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FUNDAMENTOS CIRURGIA - CAP 04 - Exodontia - Clóvis Marzola

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CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
245
CLÓVIS MARZOLA 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“EXODONTIA” 
 
 
 
 
 
 
 
 
Π 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
246
CAPÍTULO IV 
 
EXODONTIA* 
 
DA NECESSIDADE E OPORTUNIDADE 
 
 O principal objetivo da prática odontológica é salvar o dente. No 
momento atual, o Cirurgião-Dentista tem podido, em face de seus conhecimentos e 
aprendizado, empregar muitas e variadas técnicas e processos visando à conservação 
do dente no arco dental. Somente com a colaboração e trabalho em conjunto de 
todos os profissionais é que toda esta gama de técnicas poderá ser recebida de 
maneira correta pelo paciente. 
 A cirurgia bucal, quando praticada e baseada em modernos 
conhecimentos, poderá beneficiar o paciente em muitos caminhos, pois toda cirurgia 
é realizada tendo em vista um futuro tratamento conservador. Daí, nosso ponto de 
vista totalmente conservador em relação a todas as técnicas cirúrgicas. 
 Encarar o homem como um “todo” é de fundamental importância, e 
somente assim será enaltecida a figura do CD, pois nosso paciente é um espelho que 
reflete a própria imagem. Por isto o controle da dor e da ansiedade, além do medo, 
deve ser observado com o máximo de carinho pelo profissional, que somente desta 
maneira estará, sem qualquer sombra de dúvida, elevando a dignidade da pessoa 
humana, prestando serviço à comunidade e, o que é realmente importante, auxiliando 
o próximo com amor. Este tripé deverá nortear a vida de todo CD dentro de seu 
ambiente de trabalho. 
 Deve-se desta maneira, conscientizar o profissional, bem como o 
estudante, da problemática que lhe é atribuída numa exodontia, observando não 
apenas o dente a ser extraído do paciente, mas a cavidade bucal e o “todo” deste 
indivíduo. 
 As técnicas exodônticas em si apresentam características especiais no 
campo da cirurgia e, compreendem a utilização de forças e movimentos coordenados, 
exigindo, daqueles que a realizam, domínio tátil, agudeza psíquica e extrema 
sensibilidade informativa e reguladora, que vem demandar longo período de prática, 
para seu perfeito domínio. Além do mais, seu cérebro deverá estar sempre atento, 
captando todas as informações colhidas pelas suas mãos e, para isto, deve-se 
preocupar com a técnica cirúrgica exodôntica, em “como se extrair” um dente bem 
extraído e, não procurar realizar quantidade de extrações. Surge daí a perfeita 
conscientização de segurança do aluno - futuro profissional - sendo este o principal 
objetivo desta obra. Do ponto de vista da saúde, a exodontia está ligada à terapêutica 
e à profilaxia dos focos de infecção, devendo ser praticada com indicação precisa e 
oportunidade correta. 
Com relação ao aspecto socioeconômico-cultural, deve-se salientar a 
quase total inacessibilidade do tratamento conservador a todas as categorias 
populacionais. Em virtude disto, decorre a evolução de lesões, que convertem a 
exodontia em prática de alta freqüência. 
 
_____________________________________ 
*AUTOR: 
 Prof. Dr. Clóvis Marzola 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
247
 Convém por isto, ser tomada uma posição por parte do profissional, 
disciplinando as extrações dentárias e, somente realizando aquelas corretamente 
indicadas, colaborando assim com a educação sanitária. 
 Tem-se com estes principais tópicos enfocados, uma dimensão do 
problema “EXODONTIA”, situando sua prática no real campo da saúde. A 
exodontia foi considerada durante muito tempo como um ato cirúrgico de pequena 
importância, sendo praticada por toda e qualquer pessoa que tivesse como predicado 
principal ou único, a força. Conseqüentemente ocorriam acidentes, desde os mais 
simples até os mais graves, com sérias complicações, resultantes da falta de cuidado 
e, do conhecimento de técnicas aprimoradas, à fobia que os pacientes sentem até o 
dia de hoje pela extração dental. Os pacientes temem-na mais que a qualquer outra 
cirurgia, apesar das técnicas mais requintadas e, dos modernos métodos de anestesia 
que existem atualmente. 
 Assim, inicialmente está o preparo psicológico que o profissional 
deverá fazer com o paciente, instruindo-o sobre a moderna Odontologia, tirando-o 
daquele primitivismo sociocultural. Contudo, devem todos os profissionais 
conscienciosos ter conhecimento perfeito da anatomia bucal, fazer planejamento 
correto da intervenção, bem como a escolha da técnica mais indicada para o caso. 
Desta forma serão evitados os acidentes tão comuns do passado. 
 Quanto ao número de dentes a serem extraídos numa única etapa, 
caberá ao profissional julgar corretamente o caso, estudando-o minuciosamente, pois 
os casos são individuais, entrando em jogo o “bom senso” de cada um. Entretanto 
são necessários para uma exodontia, certos requisitos essenciais, para aquilatar-se 
quais dentes deverão ou não ser conservados ou extraídos, bem como se o paciente 
está ou não em condições de sofrer a intervenção. Assim, vê-se o profissional frente 
à necessidade da exodontia, as indicações para uma intervenção cirúrgica e, no caso 
exodôntica e, a oportunidade delas, as contra-indicações para a cirurgia exodôntica. 
 
DA NECESSIDADE 
 
 Muito embora a Odontologia tenha como finalidade a conservação dos 
dentes e estruturas vizinhas, determinados fatores levam-na à eliminação de dentes 
que deveriam ser conservados. Uma exodontia não deve ser indicada sem que antes 
tenham sido esgotadas todas as possibilidades de aproveitamento do dente. 
 Em seu conjunto, os dentes constituem uma das principais partes do 
aparelho digestivo, sendo os responsáveis pela trituração dos alimentos, auxiliando a 
primeira fase da digestão, facilitando a função dos demais órgãos deste aparelho. A 
falta de um ou mais dentes diminui o poder da mastigação, sobrecarregando os 
dentes remanescentes, além de alterar a fisiologia da articulação temporomandibular, 
além da estética facial. Estas condições, provocando distúrbios funcionais e 
psíquicos, modificando o modus vivendi do indivíduo, tornando-o uma pessoa 
astênica e socialmente retraída. 
 Para serem evitadas estas conseqüências desagradáveis, tanto para os 
profissionais como para a sociedade e, mais restritamente para o próprio paciente, 
deve-se lançar mão de todos os recursos para manter os dentes em perfeitas 
condições. Contudo, não é somente o profissional aquele que deve orientar e tratar, 
sendo essencial que o próprio paciente, também, colabore na conservação dos dentes 
e, da cavidade bucal, mantendo-os em bom estado de higiene. Caberá dessa maneira 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
248
aos profissionais, através da endodontia, dentisteria, periodontia, ortodontia e 
prótese, conservar estes dentes, senão pela sua higidez, pelo menos em seu alvéolo. 
 Quando, porém houver desleixo por parte do paciente e falharem 
todos os recursos profiláticos e terapêuticos, como indicação surge sempre a cirurgia 
e, para o caso a exodontia. 
 Existe, portanto a necessidade da exodontia nos seguintes casos, 
apesar de atualmente poder-se dizer mesmo que não mais existe necessidade 
premente da extração dental, principalmente em pacientes com recursos, pois há 
meios suficientes que permitem a conservação do dente. A indicação restringe-se 
especialmente àqueles casos em que se observa que não mais há qualquer 
possibilidade de sua manutenção e, àqueles pacientes sem qualquer condição 
econômica. 
 Assim, há necessidade das exodontias nos seguintes casos: 
 
 1. Dentes com foco de infecção sem possibilidade de tratamento 
endodôntico, sendo a apicoplastia contra-indicada (Fig. IV. 1): Esta indicação 
está reservada aos dentes impossíveis de receber tratamento endodôntico, devido 
apresentarem raízes com grandes curvaturas, nódulos pulpares, etc. Tais raízes 
impedem ou ainda, impediam o preparo mecânico do canal, impossibilitando desta 
forma, seu tratamento. Haveria então a possibilidade de ser indicada a aplicoplastia, 
entretanto, averificação de comprometimento periodontal avançado, com excessiva 
reabsorção óssea alveolar, impediria esta manobra. Eliminadas estas duas hipóteses 
para a salvação do dente, torna-se necessário sacrificá-lo. Atualmente o tratamento 
endodôntico pode ser perfeitamente realizado nestes dentes, razão pela qual, também, 
esta possibilidade fica eliminada. Por outro lado, a cirurgia periodontal encontra-se 
bem evoluída, salvando dentes que estariam irremediavelmente perdidos. 
 
 
 A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 1 – (A e B) Dentes com foco de infecção, sem possibilidade de tratamento endodôntico, 
sendo a apicoplastia também contra-indicada. 
 
 2. Dentes decíduos que retardam o irrompimento do permanente 
(Fig. IV. 2): Os dentes decíduos mantendo-se no arco além do tempo normal, 
constituem impedimento mecânico que dificulta o irrompimento do dente 
permanente. Como a força do crescimento é constante, o dente permanente procura 
vencer o impedimento, desviando-se de sua posição normal e, irrompendo fora de 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
249
seu alinhamento, ocasionando apinhamentos dentais, além de má oclusão. A 
extração destes dentes decíduos é feita como profilaxia da má oclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 2 – Dentes decíduos que retardam o irrompimento do permanente. 
 
 3. Periodontopatias avançadas (Fig. IV. 3): A exodontia é indicada 
quando houver processo periodontal com reabsorção óssea muito acentuada (mais de 
um terço da raiz), além de apresentar o dente grande mobilidade, impedindo qualquer 
tratamento conservador, pois estas alterações estão incluídas no segundo maior 
motivo de exodontias (MARZOLA, 1963, 1965; MACHADO et al. 1973 e 
MARZOLA, 2000). O caso deve ser perfeitamente estudado, clínica e 
radiograficamente, a fim de verificar-se a impossibilidade de qualquer tratamento 
conservador para a salvação dos elementos dentais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 3 – Casos de alterações periodontais muito avançadas e que contra-indicariam um método 
conservador. 
 
 4. Razões protéticas (Fig. IV. 4): Muitas vezes, devido ao número 
reduzido de dentes que o paciente possui, mesmo que estejam em perfeitas 
condições, a confecção de prótese parcial removível é contra-indicada, porque não 
apresentará os requisitos necessários. Por razões protéticas, da mesma maneira, é 
indicada a extração dos dentes remanescentes, para ser confeccionada uma prótese 
total, principalmente nos casos em que as condições econômicas do paciente são 
reduzidas. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
250
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 4 – (A e B) Aspectos clínicos em que, por razões protéticas, seria indicada a exodontia. 
 
 5. Dentes não restauráveis (Fig. IV. 5): Quando os dentes 
apresentam extensas lesões cariosas, sendo impossível e, até mesmo impraticável a 
confecção de qualquer restauração, sua extração é indicada - grande causa de 
extrações (MARZOLA, 1963, 1965; MACHADO et al. 1973 e MARZOLA, 
2000). Normalmente, este problema apenas ocorre com pacientes de condições 
socioeconômicas totalmente desfavoráveis, razão pela qual se indica a extração da 
unidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 5 – Dentes não restauráveis, sendo impraticável a confecção de qualquer tipo de restauração. 
 
 6. Dentes retidos (Fig. IV. 6): A exodontia é indicada, desde que seja 
observado que estes dentes não irão iruir, quando não houver espaço, bem como 
quando estiverem provocando acidentes nervosos, mecânicos, mucosos ou 
neoplásicos (MARZOLA, 1995). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 6 – Dentes retidos, sendo sua extração indicada. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
251
 7. Dentes retidos e impactados (Figs. IV. 7): Estes dentes devem ser 
extraídos, pois, pela situação incorreta dentro do arco dental, exercem ação mecânica 
sobre os dentes vizinhos, podendo causar reabsorção de suas raízes além de, também, 
poderem provocar desalinhamento de outros dentes do arco dental (MARZOLA, 
1995). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 7 – Dentes retidos e impactados, sendo sua extração indicada. 
 
 8. Dentes supranumerários (Fig. IV. 8): Geralmente, influem na 
articulação normal, causando má oclusão ou mesmo a retenção de determinados 
dentes (MARZOLA et al. 1968 e MARZOLA, 1995 e 2000). Quando isto ocorre, é 
indicada sua extração, com a finalidade de ser corrigida a má oclusão, além de 
permitir o irrompimento dos dentes que se encontravam retidos. 
 
 
A 
 
B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 8 – (A e B) Dentes supranumerários com indicação de exodontia. 
 
 9. Razões ortodônticas (Fig. IV. 9): É indicada a extração de um ou 
mais dentes quando a ortodontia necessita criar espaço para corrigir u’a má oclusão 
ou evitar ainda seu aparecimento. É o que acontece quando há falta de espaço para o 
irrompimento normal de determinados dentes. Em algumas oportunidades eles iruem 
em lugares indevidos, tornando-se ectópicos e, quando houver impossibilidade de 
tratamento ortodôntico, o único recurso é sua extração, porque também podem 
provocar má oclusão, além de afetarem a estética do paciente. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
252
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 9 – Extração indicada por razões ortodônticas. Foi extraído o primeiro pré-molar para 
possibilitar o irrompimento do canino ou seu transplante. 
 
 10. Dentes com raízes fraturadas (Fig. IV. 10): Quando ocorre a 
fratura junto ao colo dental, se houver possibilidade de tratamento endodôntico é 
indicado, além de, em alguns casos, o tracionamento da raiz. Contudo, quando a 
fratura ocorre próxima ao ápice, devido à impossibilidade de tratamento endodôntico 
e, principalmente porque a linha de fratura facilitará a instalação de uma infecção, é 
indicada sua extração. Isto, desde que não haja possibilidade de um reimplante 
dental ou de uma refixação dental, o que na grande maioria dos casos é muito viável 
e praticável (MARZOLA; TOLEDO FILHO; ABREU, 1994). 
 
 
 
 
 
 A 
 
B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 10 – (A) Raízes com ápices fraturados por trauma (B) ou em cirurgias. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
253
 11. Raízes residuais (Fig. IV. 11): São indicadas extrações destas 
raízes em diversas circunstâncias, desde que não haja qualquer possibilidade de sua 
recuperação dentro do arco dental, por tratamento conservador (MARZOLA; 
TOLEDO FILHO; ABREU, 1994). 
 
 
 
 
A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. IV. 11– (A e B) Raízes residuais. 
 
 12. Dentes incluídos em neoplasias benignas (Figs. IV. 12): Devem 
ser extraídos tanto os que se encontram no interior da neoplasia, quanto aqueles que 
estiverem nas proximidades, para ser realizada a exérese completa da neoplasia, 
evitando-se sua recidiva (MARZOLA, 1997). 
 
 
 
 
A 
C 
B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 12 – (A, B e C) Aspectos radiográficos de dentes incluídos em neoplasias benignas, que 
necessitam ser extraídos. 
 
 13. Dentes relacionados com infecções do seio maxilar (Fig. IV. 
13): Como estes focos periapicais drenam constantemente para o seio maxilar e, não 
sendo possível o tratamento devido à comunicação com esta cavidade, qualquer 
terapêutica não seria bem-sucedida, sem que antes fosse eliminado o dente portador 
do foco. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
254
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 13 – Dentes relacionados com infecções do seio maxilar, contra-indicando qualquer 
terapêutica sem que antes sejam eliminados os dentes portadores dos focos. 
 
 14. Dentes que traumatizam tecidos moles (Fig. IV. 14): Deverão 
ser extraídos para não ser provocado neste local o aparecimento de uma possível 
neoplasia. O traumatismo constante de um dente numa determinada região poderá 
provocar degeneração daqueles tecidos. Não sendo possível impedir o trauma, a 
extração do dente está indicada (MARZOLA, 1997). 
 
 
 
 B A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
255
 
 
D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 14–(A, B, C e D) Aspectos clínicos e radiográficos de dentes que traumatizam tecidos moles, 
já provocando tumorações, que necessitam ser extraídos. 
 
 15. Dentes localizados em regiões que sofrerão radioterapia (Fig. 
IV. 15): Dentes incluídos nestas regiões deverão ser extraídos como medida 
profilática contra possíveis sérias complicações patológicas. Além do mais, as 
seguintes indicações primárias devem ser avaliadas: a) o suprimento sangüíneo da 
região tornar-se-á deficiente; b) alterações patológicas que sofrerão tanto os tecidos 
vizinhos quanto os próprios dentes pela irradiação; c) devido ao método de aplicação 
da irradiação na cavidade bucal. Segundo a grande maioria dos autores, estes dentes 
deverão ser extraídos, pois haverá deficiência no suprimento sangüíneo da região, 
além do aparecimento das denominadas cáries de colo, ou cáries da irradiação, 
possivelmente provocadas pela escassez de saliva na cavidade bucal. Quando o 
paciente já foi irradiado e, não mais suporta as dores provocadas pelos dentes, as 
extrações poderão ser realizadas cuidadosamente, com o mínimo de traumatismo 
possível, pois devido à falta de suprimento sangüíneo da região, poderá advir 
osteorradionecrose, com sérias complicações para o paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. IV. 15 – Dentes localizados em regiões que sofrerão radioterapia. 
 
DA OPORTUNIDADE 
 
 Até a bem pouco tempo, inúmeras eram as contra-indicações da 
exodontia. Com o progresso dos métodos de diagnóstico e do pré-operatório, muitas 
destas contra-indicações perderam sua razão de ser. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
256
 A extração dental é oportuna ou não nos seguintes casos: 
 
 1. Diabetes mellitus: Constituía uma das contra-indicações à 
exodontia, entretanto, atualmente, com o progresso da terapêutica e da dietética, esta 
enfermidade deixou de ser uma contra-indicação formal. 
 Pacientes diabéticos apresentam deficiências no metabolismo dos 
glúcides, manifestadas por hiperglicemia ou glicosúria. Mostram uma baixa 
resistência às infecções e, em conseqüência, complicações no pós-operatório. 
 Neste grupo de pacientes, o tratamento deve ser realizado em 
colaboração com um médico, pois merece cuidado especial não somente no pré-
operatório, como também durante o trans-operatório. A intervenção deve ser 
realizada durante a curva decrescente de glicemia, geralmente uma hora e meia a três 
horas após a aplicação de insulina. Devem ser evitadas causas que determinam a 
preocupação e ansiedade, sendo que aqueles tratamentos demorados poderão 
acarretar aumento ainda maior de glicose na corrente sangüínea. 
 Durante o trans-operatório, indicam-se soluções anestésicas sem 
vasoconstritores, devendo as intervenções ser de pequena duração e extensão. O 
traumatismo deve ser mínimo, em razão da dificuldade do processo de reparo ou 
regeneração, não sendo raros os casos de necrose nos tecidos moles após cirurgias. 
 
 2. Púrpura hemorrágica: É uma discrasia sangüínea observada nas 
últimas fases de enfermidades como anemia perniciosa, anemias aplásticas crônicas, 
neoplasias da medula óssea e anemia esplênica. Pelo pré-operatório o profissional 
terá conhecimento das condições deste paciente, adotando medidas que visam o 
decorrer da intervenção e o pós-operatório sem acidentes ou complicações. 
 Quando, pelos exames complementares o resultado do número de 
plaquetas for abaixo de 100.000/mm3, pode-se já imaginar que haverá tendência para 
o desenvolvimento de uma púrpura hemorrágica, com quadro clínico de hemorragia. 
A intervenção, neste caso, deverá ser precedida por pré-operatório adequado, 
geralmente a cargo de médico, além da confecção de uma prótese provisória, que irá 
obliterar a ferida cirúrgica, coibindo assim mecanicamente a hemorragia. 
 Em alguns casos, as vitaminas C e P parecem apresentar algum 
resultado positivo, sendo que a esplenectomia produz rápido e notável aumento do 
número de plaquetas. Tomando-se todos estes cuidados e medidas no caso da 
necessidade da exodontia, esta contra-indicação poderá ser afastadas. 
 
 3. Hemofilia: Será contra-indicada a exodontia se houver necessidade 
de realizá-la num consultório, porque faltarão recursos imprescindíveis para evitar ou 
combater eventuais acidentes ou complicações que porventura surjam. Contudo, se a 
exodontia for executada num hospital, após haver sido efetuado pré-operatório 
adequado, ela deixará de ser contra-indicada, pois existem meios para combater uma 
hemorragia com medicamentos transfusões de sangue, associados às medidas locais 
semelhantes às empregadas para a púrpura hemorrágica. 
 Outro recurso seria a extração dental utilizando-se alças de borracha 
que envolva totalmente o dente, expulsando-o lentamente do alvéolo. Esta 
enfermidade está relacionada com a fração globulínica do plasma sangüíneo. A 
protrombina e o fibrinogênio existem em quantidades normais, sendo que a 
transformação da protrombina em trombina é mais lenta. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
257
 No caso da necessidade de intervenção cirúrgica, o paciente deverá ser 
medicado com plasma liofilizado antes da intervenção e nos três dias subseqüentes 
ao tratamento cirúrgico, para manter o tempo de coagulação em nível abaixo de vinte 
minutos. Como tratamento local, esponja de fibra preparada com fibrinogênio e 
trombina humanos tem oferecido bons resultados. 
 Poderão ser utilizados, ainda o gelfoan e a celulose absorvível, que 
poderá ser umedecida com solução de trombina. Deverão ser extraídos um ou dois 
dentes em cada intervenção. 
 
 4. Processo inflamatório agudo: Esta contra-indicação não é formal 
nem segue normas gerais, pois cada paciente e cada processo infeccioso é um caso 
particular que deverá ser observado atentamente. A extração de um dente com 
processo inflamatório agudo depende em muito da intensidade da infecção e do 
estado geral do paciente. Sem dúvida, num paciente com estado geral precário, a 
exodontia é contra-indicada. 
 Sobre esta questão, há divergências de um para outro autor, formando-
se duas escolas antagônicas: aquela na qual a exodontia deve ser adiada em quaisquer 
circunstâncias e, a escola radicalista que indica a extração em qualquer caso. 
 Nós, particularmente, somos de opinião que é conveniente adiar a 
exodontia, porque a inflamação aguda, por si só, já é processo de defesa e, somente 
casos excepcionais exigem esta indicação. Como coadjuvante, deve-se prescrever 
antibiótico, antes e após a intervenção, para auxiliar a defesa do organismo. 
 
 5. Hipertensão arterial: Constituía-se, também uma contra-indicação 
à exodontia. Atualmente, com o progresso da terapêutica e da farmacologia, deixou 
de ser impedimento formal. Pacientes com hipertensão arterial deverão ser 
encaminhados a médicos especialistas antes da intervenção cirúrgica, sendo ele quem 
dirá quando o paciente estará devidamente compensado. 
 O profissional deverá tomar certas precauções antes e durante o 
tratamento cirúrgico de pacientes hipertensos, mesmo após a autorização do médico. 
Assim, evitará todo e qualquer procedimento que possa elevar sua pressão arterial 
como: precaução e excitação, ambas de fundo psíquico, solução anestésica contendo 
vasoconstritores, cirurgias extensas e de grande duração. Recomenda-se ainda, a 
utilização de medicação pré-anestésica. 
 Com pré-operatório adequado, preparo psíquico do paciente e eleição 
de anestésicos sem adrenalina, deixará de existir a contra-indicação, sendo que a 
exodontia poderá ser realizada. 
 
 6. Gestação: Quando a exodontia é realizada de acordo com os 
requisitos de técnica e cuidados pré e pós-operatórios, a possibilidade de aborto ou 
qualquer outro distúrbio é muito remota, pois a gestação não é um estado patológico. 
Assim, este estado não consiste uma contra-indicação formal. Como a gestação traz 
certo número de modificações fisiológicas decorrentes da adaptação do organismo 
materno a esta nova situação, aventou-se a hipótese de que a soluçãoanestésica 
agiria sobre o útero, provocando aborto e, que a extração de dentes infectados 
possibilitaria uma bacteremia. 
 Experiências realizadas neste sentido concluíram que: 1) Quanto ao 
anestésico, o uso de novocaína, embora seja um pouco tóxica, não produz distúrbios 
quando aplicada em dose normal. A adrenalina e seus sucedâneos quando usadas na 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
258
proporção de 1 / 40.000 a 1/100.000, não provocam distúrbios porque são 
vasoconstritores de ação local, não havendo, portanto, perigo de causarem 
vasoconstrição dos vasos uterinos. 2) Quanto à bacteremia pós-operatória, 
efetivamente é distúrbio grave, podendo inclusive provocar abortos. 
 Na extração de um dente infectado por estreptococo, que é o mais 
comumente encontrado nas infecções dentais, há a possibilidade de bacteremia, daí 
todos os cuidados a serem tomados, como prescrição de antibióticos, antes e após a 
extração, desde que haja possibilidade, pelo período em que se encontra a gestante. 
 Outro fator importante, para profilaxia dos distúrbios em pacientes 
grávidas, é que elas confiem no profissional, estando, portanto completamente 
despreocupadas. Para isto, torna-se necessário prepará-las psicologicamente, 
baixando seu estado emocional. Colocadas de lado estas causas, a exodontia deixa 
de ser contra-indicada, muito embora deva ser obtida opinião do médico assistente da 
paciente. 
 Contudo, nos primeiros três meses, no sétimo e no nono mês de 
gestação, não é também oportuna a intervenção, dependendo, entretanto, de cada 
paciente individualmente. Se, pela anamnese, a paciente relata casos de abortos 
anteriores, só em última instância será indicado qualquer tipo de intervenção nos 
períodos acima citados. Em casos de extrema necessidade, o profissional deverá 
solicitar a colaboração do médico que assiste a paciente. 
 
 7. Menstruação: É geralmente contra-indicada a exodontia, pois a 
função hormonal da paciente está completamente alterada. Intervenção cirúrgica 
neste período poderá ocasionar suspensão da menstruação ou ainda, poderá provocar 
hemorragias rebeldes. Desde que a exodontia possa ser adiada, marca-se o retorno 
da paciente para após 4 ou 5 dias, a não ser que seja de extrema necessidade a 
intervenção, estando a paciente totalmente controlada emocionalmente, bem como 
tendo plena confiança no profissional. 
 
 8. Neoplasias malignas situadas na cavidade bucal: É contra-
indicada a exodontia quando o dente se encontra na massa tumoral e houver sido 
indicado tratamento cirúrgico. Neste caso a exérese da neoplasia será feita em 
monobloco, incluindo os dentes. Porém, se for indicado tratamento por irradiação, 
pode-se fazer a extração dos dentes situados na massa tumoral e nas proximidades. 
 
 9. Pacientes submetidos à irradiação na cavidade bucal, com doses 
de irradiação para neoplasias: A exodontia é formalmente contra-indicada, pois a 
radiação provoca endoarterite obliterante local, reduzindo a irrigação e a nutrição da 
região. O tecido ósseo, que normalmente tem pouca irrigação, passa a ter menos 
ainda e o traumatismo causado pela extração poderá determinar transtornos locais, 
com o aparecimento de osteorradionecroses. 
 
 10. Leucemia: Contra-indica a exodontia devido à possibilidade de 
hemorragia intensa e prolongada, agravando conseqüentemente, o estado de saúde do 
paciente, que já é precário. A exodontia será realizada somente em casos especiais, 
assim mesmo a com cooperação de um médico e, com cuidadoso tratamento pré-
operatório. Deverá ser praticada num hospital, porque há maiores recursos e, em 
caso de eventuais complicações, o paciente será imediatamente socorrido. Tanto nas 
leucemias linfóides quanto nas mielóides, são contra-indicadas quaisquer 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
259
intervenções cirúrgicas na cavidade bucal, podendo causar necroses, hemorragias e 
até mesmo a morte do paciente. 
 
 11. Agranulocitose ou neutropenia maligna: Em pacientes com 
agranulocitose não deve ser realizada intervenção cirúrgica na cavidade bucal, 
devendo o profissional encaminhar o paciente imediatamente para tratamento 
médico. 
 
 12. Fusoespiroquetose (Angina de Vincent): Contra-indicada a 
exodontia, pois esta enfermidade poderá agravar-se, sendo que a eliminação de um 
dente facilitará a infiltração microbiana, que poderá atingir a corrente sangüínea, 
causando bacteremia ou septicemia. A exodontia somente será indicada após todos 
os sinais da fusoespiroquetose involuírem. 
 
 13. Anemia perniciosa: Em casos graves, não é oportuna a 
intervenção cirúrgica, particularmente por apresentar o paciente baixa resistência às 
infecções e, tendência à hemorragia no transoperatório. O paciente deverá ser 
encaminhado ao médico para tratamento geral, feito normalmente à base de vitamina 
B12 e extrato de fígado. 
 
 14. Tempo de coagulação e sangria acima do normal: Contra-
indicada a exodontia se o paciente não tiver um tratamento pré-operatório 
conveniente, pois haverá hemorragia que será debelada com muita dificuldade. Com 
razoável tratamento pré-operatório, a contra-indicação deixará de existir. 
 
 15. Anemia hipocrômica microcítica: Em casos graves o paciente 
deverá ser encaminhado ao médico para tratamento, à base de ferro. 
 
 16. Anemia aplástica: É estado grave, por apresentar o paciente uma 
diminuição de todos os glóbulos sangüíneos. O paciente deverá ser imediatamente 
encaminhado ao médico para tratamento adequado. 
 
 17. Alergias: Pacientes que apresentam problemas de alergia frente a 
alguns medicamentos ou outros agentes merecem cuidados especiais antes da 
intervenção cirúrgica. Assim, pacientes que apresentam reações alérgicas à anestesia 
local, antibiótico ou outros medicamentos devem ser assistidos antes da cirurgia. 
 
 18. Telangiectasia hereditária: Pacientes com esta alteração 
apresentam angiomas cutâneos ou nas mucosas. Intervenções cirúrgicas na cavidade 
bucal devem ser praticadas sempre em colaboração com o médico. 
 
 19. Sífilis: Pacientes com provas sorológicas (VDRL e Wassermann) 
positivas devem ser encaminhados ao médico para tratamento, antes de sofrerem 
qualquer tipo de intervenção. Em casos de necessidade da cirurgia, o profissional 
deverá proteger-se com luvas e máscaras, gorro, óculos especiais, etc. 
 
 20. Tuberculose: Pacientes tuberculosos devem ser encaminhados ao 
médico para tratamento. Quaisquer tratamentos cirúrgicos na cavidade bucal devem 
ser realizados em colaboração com o médico. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
260
 21. Pacientes com afecções hepáticas: Pacientes portadores de 
icterícia obstrutiva ou hepatopatias primitivas podem apresentar deficiências na 
formação de protrombina, devido à hipovitaminose K. Estão assim, sujeitos à 
hemorragia no trans e pós-operatório. 
 
 22. Pacientes com fragilidade capilar ou prova de Rumpel-Leede 
positiva: Pacientes com púrpura trombocitopênica apresentam fragilidade capilar e, 
conseqüentemente, graves hemorragias no trans e no pós-operatórios. Devem, 
portanto, serem medicados e liberados pelo médico assistente, para a realização de 
intervenção na cavidade bucal. 
 
 23. Pacientes portadores do vírus HIV positivo: Diagnosticada a 
enfermidade, os pacientes deverão ser encaminhados a um centro especializado para 
tratamento. Se já estiverem em tratamento, o profissional que for atender deverá 
fazê-lo tomando todas as precauções necessárias. Contudo, deverá e poderá realizar 
o atendimento com o máximo de atenção necessária, pois são pessoas que estão mais 
do que ninguém, necessitando de toda atenção, principalmente de carinho e diálogo. 
 
oOo 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
261
PLANEJAMENTO DAS EXODONTIAS E 
 
ELEIÇÃO DAS TÉCNICAS EXODÔNTICAS 
 
 Para ser estabelecido um plano de tratamento exodôntico, é preciso ser 
considerados aspectos clínicos e radiográficos relativos ao dente passível de extração 
e seus tecidos de suporte, elegendo-se dentre váriastécnicas exodônticas, aquela 
mais indicada para sua realização. 
 Vários autores estabelecem critérios para o planejamento das 
exodontias, assim é que AVELLANAL (1946) descreve a técnica da extração com 
fórceps, indicando-a quando o dente a ser extraído for anatomicamente normal e, 
situado em posição correta no arco alveolar, não apresentando processos patológicos 
que hajam modificado sua morfologia, ou ainda dentes vizinhos que possam 
dificultar esta técnica. Aconselha ainda na falência da exodontia, algumas técnicas 
pelo uso de elevadores, fracionamento prévio e extração a retalho. 
 GIETZ (1946) é de opinião que “técnicas colocadas em jogo para 
proceder-se a avulsão das peças dentárias podem ser classificadas em quatro grupos 
principais: extração com fórceps, com alavanca, extração fracionada por odontotomia 
ou odontossecção, extração por ostectomia e, por alveolectomia ou a retalho”. 
 MEAD (1948) faz considerações sobre a exodontia com fórceps e 
com perfurações e, somente indica o seccionamento para dentes retidos, comentando 
ainda que, “para a extirpação cirúrgica dos terceiros molares inferiores com retenção 
horizontal, pode-se fazer a divisão longitudinal do molar retido por meio de cinzel 
com duplo fio”. 
 THOMA (1963) descreve dois tipos de extrações dentárias: pelo 
método aberto e pelo método fechado. Para este autor, o método fechado ou de 
fórceps deve ser usado para extrações simples e, não para casos mais complexos. 
Método aberto ou cirúrgico é aquele em que se realiza a exodontia por incisão e 
ostectomia, para obter-se uma boa visibilidade além de fácil acesso ao dente a ser 
extraído. 
 Muito embora RIES CENTENO (1964) não haja estabelecido uma 
classificação ou planejamento para as exodontias, cita em diferentes capítulos as 
extrações de dentes permanentes normalmente implantados, a extração de raízes 
permanentes, a extração por alveolectomia, a extração por seccionamento, a extração 
de dentes com anomalias de direção ou de posição e, finalmente a extração de dentes 
retidos. 
 GRAZIANI (1968) entende que “a intervenção exodôntica deva ser 
praticada por três processos que, pela diversidade de seus princípios, resultados e, 
indicações, podem ser divididos e denominados da seguinte maneira: técnica 
primeira, que consiste na extração do dente por meio de fórceps; técnica segunda, 
que efetua a extração dental ou radicular por meio de alavancas; e a técnica terceira, 
que se refere a colocar a descoberto o processo alveolar pelo lado do vestíbulo e, 
extrair o dente por meio da ressecção da tábua óssea vestibular”. 
 Analisando-se GRAZIANI (1968), nota-se que a técnica primeira é 
caracterizada pelo uso de fórceps, a segunda pela utilização de alavancas e a terceira 
pela via não-alveolar, após a eliminação da tábua óssea vestibular. 
 Pelo exposto, tanto GIETZ (1946) quanto GRAZIANI (1968), 
apresentam algumas técnicas já classificadas em grupo, segundo o instrumental 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
262
usado, que são os fórceps e as alavancas, divisão de dente multirradicular em 
fragmentos distintos e, eliminação de elementos que possam impedir a exodontia, 
quer pela ostectomia, quer pelas alveolectomias. 
 SANTOS PINTO; MARZOLA (1960) sugerem a classificação das 
diversas técnicas exodônticas de acordo com as vias pelas quais os dentes possam ser 
extraídos (Quadro IV. 1). 
 
Quadro IV. 1 - Classificação das técnicas cirúrgicas exodônticas (SANTOS PINTO; MARZOLA, 
1960). 
 
 
 Sem Seccionamento dental 
 Alveolar 
 Por Seccionamento dental 
 
 Exodontia - vias 
 Parcial 
 Por Alveolectomia 
 Não-Alveolar Total 
 Por Ostectomia 
 
 Por Apicectomia ou apicoplastia 
 
 
 A exodontia pela via alveolar é a manobra pela qual o dente é extraído 
no sentido de seu eixo de implantação ou ainda, no sentido do longo eixo do seu 
alvéolo. Por esta via o dente poderá ou não sofrer o seccionamento de suas raízes ou 
de sua coroa, com a finalidade única de simplificar a extração dental. Assim, em 
dentes multirradiculares com raízes expulsivas ou unirradiculares sem dilaceração 
apical, a extração será realizada sem o seccionamento dental (Fig. IV. 16-A). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 16 – Configuração esquemática da classificação das técnicas exodônticas: (A) exodontia pela 
via alveolar; (B) exodontia pela via alveolar por seccionamento; (C) exodontia por 
alveolectomia parcial; (D) exodontia por alveolectomia total; E: exodontia por 
ostectomia. 
 
 A exodontia pela via não-alveolar, como seu próprio nome indica, é 
aquela em que o dente é extraído por via que não a de seu longo eixo de implantação. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
263
Assim, há necessidade de criá-la, o que é conseguido por meio das alveolectomias 
parciais, totais ou ostectomias (Fig. IV. 16-C, D e E). 
 Por alveolectomia parcial entende-se o ato cirúrgico pelo qual a tábua 
óssea externa é eliminada parcialmente, a fim de que o dente seja extraído através 
desta nova via criada (Fig. IV. 16-C). 
 Por alveolectomia total entende-se o ato cirúrgico pelo qual a tábua 
óssea externa é eliminada totalmente para que, como no caso anterior, o dente possa 
ser extraído por esta nova via, muito mais ampla (Fig. IV. 16-D). 
 Por ostectomia compreende-se a eliminação de uma porção óssea que 
recobre fragmentos de raízes ou ainda dentes retidos a serem extraídos (Fig. IV. 16-
E). 
 Por apicectomia ou apicoplastia, entende-se a manobra em que o dente 
é eliminado de seu alvéolo, parte por via alveolar e parte por uma via não-alveolar. 
A técnica consiste em praticar uma apicectomia ou ainda uma apicoplastia, como 
parte de um treinamento protocolado. 
 
ELEIÇÃO DAS TÉCNICAS EXODÔNTICAS 
 
 As técnicas exodônticas devem ser eleitas após minucioso estudo 
clínico e radiográfico da região em que se vai intervir. Assim, o conhecimento 
anatômico da região dos processos alveolares é de fundamental importância, tendo 
em vista as forças que serão aplicadas nos dentes, com reflexos nos alvéolos. Há 
necessidade de conhecer perfeitamente as espessuras das tábuas ósseas externa e 
interna, para se ter noção exata da distribuição das forças na mecânica da exodontia 
(Fig. IV. 17). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 17 – Configuração esquemática dos rebordos alveolares: A: rebordo com dentes; B: rebordo 
desdentado. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
264
 Desta maneira, pode-se generalizar a indicação da eleição das técnicas 
cirúrgicas exodônticas da seguinte maneira: 
• 1. Exodontia pela via alveolar: 
• 1.1 Sem seccionamento dental: 
• Indicações clínicas: 
• Dentes com a coroa total ou parcialmente 
íntegra (Fig. IV. 18). 
• Raízes com ponto de aplicação para os 
fórceps ou os extratores (Fig. IV. 18). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 18 – Dentes com a coroa total ou parcialmente íntegras ou raízes com ponto de aplicação para 
fórceps ou extratores. 
 
• Indicações radiográficas: 
• Em dentes uni ou multirradiculares com 
raízes normais ou expulsivas (Fig. IV. 18). 
• 1.2 Por seccionamento dental: 
• Indicações clínicas: 
• Dentes multirradiculares com coroa 
totalmente destruída (Fig. IV. 19). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 19 – Indicação clínica com imagem radiográfica para a extração de dentes com coroas 
destruídas. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
265
• Dentes multirradiculares com restaurações 
extensas (Fig. IV. 20). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 20 – Indicação clínica com imagem radiográfica para a extração de dentes com restaurações 
extensas. 
 
• Indicações radiográficas: 
• Dentes com raízes divergentes(Fig. IV. 21). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 21 – Indicação clínica com imagem radiográfica para a extração de dentes com raízes 
divergentes e convergentes. 
 
• Dentes com raízes convergentes (Fig. IV. 
21). 
• Dentes retidos (Fig. IV. 22). 
• Dentes decíduos com o germe do 
permanente alojado entre suasraízes (Fig. 
IV. 23). 
• 2. Exodontia pela via não-alveolar: 
• 2.1 Por alveolectomia parcial: 
• Indicações clínicas: 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
266
• Dentes com anomalias de posição e formas 
radiculares (Fig. IV. 24-A). 
• Dentes portadores de pivôs (Fig. IV. 24-B). 
• Dentes com coroa de jaqueta (Fig. IV. 24-
C). 
• Dentes multirradiculares em que a 
destruição coronária não permita suficiente 
ação dos fórceps ou dos extratores (Fig. IV. 
24-D). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 22 – Imagem radiográfica de um dente retido com indicação de extração cirúrgica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 23 – Imagem radiográfica de dentes decíduos indicados para extração com o germe do 
permanente alojado entre suas raízes. 
 
B 
D 
A 
 
 
 
 
 
 
 C 
 
 
 
 
 
 
Figs. IV. 24 – (A, B, C e D) Imagens radiográficas de dentes indicados para extração por 
alveolectomia parcial. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
267
• Indicações radiográficas: 
• Nas relações entre raízes dentais e 
estruturas anatômicas importantes contíguas 
(Fig. IV. 24). 
• Quando a resistência coronária for pequena 
(Fig. IV. 24-D). 
• Em raízes (Fig. IV. 25). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 25 – Imagem radiográfica de dentes indicados para extração pela via não-alveolar por 
alveolectomia parcial. 
 
• 2.2 Por alveolectomia total: 
• Indicações clínicas: 
• Na falência das técnicas exodônticas. 
• Indicações radiográficas: 
• Nas anquiloses alvéolo-dentais. 
• Nas hipercementoses (Fig. IV. 27). 
• Nas dilacerações apicais(Figs. IV. 29 IV. 
30). 
• 2.3 Por ostectomia: 
• Indicações clínicas: 
• Em raízes. 
• Indicações radiográficas: 
• Em raízes e dentes retidos (Fig. IV. 26). 
• 2.4 Por apicectomia ou apicoplastia: 
• Indicações radiográficas: 
• Dentes unirradiculares com dilacerações 
apicais (Figs. IV. 29 IV. 30). 
• Dentes com hipercementose (Fig. IV. 27). 
 
o0o 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
268
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CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
273
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o0o 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
274
EXAME RADIOGRÁFICO 
 
PRÉ-EXODONTIA* 
 
 Atualmente os critérios utilizados na seleção da imagem radiográfica, 
são estabelecidos para cada paciente individualmente. A tomada radiográfica prévia 
à exodontia é muito importante, vindo auxiliar o cirurgião-dentista no diagnóstico e 
planejamento cirúrgico, diminuindo assim o número de acidentes. 
 São várias as técnicas radiográficas intra e extrabucais usadas em 
odontologia e, a técnica adequada a cada caso, melhora a qualidade do diagnóstico, 
aumentando o número de informações que possam vir a ser obtidas em cada 
radiografia. 
 A radiografia panorâmica é uma técnica extrabucal muito utilizada no 
diagnóstico e planejamento cirúrgico das exodontias (Fig. IV. 26). Muitas são as 
vantagens desta técnica, pois além de permitir a interpretação das estruturas ósseas e 
dentárias dos maxilares com uma pequena quantidade de radiação recebida pelo 
paciente, possibilita um mínimo desconforto, bastante rapidez e, um número muito 
grande de informações com apenas uma radiografia. 
 
 
 
A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 26 – (A) Radiografias panorâmicas mostrando a permanência do primeiro molar inferior 
decíduo do lado direito, um odontoma e o primeiro pré-molar inferior retido; (B) outra 
mostrando um terceiro molar inferior retido e impactado, e o segundo e terceiro molares 
inferiores do lado esquerdo retidos; (C) outra mostrando um canino superior retido. 
_______________________________________________ 
* Autora: 
 Profa. Dra. Ana Lúcia Álvares Capellozza. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
275
 A mandíbula é mais bem visualizada nesta técnica do que a maxila, e 
assim sendo, uma grande parte dos planejamentos cirúrgicos feitos para a mandíbula 
não necessitam de outros exames complementares. Entretanto para a maxila ocorre 
uma exigência de uma complementação com técnicas intrabucais (periapicais e 
oclusais), que são necessárias para a localização radiográfica, melhor visualização de 
dentes multirradiculares, anomalias radiculares ou quando a partir da radiografia 
panorâmica suspeita-se de alterações periapicais. 
 Recursos mais avançados como as tomografias computadorizadas são 
indicados no caso de procedimentos cirúrgicos mais complexos. 
 Nas técnicas radiográficas periapicais, os conhecimentos técnicos e 
anatômicos são de grande importância para que não ocorram alterações na imagem, 
como encurtamento ou alongamento do dente radiografado. São várias as lesões e 
anomalias dentárias que podem trazer algum transtorno, se não identificadas 
anteriormente à exodontia e, dentre aquelas de maior ocorrência encontram-se: a 
hipercementose, raízes supranumerárias e, dilaceração e concrescência radiculares. 
 A hipercementose consiste numa formação excessiva de cemento na 
superfície radicular, aumentando a espessura, além de alterar a forma dos 2/3 apicais, 
que são aqueles mais diretamente envolvidos. Pode ocorrer somente nos ápices 
radiculares, causando complicações na exodontia, sendo os dentes inferiores 
geralmente os mais envolvidos. Os aspectos radiográficos são: aumento da espessura 
da raiz que apresenta um formato “rude” com ou sem contorno radicular normal, 
com a integridade do espaço periodontal mantida (Fig. IV. 27). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. IV. 27 – Hipercementose no segundo pré-molar superior que se apresenta também bastante 
próxima do seio maxilar. A tentativa de exodontia desse dente por via alveolar, poderia 
levar ao rompimento do soalho do seio maxilar. 
 
 A concrescência é o resultado de uma união entre as raízes de dois ou 
mais dentes pelo cemento, sendo que esta união vem a ocorrer durante o 
desenvolvimento dental (Fig. IV. 28). É mais freqüente entre os segundos e terceiros 
molares na maxila e, sua etiologia pode estar associada à falta de espaço, vindo a 
causar dificuldades numa exodontia e, também na movimentação ortodôntica. 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
276
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. IV. 28 – Aspecto radiográfico de concrescência entre o segundo e terceiro molar superior, 
mostrando a importância na identificação desta anomalia dental, anteriormente aos 
procedimentos cirúrgicos. 
 
 As raízes supranumerárias podem estar presentes em qualquer dente, 
sendo que aqueles mais afetados são os unirradiculares os primeiros pré-molares 
inferiores, seguidos pelos caninos inferiores. A prevalência de raízes 
supranumerárias nos primeiros molares inferiores pode varias de 1,0% em pacientes 
brancos até 19,0% na raça amarela. A presença de raízes supranumerárias só pode 
ser constatada através de exame radiográfico, podendo estar fusionada ou não. 
Muitas vezes, duas tomadas radiográficas com ângulos horizontais diferentes podem 
ser necessárias na identificação das raízes supranumerárias superpostas, sendo a 
diminuição súbita no tamanho do canal radicular, leva a suspeitar da presença dessas 
raízes. A avaliação do espaço periodontal também auxilia neste diagnóstico de 
grande importância, principalmente na terapêutica endodôntica ou ainda nas 
exodontias, evitando sua fratura com permanência no alvéolo, onde poderão ser 
causa de patologias diversas (Fig. IV. 29). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 29 – Aspecto radiográfico exibindo primeiro molar com três raízes distintas. 
 
 As dilacerações radiculares geralmente se desenvolvem a partir de 
traumas mecânicos durante a formação radicular, podendo ocorrer em qualquer dente 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
277
e, em qualquer porção radicular, sendo os dentes mais freqüentemente envolvidos os 
terceiros molares inferiores, os incisivos laterais superiores e os pré-molares 
superiores, com tendência à curvatura para distal. Dentes com dilacerações 
freqüentemente apresentam problemas durante as exodontias e, as radiografias são 
um exame complementar importante no diagnóstico e plano de tratamento dos dentes 
afetados (Fig. IV. 30). 
 
 
 A C 
 
 B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. IV. 30 – (A, B e C) Radiografias periapicais mostrando exemplos de dilacerações radiculares em 
incisivos superiores e em dentes posteriores. 
 
 A região de molares superiores necessita sempre de uma interpretação 
radiográfica cuidadosa, pois neste local com certa freqüência pode-se observar 
extensões alveolares, para a região do túber e seio maxilar. As extensões para a 
região do túber tornam esta região ainda mais sujeita a fraturas durante as 
exodontias, com conseqüências bastante desagradáveis. 
 Estas extensões tornam as exodontias mais arriscadas, pois o soalho 
do seio maxilar pode estar em íntimo contato com as raízes, podendo fraturar-se, bem 
como ser removido juntamentecom o dente, resultando numa comunicação buco-
sinusal. Deve-se ressaltar que em caso de apenas um molar estar presente na região 
mencionada, estes cuidados devem ser redobrados, pois invariavelmente haverá uma 
diminuição da resistência do soalho do seio maxilar, sendo a exodontia por 
seccionamento indicada. 
 
o0o 
CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO IV 
EXODONTIA 
278
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o0o

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