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PROVA 02 – TECNOLOGIA DE ALIMENTOS 08/2022 MÉTODO DE CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS · É o principal objetivo da indústria de processamento de alimentos · Mantém o alimento livre de microrganismos patogênicos e de outros microrganismos, principalmente deterioradores · Maior prazo de validade dos produtos alimentícios – industrializados ou in natura – mantendo a maior extensão possível de suas características específicas e seu valor nutricional · Vida de prateleira: Período entre sua produção e o período máximo que pode ser consumido, durante o qual o alimento apresenta um nível satisfatório de qualidade avaliado por seu valor nutritivo e características organolépticas Processo de Conservação · Eliminação total ou parcial dos agentes que alteram os produtos · Modificação ou supressão de um ou mais fatores essenciais, de modo que o meio se torne não propício a qualquer manifestação vital · Tratamentos simultâneos de destruição e modificação das condições ambientais Processos Auxiliares · Assepsia: manter os alimentos livres de microrganismos · Remoção de microrganismos por · Lavagem → Com água potável ou adição de detergentes ou germicidas com dosagem adequada · Filtração → Tratamento de água potável · Expurgo → Remoção dos alimentos processados que sofreram danos físico e tornou-se susceptível à contaminação · Atmosfera Modificada · Manutenção de embalagens herméticas em condições anaeróbias · Substituição do ar por CO2 ou N2 (inerte) evita o desenvolvimento de esporos em produtos enlatados · Para bactérias anaeróbias (Clostridium botulinum patogênica e produtora de exotoxinas) → Combinação de vários métodos · Branqueamento Tratamento Térmico · Usado para evitar atividades microbiológicas e enzimáticas durante o armazenamento · Tem como desvantagem a destruição de propriedades nutricionais e sensoriais dos alimentos · Destruição dos microrganismos ocorre por desnaturação ou coagulação de suas proteínas e inativação dos sistemas enzimáticos, necessários ao metabolismo Fatores que Influenciam o Processamento Térmico · Qualidade e quantidade de microrganismos a destruir · Diferentes espécies · Formas vegetativas – esporos de resistência · Meio ambiente · pH · Bactérias patogênicas e deteriorantes são mais resistentes na região de neutralidade · Fungos e leveduras toleram condições ácidas, mas são menos resistentes ao calor · Composição · Sal, açúcar, proteínas e gorduras parecem dar melhor proteção aos esporos · Combinação Tempo-Temperatura · O tempo necessário para destruir certos esporos sob condições definidas diminui com o aumento da temperatura · A escolha de t-T dependerá do efeito que o calor exerce sobre as características deste alimento · Natureza do Calor · Calor úmido → Morte devido à desnaturação/coagulação de proteínas na célula, inativação das enzimas e ruptura do DNA · Calor seco → Morte devido à um processo oxidativo · Endurecimento da camada mais externa da célula, dificultando a transferência de calor · Poder de penetração no alimento é menor · Exige maior T e t de tratamento CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO USO DE CALOR Branqueamento · Usado para · Inativação de enzimas · Redução da contaminação de microrganismos da superfície · Sem alterar as características organolépticas e nutricionais · Geralmente aplicado antes de outros processos, como congelamento, desidratação e enlatamento · Procedimento · Mergulhar o alimento em água fervente ou insuflar vapor · Resfriamento com água fria, evitando sobreaquecimento Pasteurização · Tratamento térmico que elimina a maioria dos microrganismos existentes no alimento · Em geral, T < 100°C · Fontes de calor: vapor, água quente e calor seco · Há pequenas mudanças nas características organolépticas e no valor nutricional – tratamento relativamente brando · Complementação com outros métodos · Refrigeração até consumo · Adição de concentrações altas de açúcar · Condições anaeróbias pelo fechamento de recipientes à vácuo · Aditivos para manter o pH baixo · Usando quando · Os tratamentos térmicos mais elevados prejudicam a qualidade do alimento · Os agentes microbianos de alterações são muito termorresistentes · Alimentos termossensíveis: leite, creme de leite, suco de frutas e cerveja · Tipos · HTST (high temperature, short time) · LTLT (low temperature, low time) – usado com menor frequência · Trocadores de calor (para líquido a granel) · De Placas · De Tubo e Carcaça · De Tubo Duplo Esterilização · Destruição completa dos microrganismos (incluindo esporos) · Aumenta a vida de prateleira em mais que 6 meses em T ambiente · T > 100°C · Uso de autoclaves · Apertização · Tratamento térmico em recipientes hermeticamente fechados · Produtos acondicionados em latas, vidros, plásticos autoclaváveis · T = 110 – 120°C e t = 10 a 40 min · UHT (ultra-high temperature) · Realização em produtos líquidos e antes da embalagem previamente esterilizadas · Α-Laval e Tetra Pak · T = 145 – 150°C e t = 2 a 4 s ORDEM DE DESTRUIÇÃO DE BACTÉRIAS SUBMETIDAS AO CALOR ÚMIDO · A mesma percentagem de bactérias será destruída num dado intervalo de tempo a uma dada T não importando o número de bactérias sobreviventes · D (tempo de redução decimal) → Tempo necessário para destruir 90% dos organismos de uma população (reduzir a 1/10 do original) · Depende da temperatura, do meio, tipo e idade de microrganismo · Quando se aumenta a temperatura, o D diminui · Exemplo: Bacillus subtilis · Leite esterilizado – D115°C = 3,28 minutos · Leite esterilizado + 5% solução (glicose + extrato de levedura) – D115°C = 4,02 minutos · O soluto pode proteger o microrganismo · Z (coeficiente de T) → É numericamente igual ao número de °C necessário para alterar 10x o valor de D · Exemplo D115°C (min) Z (°C) D110°C (min) D120°C (min) 3,08 5 30,8 0,308 · F (letalidade) → dt necessário para destruir um determinado número de microrganismos em uma dada T de referência Esterilidade Comercial · Aplicação de calor ao alimento durante um período de t a uma T cientificamente determinada para alcançar a esterilidade comercial · O processo térmico inativa substancialmente todos os microrganismos e esporos · 12D – usado para alimentos não-ácidos Probabilidade de Sobrevivência · n – nível de destruição · Para alimentos não ácidos · n = 12, F = 12D · Nf = probabilidade de sobrevivência ou nível de garantia de esterilidade) · Critério usado para garantir que houve destruição dos patogênicos · Quanto maior o número de microrganismos presentes na matéria-prima, mais tempo se leva para reduzi-los aos níveis especificados · O aquecimento ocorre até se obter uma redução necessária para garantir a maior probabilidade de que este alimento não represente risco à saúde do consumidor (patogênicos) ou de que este alimento não se deteriore antes do tempo previsto (deterioradores) · Como a destruição ocorre logaritmicamente, em tese, é possível destruir todas as células somente após um aquecimento por tempo infinito · Um produto estéril não pode ser produzido sem uma certa dose de incerteza. Deste modo, o processamento objetiva reduzir o número de microrganismos sobreviventes por uma quantidade predeterminada · O processo térmico inativa substancialmente todos os microrganismos e esporos, surgindo o conceito de esterilidade comercial CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS POR CONTROLE DE UMIDADE · Remoção física da água ou indisponibilização (imobilização por congelamento ou ligação da água com outros componentes), tal que o alimento se torne estável à deteriorações tanto químicas como enzimáticas e microbiológicas · Exceções (conteúdo de umidade não prediz estabilidade) · Óleo de amendoim se deteriora se o conteúdo de umidade excede 0,6% · Amido de batata é estável a 20% de umidade Concentração · Remove somente parte da água dos alimentos (1/3 ou 2/3) · Suco concentrado, massa de tomate, leite condensado, geleias, doces em massa · Remoção por evaporação, processos com membranas · Tem como finalidade · Forma de conservação de alimentos · Economia na embalagem, transporte e armazenamento dos alimentos ·Economia de energia nas operações seguintes · Concentração dos alimentos antes da desidratação (secagem) – açúcar · Preferência por certos alimentos na forma concentrada · Como os alimentos concentrados apresentam um teor de umidade que permite atividade microbiana, quase sempre é necessário utilizar um ou mais métodos adicionais na sua conservação · Congelamento, adição de conservantes, tratamento térmico adicional Evaporação · Contração de uma solução a partir da extração, por calor vácuo ou ambos, de qualquer solvente volátil · Ebulição → Fenômeno que acompanha a passagem do estado líquido ao estado de vapor, quando o processo de vaporização tem lugar na superfície e no próprio seio do líquido · As bolhas se formas próximas a fonte de calor, subindo ao topo do líquido. A agitação ocorre pelo movimento das bolhas no líquido e sua extensão depende da velocidade de aquecimento. · Calor latente de evaporação (Lv) · Quantidade de calor requerida para transformar certa massa (1g) de água líquida em vapor · Lv varia para diferentes líquidos e depende da Tevap · Calor total = sensível + Lv · Vapor saturado – vapor na temperatura de saturação · O vácuo remove água em baixas temperaturas com menores danos a produtos termo-sensíveis ao calor · Fatores que Influenciam a Taxa de Transferência de Calor · Tempo de processo · Qualidade dos Produtos · A viscosidade aumenta com a concentração do alimento. Alimentos viscosos estão em contato com a superfície quente por períodos mais longos, portanto, sofrem maiores danos devido ao calor Evaporadores · Transfere calor de uma fonte de calor ao produto para evaporar água ou outros voláteis · Com circulação natural · Tachos abertos e à vácuo · Evaporadores de calandria vertical ou horizontal · Evaporadores de filme ascendente ou descendente · Com circulação forçada · Evaporadores de placas · Evaporador de Simples Efeito – usado para fabricação de açúcar · Tachos abertos ou fechados (à vácuo) · Recebem calor através de serpentinas, camisas de vapor · Pressão atm ou à vácuo · Agitador para aumentar a transferência de calor e evitar a queima do alimento no tacho · Simples e baixo custo inicial · Não são econômicos por causa da grande perda de calor, pouco eficientes, danos em alimentos sensíveis ao calor · Evaporador de Tubo Horizontal – menos frequente · Tubos dispostos no fundo de uma câmara cilíndrica · Semelhante ao trocador de calor tubo-casco da pasteurização · Evaporador de Tubo Vertical Curto (tipo Roberts) · Tubos com vapor estão na vertical no fundo da câmara cilíndrica – mais fácil de higienizar que o horizontal · Há um espaço no centro para o líquido circular para cima sendo aquecido e para baixo, pelo centro, mais frio · Evaporador de Tubo Vertical Longo (filme ascendente) · Circulação natural com fluxo ascendente – para alimentos de baixa viscosidade · O líquido é aquecido quase ao ponto de fervura antes de entrar no evaporador · Movimentar o líquido dentro dos tubos, aquecimento é com vapor por fora do tubo · Prato defletor está no topo do feixe de tubos para evitar o arraste de líquido e reduzir perdas · Evaporador de Tubo Vertical Longo (filme descendente) · Alimentação no topo com auxílio da gravidade · Para alimentos de alta viscosidade · Evaporador de Placas · Semelhante aos de pasteurização – compacto, facilmente desmontado e apropriado para alimentos sensíveis ao calor e viscosos · Apesar do alto custo, apresenta alta transferência de calor, baixo tempo de permanência e alta eficiência energética · Evaporador com Trocador de Calor Externo · Trocador de calor tubo-casco com tubo externo usado para recirculação do produto · Maior convecção aumentando a transferência de calor · Fácil de limpar · Evaporador Múltiplo · Temperatura · A temperatura diminui na direção do fluxo de vapor · Tevap do produto diminui do primeiro efeito para o terceiro ou efeito final (mínimo de queda de 6 a 8°C por efeito) · A redução do ponto de ebulição é obtida pela manutenção de um vácuo mais alto nos efeitos sucessivos, comparado com o primeiro efeito · Custo de equipamentos adicionais e sua operação e manutenção devem ser justificados em função da economia de vapor para aquecer · Requer menos vapor/kg de água evaporada, mas é caro · Fatores que Influenciam a Economia de Evaporação · Perda da qualidade dos produtos (presença de espumas e arraste) · Separação ineficiente do vapor e do concentrado · Solução → Instalação de separadores · Alto consumo de energia · Alternativas para Economia de Energia na Evaporação · Reutilização do vapor produzido pela evaporação · Recompressão do vapor · Preaquecimento do líquido a ser concentrado · Condensado e reciclado para a produção de vapor d’água em uma caldeira · Múltiplos efeitos: diversos evaporadores (efeitos) conectados – o vapor d’água de um efeito é usado diretamente como meio de aquecimento do efeito seguinte Secagem · Remoção de grande parte de água normalmente presente no alimento por evaporação – aplicação de calor – ou por sublimação – liofilização · Usado para · Remover umidade · Facilitar e reduzir custo de transporte · Melhorar estocagem de produto · Produzir um produto intermediário para a fabricação de alimentos · Aumento da vida de prateleira · Fatores que controlam a taxa de secagem · Condições de processamento · Natureza do alimento – estrutura e composição – e quantidade de alimento · Tipo de secador · Secagem por evaporação – envolve simultaneamente a aplicação de calor e remoção de água · Pode ser natural ou artificial · Com uso de ar quente · Ar cede calor para evaporar a água e aquecer o sólido · Com uso de superfícies quentes · Secador de tambor – transferência de calor por condução Secagem por Ar Quente · Normalmente a umidade é composta por água e o gás é ar – a umidade é evaporada · Fatores interrelacionados que controlam a capacidade do ar de remover a água de um alimento · Quantidade de vapor d’água presente no ar (baixa UR) · Temperatura do ar (alta) · Velocidade de ar que passa pelo alimento (alta) · Velocidade de secagem é afetada por · Propriedades do ar – T, %UR, velocidade de ar · Propriedades da matéria-prima – tipo e variedade, Aw, tamanho e porosidade · Teor de umidade que será removida · Exemplos · Secador de sólidos – grãos, massas, pastas · Secador de líquidos – leite, extrato de café Secagem Natural (ao Sol) · Condições · Clima deve ser seco · Pouca precipitação pluviométrica · Grande quantidade de horas de sol efetivas · Boa evaporação com regime de ventos favoráveis · Temperatura relativamente alta · Processo menos oneroso, com baixos gastos com energia e é simples · Necessidade de grandes áreas e controle de insetos e roedores · Relativamente lento, com até 10 dias de secagem · Local deve ser cercado e distante das vias de acesso, evitando contaminação ambiental · Alimentos · Produtos de origem animal – carne de sol, charque e peixes salgados; · Produtos de origem vegetal – frutos (uva, ameixa, figo, tâmara, damasco), cereais, leguminosas, condimentos e especiarias Secagem Artificial · Secador de bandeja – 10 a 20% do ar que passa pelas bandejas é novo · Tempo de secagem · Maçãs – 5 a 6 horas · Ameixas inteiras – 16 a 20 horas · Produção em pequena escala · 1 a 20 t/dia · Baixo investimento inicial e baixo custo de manutenção · Controle de operação pobre · Variabilidade de material · Usado para pesquisas de desidratação de frutas e hortaliças e operações comerciais de pequena escala · Secador de Túnel · 20 m de túnel contendo 12 a 15 carrinhos · Capacidade total de 5000 kg de alimentos · Tempo médio de 5 a 16 horas · Usado para frutas, hortaliças (cebola, alho) e massas alimentícias Secagem por Atomização – “Spray-Drier” · Spray-drier · Aquecedor de ar e sistema de circulação – 150 a 300°C · Atomizador – 10 a 200 µm · Câmara de secagem – 90 a 100°C (ar de saída) · Sistema de recuperação do produto em bateria de ciclones · Temperatura de saída do produto é de 40 a 50°C · Capacidade de sprays comerciais é de 230 a 2270 kg/h de produto seco Primeiro produto é concentradoem um evaporador → Produto é atomizado dentro da câmara de secagem, forçando-o através de um bico para subdivisão do líquido em gotículas → Secagem com ar quente forçado através da câmara (por pressurização ou sucção) → Separação produto e ar (remoção do pó da câmara) → Resfriamento e embalagem do produto · O ar fornece calor para evaporação da umidade e a carrega + descida ao longo da câmara de secagem · Controles mantêm o ajuste adequado das variáveis envolvidos na secagem · Quanto maior a diferença entre diâmetro, densidade do produto e do ar, mais eficiente é a separação · O spray-drier é usado em · Leite desnatado e integral · Mistura para sorvete · Café e chá instantâneos · Ovos (integral, gema e clara) · Sucos de frutas · Extratos de carne · Produtos de milho e trigo · Vantagens de Secador Spray · Operação contínua · Pouco trabalho para operar · Manipulação de produtos diferentes · Contato do produto com calor é pequeno, causando menos danos térmicos · Existem dois tipos de processos possíveis · Processo de Estágio Único · Remoção total da água é feita com um único secador · A remoção da porção final da umidade com esse processo é lenta e cara · Processo de Estágio Duplo · A secagem do primeiro estágio é até umidade 2 a 5% mais alta que a final · Seguida por uma secagem num leito fluidizado Secagem em Secadores de Tambor (ou de Rolo) – “Drum-dryer” · Utiliza superfícies aquecidas · Fluxo de vapor de aquecimento · O vapor é alimentado no centro do tambor através de uma de suas extremidades · T entre 120 e 170°C · Produtos amiláceos e lácteos podem ser secos formando um filme fino em um sistema rotacional de rolos com aquecimento interno à vapor · O produto é removido dos rolos por lâminas (facas) · O processo pode ter diferentes nomes, como · Secagem em tambor – drum drying · Secagem em rolos – roller drying · Secagem em filmes – film drying · Aquecimento da parede interna do rolo com vapor, com cada giro podendo durar de 20s a 3 min · O produto entra como líquido e sai como sólido · Altas taxas de secagem e alta eficiência energética · Usado para secagem de purê de batatas, purê de frutas, melaço e alguns tipos de sopas · Vantagens – requer menos espaço e é mais econômico que o secador spray para pequenos volumes · Desvantagens – o produto seco pode ter um sabor queimado e a solubilidade é muito menor devido à desnaturação proteica Liofilização · Remoção de água por sublimação – água congelada (sólido) para vapor (gasoso) · De difícil manejo e custo elevado e, por isso, pouco usado na indústria alimentícia – 10x mais dispendioso que processos convencionais · As propriedades químicas e organolépticas praticamente não são alteradas · O alimento congelado a -40°C é conduzido para as câmaras de alto vácuo onde o aumento de temperatura irá acelerar a sublimação da água · Usado para produtos caros, como café, camarões e cogumelos · Tipos de Liofilizadores · Liofilizador de contato – ou por condução · Liofilizador acelerado · Liofilizador por radiação · Liofilizador de micro-ondas e dielétrico · Processamento do Café · Atomização – transforma em café em pó · Liofilização – transforma em café solúvel O extrato deve ser congelado e depois moído → O moído é colocado em prateleiras para facilitar a sublimação do gelo → Nas bandejas, ele sofre ação do calor e o vapor é removido, ocorrendo no vácuo → A água sublimada e os voláteis são separados num condensador CONSERVAÇÃO POR ADIÇÃO DE SOLUTO · Impedem o desenvolvimento microbiano por tornar o substrato inadequado, por gerar modificações organolépticas · Osmose → fenômeno natural que ocorre quando duas soluções de diferentes concentrações são separadas por uma membrana semipermeável · Vai da diluída para a concentrada · Osmose invertida – do concentrado para o diluído, sendo necessário o uso de força · A adição de elevadas quantidades de açúcares ou de sal ao alimento pode alterar a quantidade de sua água – aumenta a pressão osmótica, reduzindo a atividade da água, sendo uma condição desfavorável para o crescimento da maioria das bactérias, leveduras e mofos · Plasmólise – retira a água das células, além de o alimento ficar com menos água disponível, a própria célula do microrganismo perde água, por conta do aumento da pressão osmótica do meio · Condição antimicrobiana imposta pelo aumento da pressão osmótica se relaciona, em princípio, com a inibição por desidratação · A plasmólise resulta na inibição do crescimento e, possivelmente, na morta da célula · Há microrganismos relativamente resistentes às alterações osmóticas · Auxílio da refrigeração, calor, aumento da acidez ou uso de embalagens hermeticamente fechadas Conservação pela Adição de Açúcar · A adição de açúcar, atrelada ao aquecimento, é um bom agente de conservação de produtos alimentícios · A concentração de açúcar precisa ser seis vezes maior que a de sal para se atingir o mesmo grau de inibição, visto que o sal tem capacidade eletrólita e o açúcar é usado como substrato para fermentação, favorecendo o crescimento de microrganismos benéficos · Frutos – geleias, doces em massas e compotas · As geleias e compotas são raramente afetadas pela ação bacteriana, mas pode haver crescimento de bolores · Produtos de origem animal – leite condensado · Aumento na concentração da lactose e pela suplementação em sacarose · Os produtos conservados pela adição de açúcar contêm em média de 25 a 33% de umidade Conservação pela Adição de Sal · Salga é um processo de conservação de alimentos que se conhece desde a antiguidade, que além de preservar confere características organolépticas · NaCl é o sal mais utilizado, já que há o aumento da pressão osmótica devido a seu alto poder higroscópico e baixo o valor, além de uma agradável palatabilidade e eletrólito forte – retira parte da água ligada das proteínas · Vantagens · Reduz a solubilidade do oxigênio na água · Dificulta o desenvolvimento dos microrganismos aeróbios · Pode favorecer o crescimento dos anaeróbios · Concentrações salinas elevadas (> 2%) podem potencializar a ação de outras substâncias conservadores, capazes de inibir o crescimento desses microrganismos · Desvantagem – facilita a perda de proteínas solúveis em solução salina · A maioria dos microrganismos deterioradores são sensíveis à presença do sal · Staphylococcus aureus e Vibrio parahaemolyticus – espécies patogênicas reativamente tolerantes ao sal · Não evita, porém, o crescimento de microrganismos halofílicos, principalmente dos gêneros Bacillus e Micrococcus · Utilizado · Produtos de origem animal, como carnes e derivados de leite · Produtos de origem vegetal, como chucrute, pepinos e azeitonas · Métodos de salga · Salga a seco · Cristais de sal são aplicados na forma seca sobre a superfície do alimento a ser processado · Processo lento · Salga úmida – salmoura · Imersão na salmoura ou injeção da salmoura CONSERVAÇÃO POR FERMENTAÇÃO · Processos microbiológicos para obtenção de produto com grande importância econômica – durante a fermentação há degradação de moléculas orgânicas com liberação de energia · Exemplo: fabricação de cerveja · O processo fermentativo com propósito de fermentação, ou não, encoraja a multiplicação de microrganismos e suas atividades metabólicas em alimentos · Estes microrganismos que são encorajados vêm de um grupo selecionado e suas atividades metabólicas e produtos são altamente almejados · Suplementados por outras operações, como refrigeração, pasteurização ou embalagem em atmosfera modificada · O processo fermentativo tem como objetivo · Alterar a textura do alimento · Preservar o alimento devido à produção de álcool ou ácido · Produzir aroma e sabores · E algumas bactérias são capazes de produzir bactericidas, como a nisina Fermentação · É um método de conservação baseado no estímulo de crescimento de certos organismos desejáveis que criarão condições desfavoráveis para outros microrganismos · Controle das fermentações · pH do meio · Fonte de energia · Disponibilidade de gás oxigênio · Temperatura Fermentação Alcoólica · Transformação de açúcaressolúveis em etanol · Leveduras mais utilizadas · Saccharomyces cerevisiae, Saccharomyces cerevisiae var ellipsoideus, Saccharomyces carlsbergensis · Usado para produção de · Bebidas alcoólicas, como vinho e cerveja · Bebidas alcoólicas fermento-destiladas, como aguardentes, rum, uísque, vodca, outros Fermentação Acética · Oxidação do álcool etílico para ácido acético através de bactérias acéticas · Muitas delas podem oxidar o ácido acético a gás carbônico e água, sendo indesejável na produção de vinagre · Agentes da acetificação · Acetobacter, Gluconobacter (pouco eficiente) Fermentação Láctica · Um dos mais importantes métodos de preservação de alimentos há centenas de anos atrás · Aplicação · Produtos de origem vegetal, como picles, chucrute, azeitonas e pepinos · Produtos de origem animal, como queijos e leites fermentados e carnes (salame) · Fabricação de iogurte · Mudança da textura por conta da coagulação de caseínas – ação do ácido láctico · A formação de flocos depende das condições de incubação, de processo e de cultura iniciadora · Sequência de bactérias lácticas · S. thermophilus – produtora de aroma, diacetil · L. bulgaricus – produção de aroma, acetaldeído · Determinada principalmente pela tolerância ao ácido · A flora microbiana pode ser natural ou adicionada para reduzir o tempo de fermentação · Reduz o pH rapidamente, inibindo os microrganismos indesejáveis (deteriorantes ou patógenos) CONSERVAÇÃO POR RADIAÇÃO Introdução · Radiação é definida como a energia proveniente dos núcleos de átomos radioativos emitida na forma de partículas ou ondas eletromagnéticas · Um átomo pode se tornar ionizado quando a radiação colide com um de seus elétrons. Se essa colisão ocorrer com muita violência, o elétron pode ser arrancado do átomo · Tipos de radiação · Partícula Alfa · Partícula Beta · Ondas Gama · Nêutron Norma para Conservação · Aprovada pela Comissão do Codex Alimentários (órgão da OMS) · 38 países → Irradiação de 40 tipos distintos de alimentos (especiarias, grãos, carne, frutas e legumes) · Redução de perdas de alimentos por · Ação de microrganismos, insetos e parasitas · Reduz a dependência de pesticidas químicos · Germinação prematura de raízes e tubérculos, principalmente países de clima quente · No Brasil, a legislação sobre irradiação de alimentos é a portaria do Ministério da Saúde do dia 08/03/1985 · Pesquisa no Centro de Energia Nuclear para Agricultura (CENA) e Instituto de Pesquisas Nucleares (IPEN) da USP · Dois tipos de radiação têm se destacado · Raios ultravioletas · Redução da contaminação superficial de alguns alimentos · Lâmpadas germicidas – salas refrigeradas de indústrias de carne · Radiação ionizante – Processo semelhante à pasteurização ou à esterilização, dependendo da dose radioativa aplicada. Para conservação de alimentos, usa-se: · Raios gama e elétrons acelerados (com alta energia) · Reduz ou elimina microrganismos, parasitas e pragas · Reduz as perdas naturais – inibe a maturação, brotamento e envelhecimento · A escolha da fonte de irradiação depende · Do tipo e da densidade do produto · Da dimensão da embalagem · Do objetivo do tratamento · Sendo que todos são relacionados com a distribuição da dose · Os elétrons acelerados possuem menor penetração que os raios gama · Não são usados para alimentos a granel · Usados para embalagens finas ou para tratamento de superfícies · Raios gama · São usados os irradiadores de cobalto 60 ou césio 137 · Usados na maioria das usinas de irradiação comercial · Necessitam de sistema de manuseio mais complexo · Câmara de irradiação blindada de concreto e chumbo que impede o vazamento da radiação · Quando não está em operação, fica armazenada numa piscina com água tratada · Os produtos a serem irradiados passam pela câmara de irradiação através de um sistema automático de transporte composto por esteiras · Todos os trabalhadores devem ser treinados · Elétrons · Máquina emissora que produz feixes de elétrons de alta energia direcionados ao alimento · Usadas em menor frequência · Manuseio relativamente mais simples e pode ser desligada · Os raios gama possuem maior capacidade de penetração Princípios da Irradiação · A radiação provoca ionização, criando carga positiva ou negativa ou radicais livres – Exemplo: radiólise da água – a formação dessas cargas resulta em efeitos químicos e biológicos · Inibição da divisão celular em microrganismos pela ruptura de sua estrutura molecular · O alimento não entra em contato com a fonte de radiação, não havendo indução de radioatividade nos alimentos · Efeitos sobre os microrganismos · Íons reativos danificam ou destroem os microrganismos imediatamente · Alteram a estrutura da membrana celular · Afeta a atividade das enzimas metabólicas · Interrompe a divisão celular (DNA e RNA) · Velocidade de destruição, depende · Velocidade de produção dos íons e da interação com o DNA · Da espécie do microrganismo · Velocidade de destruição não é linear à dose recebida Aplicações · Radapertização ou Esterilização Comercial · Dose alta (10 kGy – 40 kGy) · Destruição de microrganismos, patógenos, incluindo formadores de esporos, tais como C. botulinum · Radicalização (semelhante à pasteurização para o tratamento térmico) · Dose média (2,5 kGy – 10 kGy) · Redução dos patógenos não formadores de esporos · Radurização (semelhante à pasteurização para o tratamento térmico) · Dose baixa (0,75 kGy – 2,5 kGy) · Microrganismos deteriorantes · Desinfestação · < 1 kGy · Insetos e larvas · Controle de amadurecimento · Inibição de brotamento (batata, cebola, alho, batata doce) Fatores que Influenciam o Processo de Irradiação · Tipo de microrganismo (Gráfico NxD) · Número de microrganismo · Composição do alimento · Presença ou ausência de oxigênio · Estado físico do alimento (Temperatura e umidade) Para cada produto a ser irradiado, são estabelecidos procedimentos específicos, inclusive diferentes doses de radiação – nem todos os alimentos podem ser irradiados, como leite Fatores que Influenciam na Resistência de Microrganismos Frente a Irradiação · Proteínas e polissacarídeos · Protegem os microrganismos das radiações ionizantes. Os valores das doses D10 são mais altos em alimentos proteicos do que em soluções tampão · Água · A sua presença favorece a destruição. Os radicais livres da água intracelular são os intermediadores das lesões celulares. Em alimentos desidratados a resistência dos microrganismos é maior. · Oxigênio · Valores de D10 são de 2 a 4 vezes maiores em condições anaeróbias. Na presença de oxigênio, o efeito das radiações ionizantes aumenta devido, provavelmente, a oxidação dos lipídeos da membrana, o que reduziria a energia e o material requerido para o reparo das lesões. · Sal · A presença de sal aumenta o efeito das radiações deixando os microrganismos menores capazes de reparar o DNA. · Temperatura · As temperaturas de congelamento contribuem para a resistência dos microrganismos à irradiação – os valores de D10 são maiores do à temperatura ambiente. O gelo tem um efeito protetor e reduz a formação de radicais livres. No entanto, do ponto de vista das características sensoriais do produto é preferível, em alguns produtos como, por exemplo, carnes, a utilização de temperaturas de congelamento para aplicar a irradiação e reduzir desta forma a velocidade de reações ocasionadas por radicais livres.
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