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Patologias da mama

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Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 
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Patologias da mama 
MAMAS 
Localizadas na parede torácica anterior e formada 
por tecido glandular, conjuntivo e adiposo. 
 
O tecido mamário varia de acordo com a idade e 
com fatores emocionais (gravidez e menstruação). 
Mulheres jovens, tem a mama mais fibrosa, com a 
presença de tecido conjuntivo, + glândulas e 
aspecto heterogêneo. 
• Após a ovulação, desenvolve o tec. Glandular. 
• Após a menopausa, esse tecido glandular 
atrofia e é substituído pelo adiposo. Essa 
liposubstituiçao da o caráter flácido da mama. 
HISTOLOGIA DA MAMA 
Os ductos coletores (lactíferos) são formados por 
uma camada de células luminais (+interna e 
continua) e uma camada de células mioepiteliais 
(+externa e descontinua). 
Células mioepiteliais: fazem contração e 
conseguem expulsar/ejetar secreções. 
 
SINAIS MAMOGRÁFICOS 
Mamografia da mulher jovem é mais densa e 
radiopaca. Já a da mulher mais velha é mais 
radiolúcida. 
 
Como as neoplasia formam tecidos denso, elas são 
muito difícil de diferenciar e por isso a mamografia 
é mais indicada para mulheres acima de 40 anos. 
Bi-Rads: sistema de padronização de mamografia, 
onde cada exame é classificado em uma categoria 
que determina o risco de câncer. 
 
DIVISÃO DAS PATOLOGIAS DA MAMA 
 
CARCINOMA DA MAMA 
É uma proliferação clonal originada de células com 
mutações genéticas, que são adquiridas por 
influência de exposições hormonais ou genes 
suscetíveis herdados. 
- A mamografia só detecta o carcinoma ductal in-
situ. Carcinoma lobular não é diagnosticado na 
mamografia, ou seja, quando a mulher descobre, 
ele já está avançado. 
Fatores de risco: histórico familiar (15-20%), 
exposição ao estrógeno, menarca precoce (antes 
dos 11 anos), menopausa tardia (aumenta 
exposição ao estrógeno), nulípara, idade (70-80 
anos) e genética (BRCA1 e BRCA2). 
Rastreamento: a palpação só é vista quando a 
massa tem mais de 2cm, já a mamografia consegue 
detectar massas acima de 1cm. 
 
Patogênese hereditária: devido mutações de 
BRCA1 e BRCA2 (genes de reparo de DNA), e além 
deles, pode ter mutação de TP53, síndrome de 
Lynch (mutação de genes de reparo MSH2 e MLH1) 
e PTEN. 
CA de mama hereditário: mutação de supressores 
de tumores. CA de mama esporádico: mutação em 
proto-oncogenes. 
• Mutação em BRCA aumenta o risco de CA de 
ovário e tende a ser pouco diferenciada e mais 
agressivo (RE- HER-). 
• BRCA2 apresenta risco de CA de mama 
masculino e feminino e tende a ser pouco 
diferenciado e agressivo (RE+). 
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SUBTIPOS BIOLÓGICOS (TIPO MOLECULAR) 
I. RE: receptor de estrogênio. 
II. RP: receptor de progesterona. 
III. HER2: receptor do fator de crescimento 
epidérmico humano 2. 
Carcinoma in-situ começa com uma lesão in-situ, 
classificada de acordo com a sua morfologia (CA 
ductal in-situ ou CA lobular in-situ). 
• Taxa de invasão é de 25-30% e dentro dele 
pode ter subtipos negativos e positivos. 
 
RE+ RP+ HER2- (LUMINAL) 
É o mais comum e frequente em mulheres mais 
velhas. Associado a exposição ao estrógeno e seu 
tratamento é com terapia hormonal. 
Hereditário: alteração em BRCA2. 
Esporádico: principal mutação é o ganho do braço 
longo no cromossomo 1q (braço com vários proto-
oncogenes, como os da ciclina, fazendo com que a 
célula tenha maior capacidade proliferativa. 
• Perda do braço longo do cromossomo 16q: E-
caderina está nesse cromossomo, ou seja, 
perde ela. 
Lesão precursora: hiperplasia ductal atípica. 
HER2+ 
RE e RP + ou -, mas são fracos e respondem muito 
pouco a terapia hormonal. 
Hereditário: mutação em TP53. 
Esporádico: mutação no braço longo do 
cromossomo 17q, onde codifica o HER2, 
ampliando a função desse gene. 
Lesão precursora: adenose apócrina atípica. 
RE+ é o melhor prognóstico, pois responde ao 
tratamento hormonal e com quimioterápico, que 
bloqueiam a via PIK3CA. 
• Seu crescimento é lento e invade o linfonodo 
quando está mais avançado. 
 
CARCINOMA DUCTAL IN-SITU 
Proliferação clonal de células epiteliais malignas, 
limitada aos ductos e lóbulos pela membrana basal 
e pode se apresentar de dois tipos. 
• Presença de ductos maiores proliferando. 
 
Lembrando que raramente ele é palpável e quase 
sempre é detectado pela mamografia. 
COMEDOCARCINOMA 
Apresenta necrose e calcificação, pleomorfismo de 
alto grau (mais invasivo) e áreas de necrose central. 
• Calcificações lineares ou ramificadas. 
NÃO-COMEDOCARCINOMA 
Não apresenta necrose e calcificação, sem 
pleomorfismo de alto grau, sem áreas de necrose e 
pode ser cribriforme ou micropapilífero. 
 
DOENÇA DE PAGET 
Conforme cresce, o carcinoma vai crescendo 
juntos com os ductos lactíferos e aproveitando a 
arquitetura (para exteriorização das células). 
Palpável em 50-60% dos casos 
Morfologia macroscópica: erupção eritematosa 
unilateral pruriginosa, acompanhada de coceira e 
destruição do mamilo (causada devido a 
exteriorização das células). 
 
CARCINOMA LOBULAR IN-SITU 
Proliferação clonal de células epiteliais malignas, 
limitada aos ductos e lóbulos pela membrana basal 
que cresce de maneira não coesa (devido a perda 
de E-caderinas, que faz com que tenha perda das 
junções das células e deixe as células sem padrão). 
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Morfologia microscópica: amontoado de células, 
ausência de E-caderina e células em anel de sinete. 
- Células uniformes com núcleos arredondados, 
pequenos nucléolos, envolvendo ductos e lóbulos. 
- Células sem coesão, sem espaço cribriforme ou 
papilar, sem necrose e a disseminação não envolve 
a pele dos mamilos. 
 
Não é possível observar a luz dos ductos e a 
ausência de E-caderina torna esse carcinoma mais 
invasivo. 
IMH: E-caderinas são pigmentadas. 
 
CARCINOMA INVASIVO 
RE+ HER- (LUMINAL) 
É o mais comum e pode ser de dois tipos. 
Baixa proliferação (luminal A): os fatores de risco 
para esse tipo é a reposição hormonal, nulípara e 
exposição prolongada a estrógenos . 
• São detectado inicialmente, tem baixa 
recorrência, é bem diferenciado e tem 
metástase tardia (6 anos) para os ossos. 
• Taxa de proliferação, crescimento e invasão é 
baixa e responde bem a terapias de bloqueio 
hormonal. 
Alta proliferação (luminal B): é hereditário e 
associado a mutação de BRACA2. RE+, mas com 
nível baixo. 
• É pouco diferenciado e faz metástase para os 
ossos. Tem melhor resposta quimioterápica. 
 
KI67: é uma proteína expressa na divisão celular 
que diferencia o tipo A do B. Se ela estiver muito 
marcada, mostra que a célula está dentro do ciclo 
celular se proliferando (alta proliferação). 
Alta proliferação = Menor diferenciação = 
Prognóstico ruim 
RE/RP/HER2 – TRIPLO NEGATIVO 
Maior incidência em mulheres jovens, diagnóstico 
dele é complicado, pois a mama da mulher jovem 
é mais densa e os exames não conseguem 
diferenciar se é fisiológico ou patológico. 
• Associado com mutações germinativas do gene 
BRCA1. 
Apresentam alta proliferação e fazem metástase 
precoce para os ossos, órgãos e cérebro. 
• Pouco responsivo a quimioterapia. 
 
HER2+ 
Mais comum em mulheres jovens e caso expresse 
RH, a expressão é baixa. 
• Ótimo prognostico com administração do 
medicamento que bloqueia o HER2 (terapia 
direcionada). 
A mutação no HER2 que faz com que ele seja muito 
expresso (alta carga mutacional). 
• Corresponde cerca de 10-20% dos casos de CA 
de mama e estão associados a mutações 
germinativas de TP53. 
Morfologia: calcificação sem aumento da 
densidade, aparência variada, invasão do musculo 
peitoral da derme (com ulceração), retração do 
mamilo e massas radiodensas irregulares. 
 
 
Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 
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