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APG 21 Sistema genital feminino e ciclo reprodutivo

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Os ovários, que são as gônadas femininas, são 
um par de glândulas homólogas aos testículos 
(têm a mesma origem embrionária). 
Os ovários produzem gametas, os ovócitos 
secundários que se desenvolvem em óvulos 
maduros após a fertilização, e hormônios, 
incluindo a progesterona e os estrogênios 
(hormônios sexuais femininos), a inibina e a 
relaxina. 
Cada ovário é suspenso por uma curta prega 
peritoneal ou mesentério, o mesovário, que é 
uma subdivisão de um mesentério maior do 
útero, o ligamento largo. O ligamento útero- 
ovárico ancora os ovários no útero, e o 
 
 
 
 
ligamento suspensor do ovário os insere na 
parede pélvica. 
Como o ovário está suspenso na cavidade 
peritoneal e sua superfície não é coberta por 
peritônio, o ovócito expelido na ovulação 
passa para a cavidade peritoneal. Entretanto, 
sua vida intraperitoneal é curta porque 
geralmente é aprisionado pelas fímbrias do 
infundíbulo da tuba uterina e conduzido para 
a ampola, onde pode ser fertilizado. 
 
 
 
 
 
Em contraste com a espermatogênese, que no 
sexo masculino começa na puberdade, a 
ovogênese nas mulheres começa antes do 
nascimento. 
Durante o início do desenvolvimento fetal, as 
células germinativas primordiais (primitivas) 
migram do saco vitelino para os ovários. Lá, as 
 
OVOGÊNESE E 
DESENVOLVIMENTO FOLICULAR 
 
células germinativas se diferenciam no interior 
dos ovários em ovogônias. 
As ovogônias são células-tronco diploides (2n) 
que se dividem por mitose produzindo milhões 
de células germinativas. Mesmo antes do 
nascimento, a maior parte destas células 
germinativas se degenera em um processo 
conhecido como atresia. Algumas, no entanto, 
se desenvolvem em células maiores chamadas 
ovócitos primários, que entram na prófase da 
meiose I durante o desenvolvimento fetal, mas 
não concluem essa fase até depois da 
puberdade. 
Durante esta pausa na fase de 
desenvolvimento, cada ovócito primário é 
circundado por uma camada única de células 
foliculares planas, e a estrutura como um todo 
é chamada folículo primordial. 
A cada mês, da puberdade até a menopausa, 
gonadotropinas (FSH e LH) secretadas pela 
adenohipófise estimulam adicionalmente o 
desenvolvimento de vários folículos 
primordiais, embora apenas um geralmente 
alcance a maturidade necessária para a 
ovulação. Alguns folículos primordiais 
começam a crescer, tornando-se folículos 
primários. 
 
 
À medida que o folículo principal cresce, ele 
forma uma camada glicoproteica transparente 
chamada zona pelúcida entre o ovócito 
primário e as células granulosas. Além disso, as 
células estromais em torno da membrana basal 
começam a formar uma camada organizada 
chamada teca folicular. 
Com a continuidade da maturação, um folículo 
primário se desenvolve em folículo secundário. 
Em um folículo secundário, a teca se diferencia 
em teca interna, camada interna bem 
vascularizada de células cubóides secretoras 
de hormônios estrogênicos, e teca externa, 
camada exterior de células estromais e fibras 
colágenas. Além disso, as células granulosas 
começam a secretar líquido folicular, que se 
acumula em uma cavidade chamado antro, no 
centro do folículo secundário. 
A camada mais interna das células granulosas 
torna-se firmemente ligada à zona pelúcida e 
agora é chamada de coroa radiata. 
O folículo secundário aumenta de tamanho e se 
torna um folículo maduro. Enquanto neste 
folículo, e pouco antes da ovulação, o ovócito 
primário diploide completa a meiose I, 
produzindo duas células haploides (n) de 
tamanho desigual. A célula menor, chamada de 
primeiro corpo polar, é essencialmente 
material nuclear descartado. A célula maior, o 
ovócito secundário, recebe a maior parte do 
citoplasma. 
Uma vez que um ovócito secundário é formado, 
começa a meiose II, mas em seguida, para na 
metáfase. O folículo maduro rompe-se e libera 
rapidamente seu ovócito secundário, em um 
processo conhecido como ovulação. 
Após a ovulação, os movimentos das fímbrias 
da tuba uterina produzem correntes locais, 
que circundam a superfície do folículo maduro 
imediatamente antes de ocorrer a ovulação. 
Estas correntes movem o ovócito secundário 
 
ovulado da cavidade peritoneal para a tuba 
uterina. Um espermatozoide geralmente 
encontra e fertiliza um ovócito secundário na 
ampola da tuba uterina, embora a fertilização 
na cavidade peritoneal não seja incomum. 
Se a fertilização não ocorrer, as células 
degeneram. Se houver espermatozoides na 
tuba uterina e um deles penetrar o ovócito 
secundário, no entanto, a meiose II é 
retomada. O ovócito secundário se divide em 
duas células haploides, novamente de 
tamanhos desiguais. A célula maior é o óvulo e 
a menor é o segundo corpo polar. 
O útero serve como parte da via para o 
espermatozoide depositado na vagina 
alcançar as tubas uterinas e é o local da 
implantação de um óvulo fertilizado, 
desenvolvimento do feto durante a gestação e 
trabalho de parto. 
 
 
 
 
O ciclo menstrual pode ser dividido em duas 
fases distintas: os processos que ocorrem a 
nível dos ovários, ciclo ovariano e as 
alterações no revestimento do endométrio, 
ciclo endometrial. 
A duração média desses ciclos é de 
aproximadamente 28 dias. Controlados e 
regulados pelo eixo hipotálamo-hipófise-
ovários. Variabilidades do tempo de duração 
ocorrem principalmente no início e no fim dos 
anos reprodutivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CICLO OVARIANO 
Fase folicular: o resultado primário da fase 
folicular é o desenvolvimento de um folículo 
ovárico vesiculoso maduro (folículo de Graaf) e 
um ovócito secundário. 
Os estrógenos vão aumentando 
gradativamente, causando picos de FSH e de 
LH. Enquanto a progesterona permanece baixa 
em toda essa fase. 
Fase lútea: dominada pelas ações do corpo 
lúteo (células da granulosa e da teca residuais 
do folículo, após a liberação do ovócito) o qual 
sintetiza e secreta estrogênio e progesterona 
para espessar a parede do endométrio para a 
implantação e manutenção do ovócito 
fertilizado. 
Se a fertilização não ocorre, o corpo lúteo 
regride e forma finalmente uma estrutura 
cicatricial não funcional (corpo albicante). 
Esse corpo albicante migra para o interior do 
ovário e possui lenta degradação. 
A regressão do corpo lúteo ocorre de 10 a 12 
dias após a ovulação na ausência da 
gonadotrofina coriônica. A progesterona 
CICLO MENSTRUAL 
 
aumenta gradativamente e o estrogênio 
inicialmente e caem, mas depois aumenta 
novamente. 
 
 CICLO ENDOMETRIAL 
O revestimento da parede uterina sofre muitas 
alterações durante um mês típico de uma 
mulher em seus anos de vida reprodutiva. 
Fase proliferativa: aumento dos estrógenos 
causa crescimento do endométrio (crescimento 
de 1 a 2 mm para 8 a 10 mm no fim da fase, a 
qual é marcada pela ovulação). 
O crescimento glandular e dos vasos 
sanguíneos ocorre dentro do estrato funcional 
do endométrio em expansão. 
Fase secretora: o principal resultado dessa 
fase é a maturação do endométrio. Os níveis 
decrescentes de estrogênio bloqueiam o 
crescimento do revestimento endometrial. As 
glândulas mucosas se desenvolvem 
inteiramente e tanto as glândulas como os 
vasos sanguíneos dessa região aumentam sua 
área de superfície e se enovelam. 
Caso não haja a fertilização, a parede do 
endométrio é substituída em preparação para 
o próximo ciclo. Os níveis decrescentes de 
estrogênio bloqueiam o crescimento do 
revestimento endometrial. Há uma infiltração 
de células inflamatórias causando a quebra 
adicional do revestimento e formação de 
coágulos e descamação da parede uterina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O hormônio liberador de gonadotropina 
(GnRH) secretado pelo hipotálamo controla os 
ciclos ovariano e uterino. O GnRH estimula a 
liberação do hormônio foliculoestimulante 
(FSH) e do hormônio luteinizante (LH) pela 
adenohipófise. 
O FSH inicia o crescimentofolicular, enquanto 
o LH estimula o desenvolvimento adicional dos 
folículos ovarianos. Além disso, o FSH e o LH 
estimulam os folículos ovarianos a secretar 
estrogênio. O LH estimula as células da teca de 
um folículo em desenvolvimento a produzir 
androgênios. Sob influência do FSH, os 
androgênios são absorvidos pelas células 
granulosas do folículo e, em seguida, 
convertidos em estrogênios. No meio do ciclo, o 
LH estimula a ovulação e, então, promove a 
formação do corpo lúteo, a razão para o nome 
hormônio luteinizante. Estimulado pela LH, o 
corpo lúteo produz e secreta estrogênios, 
progesterona, relaxina e inibina. 
Os estrogênios secretados pelos folículos 
ovarianos têm várias funções importantes, 
dentre elas: 
 Promover o desenvolvimento e 
manutenção das estruturas reprodutivas 
 
REGULAÇÃO HORMONAL 
 
femininas, características sexuais secundárias 
e mamas. 
 Aumentar o anabolismo proteico, 
incluindo a formação de ossos fortes. 
 
 Baixar o nível sanguíneo de colesterol. 
Níveis sanguíneos moderados inibem tanto a 
liberação de GnRH pelo hipotálamo quanto a 
secreção de LH e de FSH pela adenohipófise. 
A progesterona, secretada principalmente 
pelas células do corpo lúteo, coopera com os 
estrogênios para preparar e manter o 
endométrio para a implantação de um óvulo 
fertilizado e preparar as glândulas mamárias 
para a secreção de leite. Altos níveis de 
progesterona também inibem a secreção de LH 
e GnRH. 
A pequena quantidade de relaxina produzida 
pelo corpo lúteo durante cada ciclo mensal 
relaxa o útero inibindo as contrações do 
miométrio. Durante a gestação, a placenta 
produz muito mais relaxina, e isso continua 
relaxando o músculo liso do útero. No final da 
gestação, a relaxina também aumenta a 
flexibilidade da sínfise púbica e pode ajudar a 
dilatar o colo do útero, que facilitam a saída 
do bebê. 
A inibina é secretada pelas células granulosas 
dos folículos em crescimento e pelo corpo lúteo 
após a ovulação. Ela inibe a secreção de FSH e, 
em menor grau, de LH. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências