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Lara de Aquino Santos SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR – NP1 PERGUNTAS DISCENTES CIRURGIA AVANÇADA E IMPLANTODONTIA 01. Joãozinho, 9 anos, e sua mãe Paula compareceram à Clínica Odontológica de Dr. Carlos para realizar uma consulta com o ortodontista. Durante o preenchimento da anamnese, Paula relatou que aos 4 anos de idade João havia perdido um ‘‘dente de leite da frente’’ ao cair brincando de pega-pega. Com base nessas informações, responda: a) Diante de um traumatismo dento-alveolar do tipo avulsão em uma criança em fase de dentição decídua, qual a conduta a ser seguida pelo cirurgião-dentista? Justifique. RESPOSTA: Os dentes decíduos não devem ser reimplantados, pois essa conduta pode promover uma série de complicações potenciais, tais como reabsorção inflamatória, necrose pulpar, infecção, anquilose e exfoliação; além de danos ao sucessor permanente, como por exemplo, hipoplasia do esmalte, dilaceração coronária ou radicular e sequestro do germe do sucessor, acarretando uma série de prejuízos a dentição permanente. Desta forma, a recomendação é de não se reimplantar os dentes decíduos que sofreram avulsão, sendo justificado principalmente devido ao potencial de danos ao dente permanente em desenvolvimento. A única conduta a ser efetuada pelo cirurgião-dentista consiste em realizar orientações aos pais e/ou responsáveis, tais como, repouso da região traumatizada: não morder na região, evitar chupeta e mamadeira; manter a região limpa: higienizar com uma escova de cerdas macias ou com auxílio de uma gaze, associada a clorexidina 0,12%, durante 1 semana; e dieta leve por 10 dias. Para a reabilitação do elemento dentário em questão pode ser indicada a colocação de uma prótese fixa funcional ou o uso de um mantenedor de espaço. Estes tratamentos são importantes para a manutenção do espaço do dente perdido, evitando a migração dos dentes adjacentes para a região da perda, redução ou fechamento do espaço para irrupção do sucessor permanente; evitando assim alterações na fala, na deglutição, no crescimento e desenvolvimento dos arcos dentários. Lara de Aquino Santos b) Em casos em que o reimplante imediato do elemento dentário é inviável, em quais soluções o mesmo poderá ser armazenado? Quais os fatores determinantes para o sucesso do seu reimplante? RESPOSTA: Em ordem decrescente de capacidade de manter a viabilidade das células do ligamento periodontal, o elemento dentário poderá ser armazenado em leite, solução balanceada de Hank’s (HBSS), saliva, soro ou água. Os fatores mais importantes para determinar o sucesso do tratamento são o tempo em que o dente ficou fora do seu alvéolo, o estado do mesmo e dos tecidos periodontais, além da solução pela qual o dente foi preservado antes do seu reimplante. Quanto mais cedo o elemento dentário for reimplantado, melhor será o prognóstico. 02. Paula aproveitou a consulta de seu filho com Dr. Carlos e relatou que ultimamente o seu ‘‘siso inferior’’ passou a incomodá-la bastante. Além da sintomatologia dolorosa local, Paula mencionou episódios de febre, supuração e edema facial. O cirurgião-dentista realizou o exame clínico da região, e constatou que o elemento dentário 38 encontrava- se com pericoronarite, devido a semi-inclusão do dente em questão. Com isso o CD solicitou uma radiografia panorâmica e a encaminhou para um colega buco-maxilo-facial. Com base nessas informações, qual a conduta a ser realizada diante de um caso de pericoronarite? RESPOSTA: A remoção do elemento dentário 38 não deve ser realizada como conduta inicial, pois a infecção pode se disseminar para os espaços fasciais. Tendo em vista os sinais e sintomas de dor local, supuração, febre e edema facial pode-se concluir que a paciente se encontra com um quadro de pericoronarite grave. Com isso Doutor Carlos deve realizar a prescrição de antibiótico (amoxicilina 500 mg, de 8 em 8 horas, durante 7 dias), para reduzir a bacteremia; além de anti-inflamatório (nimesulida 100 mg, de 12 em 12 horas, durante 3 dias) e analgésico (dipirona 1 grama, de 6 em 6 horas, durante 3 dias), para o alívio do edema e da sintomatologia dolorosa local. A paciente deve ser orientada a realizar bochechos de digluconato de clorexidina 0,12%, 3x ao dia, durante 7 dias. Somente após o controle da pericoronarite pode-se realizar a exodontia do elemento dentário.
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