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CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 245 CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV “EXODONTIA” Π CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 246 CAPÍTULO IV EXODONTIA* DA NECESSIDADE E OPORTUNIDADE O principal objetivo da prática odontológica é salvar o dente. No momento atual, o Cirurgião-Dentista tem podido, em face de seus conhecimentos e aprendizado, empregar muitas e variadas técnicas e processos visando à conservação do dente no arco dental. Somente com a colaboração e trabalho em conjunto de todos os profissionais é que toda esta gama de técnicas poderá ser recebida de maneira correta pelo paciente. A cirurgia bucal, quando praticada e baseada em modernos conhecimentos, poderá beneficiar o paciente em muitos caminhos, pois toda cirurgia é realizada tendo em vista um futuro tratamento conservador. Daí, nosso ponto de vista totalmente conservador em relação a todas as técnicas cirúrgicas. Encarar o homem como um “todo” é de fundamental importância, e somente assim será enaltecida a figura do CD, pois nosso paciente é um espelho que reflete a própria imagem. Por isto o controle da dor e da ansiedade, além do medo, deve ser observado com o máximo de carinho pelo profissional, que somente desta maneira estará, sem qualquer sombra de dúvida, elevando a dignidade da pessoa humana, prestando serviço à comunidade e, o que é realmente importante, auxiliando o próximo com amor. Este tripé deverá nortear a vida de todo CD dentro de seu ambiente de trabalho. Deve-se desta maneira, conscientizar o profissional, bem como o estudante, da problemática que lhe é atribuída numa exodontia, observando não apenas o dente a ser extraído do paciente, mas a cavidade bucal e o “todo” deste indivíduo. As técnicas exodônticas em si apresentam características especiais no campo da cirurgia e, compreendem a utilização de forças e movimentos coordenados, exigindo, daqueles que a realizam, domínio tátil, agudeza psíquica e extrema sensibilidade informativa e reguladora, que vem demandar longo período de prática, para seu perfeito domínio. Além do mais, seu cérebro deverá estar sempre atento, captando todas as informações colhidas pelas suas mãos e, para isto, deve-se preocupar com a técnica cirúrgica exodôntica, em “como se extrair” um dente bem extraído e, não procurar realizar quantidade de extrações. Surge daí a perfeita conscientização de segurança do aluno - futuro profissional - sendo este o principal objetivo desta obra. Do ponto de vista da saúde, a exodontia está ligada à terapêutica e à profilaxia dos focos de infecção, devendo ser praticada com indicação precisa e oportunidade correta. Com relação ao aspecto socioeconômico-cultural, deve-se salientar a quase total inacessibilidade do tratamento conservador a todas as categorias populacionais. Em virtude disto, decorre a evolução de lesões, que convertem a exodontia em prática de alta freqüência. _____________________________________ *AUTOR: Prof. Dr. Clóvis Marzola CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 247 Convém por isto, ser tomada uma posição por parte do profissional, disciplinando as extrações dentárias e, somente realizando aquelas corretamente indicadas, colaborando assim com a educação sanitária. Tem-se com estes principais tópicos enfocados, uma dimensão do problema “EXODONTIA”, situando sua prática no real campo da saúde. A exodontia foi considerada durante muito tempo como um ato cirúrgico de pequena importância, sendo praticada por toda e qualquer pessoa que tivesse como predicado principal ou único, a força. Conseqüentemente ocorriam acidentes, desde os mais simples até os mais graves, com sérias complicações, resultantes da falta de cuidado e, do conhecimento de técnicas aprimoradas, à fobia que os pacientes sentem até o dia de hoje pela extração dental. Os pacientes temem-na mais que a qualquer outra cirurgia, apesar das técnicas mais requintadas e, dos modernos métodos de anestesia que existem atualmente. Assim, inicialmente está o preparo psicológico que o profissional deverá fazer com o paciente, instruindo-o sobre a moderna Odontologia, tirando-o daquele primitivismo sociocultural. Contudo, devem todos os profissionais conscienciosos ter conhecimento perfeito da anatomia bucal, fazer planejamento correto da intervenção, bem como a escolha da técnica mais indicada para o caso. Desta forma serão evitados os acidentes tão comuns do passado. Quanto ao número de dentes a serem extraídos numa única etapa, caberá ao profissional julgar corretamente o caso, estudando-o minuciosamente, pois os casos são individuais, entrando em jogo o “bom senso” de cada um. Entretanto são necessários para uma exodontia, certos requisitos essenciais, para aquilatar-se quais dentes deverão ou não ser conservados ou extraídos, bem como se o paciente está ou não em condições de sofrer a intervenção. Assim, vê-se o profissional frente à necessidade da exodontia, as indicações para uma intervenção cirúrgica e, no caso exodôntica e, a oportunidade delas, as contra-indicações para a cirurgia exodôntica. DA NECESSIDADE Muito embora a Odontologia tenha como finalidade a conservação dos dentes e estruturas vizinhas, determinados fatores levam-na à eliminação de dentes que deveriam ser conservados. Uma exodontia não deve ser indicada sem que antes tenham sido esgotadas todas as possibilidades de aproveitamento do dente. Em seu conjunto, os dentes constituem uma das principais partes do aparelho digestivo, sendo os responsáveis pela trituração dos alimentos, auxiliando a primeira fase da digestão, facilitando a função dos demais órgãos deste aparelho. A falta de um ou mais dentes diminui o poder da mastigação, sobrecarregando os dentes remanescentes, além de alterar a fisiologia da articulação temporomandibular, além da estética facial. Estas condições, provocando distúrbios funcionais e psíquicos, modificando o modus vivendi do indivíduo, tornando-o uma pessoa astênica e socialmente retraída. Para serem evitadas estas conseqüências desagradáveis, tanto para os profissionais como para a sociedade e, mais restritamente para o próprio paciente, deve-se lançar mão de todos os recursos para manter os dentes em perfeitas condições. Contudo, não é somente o profissional aquele que deve orientar e tratar, sendo essencial que o próprio paciente, também, colabore na conservação dos dentes e, da cavidade bucal, mantendo-os em bom estado de higiene. Caberá dessa maneira CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 248 aos profissionais, através da endodontia, dentisteria, periodontia, ortodontia e prótese, conservar estes dentes, senão pela sua higidez, pelo menos em seu alvéolo. Quando, porém houver desleixo por parte do paciente e falharem todos os recursos profiláticos e terapêuticos, como indicação surge sempre a cirurgia e, para o caso a exodontia. Existe, portanto a necessidade da exodontia nos seguintes casos, apesar de atualmente poder-se dizer mesmo que não mais existe necessidade premente da extração dental, principalmente em pacientes com recursos, pois há meios suficientes que permitem a conservação do dente. A indicação restringe-se especialmente àqueles casos em que se observa que não mais há qualquer possibilidade de sua manutenção e, àqueles pacientes sem qualquer condição econômica. Assim, há necessidade das exodontias nos seguintes casos: 1. Dentes com foco de infecção sem possibilidade de tratamento endodôntico, sendo a apicoplastia contra-indicada (Fig. IV. 1): Esta indicação está reservada aos dentes impossíveis de receber tratamento endodôntico, devido apresentarem raízes com grandes curvaturas, nódulos pulpares, etc. Tais raízes impedem ou ainda, impediam o preparo mecânico do canal, impossibilitando desta forma, seu tratamento. Haveria então a possibilidade de ser indicada a aplicoplastia, entretanto, averificação de comprometimento periodontal avançado, com excessiva reabsorção óssea alveolar, impediria esta manobra. Eliminadas estas duas hipóteses para a salvação do dente, torna-se necessário sacrificá-lo. Atualmente o tratamento endodôntico pode ser perfeitamente realizado nestes dentes, razão pela qual, também, esta possibilidade fica eliminada. Por outro lado, a cirurgia periodontal encontra-se bem evoluída, salvando dentes que estariam irremediavelmente perdidos. A B Fig. IV. 1 – (A e B) Dentes com foco de infecção, sem possibilidade de tratamento endodôntico, sendo a apicoplastia também contra-indicada. 2. Dentes decíduos que retardam o irrompimento do permanente (Fig. IV. 2): Os dentes decíduos mantendo-se no arco além do tempo normal, constituem impedimento mecânico que dificulta o irrompimento do dente permanente. Como a força do crescimento é constante, o dente permanente procura vencer o impedimento, desviando-se de sua posição normal e, irrompendo fora de CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 249 seu alinhamento, ocasionando apinhamentos dentais, além de má oclusão. A extração destes dentes decíduos é feita como profilaxia da má oclusão. Fig. IV. 2 – Dentes decíduos que retardam o irrompimento do permanente. 3. Periodontopatias avançadas (Fig. IV. 3): A exodontia é indicada quando houver processo periodontal com reabsorção óssea muito acentuada (mais de um terço da raiz), além de apresentar o dente grande mobilidade, impedindo qualquer tratamento conservador, pois estas alterações estão incluídas no segundo maior motivo de exodontias (MARZOLA, 1963, 1965; MACHADO et al. 1973 e MARZOLA, 2000). O caso deve ser perfeitamente estudado, clínica e radiograficamente, a fim de verificar-se a impossibilidade de qualquer tratamento conservador para a salvação dos elementos dentais. Fig. IV. 3 – Casos de alterações periodontais muito avançadas e que contra-indicariam um método conservador. 4. Razões protéticas (Fig. IV. 4): Muitas vezes, devido ao número reduzido de dentes que o paciente possui, mesmo que estejam em perfeitas condições, a confecção de prótese parcial removível é contra-indicada, porque não apresentará os requisitos necessários. Por razões protéticas, da mesma maneira, é indicada a extração dos dentes remanescentes, para ser confeccionada uma prótese total, principalmente nos casos em que as condições econômicas do paciente são reduzidas. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 250 Fig. IV. 4 – (A e B) Aspectos clínicos em que, por razões protéticas, seria indicada a exodontia. 5. Dentes não restauráveis (Fig. IV. 5): Quando os dentes apresentam extensas lesões cariosas, sendo impossível e, até mesmo impraticável a confecção de qualquer restauração, sua extração é indicada - grande causa de extrações (MARZOLA, 1963, 1965; MACHADO et al. 1973 e MARZOLA, 2000). Normalmente, este problema apenas ocorre com pacientes de condições socioeconômicas totalmente desfavoráveis, razão pela qual se indica a extração da unidade. Fig. IV. 5 – Dentes não restauráveis, sendo impraticável a confecção de qualquer tipo de restauração. 6. Dentes retidos (Fig. IV. 6): A exodontia é indicada, desde que seja observado que estes dentes não irão iruir, quando não houver espaço, bem como quando estiverem provocando acidentes nervosos, mecânicos, mucosos ou neoplásicos (MARZOLA, 1995). Fig. IV. 6 – Dentes retidos, sendo sua extração indicada. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 251 7. Dentes retidos e impactados (Figs. IV. 7): Estes dentes devem ser extraídos, pois, pela situação incorreta dentro do arco dental, exercem ação mecânica sobre os dentes vizinhos, podendo causar reabsorção de suas raízes além de, também, poderem provocar desalinhamento de outros dentes do arco dental (MARZOLA, 1995). Fig. IV. 7 – Dentes retidos e impactados, sendo sua extração indicada. 8. Dentes supranumerários (Fig. IV. 8): Geralmente, influem na articulação normal, causando má oclusão ou mesmo a retenção de determinados dentes (MARZOLA et al. 1968 e MARZOLA, 1995 e 2000). Quando isto ocorre, é indicada sua extração, com a finalidade de ser corrigida a má oclusão, além de permitir o irrompimento dos dentes que se encontravam retidos. A B Fig. IV. 8 – (A e B) Dentes supranumerários com indicação de exodontia. 9. Razões ortodônticas (Fig. IV. 9): É indicada a extração de um ou mais dentes quando a ortodontia necessita criar espaço para corrigir u’a má oclusão ou evitar ainda seu aparecimento. É o que acontece quando há falta de espaço para o irrompimento normal de determinados dentes. Em algumas oportunidades eles iruem em lugares indevidos, tornando-se ectópicos e, quando houver impossibilidade de tratamento ortodôntico, o único recurso é sua extração, porque também podem provocar má oclusão, além de afetarem a estética do paciente. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 252 Fig. IV. 9 – Extração indicada por razões ortodônticas. Foi extraído o primeiro pré-molar para possibilitar o irrompimento do canino ou seu transplante. 10. Dentes com raízes fraturadas (Fig. IV. 10): Quando ocorre a fratura junto ao colo dental, se houver possibilidade de tratamento endodôntico é indicado, além de, em alguns casos, o tracionamento da raiz. Contudo, quando a fratura ocorre próxima ao ápice, devido à impossibilidade de tratamento endodôntico e, principalmente porque a linha de fratura facilitará a instalação de uma infecção, é indicada sua extração. Isto, desde que não haja possibilidade de um reimplante dental ou de uma refixação dental, o que na grande maioria dos casos é muito viável e praticável (MARZOLA; TOLEDO FILHO; ABREU, 1994). A B Fig. IV. 10 – (A) Raízes com ápices fraturados por trauma (B) ou em cirurgias. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 253 11. Raízes residuais (Fig. IV. 11): São indicadas extrações destas raízes em diversas circunstâncias, desde que não haja qualquer possibilidade de sua recuperação dentro do arco dental, por tratamento conservador (MARZOLA; TOLEDO FILHO; ABREU, 1994). A B Figs. IV. 11– (A e B) Raízes residuais. 12. Dentes incluídos em neoplasias benignas (Figs. IV. 12): Devem ser extraídos tanto os que se encontram no interior da neoplasia, quanto aqueles que estiverem nas proximidades, para ser realizada a exérese completa da neoplasia, evitando-se sua recidiva (MARZOLA, 1997). A C B Fig. IV. 12 – (A, B e C) Aspectos radiográficos de dentes incluídos em neoplasias benignas, que necessitam ser extraídos. 13. Dentes relacionados com infecções do seio maxilar (Fig. IV. 13): Como estes focos periapicais drenam constantemente para o seio maxilar e, não sendo possível o tratamento devido à comunicação com esta cavidade, qualquer terapêutica não seria bem-sucedida, sem que antes fosse eliminado o dente portador do foco. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 254 Fig. IV. 13 – Dentes relacionados com infecções do seio maxilar, contra-indicando qualquer terapêutica sem que antes sejam eliminados os dentes portadores dos focos. 14. Dentes que traumatizam tecidos moles (Fig. IV. 14): Deverão ser extraídos para não ser provocado neste local o aparecimento de uma possível neoplasia. O traumatismo constante de um dente numa determinada região poderá provocar degeneração daqueles tecidos. Não sendo possível impedir o trauma, a extração do dente está indicada (MARZOLA, 1997). B A C CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 255 D Fig. IV. 14–(A, B, C e D) Aspectos clínicos e radiográficos de dentes que traumatizam tecidos moles, já provocando tumorações, que necessitam ser extraídos. 15. Dentes localizados em regiões que sofrerão radioterapia (Fig. IV. 15): Dentes incluídos nestas regiões deverão ser extraídos como medida profilática contra possíveis sérias complicações patológicas. Além do mais, as seguintes indicações primárias devem ser avaliadas: a) o suprimento sangüíneo da região tornar-se-á deficiente; b) alterações patológicas que sofrerão tanto os tecidos vizinhos quanto os próprios dentes pela irradiação; c) devido ao método de aplicação da irradiação na cavidade bucal. Segundo a grande maioria dos autores, estes dentes deverão ser extraídos, pois haverá deficiência no suprimento sangüíneo da região, além do aparecimento das denominadas cáries de colo, ou cáries da irradiação, possivelmente provocadas pela escassez de saliva na cavidade bucal. Quando o paciente já foi irradiado e, não mais suporta as dores provocadas pelos dentes, as extrações poderão ser realizadas cuidadosamente, com o mínimo de traumatismo possível, pois devido à falta de suprimento sangüíneo da região, poderá advir osteorradionecrose, com sérias complicações para o paciente. Figs. IV. 15 – Dentes localizados em regiões que sofrerão radioterapia. DA OPORTUNIDADE Até a bem pouco tempo, inúmeras eram as contra-indicações da exodontia. Com o progresso dos métodos de diagnóstico e do pré-operatório, muitas destas contra-indicações perderam sua razão de ser. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 256 A extração dental é oportuna ou não nos seguintes casos: 1. Diabetes mellitus: Constituía uma das contra-indicações à exodontia, entretanto, atualmente, com o progresso da terapêutica e da dietética, esta enfermidade deixou de ser uma contra-indicação formal. Pacientes diabéticos apresentam deficiências no metabolismo dos glúcides, manifestadas por hiperglicemia ou glicosúria. Mostram uma baixa resistência às infecções e, em conseqüência, complicações no pós-operatório. Neste grupo de pacientes, o tratamento deve ser realizado em colaboração com um médico, pois merece cuidado especial não somente no pré- operatório, como também durante o trans-operatório. A intervenção deve ser realizada durante a curva decrescente de glicemia, geralmente uma hora e meia a três horas após a aplicação de insulina. Devem ser evitadas causas que determinam a preocupação e ansiedade, sendo que aqueles tratamentos demorados poderão acarretar aumento ainda maior de glicose na corrente sangüínea. Durante o trans-operatório, indicam-se soluções anestésicas sem vasoconstritores, devendo as intervenções ser de pequena duração e extensão. O traumatismo deve ser mínimo, em razão da dificuldade do processo de reparo ou regeneração, não sendo raros os casos de necrose nos tecidos moles após cirurgias. 2. Púrpura hemorrágica: É uma discrasia sangüínea observada nas últimas fases de enfermidades como anemia perniciosa, anemias aplásticas crônicas, neoplasias da medula óssea e anemia esplênica. Pelo pré-operatório o profissional terá conhecimento das condições deste paciente, adotando medidas que visam o decorrer da intervenção e o pós-operatório sem acidentes ou complicações. Quando, pelos exames complementares o resultado do número de plaquetas for abaixo de 100.000/mm3, pode-se já imaginar que haverá tendência para o desenvolvimento de uma púrpura hemorrágica, com quadro clínico de hemorragia. A intervenção, neste caso, deverá ser precedida por pré-operatório adequado, geralmente a cargo de médico, além da confecção de uma prótese provisória, que irá obliterar a ferida cirúrgica, coibindo assim mecanicamente a hemorragia. Em alguns casos, as vitaminas C e P parecem apresentar algum resultado positivo, sendo que a esplenectomia produz rápido e notável aumento do número de plaquetas. Tomando-se todos estes cuidados e medidas no caso da necessidade da exodontia, esta contra-indicação poderá ser afastadas. 3. Hemofilia: Será contra-indicada a exodontia se houver necessidade de realizá-la num consultório, porque faltarão recursos imprescindíveis para evitar ou combater eventuais acidentes ou complicações que porventura surjam. Contudo, se a exodontia for executada num hospital, após haver sido efetuado pré-operatório adequado, ela deixará de ser contra-indicada, pois existem meios para combater uma hemorragia com medicamentos transfusões de sangue, associados às medidas locais semelhantes às empregadas para a púrpura hemorrágica. Outro recurso seria a extração dental utilizando-se alças de borracha que envolva totalmente o dente, expulsando-o lentamente do alvéolo. Esta enfermidade está relacionada com a fração globulínica do plasma sangüíneo. A protrombina e o fibrinogênio existem em quantidades normais, sendo que a transformação da protrombina em trombina é mais lenta. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 257 No caso da necessidade de intervenção cirúrgica, o paciente deverá ser medicado com plasma liofilizado antes da intervenção e nos três dias subseqüentes ao tratamento cirúrgico, para manter o tempo de coagulação em nível abaixo de vinte minutos. Como tratamento local, esponja de fibra preparada com fibrinogênio e trombina humanos tem oferecido bons resultados. Poderão ser utilizados, ainda o gelfoan e a celulose absorvível, que poderá ser umedecida com solução de trombina. Deverão ser extraídos um ou dois dentes em cada intervenção. 4. Processo inflamatório agudo: Esta contra-indicação não é formal nem segue normas gerais, pois cada paciente e cada processo infeccioso é um caso particular que deverá ser observado atentamente. A extração de um dente com processo inflamatório agudo depende em muito da intensidade da infecção e do estado geral do paciente. Sem dúvida, num paciente com estado geral precário, a exodontia é contra-indicada. Sobre esta questão, há divergências de um para outro autor, formando- se duas escolas antagônicas: aquela na qual a exodontia deve ser adiada em quaisquer circunstâncias e, a escola radicalista que indica a extração em qualquer caso. Nós, particularmente, somos de opinião que é conveniente adiar a exodontia, porque a inflamação aguda, por si só, já é processo de defesa e, somente casos excepcionais exigem esta indicação. Como coadjuvante, deve-se prescrever antibiótico, antes e após a intervenção, para auxiliar a defesa do organismo. 5. Hipertensão arterial: Constituía-se, também uma contra-indicação à exodontia. Atualmente, com o progresso da terapêutica e da farmacologia, deixou de ser impedimento formal. Pacientes com hipertensão arterial deverão ser encaminhados a médicos especialistas antes da intervenção cirúrgica, sendo ele quem dirá quando o paciente estará devidamente compensado. O profissional deverá tomar certas precauções antes e durante o tratamento cirúrgico de pacientes hipertensos, mesmo após a autorização do médico. Assim, evitará todo e qualquer procedimento que possa elevar sua pressão arterial como: precaução e excitação, ambas de fundo psíquico, solução anestésica contendo vasoconstritores, cirurgias extensas e de grande duração. Recomenda-se ainda, a utilização de medicação pré-anestésica. Com pré-operatório adequado, preparo psíquico do paciente e eleição de anestésicos sem adrenalina, deixará de existir a contra-indicação, sendo que a exodontia poderá ser realizada. 6. Gestação: Quando a exodontia é realizada de acordo com os requisitos de técnica e cuidados pré e pós-operatórios, a possibilidade de aborto ou qualquer outro distúrbio é muito remota, pois a gestação não é um estado patológico. Assim, este estado não consiste uma contra-indicação formal. Como a gestação traz certo número de modificações fisiológicas decorrentes da adaptação do organismo materno a esta nova situação, aventou-se a hipótese de que a soluçãoanestésica agiria sobre o útero, provocando aborto e, que a extração de dentes infectados possibilitaria uma bacteremia. Experiências realizadas neste sentido concluíram que: 1) Quanto ao anestésico, o uso de novocaína, embora seja um pouco tóxica, não produz distúrbios quando aplicada em dose normal. A adrenalina e seus sucedâneos quando usadas na CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 258 proporção de 1 / 40.000 a 1/100.000, não provocam distúrbios porque são vasoconstritores de ação local, não havendo, portanto, perigo de causarem vasoconstrição dos vasos uterinos. 2) Quanto à bacteremia pós-operatória, efetivamente é distúrbio grave, podendo inclusive provocar abortos. Na extração de um dente infectado por estreptococo, que é o mais comumente encontrado nas infecções dentais, há a possibilidade de bacteremia, daí todos os cuidados a serem tomados, como prescrição de antibióticos, antes e após a extração, desde que haja possibilidade, pelo período em que se encontra a gestante. Outro fator importante, para profilaxia dos distúrbios em pacientes grávidas, é que elas confiem no profissional, estando, portanto completamente despreocupadas. Para isto, torna-se necessário prepará-las psicologicamente, baixando seu estado emocional. Colocadas de lado estas causas, a exodontia deixa de ser contra-indicada, muito embora deva ser obtida opinião do médico assistente da paciente. Contudo, nos primeiros três meses, no sétimo e no nono mês de gestação, não é também oportuna a intervenção, dependendo, entretanto, de cada paciente individualmente. Se, pela anamnese, a paciente relata casos de abortos anteriores, só em última instância será indicado qualquer tipo de intervenção nos períodos acima citados. Em casos de extrema necessidade, o profissional deverá solicitar a colaboração do médico que assiste a paciente. 7. Menstruação: É geralmente contra-indicada a exodontia, pois a função hormonal da paciente está completamente alterada. Intervenção cirúrgica neste período poderá ocasionar suspensão da menstruação ou ainda, poderá provocar hemorragias rebeldes. Desde que a exodontia possa ser adiada, marca-se o retorno da paciente para após 4 ou 5 dias, a não ser que seja de extrema necessidade a intervenção, estando a paciente totalmente controlada emocionalmente, bem como tendo plena confiança no profissional. 8. Neoplasias malignas situadas na cavidade bucal: É contra- indicada a exodontia quando o dente se encontra na massa tumoral e houver sido indicado tratamento cirúrgico. Neste caso a exérese da neoplasia será feita em monobloco, incluindo os dentes. Porém, se for indicado tratamento por irradiação, pode-se fazer a extração dos dentes situados na massa tumoral e nas proximidades. 9. Pacientes submetidos à irradiação na cavidade bucal, com doses de irradiação para neoplasias: A exodontia é formalmente contra-indicada, pois a radiação provoca endoarterite obliterante local, reduzindo a irrigação e a nutrição da região. O tecido ósseo, que normalmente tem pouca irrigação, passa a ter menos ainda e o traumatismo causado pela extração poderá determinar transtornos locais, com o aparecimento de osteorradionecroses. 10. Leucemia: Contra-indica a exodontia devido à possibilidade de hemorragia intensa e prolongada, agravando conseqüentemente, o estado de saúde do paciente, que já é precário. A exodontia será realizada somente em casos especiais, assim mesmo a com cooperação de um médico e, com cuidadoso tratamento pré- operatório. Deverá ser praticada num hospital, porque há maiores recursos e, em caso de eventuais complicações, o paciente será imediatamente socorrido. Tanto nas leucemias linfóides quanto nas mielóides, são contra-indicadas quaisquer CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 259 intervenções cirúrgicas na cavidade bucal, podendo causar necroses, hemorragias e até mesmo a morte do paciente. 11. Agranulocitose ou neutropenia maligna: Em pacientes com agranulocitose não deve ser realizada intervenção cirúrgica na cavidade bucal, devendo o profissional encaminhar o paciente imediatamente para tratamento médico. 12. Fusoespiroquetose (Angina de Vincent): Contra-indicada a exodontia, pois esta enfermidade poderá agravar-se, sendo que a eliminação de um dente facilitará a infiltração microbiana, que poderá atingir a corrente sangüínea, causando bacteremia ou septicemia. A exodontia somente será indicada após todos os sinais da fusoespiroquetose involuírem. 13. Anemia perniciosa: Em casos graves, não é oportuna a intervenção cirúrgica, particularmente por apresentar o paciente baixa resistência às infecções e, tendência à hemorragia no transoperatório. O paciente deverá ser encaminhado ao médico para tratamento geral, feito normalmente à base de vitamina B12 e extrato de fígado. 14. Tempo de coagulação e sangria acima do normal: Contra- indicada a exodontia se o paciente não tiver um tratamento pré-operatório conveniente, pois haverá hemorragia que será debelada com muita dificuldade. Com razoável tratamento pré-operatório, a contra-indicação deixará de existir. 15. Anemia hipocrômica microcítica: Em casos graves o paciente deverá ser encaminhado ao médico para tratamento, à base de ferro. 16. Anemia aplástica: É estado grave, por apresentar o paciente uma diminuição de todos os glóbulos sangüíneos. O paciente deverá ser imediatamente encaminhado ao médico para tratamento adequado. 17. Alergias: Pacientes que apresentam problemas de alergia frente a alguns medicamentos ou outros agentes merecem cuidados especiais antes da intervenção cirúrgica. Assim, pacientes que apresentam reações alérgicas à anestesia local, antibiótico ou outros medicamentos devem ser assistidos antes da cirurgia. 18. Telangiectasia hereditária: Pacientes com esta alteração apresentam angiomas cutâneos ou nas mucosas. Intervenções cirúrgicas na cavidade bucal devem ser praticadas sempre em colaboração com o médico. 19. Sífilis: Pacientes com provas sorológicas (VDRL e Wassermann) positivas devem ser encaminhados ao médico para tratamento, antes de sofrerem qualquer tipo de intervenção. Em casos de necessidade da cirurgia, o profissional deverá proteger-se com luvas e máscaras, gorro, óculos especiais, etc. 20. Tuberculose: Pacientes tuberculosos devem ser encaminhados ao médico para tratamento. Quaisquer tratamentos cirúrgicos na cavidade bucal devem ser realizados em colaboração com o médico. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 260 21. Pacientes com afecções hepáticas: Pacientes portadores de icterícia obstrutiva ou hepatopatias primitivas podem apresentar deficiências na formação de protrombina, devido à hipovitaminose K. Estão assim, sujeitos à hemorragia no trans e pós-operatório. 22. Pacientes com fragilidade capilar ou prova de Rumpel-Leede positiva: Pacientes com púrpura trombocitopênica apresentam fragilidade capilar e, conseqüentemente, graves hemorragias no trans e no pós-operatórios. Devem, portanto, serem medicados e liberados pelo médico assistente, para a realização de intervenção na cavidade bucal. 23. Pacientes portadores do vírus HIV positivo: Diagnosticada a enfermidade, os pacientes deverão ser encaminhados a um centro especializado para tratamento. Se já estiverem em tratamento, o profissional que for atender deverá fazê-lo tomando todas as precauções necessárias. Contudo, deverá e poderá realizar o atendimento com o máximo de atenção necessária, pois são pessoas que estão mais do que ninguém, necessitando de toda atenção, principalmente de carinho e diálogo. oOo CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 261 PLANEJAMENTO DAS EXODONTIAS E ELEIÇÃO DAS TÉCNICAS EXODÔNTICAS Para ser estabelecido um plano de tratamento exodôntico, é preciso ser considerados aspectos clínicos e radiográficos relativos ao dente passível de extração e seus tecidos de suporte, elegendo-se dentre váriastécnicas exodônticas, aquela mais indicada para sua realização. Vários autores estabelecem critérios para o planejamento das exodontias, assim é que AVELLANAL (1946) descreve a técnica da extração com fórceps, indicando-a quando o dente a ser extraído for anatomicamente normal e, situado em posição correta no arco alveolar, não apresentando processos patológicos que hajam modificado sua morfologia, ou ainda dentes vizinhos que possam dificultar esta técnica. Aconselha ainda na falência da exodontia, algumas técnicas pelo uso de elevadores, fracionamento prévio e extração a retalho. GIETZ (1946) é de opinião que “técnicas colocadas em jogo para proceder-se a avulsão das peças dentárias podem ser classificadas em quatro grupos principais: extração com fórceps, com alavanca, extração fracionada por odontotomia ou odontossecção, extração por ostectomia e, por alveolectomia ou a retalho”. MEAD (1948) faz considerações sobre a exodontia com fórceps e com perfurações e, somente indica o seccionamento para dentes retidos, comentando ainda que, “para a extirpação cirúrgica dos terceiros molares inferiores com retenção horizontal, pode-se fazer a divisão longitudinal do molar retido por meio de cinzel com duplo fio”. THOMA (1963) descreve dois tipos de extrações dentárias: pelo método aberto e pelo método fechado. Para este autor, o método fechado ou de fórceps deve ser usado para extrações simples e, não para casos mais complexos. Método aberto ou cirúrgico é aquele em que se realiza a exodontia por incisão e ostectomia, para obter-se uma boa visibilidade além de fácil acesso ao dente a ser extraído. Muito embora RIES CENTENO (1964) não haja estabelecido uma classificação ou planejamento para as exodontias, cita em diferentes capítulos as extrações de dentes permanentes normalmente implantados, a extração de raízes permanentes, a extração por alveolectomia, a extração por seccionamento, a extração de dentes com anomalias de direção ou de posição e, finalmente a extração de dentes retidos. GRAZIANI (1968) entende que “a intervenção exodôntica deva ser praticada por três processos que, pela diversidade de seus princípios, resultados e, indicações, podem ser divididos e denominados da seguinte maneira: técnica primeira, que consiste na extração do dente por meio de fórceps; técnica segunda, que efetua a extração dental ou radicular por meio de alavancas; e a técnica terceira, que se refere a colocar a descoberto o processo alveolar pelo lado do vestíbulo e, extrair o dente por meio da ressecção da tábua óssea vestibular”. Analisando-se GRAZIANI (1968), nota-se que a técnica primeira é caracterizada pelo uso de fórceps, a segunda pela utilização de alavancas e a terceira pela via não-alveolar, após a eliminação da tábua óssea vestibular. Pelo exposto, tanto GIETZ (1946) quanto GRAZIANI (1968), apresentam algumas técnicas já classificadas em grupo, segundo o instrumental CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 262 usado, que são os fórceps e as alavancas, divisão de dente multirradicular em fragmentos distintos e, eliminação de elementos que possam impedir a exodontia, quer pela ostectomia, quer pelas alveolectomias. SANTOS PINTO; MARZOLA (1960) sugerem a classificação das diversas técnicas exodônticas de acordo com as vias pelas quais os dentes possam ser extraídos (Quadro IV. 1). Quadro IV. 1 - Classificação das técnicas cirúrgicas exodônticas (SANTOS PINTO; MARZOLA, 1960). Sem Seccionamento dental Alveolar Por Seccionamento dental Exodontia - vias Parcial Por Alveolectomia Não-Alveolar Total Por Ostectomia Por Apicectomia ou apicoplastia A exodontia pela via alveolar é a manobra pela qual o dente é extraído no sentido de seu eixo de implantação ou ainda, no sentido do longo eixo do seu alvéolo. Por esta via o dente poderá ou não sofrer o seccionamento de suas raízes ou de sua coroa, com a finalidade única de simplificar a extração dental. Assim, em dentes multirradiculares com raízes expulsivas ou unirradiculares sem dilaceração apical, a extração será realizada sem o seccionamento dental (Fig. IV. 16-A). Fig. IV. 16 – Configuração esquemática da classificação das técnicas exodônticas: (A) exodontia pela via alveolar; (B) exodontia pela via alveolar por seccionamento; (C) exodontia por alveolectomia parcial; (D) exodontia por alveolectomia total; E: exodontia por ostectomia. A exodontia pela via não-alveolar, como seu próprio nome indica, é aquela em que o dente é extraído por via que não a de seu longo eixo de implantação. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 263 Assim, há necessidade de criá-la, o que é conseguido por meio das alveolectomias parciais, totais ou ostectomias (Fig. IV. 16-C, D e E). Por alveolectomia parcial entende-se o ato cirúrgico pelo qual a tábua óssea externa é eliminada parcialmente, a fim de que o dente seja extraído através desta nova via criada (Fig. IV. 16-C). Por alveolectomia total entende-se o ato cirúrgico pelo qual a tábua óssea externa é eliminada totalmente para que, como no caso anterior, o dente possa ser extraído por esta nova via, muito mais ampla (Fig. IV. 16-D). Por ostectomia compreende-se a eliminação de uma porção óssea que recobre fragmentos de raízes ou ainda dentes retidos a serem extraídos (Fig. IV. 16- E). Por apicectomia ou apicoplastia, entende-se a manobra em que o dente é eliminado de seu alvéolo, parte por via alveolar e parte por uma via não-alveolar. A técnica consiste em praticar uma apicectomia ou ainda uma apicoplastia, como parte de um treinamento protocolado. ELEIÇÃO DAS TÉCNICAS EXODÔNTICAS As técnicas exodônticas devem ser eleitas após minucioso estudo clínico e radiográfico da região em que se vai intervir. Assim, o conhecimento anatômico da região dos processos alveolares é de fundamental importância, tendo em vista as forças que serão aplicadas nos dentes, com reflexos nos alvéolos. Há necessidade de conhecer perfeitamente as espessuras das tábuas ósseas externa e interna, para se ter noção exata da distribuição das forças na mecânica da exodontia (Fig. IV. 17). Fig. IV. 17 – Configuração esquemática dos rebordos alveolares: A: rebordo com dentes; B: rebordo desdentado. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 264 Desta maneira, pode-se generalizar a indicação da eleição das técnicas cirúrgicas exodônticas da seguinte maneira: • 1. Exodontia pela via alveolar: • 1.1 Sem seccionamento dental: • Indicações clínicas: • Dentes com a coroa total ou parcialmente íntegra (Fig. IV. 18). • Raízes com ponto de aplicação para os fórceps ou os extratores (Fig. IV. 18). Fig. IV. 18 – Dentes com a coroa total ou parcialmente íntegras ou raízes com ponto de aplicação para fórceps ou extratores. • Indicações radiográficas: • Em dentes uni ou multirradiculares com raízes normais ou expulsivas (Fig. IV. 18). • 1.2 Por seccionamento dental: • Indicações clínicas: • Dentes multirradiculares com coroa totalmente destruída (Fig. IV. 19). Fig. IV. 19 – Indicação clínica com imagem radiográfica para a extração de dentes com coroas destruídas. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 265 • Dentes multirradiculares com restaurações extensas (Fig. IV. 20). Fig. IV. 20 – Indicação clínica com imagem radiográfica para a extração de dentes com restaurações extensas. • Indicações radiográficas: • Dentes com raízes divergentes(Fig. IV. 21). Fig. IV. 21 – Indicação clínica com imagem radiográfica para a extração de dentes com raízes divergentes e convergentes. • Dentes com raízes convergentes (Fig. IV. 21). • Dentes retidos (Fig. IV. 22). • Dentes decíduos com o germe do permanente alojado entre suasraízes (Fig. IV. 23). • 2. Exodontia pela via não-alveolar: • 2.1 Por alveolectomia parcial: • Indicações clínicas: CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 266 • Dentes com anomalias de posição e formas radiculares (Fig. IV. 24-A). • Dentes portadores de pivôs (Fig. IV. 24-B). • Dentes com coroa de jaqueta (Fig. IV. 24- C). • Dentes multirradiculares em que a destruição coronária não permita suficiente ação dos fórceps ou dos extratores (Fig. IV. 24-D). Fig. IV. 22 – Imagem radiográfica de um dente retido com indicação de extração cirúrgica. Fig. IV. 23 – Imagem radiográfica de dentes decíduos indicados para extração com o germe do permanente alojado entre suas raízes. B D A C Figs. IV. 24 – (A, B, C e D) Imagens radiográficas de dentes indicados para extração por alveolectomia parcial. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 267 • Indicações radiográficas: • Nas relações entre raízes dentais e estruturas anatômicas importantes contíguas (Fig. IV. 24). • Quando a resistência coronária for pequena (Fig. IV. 24-D). • Em raízes (Fig. IV. 25). Fig. IV. 25 – Imagem radiográfica de dentes indicados para extração pela via não-alveolar por alveolectomia parcial. • 2.2 Por alveolectomia total: • Indicações clínicas: • Na falência das técnicas exodônticas. • Indicações radiográficas: • Nas anquiloses alvéolo-dentais. • Nas hipercementoses (Fig. IV. 27). • Nas dilacerações apicais(Figs. IV. 29 IV. 30). • 2.3 Por ostectomia: • Indicações clínicas: • Em raízes. • Indicações radiográficas: • Em raízes e dentes retidos (Fig. IV. 26). • 2.4 Por apicectomia ou apicoplastia: • Indicações radiográficas: • Dentes unirradiculares com dilacerações apicais (Figs. 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São várias as técnicas radiográficas intra e extrabucais usadas em odontologia e, a técnica adequada a cada caso, melhora a qualidade do diagnóstico, aumentando o número de informações que possam vir a ser obtidas em cada radiografia. A radiografia panorâmica é uma técnica extrabucal muito utilizada no diagnóstico e planejamento cirúrgico das exodontias (Fig. IV. 26). Muitas são as vantagens desta técnica, pois além de permitir a interpretação das estruturas ósseas e dentárias dos maxilares com uma pequena quantidade de radiação recebida pelo paciente, possibilita um mínimo desconforto, bastante rapidez e, um número muito grande de informações com apenas uma radiografia. A B C Fig. IV. 26 – (A) Radiografias panorâmicas mostrando a permanência do primeiro molar inferior decíduo do lado direito, um odontoma e o primeiro pré-molar inferior retido; (B) outra mostrando um terceiro molar inferior retido e impactado, e o segundo e terceiro molares inferiores do lado esquerdo retidos; (C) outra mostrando um canino superior retido. _______________________________________________ * Autora: Profa. Dra. Ana Lúcia Álvares Capellozza. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 275 A mandíbula é mais bem visualizada nesta técnica do que a maxila, e assim sendo, uma grande parte dos planejamentos cirúrgicos feitos para a mandíbula não necessitam de outros exames complementares. Entretanto para a maxila ocorre uma exigência de uma complementação com técnicas intrabucais (periapicais e oclusais), que são necessárias para a localização radiográfica, melhor visualização de dentes multirradiculares, anomalias radiculares ou quando a partir da radiografia panorâmica suspeita-se de alterações periapicais. Recursos mais avançados como as tomografias computadorizadas são indicados no caso de procedimentos cirúrgicos mais complexos. Nas técnicas radiográficas periapicais, os conhecimentos técnicos e anatômicos são de grande importância para que não ocorram alterações na imagem, como encurtamento ou alongamento do dente radiografado. São várias as lesões e anomalias dentárias que podem trazer algum transtorno, se não identificadas anteriormente à exodontia e, dentre aquelas de maior ocorrência encontram-se: a hipercementose, raízes supranumerárias e, dilaceração e concrescência radiculares. A hipercementose consiste numa formação excessiva de cemento na superfície radicular, aumentando a espessura, além de alterar a forma dos 2/3 apicais, que são aqueles mais diretamente envolvidos. Pode ocorrer somente nos ápices radiculares, causando complicações na exodontia, sendo os dentes inferiores geralmente os mais envolvidos. Os aspectos radiográficos são: aumento da espessura da raiz que apresenta um formato “rude” com ou sem contorno radicular normal, com a integridade do espaço periodontal mantida (Fig. IV. 27). Figs. IV. 27 – Hipercementose no segundo pré-molar superior que se apresenta também bastante próxima do seio maxilar. A tentativa de exodontia desse dente por via alveolar, poderia levar ao rompimento do soalho do seio maxilar. A concrescência é o resultado de uma união entre as raízes de dois ou mais dentes pelo cemento, sendo que esta união vem a ocorrer durante o desenvolvimento dental (Fig. IV. 28). É mais freqüente entre os segundos e terceiros molares na maxila e, sua etiologia pode estar associada à falta de espaço, vindo a causar dificuldades numa exodontia e, também na movimentação ortodôntica. CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 276 Figs. IV. 28 – Aspecto radiográfico de concrescência entre o segundo e terceiro molar superior, mostrando a importância na identificação desta anomalia dental, anteriormente aos procedimentos cirúrgicos. As raízes supranumerárias podem estar presentes em qualquer dente, sendo que aqueles mais afetados são os unirradiculares os primeiros pré-molares inferiores, seguidos pelos caninos inferiores. A prevalência de raízes supranumerárias nos primeiros molares inferiores pode varias de 1,0% em pacientes brancos até 19,0% na raça amarela. A presença de raízes supranumerárias só pode ser constatada através de exame radiográfico, podendo estar fusionada ou não. Muitas vezes, duas tomadas radiográficas com ângulos horizontais diferentes podem ser necessárias na identificação das raízes supranumerárias superpostas, sendo a diminuição súbita no tamanho do canal radicular, leva a suspeitar da presença dessas raízes. A avaliação do espaço periodontal também auxilia neste diagnóstico de grande importância, principalmente na terapêutica endodôntica ou ainda nas exodontias, evitando sua fratura com permanência no alvéolo, onde poderão ser causa de patologias diversas (Fig. IV. 29). Fig. IV. 29 – Aspecto radiográfico exibindo primeiro molar com três raízes distintas. As dilacerações radiculares geralmente se desenvolvem a partir de traumas mecânicos durante a formação radicular, podendo ocorrer em qualquer dente CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 277 e, em qualquer porção radicular, sendo os dentes mais freqüentemente envolvidos os terceiros molares inferiores, os incisivos laterais superiores e os pré-molares superiores, com tendência à curvatura para distal. Dentes com dilacerações freqüentemente apresentam problemas durante as exodontias e, as radiografias são um exame complementar importante no diagnóstico e plano de tratamento dos dentes afetados (Fig. IV. 30). A C B Fig. IV. 30 – (A, B e C) Radiografias periapicais mostrando exemplos de dilacerações radiculares em incisivos superiores e em dentes posteriores. A região de molares superiores necessita sempre de uma interpretação radiográfica cuidadosa, pois neste local com certa freqüência pode-se observar extensões alveolares, para a região do túber e seio maxilar. As extensões para a região do túber tornam esta região ainda mais sujeita a fraturas durante as exodontias, com conseqüências bastante desagradáveis. Estas extensões tornam as exodontias mais arriscadas, pois o soalho do seio maxilar pode estar em íntimo contato com as raízes, podendo fraturar-se, bem como ser removido juntamentecom o dente, resultando numa comunicação buco- sinusal. Deve-se ressaltar que em caso de apenas um molar estar presente na região mencionada, estes cuidados devem ser redobrados, pois invariavelmente haverá uma diminuição da resistência do soalho do seio maxilar, sendo a exodontia por seccionamento indicada. o0o CLÓVIS MARZOLA CAPÍTULO IV EXODONTIA 278 REFERÊNCIAS 1. CASATI-ALVARES, L.; TAVANO, O. Curso de Radiologia em Odontologia. São Paulo: Ed. Santos, 4a ed., 1998. 2. HARING, J. I.; LIND, L. J. Dental radiography, principles and techniques. Philadelphia: W. B. Saunders Co., 1996. 3. HIGASHI, T.; CHEN SHIBA, J. K.; IKUTA, H. 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