
c – à base de emoções.
2 – Grupamentos de trabalho
a – limitados a tarefas precisas, escolares ou profissionais;
b – duráveis e ampliados a interesses culturais.
3 – Grupamentos de jogos
a – espontâneos ou pouco socializadores;
b – profundamente socializados;
c – associais ou antissociais.
4 – Grupamentos de classe
a – centralizados no dinheiro ou no desejo de poder;
b – orientados para fins mais limitados: fazer parte de um clube, de um 
círculo com certa notoriedade, mostra-se com pessoas influentes.
A formação dos grupos pode, dessa forma, considerar critérios de 
formação e de rejeição, considerando a personalidade dos membros ou 
a funcionalidade da tarefa a ser desempenhada. Ao formar esses grupos, 
devem-se considerar os diversos fatores e definir quais são os melhores 
critérios de integração a serem aplicados, conforme o objetivo desejado.
 UNIUBE 35
Conclusão1.9
A aplicação de dinâmicas de grupo objetiva proporcionar aprendizagem 
aos seus participantes através de situações inovadoras. Mas, para 
compreendermos essa dinâmica, é necessário estarmos cientes de 
conceitos que envolvem a formação dos grupos. Existe uma preocupação 
em compreender a necessidade humana de se inter-relacionar, que 
é o motivo gerador de todos os estudos dessas afiliações humanas 
realizadas no seu cotidiano.
Devido à variabilidade humana, serão desencadeados diversos 
tipos de grupos em que diferentes critérios estarão envolvidos para 
identificar a sua coesão, e nesses diferentes grupos, os seus membros 
desempenham uma gama de papéis conforme a função e o ambiente 
em que eles estejam inseridos.
Para compreender melhor essa formação de grupo, identificaram-se 
fatores e variáveis inerentes à sua estrutura, constituição e articulação, 
considerando a base desses estudos as teorias de Lewin, Moreno 
e Rivière, que se destacam nesse campo. A compreensão desses 
estudos e as aplicações deles auxiliam as organizações a entenderem e 
planejarem suas estratégias de atuações, pois sabemos que as pessoas 
atuando em conjunto proporcionam melhores resultados do que o 
exaltado talento individual que era foco na Era Industrial com o uso de 
técnicas administrativas funcionais.
Resumo
A vida humana é uma constante interação e exercício de sociabilidade. 
Ações isoladas em todos os conceitos da vida humana dificultam o 
alcance dos objetivos. E, devido ao adventoda Era da informação e da 
globalização, que afirma ter as pessoas como principal diferencial os 
36 UNIUBE
relacionamentos, a parceria e a afetividade são fatores de destaque a 
serem desenvolvidos nos indivíduos, entretanto, a educação tradicional 
continua a exaltar o talento individual e a competitividade extrema. O 
trabalho em grupo resultado de todas as interações de seus membros 
possui um diferencial de aplicação e permite que todos os envolvidos 
desenvolvam suas habilidades. E cada pessoa terá uma reação diferente, 
reação essa que se justifica pelo seu conceito de identidade, pelos papéis 
que venha a desempenhar e a manifestação de suas opiniões baseadas 
em seus princípios.
Atividades
Atividade 1
No Brasil, o estudo das dinâmicas de grupo teve maior importância em 
1970, sendo a partir de então utilizado frequentemente para processos 
de seleção organizacional. Quais pontos o seu uso permite avaliar nos 
candidatos? 
Atividade 2
A dinâmica de grupo possui a finalidade de avaliar e destacar o 
comportamento da pessoa analisada em relação aos demais membros 
do grupo, prevendo as suas reações em situações individuais e coletivas. 
Defina dinâmica de grupo, sob o ponto de vista organizacional.
Atividade 3
A formação de grupos não é suficiente para a empresa atingir resultados 
organizacionais, por isso destaca-se a importância da formação de 
equipes. Comente a diferença da distinção desses conceitos e as suas 
implicações.
 UNIUBE 37
Atividade 4
Devido à variabilidade de interesses existe uma diversificação de grupos, 
com interações que ocorrem de forma diferente. Apresente a classificação 
desses grupos e os motivos que fazem com que eles se afiliem.
Atividade 5
Lewin foi um dos precursores do estudo da dinâmica de grupo, trazendo 
contribuições essenciais e que são utilizados na aplicação dessa 
ferramenta. Comente sobre suas descobertas e o que elas possibilitaram 
para facilitar o seu uso.
Referências
ECLESIASTES, 4.9.2. In: Bíblia. Português. 1993. Antigo e Novo Testamento. 
Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. 2. ed. rev. e atual. no Brasil. 
São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
BEAUCLAIR, João. Dinâmica de grupos: MOP – Metodologia de Oficinas 
Psicossocioeducativas. Rio de Janeiro: Wak, 2009.
CALIL, Neige. “Causos” de RH e as lições que aprendemos com eles. 
São Paulo: All Print, 2012. 
KRAMER, Gustavo; FARIA, José H. Vínculos organizacionais. Revista de 
Administração Pública, v. 41, n. 1, Rio de Janeiro, jan./fev., 2007.
MILITÃO, Albigenor & Rose. Jogos, Dinâmicas & Vivências Grupais. Rio de 
Janeiro: Qualitymark, 2000.
MINICUCCI, Agostinho. Dinâmica de grupo: teorias e sistemas. 5. ed. 
São Paulo: Atlas, 2007.
RIVIÈRE, Enrique P. Processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 1988. 
38 UNIUBE
SAIDON, Osvaldo; et al. Práticas grupais. Rio de Janeiro: Campus, 1983.
ZIMERMAN, David e OSÓRIO, Luis Carlos. Como trabalhamos com grupos. Porto 
Alegre: Artes Médicas, 1997.
Introdução
A dinâmica na organização Capítulo
2
As dinâmicas de grupo representam uma forma de aprendizagem 
para o indivíduo envolvido, sendo que a exposição à experiência 
é benéfica tanto para a pessoa quanto para a organização. A 
vivência de situações planejadas serão as responsáveis pela 
modificação dos comportamentos, atitudes e valores das pessoas, 
quando necessário, de forma a agregar valor para o processo, 
lembrando que essas mudanças de atitudes também são 
influências pela ação do grupo. Apresentam-se, neste capítulo, 
conceitos relacionados à vivência e à aplicação prática da 
dinâmica e de jogos, que são classificados como forma lúdica de 
aprendizado. Toda essa metodologia deve ser conduzida por um 
facilitador capacitado e conhecedor das especificidades da técnica, 
pois se lida com pessoas e deve-se ter uma cautela extrema para 
que as mesmas se sintam à vontade ao participar da dinâmica 
para não comprometer os resultados da avaliação.
Ao final do estudo desse capítulo, esperamos que você seja capaz de:
• observar as qualidades de um líder através da dinâmica;
• aprender diversas técnicas de dinâmica de grupo;
• conhecer a dinâmica de grupo sob o ponto de vista de um avaliado.
Objetivos
40 UNIUBE
2.1 Dinâmicas de grupo na formação de líderes
2.2 Dinâmicas, técnicas e jogos
2.3 Facilitadores de grupos
2.4 Dinâmicas do ponto de vista do avaliado
2.5 Conclusão
Esquema
Dinâmicas de grupo na formação de líderes2.1
As dinâmicas são processos alternativos para educar um grupo. 
Permitem ao grupo vivenciar situações inovadoras cotidianamente. As 
pessoas envolvidas são conduzidas a uma avaliação e reelaboração 
individual através do confronto de seus hábitos, valores, comportamentos 
e conhecimentos. Essa mudança de postura leva ao aprimoramento do 
grupo e dá sua contribuição de valor ao processo desempenhado.
As dinâmicas surgem em resposta às formas velhas e autoritárias de 
relacionamento marcadas pela agressividade, pela competição e pela 
dominação. Essas alterações de comportamento devem-se à vivência 
em grupo com o clima de liberdade, com relações sociais coletivas, 
democráticas, afetivas, de aceitação e comunicação.
As dinâmicas de grupos trouxeram consigo a vivência, o jogo, o lúdico 
e viabilizaram a constituição de grupos e o ensino-aprendizagem. As 
dinâmicas não visam apenas propor uma “nova roupagem” às técnicas 
de aprendizado e sim estabelecer uma filosofia formativa para colocar em 
prática a ação educativa, desde que se tenham envolvido no processo 
pessoas dispostas a aceitar a inovação como uma alternativa para 
conhecerem o novo. Dessa forma, a dinâmica não é uma mágica de formar
 UNIUBE 41
pessoas e, sim, uma estratégia pedagógica válida, que permite resultados 
a serem considerados.
As dinâmicas devem ser realizadas por pessoas preparadas que 
consigam identificar as limitações dos objetivos listados, sendo a sua 
atividade uma expressão de uma postura metodológica que reconhece os 
fatores lúdicos e de prazer como integrantes do processo de educação. 
As dinâmicas devem ser propostas em situações em que o meio permita 
sua aplicação, sendo que a relação tensão-desafio presente leva a 
pessoa à ação. Ao se propor uma dinâmica, deve-se considerar fazer 
um “contrato” de segurança, que corresponde à apresentação da técnica, 
deixando claros os objetivos do jogo e as suas regras. 
Gonçalves e Perpétuo (2002, p. 29) expõem as considerações prévias 
da dinâmica de grupos.
Deve-se respeitar a vontade dos participantes de 
participar ou não da atividade proposta. É necessário 
sensibilidade para perceber os momentos do grupo, 
mas sempre podemos usar o termômetro da nossa 
inserção para sentir o ritmo, o equilíbrio e a tensão do 
grupo. As dinâmicas de grupo devem ser percebidas 
como instrumentos que cumprem um papel pedagógico, 
um entre vários instrumentos necessários para o bom 
desenvolvimento de uma atividade formativa e sua 
utilização não deve ser feita de forma indiscriminada.
As dinâmicas são meios para ampliar conhecimentos, facilitar 
relacionamentos, expressar sentimentos, confrontar ideias e estimular 
pensamentos analógicos e associativos, incentivando a comunicação 
não verbal, buscando o consenso e a solução de conflitos. Em todo esse 
contexto, o líder deve estar presente, explorando a expressão do grupo 
e despertando insights valiosos nos envolvidos.
42 UNIUBE
Segundo o estudo de Gonçalves e Perpétuo, os princípios que devem 
ser considerados ao se planejar uma dinâmica:
Quadro 1: Princípios de uma dinâmica
Quais são as características do grupo: número de participantes, faixa etária, 
sexo, nível de integração.
As condições operacionais: carga horária disponível, espaço físico, equipamentos 
e materiais de que se podem dispor.
Ter consciência do conteúdo da atividade, ou seja, o eixo temático que se 
pretende desenvolver, as etapas a percorrer nesse desenvolvimento, os 
objetivos existentes para cada uma delas.
É fundamental que o educador já tenha vivenciadoou mesmo vivencie as 
dinâmicas antes de aplicá-las. A insegurança e comandos confusos geram 
dinâmicas confusas.
Após a aplicação de cada dinâmica, é preciso tempo para que os participantes 
socializem as emoções, sentimentos, dificuldades e descobertas. Não cabe 
ao educador expressar nenhum juízo de valor.
As dinâmicas só devem ser usadas quando houver uma proposta, uma 
concepção de educação que acredite na produção do conhecimento como um 
processo lento e gradativo, alcançado pela vivência. Um processo que busque 
um mundo de relações mais solidárias, uma sociedade de experiências 
autênticas e alternativas.
Ao educador cabe, ainda, o papel de acompanhar a realização da dinâmica, 
explicá-la e propiciar o momento de reflexão do grupo auxiliando na 
sistematização dessa vivência.
Fonte: Gonçalves e Perpétuo, (2002, p.30).
Dessa forma, ao se planejar a dinâmica, teremos em sua estrutura três 
fases: introdução, desenvolvimento e conclusão. A primeira refere-se ao 
momento de apresentação, motivação e integração, sendo aconselháveis 
dinâmicas de curta duração. Na segunda, o tema será apresentado, 
sendo necessárias dinâmicas que promovam e facilitem o aprofundamento 
 UNIUBE 43
e a reflexão. E, por fim, a terceira é dedicada aos momentos de síntese, 
permitindo atitudes avaliativas e de encaminhamento.
Gonçalves e Perpétuo (2002) recomendam que as dinâmicas não devam 
ter mais de vinte participantes, mas não impossibilita a sua aplicação em 
grupos maiores, recomendando que nesses casos sejam divididos em 
grupos menores para melhores resultados.
2.1.1 Vivência, dinâmica, técnica e jogo
O uso da dinâmica de grupo permite modificar comportamentos que 
não estão alinhados com os objetivos organizacionais. Conforme essa 
aplicação, destacamos o conceito de mudança, esse que é comum nas 
empresas. A mudança, para ocorrer efetivamente, deve ter motivação 
interna da pessoa, sendo necessário seu interesse em se adaptar aos 
interesses de seu grupo, podendo essa mudança ser voluntária ou não, e 
aqui voltamos à aplicação do conceito de dissonância que já foi abordado 
no Capítulo 1.
Segue história apresentada por Militão, para iniciarmos a nossa análise:
Um executivo de uma grande empresa, com a necessidade de se isolar para 
terminar alguns relatórios de clientes, resolveu-se “esconder” no lugar menos 
provável de ser encontrado: sua própria casa. Assim fez. Retornou cedo para 
casa, antes das 16h e se trancou no seu escritório particular.
Estando ele tranquilo, em casa, celular desligado, sem sinal de fax ou a 
secretária indagando se “o senhor pode atender Dr. Fulano?”, percebeu a 
porta do escritório abrindo, devagarinho. “Oba!”, ecoou o grito de felicidade 
da sua filhinha de seis anos ao ver o pai (figura tão difícil!) àquela hora em 
EXEMPLIFICANDO!
44 UNIUBE
casa. Foi logo perguntando... perguntando – afinal, seis anos é aquela fase 
das intermináveis perguntas.
O pai, ao mesmo tempo em que precisava continuar fazendo o seu trabalho, 
não poderia se furtar em aproveitar, também, aquele momento com a sua 
“pirralha”. Mas, estrategicamente, pensou numa maneira de “livrar-se” dela 
por algum tempo. Pincelou o olhar pela estante e retirou um livro – era um 
atlas geográfico -, abriu-o bem na página central e deu de cara com um 
“mapa-mundi”.
Destacou-o, pegou uma tesoura, picotou-o em vários pedaços, embaralhou-
-o e disse satisfeito: “Filhinha, o papai tem um desafio para você... Você 
vai ganhar esta caixa de chocolates (mostrou uma caixa que havia em 
sua pasta), assim que voltar com esse quebra-cabeça (o dito mapa) todo 
consertado, tá certo?”
Ela aceitou o desafio do pai, saiu rapidamente e ele respirou, aliviado, pois 
iria ficar um bom tempo sem ela perguntando. Pouco mais de trinta minutos, 
após, irrompe a elétrica criaturinha na sala onde estava o pai, ainda às 
voltas com seus relatórios: “Papai! Papai! Terminei... agora eu quero a minha 
caixa de chocolates, inteirinha!” Ao que ele retrucou surpreso (contendo a 
sua decepção, pois ele imaginava que ela demoraria bem mais tempo): 
“Muito bem, minha filha!” E como foi que você conseguiu tão rápido? Ela 
mostrou uma grande folha de papel – tipo manteiga, meio transparente – 
onde estavam os recortes do mapa colados no seu “estilo” e disse:
“Foi difícil... mas, olhando com atenção, eu vi que do outro lado de cada 
pedacinho de papel havia uns traços que, quando eu juntava, formava a 
figura de um homem... aí, eu pensei: se eu consertar o homem, eu conserto 
o mundo!”
Ao ler-se o texto, identifica-se que as mudanças que ocorrem nas 
pessoas são necessárias para o seu desenvolvimento, e que a sua 
coletividade permite a projeção de um grupo com resultados interligados e 
de efetiva agregação de valor. Moscovici (apud MILITÃO, 2000) destaca a 
necessidade de aprendizagem para as transformações do comportamento
 UNIUBE 45
e a possibilidade de construção do seu potencial crescimento por meio 
da vivência, que a autora considera como um ensino-aprendizagem 
conceituado como Educação de laboratório, cuja expressão significa “Um 
conjunto metodológico que objetiva o alcance de mudanças pessoais, a 
partir de aprendizagem baseadas em experiências diretas ou vivências.” 
(MOSCOVICI apud MILITÃO, 2000. p. 19).
Características do processo educação de laboratório:
• o nome laboratório refere-se ao caráter experimental da situação 
vivenciada;
• os participantes são encorajados a experimentar comportamentos 
diferentes dos do seu padrão costumeiro de interação com outras 
pessoas em grupo;
• não pode ser considerado inteiramente artificial, pois as pessoas que 
o compõem são reais e o que nele acontece é real;
• o enfoque “aqui-e-agora” é a característica mais marcante do método;
• a experiência vivenciada é direta, pessoal, imediata, compartilhada 
pelos membros do grupo, podendo ser comparada, apreciada e 
validada, como base para conceitos e conclusões pessoais e para 
grupos a serem elaborados.
SAIBA MAIS
O processo de vivência possui dois objetivos: aprender e aprender a dar 
ajuda. O primeiro significa quebrar paradigmas, desprender dos conceitos 
que já possui instalados na personalidade da pessoa. Militão (2000, p. 
20) apresenta a sua definição: “É um processo de buscar e conseguir 
informações e recursos para solucionar seus problemas, com e através 
das experiências de outras pessoas, conjugadas às suas próprias”. Já, 
no segundo, é um aprendizado de forma coletiva, com a participação das 
pessoas ao redor. 
46 UNIUBE
Para ocorrer esse processo de vivência, será necessária a execução de 
quatro etapas que se completam e devem ocorrer na seguinte ordem: (i) 
atividades, (ii) análise ou reflexão, (iii) conceituação ou embasamento teórico 
e (iv) conexão ou correlação com o real. Segue sua representação (Figura 1):
Figura 1: Etapas do Processo de Vivência.
Fonte: Militão (2000 p. 21).
Segue apresentação das etapas:
Etapa 1: Atividade
Representa a vivência de uma situação através das atividades que são 
nelas desempenhadas. São elas: resolução e problemas, simulação 
comportamental, dramatização, jogo, processo decisório, comunicação, 
exercícios verbais e não verbais.
Etapa 2: Análise ou reflexão
Serão executados o exame e a discussão das atividades realizadas, com 
uma visão crítica dos resultados alcançados, em que o desenvolvimento 
da tarefa é mais importante do que o seu resultado apresentado. Militão 
(2000, p. 22) a define:
 UNIUBE 47
É uma fase muito mobilizadora de energia emocional, 
pois cada participante deve expor seus sentimentos, 
ideias e opiniões livremente. Se na primeira etapa 
houve envolvimento e abertura, nesta, o participante 
poderá praticar maior autoexposição, espontaneidade e 
autenticidade, troca de feedback com os companheiros 
do grupo, possibilitando a elaboração de um processo 
diagnóstico da situação vivenciada e da participação de 
cada um e de todos no desenrolar do processo grupal.
Etapa 3: Conceituação ou embasamento teórico
Ocorre uma busca

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