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-As veias são vasos de baixa pressão e com paredes finas, que dependem da ação auxiliar de bombas do músculo esquelético e de alterações nas pressões abdominal e intratorácica, para promover o retorno do sangue ao coração. -O sistema venoso nas pernas é composto por dois componentes: as veias superficiais (veia safena e suas veias tributárias) e as veias profundas. As veias perfurantes, ou comunicantes, conectam esses dois sistemas. -O sangue da pele e dos tecidos subcutâneos nas pernas é coletado pelas veias superficiais e, em seguida, transportado pelas veias comunicantes até as veias mais profundas, para o retorno até o coração. -Contrariamente ao sistema arterial, o sistema venoso é equipado com válvulas que evitam o fluxo sanguíneo retrógrado. -Embora estejam irregularmente posicionadas ao longo do comprimento das veias, quase sempre são encontradas nas junções onde as veias comunicantes se unem às veias profundas de maior calibre e no encontro de duas veias. -A quantidade de válvulas venosas e a sua competência estrutural diferem entre as pessoas. Tais fatores podem ajudar a explicar a predisposição familiar ao desenvolvimento de varizes. -A ação dos músculos da perna ajuda a mover o sangue venoso dos membros inferiores até o coração. -Quando uma pessoa caminha, a ação dos músculos da perna aumenta o fluxo nas veias profundas e retorna o sangue venoso para o coração. -Essa função dos músculos da perna (gatrocnêmios e sóleos dos membros inferiores) pode ser comparada à ação de bombeamento do coração, sendo por isso denominada bomba muscular esquelética. -Durante a contração muscular, que é semelhante à sístole, as válvulas nas veias comunicantes se fecham para evitar o fluxo retrógrado do sangue para o sistema superficial, conforme o sangue nas veias profundas é movido adiante pela ação dos músculos que se contraem. -Durante o relaxamento muscular, que é semelhante à diástole, as válvulas comunicantes se abrem, possibilitando que o sangue nas veias superficiais se movimente até as veias profundas. Introdução aos distúrbios da circulação venosa -As varizes, ou veias dilatadas e tortuosas nos membros inferiores, são comuns e muitas vezes levam a problemas secundários de insuficiência venosa. -As varizes podem ser descritas como primárias ou secundárias. -As varizes primárias têm origem nas veias safenas superficiais, enquanto as varizes secundárias resultam do comprometimento do fluxo nas veias profundas. -Aproximadamente 80 a 90% do sangue venoso dos membros inferiores são transportados pelas veias profundas. -O desenvolvimento de varizes secundárias é inevitável quando o fluxo nessas veias profundas está comprometido ou bloqueado. -A causa mais comum de varizes secundárias é a trombose venosa profunda (TVP); outras causas incluem fístulas arteriovenosas (AV) congênitas ou adquiridas, malformações venosas congênitas e compressão das veias abdominais produzida por gestação ou por um tumor -A incidência de varizes aumenta com o avanço da idade, atingindo uma prevalência de 50% nas pessoas com mais de 50 anos. -A condição é comum em mulheres de 30 a 50 anos de idade, especialmente se houver uma forte predisposição familiar. -Observa-se ainda uma incidência aumentada em obesos, devido ao aumento na pressão intra-abdominal, bem como em pessoas que permanecem de pé durante a maior parte do dia em função de sua ocupação (p. ex., enfermeiras). -A permanência em pé por longos períodos e o aumento da pressão intra-abdominal são fatores de contribuição importantes para o desenvolvimento de varizes primárias. -A permanência em pé por longos períodos aumenta a pressão venosa, causando dilatação e estiramento da parede dos vasos. -Um dos fatores mais importantes na elevação da pressão venosa é o efeito hidrostático associado à posição ortostática. -Quando uma pessoa está em posição ereta, todo o peso das colunas de sangue venoso é transmitido para as veias da perna. -Os efeitos da gravidade são mais graves nas pessoas que permanecem em pé por longos períodos sem usar os músculos da perna para auxiliar no bombeamento do sangue de volta para o coração. -Como não existem válvulas na veia cava inferior nem nas veias ilíacas comuns, o sangue nas veias abdominais depende do apoio das válvulas localizadas nas veias ilíacas externas ou femorais. -Quando a pressão intra-abdominal aumenta, como ocorre na gravidez, ou quando as válvulas nessas duas veias são inexistentes ou defeituosas, o estresse sobre a junção safenofemoral aumenta. -A alta incidência de varizes em gestantes também sugere um efeito hormonal sobre o músculo liso venoso, contribuindo para a dilatação e a insuficiência valvular. -O levantamento de peso também causa aumento da pressão intra-abdominal e diminui o fluxo de sangue pelas veias abdominais. Profissões que exigem levantamento de peso repetido também predispõem ao desenvolvimento de varizes. -A exposição prolongada ao aumento da pressão causa insuficiência das válvulas venosas, que deixam de se fechar adequadamente. - -Embora a sua estrutura possibilite que o sistema venoso atue como uma área de armazenamento de sangue, ela também torna o sistema suscetível a problemas relacionados com estase e insuficiência venosa. Varizes Etiologia e patogênese -Quando isso ocorre, o refluxo de sangue causa um aumento venoso ainda maior, que separa os folhetos das válvulas e provoca mais insuficiência valvular em seções de veias distais adjacentes. -Outra consideração no desenvolvimento de varizes é o fato de as veias superficiais serem suportadas apenas pela gordura subcutânea e fáscia superficial, enquanto as veias profundas contam com suporte dos tecidos muscular, ósseo e conjuntivo. -A obesidade reduz o apoio proporcionado pela fáscia superficial e pelos tecidos, aumentando o risco de desenvolvimento de varizes. -Com a insuficiência venosa, o fluxo sanguíneo unidirecional efetivo e o esvaziamento das veias profundas não ocorrem. -Se as bombas musculares forem ineficazes, o sangue pode seguir na direção retrógrada. -A insuficiência secundária das veias comunicantes e superficiais torna os tecidos subcutâneos sujeitos a pressões elevadas. -O diagnóstico de varizes em geral pode ser estabelecido após a obtenção do histórico e de um exame físico completo, especialmente com a inspeção dos membros envolvidos. -O exame do fluxo por ultrassom com Doppler também pode ser utilizado para avaliar o fluxo nos vasos de grande calibre. -Exames angiográficos com meio de contraste radiopaco podem ser úteis para avaliar a função venosa. -Após o estiramento repetido das veias e a instalação da insuficiência valvular, pouco pode ser feito para restabelecer a normalidade do tônus e da função venosa. -Idealmente, devem ser adotadas medidas para evitar o desenvolvimento e a progressão das varizes. Isso inclui perda de peso e medidas para evitar atividades que produzam elevação prolongada da pressão venosa, como a longa permanência em pé. -O objetivo das medidas terapêuticas para varizes é melhorar o fluxo venoso e prevenir a lesão tecidual. -Quando corretamente colocadas, as meias elásticas comprimem as veias superficiais e evitam a distensão. -A prescrição de meias de tamanho adequado possibilita o controle mais preciso. A pessoa deve vestir as meias antes de se levantar, quando as veias das pernas estão vazias. -A escleroterapia, utilizada com frequência no tratamento de pequenas varizes residuais, envolve a injeção de um agente esclerosante nas veias superficiais colapsadas para induzir fibrose do lúmen vascular. -O tratamento cirúrgico consiste na remoção das varizes e das veias perfurantes insuficientes; entretanto, seu uso é limitado às pessoas com veias profundas desobstruídas. -O termo insuficiência venosa se refere ao efeito fisiopatológico da hipertensão venosa persistente sobre a estrutura e a função do sistema venoso dos membros inferiores. Manifestações clínicas -Os sinais e os sintomas associados às varizes primárias são variados. -Muitas mulherescom varizes superficiais se queixam de seu aspecto desagradável. -Em muitos casos pode haver dor e edema nos membros inferiores, especialmente depois de longos períodos em pé. -O edema normalmente cede à noite, quando as pernas são elevadas. Os sintomas são mais comuns com a insuficiência das veias comunicantes. Diagnóstico e tratamento -As manifestações clínicas estão associadas ao comprometimento do fluxo sanguíneo. -Contrariamente à isquemia causada pela insuficiência arterial, a insuficiência venosa leva à congestão tecidual, ao edema e, finalmente, ao comprometimento da nutrição dos tecidos. -O edema é exacerbado pela permanência prolongada em pé. Pode ocorrer necrose dos depósitos de gordura subcutânea, seguida de atrofia cutânea, sendo ainda comum a presença de uma pigmentação marrom na pele, causada pelos depósitos de hemossiderina que resultam da degradação de hemácias. -Pode haver insuficiência linfática secundária, com esclerose progressiva dos vasos linfáticos decorrente do aumento da demanda por remoção do líquido intersticial. -Pessoas com insuficiência venosa de longa duração também podem apresentar enrijecimento da articulação do tornozelo, além de perda de massa e de força muscular. -Na insuficiência venosa avançada, o comprometimento da nutrição tecidual causa dermatite por estase e desenvolvimento de úlceras por estase ou ulceração venosa. -A dermatite por estase é caracterizada pela presença de uma pele fina, brilhante, marrom-azulada, com pigmentação irregular e descamação, sem suporte de tecidos subcutâneos subjacentes. -Lesões menores levam a ulcerações relativamente indolores, mas de difícil cicatrização. -A perna é particularmente propensa ao desenvolvimento de dermatite por estase e úlceras venosas. -A maior parte das lesões localiza-se medialmente, acima do tornozelo e na parte inferior da perna, com mais frequência logo acima do maléolo medial. -A causa mais comum de úlceras nas pernas é a insuficiência venosa. O tratamento da insuficiência venosa crônica inclui terapia compressiva com curativos e bandagens inelásticas ou elásticas. Insuficiência venosa crônica Etiologia e patogênese -A causa é multifatorial, incluindo fatores como aumento da pressão venosa hidrostática (na permanência em pé por longos períodos), insuficiência das válvulas nas veias, obstruções venosas profundas (TVP), diminuição da função das bombas musculares esqueléticas, processos inflamatórios e disfunção endotelial. Manifestações clínicas -A maior parte dos trombos pós-operatórios surge nos seios soleares das veias de grande calibre que drenam os músculos gastrocnêmios. -Trombos isolados na panturrilha com frequência são assintomáticos e, quando não tratados, podem se estender para as veias proximais de maior calibre, aumentando o risco de embolia pulmonar. -O termo trombose venosa, ou tromboflebite, descreve a presença de trombos em uma veia e a respectiva resposta inflamatória na parede vascular. -Os trombos podem se desenvolver em veias superficiais ou profundas. -A trombose venosa superficial (TVS) pode ocorrer em qualquer veia superficial e, antigamente, era considerada uma doença benigna. -Em alguns casos, foi possível observar que a TVS leva a complicações como recidiva da TVS, TVP e embolia pulmonar. -A TVP ocorre mais comumente nos membros inferiores. -A TVP dos membros inferiores é um distúrbio sério, complicado por embolia pulmonar, episódios recidivantes de TVP, e desenvolvimento de insuficiência venosa crônica. Trombose venosa Etiologia e patogênese -A trombose venosa está associada à estase sanguínea, ao aumento da coagulação sanguínea, e à lesão da parede dos vasos. -A estase do sangue ocorre com a imobilidade de um membro ou de todo o corpo. -O repouso no leito e a imobilização estão associados à diminuição do fluxo sanguíneo, ao represamento venoso nos membros inferiores e ao aumento do risco de TVP. -Pessoas imobilizadas em decorrência de fratura de quadril, substituição articular ou lesão medular são particularmente vulneráveis à TVP. -O risco de TVP aumenta nos casos de comprometimento da função cardíaca, que pode ser responsável pela incidência relativamente alta em pessoas com infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca congestiva. -Os idosos são mais suscetíveis do que os mais jovens, provavelmente devido à frequência aumentada de distúrbios promotores de estase venosa com a idade avançada. -As viagens aéreas longas impõem uma ameaça em particular para as pessoas predispostas à TVP, por causa da permanência prolongada na posição sentada e do aumento da viscosidade sanguínea decorrente da desidratação. -A hipercoagulabilidade é um estado de aumento da formação de coágulos. As condições associadas a esse estado hipercoagulável aumentam a probabilidade de TVP. -Os estados de hipercoagulação podem ser causados por deficiências hereditárias ou adquiridas em determinadas proteínas plasmáticas que normalmente inibem a formação de trombos, incluindo antitrombina III, proteína C e proteína S. -Os distúrbios hereditários do fator V de Leiden e da protrombina também produzem um estado de hipercoagulação. -O uso de anticoncepcionais orais e a terapia de reposição hormonal parecem aumentar a coagulabilidade e predispor à trombose venosa, principalmente em mulheres fumantes. -Determinados cânceres estão associados ao aumento da tendência à coagulação, embora o motivo em grande parte seja desconhecido. Acredita-se que substâncias promotoras da coagulação sanguínea podem ser produzidas por células tumorais ou liberadas pelos tecidos adjacentes em resposta ao crescimento do câncer. -As interações imunes com as células cancerosas podem resultar na liberação de citocinas causadoras de lesão endotelial, com consequente predisposição à trombose. -Quando há perda de líquido corporal resultante de lesão ou doença, a consequente hemoconcentração acarreta aumento da concentração dos fatores de coagulação. -Outros fatores de risco importantes incluem a síndrome antifosfolipídica e os distúrbios mieloproliferativos. -A lesão vascular pode resultar de traumatismo ou cirurgia, ou pode ser secundária à infecção ou à inflamação da parede vascular, resultando da lesão causada no vaso por cateteres venosos. -Os fatores de risco para trombose venosa incluem repouso no leito, imobilização, lesão medular, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, choque e obstrução venosa. -A tríade de Virchow ilustra os três principais fatores que levam à formação de trombos: Manifestações clínicas -Muitas pessoas com trombose venosa são assintomáticas, e até 50% das pessoas com TVP não manifestam sintomas. -Provavelmente, a ausência de sinais e sintomas é devida à obstrução apenas parcial da veia ou à presença de circulação colateral. -Quando presentes, os sinais e sintomas mais comuns da trombose venosa são aqueles relacionados ao processo inflamatório, incluindo dor, edema e sensibilidade em músculos profundos. -Febre, mal-estar geral e elevação tanto da contagem de leucócitos como da velocidade de hemossedimentação também são indicativos de inflamação. -Pode haver sensibilidade e dor ao longo da veia. O edema pode variar do mínimo ao muito acentuado. -O sítio de formação do trombo determina a localização dos achados físicos. A localização mais comum são os seios venosos no músculo sóleo e as veias tibial posterior e fibular. -Nesses casos, pode haver um edema (ainda que discreto) envolvendo o pé e o tornozelo. É comum haver dor e sensibilidade na panturrilha. -A trombose da veia femoral produz dor e sensibilidade na área distal da coxa e na região poplítea. -Trombos nas veias iliofemorais produzem as manifestações mais acentuadas, com edema, dor e sensibilidade em todo o membro. Diagnóstico e tratamento -O risco de embolia pulmonar enfatiza a necessidade da detecção e do tratamento precoces da TVP. -Os exames complementares que podem ser úteis incluem venografia, ultrassonografia e avaliação de D-dímero plasmático.-Quando possível, a prevenção da trombose venosa deve ser preferida ao seu tratamento. -A deambulação precoce após o parto e a cirurgia é uma medida que diminui o risco de formação de trombos. -O fluxo venoso melhora com a prática de exercícios para as pernas e o uso de meias compressivas. -Uma precaução adicional é evitar posições corporais que favoreçam o represamento venoso. -Meias compressivas com tamanho e comprimento adequados devem ser utilizadas de modo rotineiro em pessoas com risco de TVP. -Outra estratégia utilizada para pessoas imobilizadas e com risco de desenvolvimento de TVP é um dispositivo de compressão pneumática sequencial, composto por uma manga plástica que circunda as pernas e proporciona períodos alternados de compressão nos membros inferiores. -Desde que adequadamente utilizados, esses dispositivos intensificam o esvaziamento venoso, aumentando o fluxo e reduzindo a estase. -A terapia medicamentosa anticoagulante profilática é utilizada com frequência em pessoas com alto risco de desenvolvimento de trombose venosa. -Os objetivos do tratamento da trombose venosa são evitar a formação de trombos adicionais, prevenir a extensão e a embolização dos trombos existentes, assim como minimizar a lesão das válvulas venosas. -A elevação das pernas pode ajudar a prevenir a estase do fluxo sanguíneo venoso. -A aplicação de calor à perna alivia o vasospasmo e auxilia na resolução do processo inflamatório. -O repouso no leito normalmente é mantido até cessarem a sensibilidade local e o edema associados ao TVP; a etapa seguinte é a deambulação gradual aliada ao uso de meias compressivas. -Deve-se manter as meias compressivas de suporte, e evitar períodos prolongados em pé ou sentado após a resolução da TVP, de modo a promover o fluxo sanguíneo venoso. -A terapia medicamentosa anticoagulante (heparina e varfarina) é utilizada para prevenir a formação de trombos adicionais. -Tipicamente, o tratamento é iniciado com um tipo de anticoagulante à base de heparina injetável (por infusão intravenosa contínua ou injeções subcutâneas). Em seguida, o paciente é transferido para um anticoagulante oral ou injeções subcutâneas para tratamento ambulatorial. -A terapia trombolítica (estreptoquinase, uroquinase ou ativador de plasminogênio tecidual) pode ser utilizada como uma tentativa de dissolver o coágulo. -A remoção cirúrgica do trombo pode ser realizada em casos selecionados. -A inserção percutânea (através da pele) de filtros intracavais pode ser realizada em pacientes com alto risco de desenvolvimento de embolia pulmonar; esse procedimento evita o deslocamento de grandes coágulos pelo vaso. -Contudo, ainda que os filtros evitem o desenvolvimento de embolia pulmonar, há aumento na trombose junto ao sítio de localização do próprio filtro, caso a anticoagulação não seja instituída. -Os riscos adicionais incluem a possibilidade de quebra ou migração do filtro. Estase venosa -O paciente em repouso fica com a musculatura relaxada, permitindo um maior volume sanguíneo acumulado nos membros inferiores, além da própria dilatação da parede venosa. -Estes itens, associados à redução do débito cardíaco no repouso e a não utilização dos mecanismos de retorno venoso da contração da panturrilha, causam uma queda da velocidade de fluxo local e consequente instalação da estase sanguínea local. -O risco de trombose venosa profunda é maior em situações em que a função cardíaca está comprometida. -A diminuição de fluxo causaria uma alteração do fluxo laminar local nas veias, em especial nas válvulas venosas, criando um turbilhonamento de sangue neste local. -Este turbilhonamento local nos seios valvulares causa um acúmulo de hemácias e plaquetas que, em condições normais, seria "lavado" pelo fluxo venoso. -A estase promovida pelo repouso prolongado é responsável pela ativação da agregação plaquetária e pela ativação da cascata de coagulação neste local. -Este mecanismo causaria uma rede de fibrina que, por sua vez, seria responsável pelo aprisionamento de hemácias nos seios das válvulas venosas e, através da agregação plaquetária local com liberação de ADP e tromboxano A2, causaria progressão da coagulação local e do trombo na luz do vaso. -Há também uma teoria que preconiza que o turbilhonamento sanguíneo na região mais profunda do seio valvular, além de permitir maior agregação de hemácias e plaquetas pelo baixo fluxo, também causaria uma hipóxia do tecido com consequente lesão endotelial. -A lesão endotelial é trombogênica pela própria ativação da cascata da coagulação. -O endotélio vascular não é somente uma camada celular em contato com a luz, mas também um tecido biológico ativo que, em condições normais, impede a formação de trombos, mantendo o sangue em sua forma liquida através da produção de óxido nítrico (NO), prostaglandina I2 (prostaciclina), ADP-defosfatase. -Essas substâncias impedem a adesão plaquetária local ao inativar os receptores da plaqueta (NO e prostaciclina) e causar quebra do ADP (ADPdefosfatase). -Além disso, o endotélio impede a adesão plaquetária, uma vez que constitui uma barreira entre o sangue e a matriz extracelular. -O endotélio vascular em condições normais não apenas mantém as plaquetas inativas, impedindo a adesão e agregação, mas também evita a coagulação local ao impedir a presença de fatores pró-coagulantes ativados. -Diversos fatores, como traumas (iatrogênicos ou não), radiação, infecção, drogas, lesões térmicas, citocinas e anti-corpos, além de outros, podem ser responsáveis pela lesão do endotélio vascular saudável, causando exposição da matriz extracelular, produção de tromboxano A2 e ADP, adesão e agregação plaquetária, com formação de trombina (que estimula a agregação) e, por sua vez, a ativação da cascata de coagulação, com formação de fibrina através da ativação dos fatores VII, IX e X). aumento do número de plaquetas; maior disponibilidade de fatores pró coagulantes; redução de inibidores da coagulação. -Aumento da coagulabilidade sanguínea, por defeitos genéticos ou por condições adquiridas, resulta de: 1. 2. 3. -Aumento do número de plaquetas e da síntese de fatores de coagulação, especialmente o fibrinogênio, que acompanha inflamações localizadas ou generalizadas. -Aumento da coagulabilidade sanguínea e redução na velocidade circulatória favorecem a formação de trombos venosos. -Nas condições adquiras existem vários fatores teoricamente temporários que influenciam para a condição, como a gravidez, uso de anticoncepcionais orais (em especial os combinados com estrogênio e progestágenos),cirurgias, tabagismo, obesidade e infecções. Temos, também, doenças adquiridas como a síndrome do anticorpo antifos-folipide (SAAF), neoplasias, vasculites, poliglobulias e outras.- Lesão endotelial Hipercoagulabilidade
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