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Bases para 
interpretação 
do ECG
SUMÁRIO
1. Atividade elétrica cardíaca (Sistema de condução) .......................................................................................... 4
2. Nó sinoatrial ......................................................................................................................................................5
3. Feixes internodais e feixe de Bachmann ...........................................................................................................5
4. Nó atrioventricular ............................................................................................................................................5
5. Feixe de His .......................................................................................................................................................6
6. Fibras de Purkinge ............................................................................................................................................6
7. Potenciais de membrana ...................................................................................................................................7
Potencial de repouso ...............................................................................................................................................7
Potencial de ação ....................................................................................................................................................8
Período refratário ...................................................................................................................................................11
8. Dipolo ...............................................................................................................................................................12
9. Derivações ......................................................................................................................................................14
Derivações do plano frontal ..................................................................................................................................15
Derivações do plano horizontal (precordiais) .......................................................................................................16
10. Eletrodos .........................................................................................................................................................17
Eletrodos periféricos ..............................................................................................................................................17
Eletrodos precordiais .............................................................................................................................................18
11. Sistema de registro do eletrocardiograma ......................................................................................................19
Referências bibliográficas ................................................................................................................................................22
Bases para interpretação do ECG   3
 Conceito:  O eletrocardiograma é um exame complementar ca-
paz de registrar a atividade elétrica do coração, dando suporte para correlação 
clínica com diversas condições patológicas cardíacas e extracardíacas.
Seja nas unidades de pronto-atendimento, unidades básicas de saúde, ambulató-
rios ou enfermarias, o eletrocardiograma (ECG) far-se-á presente em muitos momen-
tos na sua prática médica. É um exame barato, fácil de ser realizado e é utilizado não 
somente para avaliação da saúde cardiovascular e possíveis anomalias do coração, 
mas também em diversas outras condições, que em última análise podem ser veri-
ficadas nesse exame. Dado a sua importância, é necessário que tenhamos um bom 
conhecimento básico da atividade elétrica e mecânica do coração, dos vetores de 
despolarização, derivações, eletrodos e calibração do eletrocardiógrafo. Além disso, 
temos que saber o seu funcionamento e como realiza-lo para enfim interpretarmos 
seus traçados. Sendo assim vamos começar entendendo e/ou relembrando alguns 
conceitos da eletrofisiologia cardíaca. 
 Saiba mais!  História do ECG
Em 1901, o médico e eletrofisiologista Willem Einthoven, a partir de contribui-
ções de eletrofisiologistas anteriores, realizou diversas modificações no méto-
do de registro da atividade elétrica do coração e criou o galvanômetro de corda 
(Figura 1), um aparelho que era capaz de fazer um registro mais eficaz. Esse 
aparelho pesava cerca de 270 kg e seu funcionamento e consistia em um fino 
filamento de quartzo revestido com prata esticado através de um forte campo 
magnético. Qualquer corrente elétrica fraca de um potencial cardíaco seria ca-
paz de movimentar o filamento e a oscilação das cordas dependia da força e 
direção da corrente. As sombras geradas pela movimentação do fio de quartzo 
eram projetadas num filme fotográfico na forma de deflexões e oscilações. 
Esse aparelho estava situado em laboratório da universidade de Leiden, a cerca 
de 1,5 km do hospital universitário. Dessa forma, foram utilizados fios telefôni-
cos para transmitir os impulsos elétrico cardíacos de pacientes hospitalizados 
para ser registrado pelo aparelho em laboratório. O formato padrão estabele-
cido por Einthoven para registrar as deflexões é usado até os dias de hoje. Por 
isso, ele é conhecido como pai do eletrocardiograma, recebendo um prêmio 
Nobel de medicina pelas contribuições no estudo da eletrofisiologia.
Bases para interpretação do ECG   4
1. ATIVIDADE ELÉTRICA CARDÍACA 
(SISTEMA DE CONDUÇÃO)
O coração dos mamíferos possui quatro câmaras que são basicamente formadas por 
3 tipos de células: células de automatismo, células de condução e células de contração.
As células do automatismo têm como principal característica se autoestimular 
gerando uma corrente elétrica e também ditar o ritmo cardíaco. As células de con-
dução são especializadas em conduzir e propagar o impulso elétrico gerado pelas 
células de automatismo. Já as células de contração são especializadas em contrair 
assim que são estimuladas. O conjunto de células de automatismo e de condução 
formam estrutura que dão origem ao sistema de condução do coração. 
Para que o coração funcione de forma adequada, é necessário que as contrações 
entre átrios e ventrículos estejam sincronizadas para que, enquanto os primeiros 
estejam contraindo (sístole), os segundos estejam relaxando (diástole). Para que 
ocorra essa sincronia, a corrente elétrica (onda de despolarização) deve arrevessar 
o coração de forma de forma hierárquica ao longo das estruturas do sistema espe-
cializado de condução elétrica do coração. Compõem os componentes desse siste-
ma: O nó sinoatrial (NSA), feixes internodais, nó atrioventricular (NAC), feixe de His e 
fibras de purkinge (Figura 1).
Figura 1. Sistema de condução do coração. 
Fonte: Blamb/Shutterstock.com.
Vamos analisar cada uma dessas estruturas.
Bases para interpretação do ECG   5
2. NÓ SINOATRIAL
É formado por um conjunto de células especializadas e está localizado no átrio di-
reito, nas proximidades onde desemboca a veia cava superior. Essa estrutura é dotada 
de automatismo e é aqui onde é gerado, em condições normais, o potencial elétrico que 
irá se propagar ao longo de miocárdio. Como é dotado de automatismo, o NSA é res-
ponsável por ditar o ritmo cardíaco, sendo conhecido como marca-passo do coração. É 
importante salientar que apesar do NSA ter a capacidade de definir o ritmo e frequência 
cardíaca devido a seu automatismo, ele é influenciado pelas fibras nervosas do sistema 
simpático e parassimpático, que podem aumentar ou diminuir o ritmo, respectivamente.
 Se liga!  O Nó Sinoatrial é o responsável por iniciar e assim, ditar o 
ritmo do coração.
3. FEIXES INTERNODAIS E 
FEIXE DE BACHMANN
Os feixes internodais são responsáveis por conduzir o estímulo do nósinoatrial 
ao longo do átrio até o NAV de maneira extremamente rápida. São formados pelo 
trato intermodal anterior, posterior e médio. Já o feixe de Bachmann conduz o im-
pulso até o átrio esquerdo.
4. NÓ ATRIOVENTRICULAR 
É formado por conjunto de células localizado no átrio direito, próximo ao seio co-
ronário, na superfície endocárdica da porção inferior do septo interatrial. Quando o 
impulso chega no NAV pelos feixes internodais, ocorre um atraso (pausa) fisiológico 
na condução do impulso elétrico. Isso acontece, pois caso não houvesse esse atra-
so, átrios e ventrículos iriam se contrair e relaxar ao mesmo tempo, não permitindo 
um bombeamento eficaz do coração.
Bases para interpretação do ECG   6
 Atenção!  Como será descrito no material de segmentos, ondas 
e períodos, o atraso fisiológico é registrado no ECG como uma linha isoelétrica, 
que nós chamaremos de segmento PR. Então guarde essa informação.
5. FEIXE DE HIS
É um feixe de fibras localizado no interior do músculo cardíaco do septo inter-
ventricular que saem do NAV e em determinado ponto se dividi em dois ramos prin-
cipais: O ramo direito e o esquerdo, responsáveis pela condução para o ventrículo 
direito e esquerdo, respectivamente. O ramo direito inicia suas subdivisões ao nível 
do músculo papilar anterior do ventrículo direito, já o esquerdo se subdivide logo em 
seguida em dois: a divisão anterossuperior e a posteroinferior.
6. FIBRAS DE PURKINGE 
São as diversas ramificações dos ramos direito e esquerdo do feixe de His que 
adentram o miocárdio e são responsáveis por estimular os cardiomiócitos ventricu-
lares para que ocorra a contração.
Então, seguindo a sequência citada, primeiramente o NSA dispara um estímulo 
que é conduzido para os miócitos atriais através do feixe de Bachmann e para o 
NAV por meio dos feixes internodais, neste ocorre o atraso fisiológico. Logo depois, 
o estimulo segue adiante pelo feixe de His e seus ramos esquerdo e direito, até che-
gar as fibras de Purkinge que estimularão os miócitos ventriculares.
Bases para interpretação do ECG   7
 Saiba mais!  No caso das células do NSA não exercerem o seu 
papel por alguma disfunção do nó, outras partes do sistema de condução po-
dem assumir o papel de marca-passo do coração. Isso acontece, pois todas 
essas estruturas possuem um certo grau de automatismo, porém com uma 
frequência de disparo menor que o NSA que acaba suprimindo os disparos 
das outras estruturas. A sequência em assumir o papel de marca-passo é hie-
rarquizada, no sentido das estruturas superiores para inferiores. No caso, por 
exemplo, de disfunção do NSA a estrutura que irá assumir sua função será o 
NAV, nas disfunções do NAV assume o feixe de His e assim por diante. É im-
portante salientar que quando isso acontece, temos que nos atentar a possí-
veis arritmias que se farão mais presente nessas condições.
7. POTENCIAIS DE MEMBRANA
Você deve se recordar que todo o impulso elétrico é gerado e propagado nas 
células cardíacas, pois existe uma diferença de potencial (DDP) elétrico em suas 
membranas que é determinada pela quantidade de íons que entram e saem dessas 
células. Os principais íons envolvidos na determinação do potencial de membrana 
são o K+, Na+ e Ca2
+ e Cl-. A essa DDP quando a célula está em repouso (equilíbrio) 
damos o nome de potencial de repouso. Ao contrário, quando ela está sendo estimu-
lada e conduzindo o impulso elétrico, damos o nome de potencial de ação.
7.1 Potencial de repouso
Quando a célula está em equilíbrio de cargas o seu potencial de repouso de -90 mV 
(Figura 2). Nesse momento os íons estão distribuídos da seguinte forma na célula: 
K+: Meio intracelular >>> Meio extracelular.
Na+: Meio intracelular <<< Meio extracelular. 
Ca+: Meio intracelular < Meio extracelular. 
Bases para interpretação do ECG   8
Figura 2. Célula muscular cardíaca em repouso com maior car-
ga negativa em relação ao meio externo. 
Fonte: Acervo do autor.
Nessa fase, a membrana é muito mais permeável aos íons de K+ pelos chamados 
canais de potássio Ik1. O potencial de membrana sempre tende a ser bem próximo 
do potencial de equilíbrio do íon mais permeável, que nesse caso é K+ com um poten-
cial de equilíbrio de -92 mV. Isso quer dizer que se a membrana fosse exclusivamen-
te permeável ao K+, o seu potencial de membrana seria -92 mV. Mas não é isso que 
acontece, pois temos uma permeabilidade, ainda que menor de outros íons.
7.2 Potencial de ação 
O potencial de ação ocorre quando a célula recebe ou cria um estímulo, ocorren-
do mudança na permeabilidade dos íons, com despolarização celular, saindo assim 
do seu repouso (Figura 3). Existem dois tipos de potenciais de ação: O potencial de 
ação rápido e o potencial de ação lento, que variam a depender dos tipos de células 
que são estimuladas.
Figura 3. Célula muscular cardíaca no potencial de ação com 
maior carga positiva em relação ao meio externo. 
Fonte: Acervo do autor.
Bases para interpretação do ECG   9
Potencial de ação rápida (resposta rápida)
Observando a Figura 4, vemos que o potencial de ação é dividido em 4 fases. Esse 
tipo de potencial ocorre nos miócitos, células de Purkinge e feixe de His. Vamos en-
tender o que ocorre em casa uma dessas fases.
Figura 4. Gráfico do potencial de ação rápido com correlação com um traçado eletrocardiográfico. 
Fonte: asia11m/Shutterstock.com.
Fase 0 
Ao receber um estímulo que ultrapasse o limiar de excitabilidade da célula car-
díaca, são abertos canais de Na+ dependentes de voltagem, fazendo com que haja 
um intenso e rápido influxo desse íon e ocorra a despolarização celular, elevando o 
potencial de membrana para uma voltagem positiva de forma abrupta como visto na 
imagem. Lembre-se, o potencial da membrana sempre será mais próximo do poten-
cial de equilíbrio do íon que tem maior permeabilidade, que nesse momento é o Na+.
Fase 1
É uma fase rápida de transitória de repolarização, que ocorre logo após a despo-
larização como consequência da abertura de um outro canal de k dependente de 
voltagem (It0) que aumenta a permeabilidade do K+. A rápida cinética de ativação e 
desativação do canal explica o caráter transitório dessa fase.
Bases para interpretação do ECG   10
Fase 2
Marcada por um platô, como visualizado na figura 5, nessa fase há uma ativação 
dos canais de cálcio tipo L (lentos), que começaram a serem ativados lentamente 
ainda no início da despolarização, fazendo com que ocorra um influxo de Ca+. Dessa 
forma, tanto as correntes despolarizantes (influxo de Na+ e Ca+), quanto as repolari-
zantes (efluxo de K+ e influxo de Cl-), que possuem são amplitudes bem semelhantes, 
ocorrendo um equilíbrio dinâmico de cargas caracterizado por um potencial de mem-
brana que permanece relativamente estável.
 Atenção!  Ao estudarmos ondas, segmentos e intervalos iremos 
nos deparar com o famoso segmento ST do eletrocardiograma. Ele é caracte-
rizado, em condições normais, como uma linha mais ou menos isoelétrica que 
representa exatamente o momento da fase 2 do potencial de ação.
Fase 3 
Também chamada de repolarização rápida final, nessa fase, outros canais deno-
minados de canais de K+ retificadores retardados, que são dependentes de voltagem, 
começam a se abrir. Importante salientar que esses canais começaram a ser ativa-
dos no início da despolarização, porém sua ação é mais tardia (retardada). Nesse 
momento, as correntes de efluxo começam a superar as correntes de influxo, que 
aos poucos vão sendo diminuídas e a célula tende a volta para o seu repouso.
Fase 4 
Essa fase nada mais é do que o potencial de repouso estável, onde há novamente 
um balanço entre as correntes de influxo e efluxo, resultando em uma corrente nula, 
assim como antes da despolarização. Lembre-se de que a bomba de Na+/K+ contri-
bui de forma significativa para essa estabilidade.
Potencial de ação lenta
Na Figura 5, podemos verificar que o gráfico é totalmente diferente do potencial 
de ação rápida, pois não possui a fase 1 nem da fase dois, sendo a fase0 lenta. Esse 
potencial de ação ocorre nas células do NSA e NAV e os principais íons envolvidos 
nos processos são o Ca2
+ e K+. Nesses locais a principal corrente de despolariza-
ção é a corrente carreada pelo influxo contínuo, lento e de baixa amplitude de Ca2
+. 
Quando a célula atingir seu limiar de excitabilidade haverá a abertura e mais canais 
de Ca2
+ fazendo que que haja despolarização.
Bases para interpretação do ECG   11
Após a despolarização, dá-se o início ao processo de despolarização contínua e 
mais lenta com efluxo de K+ por meio de canais especiais de K+.
Figura 5. Gráfico do potencial de ação lento. Gráfico do potencial de ação lenta.
Fonte: asia11m/Shutterstock.com.
7.3 Período refratário
Após um potencial de ação rápido no miocárdio os canais iônicos responsáveis pela 
despolarização sofrem um perídio de inativação, denominado período refratário efetivo 
(PRE). Pode ser classificado em período refratário absoluto e período relativo (Figura 7).
Período Refratário Absoluto (PRA): Situação onde nenhum novo estímulo po-
de provocar um novo potencial de ação, independente da intensidade do estímulo. 
Geralmente nenhum novo estímulo consegue gerar um novo potencial de ação com 
pelo menos 50% dos canais reativados. 
Período Refratário Relativo (PRR): Situação na qual um estímulo supralimiar é 
capaz de estimular um segundo potencial de ação que possui menor velocidade e 
intensidade de propagação.
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/pacemaker-cells-sinus-node-can-spontaneously-1875593344
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/pacemaker-cells-sinus-node-can-spontaneously-1875593344
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/pacemaker-cells-sinus-node-can-spontaneously-1875593344
Bases para interpretação do ECG   12
Figura 6. Gráfico de potencial de ação rápido com ênfase na iden-
tificação do momento dos períodos refratários. 
Fonte: Acervo do autor. 
Um fato interessante é que no potencial de ação lenta o período refratário ultra-
passa a própria direção do potencial de ação. Isso acontece, pois, o canal de cálcio 
do tipo L precisa de um tempo maior para ser novamente ativado.
8. DIPOLO
 Conceito:  O dipolo nada mais é que duas cargas de mesmo mó-
dulo, mas com sentidos opostos, separados por uma distância.
O conceito do dipolo também é utilizado no eletrocardiograma. E para representa-
ção desse dipolo usaremos um vetor, que por convenção sai do polo negativo para o 
positivo. No mundo do eletrocardiograma chamamos de vetor de despolarização. 
Bases para interpretação do ECG   13
Vejamos a atividade elétrica atrial. Note, na Figura 7, que a despolarização atrial 
é formada por dois vetores de despolarização, um vetor apontado para esquerda 
que vai em direção ao átrio esquerdo e um outro que aponta para baixo que vai em 
direção ao NAV. A soma desse dois dará um único vetor resultante (SâP) que aponta 
para baixo e para a esquerda e que representa a ativação atrial.
Figura 7. Vetores de despolarização atrial. 
Fonte: Acervo do autor.
Do mesmo modo, a atividade elétrica do coração durante a despolarização forma 
3 vetores (Figura 8). O vetor 1 vai para a direita, o vetor 2 estimula septo e vai em di-
reção ao ápice do coração (para baixo e para esquerda) e o vetor 3 aponta para cima 
e representa a despolarização das partes basais. A soma desses vetores da origem 
ao vetor resultante (SAQRS) que aponta para baixo e para esquerda.
Figura 8. Vetores de despolarização ventricular. 
Fonte: Acervo do autor.
Bases para interpretação do ECG   14
9. DERIVAÇÕES 
As derivações são os diversos pontos de vista no qual o ECG consegue “enxergar” 
o coração. Uma mesma onda de despolarização pode ser visualizada (registrada) de 
forma distinta por derivações diferentes. Quando o impulso elétrico (vetor) vai em 
direção ou se aproxima da derivação, ele é registrado como uma deflexão positiva e 
quando esse impulso se afasta dessa derivação é feito um registro com deflexão ne-
gativa. Vejamos um exemplo (Figura 9).
Figura 9. Dipolo elétrico sendo representado por um vetor e analisado por diferentes pontos. 
Fonte: Acervo do autor.
Na Figura 10, note que o impulso elétrico está saindo do polo negativo e indo em 
direção ao positivo. Veja que a derivação número 1 faz um registro de uma deflexão 
totalmente negativa, pois o impulso está sempre se afastando e indo em direção 
ao polo oposto. Ao contrário, a derivação número 5 faz um registro de uma defle-
xão completamente positiva, pois o impulso elétrico está se aproximando cada vez 
mais dessa derivação. Já a derivação de número 3, inicialmente, faz um registro de 
uma deflexão positiva, pois o impulso está se aproximando de sua posição, porém 
registra em seguida uma deflexão negativa, pois a onda já passou por ela e agora se 
afasta. Todo esse raciocínio também se aplica às derivações do eletrocardiograma. 
Como o coração é uma estrutura tridimensional, os impulsos elétricos também de-
vem ser retratados de forma tridimensional através de 2 planos formados por deri-
vações: frontal e horizontal.
Bases para interpretação do ECG   15
Derivações do plano frontal 
No plano frontal as derivações podem ser bipolares ou unipolares.
Derivações bipolares: São ditas bipolares pois essas derivações terão um único 
polo positivo e um único negativo (Figura 10). Vejamos cada derivação.
Figura 10. Derivações bipolares do plano frontal. 
Fonte: Acervo do autor. 
DI: Derivação que vai da direita para esquerda, ou seja, do polo negativo para o positivo.
DII: Derivação que vai da direita para esquerda e de superior para inferior, também 
do polo negativo para o positivo.
DIII: Derivação que vai de superior para inferior e da esquerda para direita, mais 
uma vez do polo negativo para o positivo. 
As 3 derivações foram um triangulo chamado de triangulo de Einthoven.
Derivações unipolares: são ditas unipolares pois só há um polo positivo, enquanto 
todos os outros funcionam como polos negativos, saindo sempre desses últimos. 
Vamos analisar a Figura 11 e em seguida ver as características de cada derivação.
Bases para interpretação do ECG   16
Figura 11: Derivações unipolares do plano frontal. 
Fonte: Acervo do autor.
aVL: Derivação que vai de inferior para superior e da direita para esquerda.
aVR: Derivação que vai de inferior para superior e da esquerda para direita.
aVF: Derivação que vai de superior para inferior.
Derivações do plano horizontal (precordiais)
O plano horizontal é formado pelas derivações precordiais V1, V2, V3, V4, V5 e V6. 
Com essas derivações o eletrocardiógrafo consegue registrar a atividade elétrica do 
coração no plano horizontal.
Figura 12. Derivações do plano horizontal. 
Fonte: Acervo do autor. 
Bases para interpretação do ECG   17
Quando juntamos todas as derivações do plano frontal e horizontal temos uma 
visão mais completa da transmissão do impulso elétrico no coração (Figura 13).
Figura 13. Conjunto de derivações do plano frontal e horizontal. 
Fonte: Acervo do autor. 
10. ELETRODOS 
Cada derivação depende de um conjunto de eletrodos que são colocados no pa-
ciente de forma ordenada para que consiga captar o impulso elétrico. Vamos ver 
agora como são colocados esses eletrodos. 
Eletrodos periféricos
Existem 4 eletrodos periféricos, que geralmente têm um formato de pinça, que são 
colocados na periferia do corpo e possuem cores padronizadas.
Vermelho (R): Colocado no braço direito (Right).
Amarelo (L): Colocado no braço esquerdo (Left).
Verde (F): Colocado na perna esquerda (Foot).
Preto (N)): na perna direita (Neutro).
Bases para interpretação do ECG   18
Figura 14. Posição dos eletrodos periféricos. 
Fonte: Acervo do autor. 
 Curiosidade!  Nos eletrodos podem vir escritas as siglas R 
(rigth), L (left), F (foot), N (neutro). Mas existe um macete que você pode utilizar 
para se lembrar de forma rápida. Veja, você é brasileiro (verde e amarelo) 
de coração e o coração está do lado esquerdo do peito, logo eletrodos 
posicionados no ladoesquerdo. O verde fica sempre embaixo, pois nos lembra 
o gramado, que está sempre no chão. Do lado direito imagine qualquer time 
rubro-negro. No termo, o vermelho vem primeiro (rubro) e o segundo (negro) 
vem depois. Então vermelho superior e preto inferior. 
Eletrodos precordiais
São 6 eletrodos denominados V1, V2, V3, V4, V5, V6 e são colocados na região do 
tórax do paciente. Vejamos os pontos de referência.
Bases para interpretação do ECG   19
Figura 15. Posição dos eletrodos precordiais. 
Fonte: Acervo do autor. 
• V1: 4º espaço intercostal da linha paraesternal direita.
• V2: 4º espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal esquerda.
• V4: 5º espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular.
• V3: Entre V2 e V4.
• V5: 5º espeço intercostal na linha axilar anterior.
• V6: 5º espaço intercostal na linha axilar média.
11. SISTEMA DE REGISTRO DO 
ELETROCARDIOGRAMA
O eletrocardiograma é registrado em um papel milimetrado padronizado. No eixo 
das ordenadas do papel será registrada a voltagem, no eixo das abcissas será regis-
trado o tempo (Figura 16).
Bases para interpretação do ECG   20
Figura 16. Padrão de registro do eletrocardiograma. 
Fonte: Acervo do autor.
O papel é formatado em quadrados menores e quadrados maiores. No eixo das 
ordenadas (voltagem), cada quadrado menor possui 1 mm ou 0,1 mV, já o quadrado 
maior, formado por 5 quadrados menores, possui 5 mm ou 0,5 mV. No eixo das ab-
cissas (tempo) cada quadrado menor possui 1 mm ou 0,04 segundos (40 ms); já os 
quadrados maiores, também formados por 5 quadrados menores, possuem 5 mm ou 
0,20 segundos (200 ms). A velocidade-padrão de registro do eletrocardiógrafo é de 25 
mm/s. Essas informações serão úteis para calcular a frequência cardíaca e analisar o 
tempo dos intervalos, segmentos e onda, bem como amplitude de cada uma dessas.
Bases para interpretação do ECG   21
Bases de interpretação do ECG
MAPA MENTAL GERAL
Sistema de condução elétrico do coração 
NSA
NAV
Feixe de Bachmann
Feixes internodais
Feixe de His
Fibras de Purkinge
Ramo direitoRamo esquerdo
Potencial de membrana 
Célula polarizada
Potencial de ação
Célula despolarizada
Potencial de repouso (-90mV)
Fibras de Purkinge
Rápida
NSA
Lenta
Cardiomiócitos
NAVFeixe de His
Derivações
Plano horizontal
V1 V2 V3 V4 V5 V6
Plano frontal 
Bipolares
DI DII DIII aVL aVF aVR
Unipolares
Padrão de registro
Velocidade de registro Voltagem Tempo
25mm/s
Quadrado 
menor
Quadrado 
maior
Quadrado 
menor
Quadrado 
maior
1 mm=0,04s 5 mm=0,20s 1 mm=0,1mV 5 mm=0,04mV
Fonte: Elaborado pelo autor.
Bases para interpretação do ECG   22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alencar Neto JN de. Manual de ECG. 1. ed. Salvador: Sanar, 2019. v. 1.
Cirenza C, Póvia R. O eletrocardiograma na prática médica. São Paulo: Atheneu, 
2013. v. 1.
Pastore CA, et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Análise e 
Emissão de Laudos Eletrocardiográficos. Arq. Bras. Cardiol. [on-line]. 2009, v. 93, n. 3, 
suppl. 2, p. 1-19.
sanarflix.com.br
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	Feixe de His
	Fibras de Purkinge 
	Potenciais de membrana
	Potencial de repouso
	Potencial de ação 
	Período refratário
	Dipolo
	Derivações 
	Derivações do plano frontal 
	Derivações do plano horizontal (precordiais)
	Eletrodos 
	Eletrodos periféricos
	Eletrodos precordiais
	Sistema de registro do eletrocardiograma
	Referências bibliográficas