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Do que trata o curso Metodologia da Geografia? Apresente a proposta do curso, os Principais temas e atividades das aulas. O curso Metodologia da Geografia trata do estudo dos métodos de interpretação e pesquisa utilizados pela ciência geográfica, é resultado do diálogo entre Filosofia da Ciência e Geografia. Avalia e estuda as pesquisas desenvolvidas pela ciência geográfica, etapas seguidas em um determinado pro cesso de pesquisa em Geografia. Avalia e apresenta os processos e as etapas de desenvolvimento da pesquisa realizada pela ciência geográfica. A Geografia é uma área moderna, que estuda a escrita da Terra e sua relação socioespacial, envolvendo tanto estudos na área da Geografia Humana como políticos/filosóficos/culturais/ históricos, assim como estudos mais especializados como os da Geografia Física. Não se refere apenas a um campo de estudo mas uma representação ou marcas da Terra, que são feitas tanto pela natureza quanto pela sociedade e como pela ação antrópica Conforme vimos nas nossas aulas cinco são os principais eixos e paradigmas da Geografia. Apresente e discuta o que são paradigmas em Geografia e indique os cinco paradigmas Geográficos e suas bases filosóficas. De acordo com o dicionário, o paradigma é um modelo que serve de exemplo a ser seguido, na Geografia refere-se a uma base filosófica e a um conjunto de teorias, valores, problemas, técnicas metáforas e muito mais, são compartilhados e aceitos por profissionais do campo científico geográfico e geógrafos. Ao longo do tempo a Geografia desenvolve-se através de diferentes paradigmas, de diferentes matrizes metodológicas, técnicas, filosóficas, teóricas. Desde seu processo institucional a Ciência Geográfica passou por mu itas crises e através destas surgiram novas formas de se fazer Geografia, ou seja, novos paradigmas. Esses novos paradigmas surgiram em momentos de crises científicas, isto é, crises nos instrumentos e nas formas que guiam a produção do conhecimento de um dado campo da ciência. Novas Geografias tem aparecido ao longo da história do pensamento geográfico. Podemos citar a Geografia de Ptolomeu, a Geografia de Ritter, a Geografia descritiva, a Geografia de Mackinder, a Geografia de La Blache, a Geografia Aplicada, a Geografia Quantitativa, Geografia da Percepção e do Comportamento, Geografia Radical, a marxista, a Geografia Humanística entre outras. Embora não haja acordo com relação à aceitação de paradigmas em Geografia, é possível reconhecer, vários conjuntos de métodos normas, fatos significativos, teorias e valores ao longo da história da Ciência Geográfica, isto significa que é possível reconhecer várias Geografias. Os cinco paradigmas geográficos amplamente aceitos na atualidade pela comunidade científica geográfica são: Geografia Clássica: Positivismo Cl ássico (método indutivo e Empirismo), Geografia Lógico-formal: Neopositivismo (método dedutivo e ra cionalista), Geografia marxista: materialismo histórico dialético, Geografia Humanística: Fenomenologia, Hermenêutica, Existencialismo e Paradigma ambiental e a Geografia: diálogo dos saberes. Esses paradigmas representam tendências diferenciadas do fazer geográfico. Geografia Clássica: Positivismo Clássico (método indutivo e Empirismo) Também denominada como Geografia Tradicional, instituiu a base da Geografia institucionalizada. Totalmente influenciada pelo Positivismo Clássico, concepção científica e filosófica que surgiu o final do século XVIII e início do XIX, estimulando pesquisas realizadas apenas a partir dos sentidos do homem, daquilo que o homem pudesse descrever e observar no mundo material. Limitava-se assim aos aspectos visíveis da superfície terrestre e dos fenômenos, sendo assim a tarefa do geógrafo era a coleta de dados, o mapeamento de informações, a descrição, normalmente solicitadas por estrategistas, autoridades coloniais e pelos Estados nacionais. Coleta realizada através de estudos de campo em diversas áreas, com o objetivo de construir uma explicação mais geral dos fenômenos observados . Geografia Lógico-formal: Neopositivismo (método dedutivo e Racionalismo) O Neopositivismo Positivismo Lógico ou Empirismo Lógico surgiu em Viena, em um grupo denominado Círculo de Vi ena, no início do século XX, como um novo formato de Filosofia Positivista. Buscava-se então estabelecer uma linguagem científica unificada graças à uma lógica simbólica, uma linguagem comum a todas as ciências. Abandonando assim o real físico, o estudo do mundo material através dos sentidos, em proveito de uma combinação de signos reduzindo a Filosofia à análise da expressão lógica. Geografia Marxista: materialismo histórico dialético Tem sua base filosófica no materialismo histórico e dialético, desenvolvido por Karl Marx entre 1840 e 1880. Sua essência está no rompimento com o Positivismo e no entendimento do espaço geográfico como produto social. Geografia Humanística: Fenomenologia, Hermenêutica, Existencialismo Baseada nas Filosofias dos Significados, ou seja a Fenomenologia, a Hermenêutica e o Existencialismo. Buscava recuperar a existência pessoal e a centralidade do homem e sua subjetividade nas investigações geográficas. Não foi um movimento dominante, mas ma4couuma nova etapa na Geografia. Paradigma ambiental e a Geografia: diálogo dos saberes Na atualidade o paradigma ambiental tem tido enorme expressão entre as ciências, sobretudo na Geografia. O ambiente é tratado tanto filosoficamente, de forma diferenciada,quanto a partir de abordagens teórico-metodológicas distintas. Dois paradigmas da Geografia com posições opostas e conflitantes podem ser aqui mencionados o da Geografia Neopositivista e o da Geografia Marxista. Selecione um desses paradigmas e indique sua base filosófica. Em seguida, apresente e discuta os princípios teórico-metodológicos do paradigma escolhido e aponte dois autores importantes Geografia Marxista: materialismo histórico dialético Sua base filosófica está no materialismo dialético e histórico, desenvolvido por Karl Marx entre 1840 e 1880. Sua essência está no rompimento com o Positivismo e no entendimento do espaço geográfico como produto social. Surge nos anos de 1970, como fruto da reação neopositivista e da grande revolução cultural e política, com início na década de 1960 no mundo ocidental. Se expandiu por diversos países europeus e americanos de forma diferenciada. No final dos anos de 1970 e início de1980, estabeleceu -se no Brasil, quando chegava ao fim o regime militar. Nessa época proliferaram movimentos críticos e radicais nas ciências sociais, especialmente na geográfica. Movimentos que criticavam o pensamento autoritário e reacionários de outrora e propunham um novo papel à ciência, sendo esse de luta social e denúncia. Nos anos d e1970, estava sendo fortemente estabelecido o processo de urbanização, o que ampliou problemas ambientais, sociais e econômicos, que são associados à crise econômica mundial capitalista. Com a adoção do do materialismo histórico dialético, foi estabelecida uma nova forma de interpretação do espaço geográfico não mais sustentada no estudo indutivo e empírico. Passando dessa forma adominar na Geografia a concepção de espaço relacional, social,um espaço compreendido pelas contradições e lutas sociais, substituindo o espaço relativo e absoluto da s Geografias Neopositivista e Positivista. Dessa maneira, o trabalho de investigação do geógrafo, não estava mais em descrever os lugares ou aplicar e elaborar modelos espaciais de desenvolvimento econômico, mas em revelar a essência da dinâmica e das desigualdades espaciais, a partir da relação constante e dialética entre teoria e Empirismo. Podemos citar dois autores importantes e de grande expressão na defesa da Geograciamarxista, foram eles Milton Santos e David Harvey.
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