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FACUMINAS TCC

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FACUMINAS – PÓS EM ANALISES CLINICAS 
 
 
 
 
KENIDY VENANCIO PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
FASE PRÉ-ANALÍTICA EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS: 
CONHECENDO OS PRINCIPAIS ERROS E AS CONSEQUÊNCIAS GERADAS 
DURANTE O PROCESSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Franca – SP 
2023 
KENIDY VENÂNCIO PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FASE PRÉ-ANALÍTICA EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS: 
CONHECENDO OS PRINCIPAIS ERROS E AS CONSEQUÊNCIAS GERADAS 
DURANTE O PROCESSO 
 
 
 
 
Artigo Científico apresentado a Pós 
Graduação em Analises Clinicas a 
Facuminas, como requisito de avaliação da 
disciplina de Trabalho de Conclusão de 
Curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Franca – SP 
2023 
FASE PRÉ – ANALÍTICA EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS: 
CONHECENDO OS PRINCIAPIS ERROS E AS CONSEQUÊNCIAS GERADAS 
DURANTE O PROCESSO 
 
Kenidy Venâncio Pereira1 
 
1 Graduado no Curso de Biomedicina pela Universidade Estácio de Sá. 
 
RESUMO: Os laboratórios de análises clínicas, por meio do laudo laboratorial, auxiliam nas 
decisões médicas ao contribuir para a definição do possível diagnóstico e indicar qual o 
tratamento terapêutico adequado. Por essa razão, os médicos necessitam ter segurança e 
confiança nos resultados apresentados pelos laboratórios. O objetivo do presente estudo foi 
identificar e compreender os principais erros na fase pré-analítica e as consequências geradas 
durante o processo. A metodologia baseou-se em uma revisão de literatura através de 
pesquisa e seleção de textos a partir das bases de dados como SCIELO, Google Acadêmico, 
RBAC e PUBMED, com uso das palavras-chave: fase pré-analítica, erros na fase pré- 
analítica, controle de qualidade, gestão da fase pré-analítica, laboratório de análises clínicas 
e os respectivos correspondentes em língua inglesa. Na realização deste estudo foi discorrido 
sobre pontos relevantes compreendidos na fase inicial que compõe o processo de análise, 
conhecida como fase pré-analítica, e como esta vem sendo apontada por diferentes estudos 
como a grande responsável pelos erros dentro de um laboratório de análises clínicas. O 
principal motivo para a alta frequência destes erros é a dificuldade de controlar as variáveis 
pré-analíticas e realizar melhorias nos processos que envolvem atividades laborais manuais. 
Então, para alcançar maior confiabilidade, o laboratório clínico deve seguir as especificações 
contidas nos procedimentos de controle qualidade. Nesse sentido, o sistema de gestão 
implantado na fase pré-analítica do laboratório clínico é o grande propiciador de uma 
estrutura que permite a identificação, em tempo hábil, de eventuais problemas ou desvios de 
processos, e que possam ser corrigidos antes que interfiram na qualidade de seus serviços. 
Ressalta-se que existe uma grande necessidade da implementação de um programa de 
controle de qualidade, visando melhorar os serviços prestados pelos laboratórios clínicos. 
 
Palavras-chave: Controle de qualidade. Erros na fase pré-analítica. Fase pré-analítica. 
Gestão da fase pré-analítica. Laboratório de análises clínicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
Endereço para correspondência: Rua da Concordia, n° 4900, Bairro: Pinhais, Franca - SP. CEP: 14405-
646 
Endereço eletrônico: Kenidyvenancio@gmail.com 
mailto:Kenidyvenancio@gmail.com
PRE-ANALYTICAL PHASE IN CLINICAL ANALYSIS LABORATORIES: KNOWING 
THE MAIN ERRORS AND THE CONSEQUENCES GENERATED DURING THE 
PROCESS 
 
Kenidy Venâncio Pereira1 
 
1 Graduated in the Biomedicine Course at Estácio de Sá University. 
 
ABSTRACT: Clinical analysis laboratories, through the laboratory report, assist in medical 
decisions by contributing to the definition of a possible diagnosis and indicating the 
appropriate therapeutic treatment. For this reason, physicians need to be confident and 
confident in the results presented by laboratories. The aim of this study was to identify and 
understand the main errors in the pre-analytical phase and the consequences generated during 
the process. The methodology was based on a literature review through research and selection 
of texts from databases such as SCIELO, Academic Google, RBAC and PUBMED, using 
the keywords: pre-analytical phase, errors in the pre- analytical, quality control, management 
of the pre-analytical phase, clinical analysis laboratory and the corresponding English 
language counterparts. In carrying out this study, relevant points were discussed in the initial 
phase that makes up the analysis process, known as the pre-analytical phase, and how this 
has been pointed out by different studies as being largely responsible for errors within a 
clinical analysis laboratory. The main reason for the high frequency of these errors is the 
difficulty of controlling pre-analytical variables and making improvements in processes that 
involve manual labor activities. Therefore, to achieve greater reliability, the clinical 
laboratory must follow the specifications contained in the quality control procedures. In this 
sense, the management system implemented in the pre-analytical phase of the clinical 
laboratory is the great provider of a structure that allows the identification, in a timely 
manner, of any problems or deviations from processes, and that can be corrected before they 
interfere in the quality of its services. It is noteworthy that there is a great need to implement 
a quality control program, aiming to improve the services provided by clinical laboratories. 
 
Key Words: Pre-analytical phase. Errors in the pre-analytical phase. Quality control. Pre- 
analytical phase management. Clinical laboratory. 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
Na assistência à saúde, os serviços prestados para auxiliar a conduta médica acerca 
da situação clínica do paciente tornaram-se indispensáveis, pois ajudam significativamente 
para uma melhor garantia de saúde. Nesse contexto, os laboratórios de análises clínicas têm 
função de contribuir na assistência e promover saúde através do funcionamento de seus 
setores, podendo citar alguns como hematologia, imunologia, bioquímica, parasitologia, 
microbiologia, líquidos biológicos; que realizam análises de amostras biológicas de sangue, 
urina, fezes e outras. Estas instituições avaliam o estado fisiológico do paciente para que 
sejam garantidos resultados de exames de forma rápida, eficiente e segura. É importante 
ressaltar que os laudos finais devem ser corretos e confiáveis para que o médico possa decidir 
de forma convicta sobre a condição clínica do paciente (ARAGÃO & ARAUJO, 2019). 
O laudo laboratorial pode ser conceituado como o documento que demostra os 
resultados das análises que foram realizadas no laboratório clínico, sendo que precisa estar 
validado e autorizado pelo responsável técnico (BRASIL, 2005). É importante dizer que um 
laudo confiável é a garantia aos médicos e pacientes de um atendimento seguro e eficiente. 
Por isso, estes documentos devem ser corretos para que haja uma tomada de decisão em 
relação ao diagnóstico condizente com o histórico clínico do paciente (GUIMARÃES et al., 
2011; PLEBANI, 2009). 
Ao laboratório de análises clínicas é obrigatório seguir normas e programas que visam 
diminuir a ocorrência de erros, evitar sua recorrência e minimizar suas consequências, pois 
as falhas representam uma grande ameaça para a garantia da saúde do paciente, podendo 
causar danos relacionados ao atraso, falta ou mesmo erro de diagnóstico. É necessário 
reforçar que todo cuidado e atenção é essencial quando se trata de erros em qualquer fase do 
processo da análise laboratorial realizada em laboratórios de análises clínicas. Por isso, o 
profissional responsável precisa estar gabaritado para atuar neste setor, capacitado para 
realizar os procedimentos e prestar informações corretas ao paciente. Sendo assim, os 
cuidados asseguram a eficiência do laboratório e garantemsegurança nos resultados finais 
(COSTA & MORELI, 2012; GUIMARÃES et al., 2011). 
Todas as atividades desenvolvidas pelo laboratório clínico são diretamente 
administradas por um programa de garantia de qualidade (PGQ) (SOUZA & AMOR, 2010). 
Este PGQ precisa necessariamente abranger desde da preparação do paciente para a coleta 
até a liberação dos resultados das análises (COSTA & MORELI, 2012). De acordo com 
Souza e Amor (2010), as Boas Práticas de Laboratório (BPL) são normas que estão presentes 
5 
 
neste programa, com a função de melhor disciplinar a organização, o funcionamento e as 
condições sob as quais os exames são elaborados, registrados e liberados, assim como as 
amostras são preservadas, descartadas e os resultados arquivados. Assim, PGQ e BPL juntos 
possuem o objetivo de assegurar a eficiência no processo até os resultados finais. 
Outro ponto importante a ser citado é sobre a implantação de um Sistema de Gestão 
de Qualidade, pois este objetiva uma estratégica multifacetada focada em diminuir os erros 
do processo. Além disso, o Sistema de Gestão de Qualidade é responsável por estabelecer 
critérios que analisam minuciosamente cada etapa envolvida na análise, e assim, responsável 
por alcançar um alto grau de eficiência e qualidade no resultado final do processo (LIPPI, 
2009). 
Para identificar as principais fontes de erros dentro do laboratório de análises clínicas 
se faz necessário conhecer as etapas envolvidas no processo. A fase pré-analítica é tida como 
um conjunto de atividades importantes para o início da realização do exame, e algumas dessas 
atividades são treinamento dos técnicos, preparação do paciente, informação sobre a 
realização do exame, coleta, transporte, armazenamento e identificação das amostras 
(SOUZA & AMOR, 2010). Já a fase analítica compreende um conjunto de operações 
utilizadas na realização das análises laboratoriais por um determinado método 
(GUIMARÃES et al., 2011; BRASIL,2005). Finalmente, a fase pós-analítica consiste na 
etapa final do processo, no qual se faz a conferência dos resultados, inclusive a identificação 
dos exames e a caracterização do diagnóstico (COSTA & MORELI, 2012). 
Assim, o objetivo do presente estudo foi realizar um levantamento bibliográfico sobre 
os principais erros na fase pré-analítica e as consequências, de forma a contribuir como fonte 
de pesquisa para a sociedade, assim como para estudantes e profissionais da área laboratorial. 
 
MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Tratou-se de um estudo de abordagem qualitativa, de caráter exploratório, do tipo 
revisão bibliográfica, no qual foi realizado um levantamento na literatura disponível com 
enfoque nos principais erros na fase pré-analítica e as consequências geradas em laboratório 
de análises clínicas. 
Para o levantamento bibliográfico foram utilizados os sites de buscas para procura de 
artigos indexados: Scientific Eletronic Library (SCIELO), Google Acadêmico, Banco de 
dados da Revista Brasileira de Análise Clínica (RBAC), Repositório Digital (LUME), 
Revista RevInter e Public Medlineor Publisher Medline (PUBMED). Para a pesquisa foram 
6 
 
utilizadas as palavras-chave: fase pré-analítica, erros na fase pré-analítica, controle de 
qualidade, gestão da fase pré-analítica, laboratório de análises clínicas e os respectivos 
correspondentes em língua inglesa. 
A busca pelas publicações foi realizada entre maio e outubro de 2021, na qual reuniu 
um total de setenta e um artigos, no qual foram incluídos estudos publicados entre os anos de 
2009 a 2020 e os que tinham compatibilidade com o tema deste estudo, no formato de artigo 
em texto completo, nos idiomas português e inglês. Os setenta e um artigos foram 
selecionados de acordo com os critérios da tabela 1, sendo que após a leitura dos títulos, 
resumos e observações de palavras-chave, descartou-se cinquenta e três artigos por não se 
enquadrarem para o estudo em questão, pois não apresentam relação direta com a temática. 
Após a coleta, as informações passaram por uma análise para que pudessem serem 
selecionadas, compreendidas e descritas no texto com suas autorias mencionadas. 
 
Tabela 1 – Critérios de inclusão e exclusão 
 
Foram incluídos trabalhos publicados e disponibilizados integralmente nas bases de dados 
cientificas. 
Incluiu-se trabalhos publicados entre 2009 a 2020, no formato de artigo completo, nos 
idiomas português e inglês. 
Foram incluídos trabalhos que tinham relação direta com a temática. 
 
Foram excluídos os artigos que não tinha relação com a temática em estudo. 
Excluiu-se aqueles que não abordavam no seu resumo, título ou palavras-chave o erros 
pré-analíticos, controle de qualidade e gestão de qualidade. 
 
 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
CONTROLE DE QUALIDADE NO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
O laboratório de análises clínicas deve assegurar a qualidade dos resultados das 
análises produzidas e assim contribuir de maneira confiável e segura para situação clínica dos 
pacientes. Desta forma, é importante que não haja interferências ou falhas no processo de 
desenvolvimento do laudo laboratorial (SANTOS & ZANUSSO JUNIOR, 2015). 
A melhoria contínua dos processos envolvidos na rotina do laboratório deve ser o foco 
principal para a segurança dos serviços que são oferecidos nesse ambiente. No entanto, 
Critérios de inclusão 
Critérios de exclusão 
7 
 
é preciso que haja garantia de qualidade em todas as etapas desenvolvidas, pois isso 
proporciona uma averiguação de possíveis erros, avalia o que já pode ter acontecido e sugere 
uma solução para as possíveis consequências de falhas no processo (SANTOS & ZANUSSO 
JUNIOR, 2015). 
O controle de qualidade (CQ) pode ser conceituado como um conjunto de operações 
que fiscalizam todas as etapas envolvidas no processo de realização de exames (SANTOS & 
ZANUSSO JUNIOR, 2015). Ademais, é a gestão de qualidade que administra o CQ por meio 
de ações e políticas eficientes que produzem indicadores e metas (CHAVES, 2010). 
Os controles interno e externo fazem parte do CQ. O controle de qualidade interno 
(CQI) é responsável por examinar a qualidade que deve existir no laboratório clínico, com 
objetivo fundamental de verificar o funcionamento de cada etapa e, consequentemente é 
responsável pela validação dos testes realizados. Já o controle de qualidade externo (CQE) 
têm como função a comparação entre laboratórios, ou seja, compara o resultado das análises 
entre laboratórios distintos (MANSO & SEABRA, 2020). Segundo Vieira (2011), é 
considerável que tanto o CQI e CQE sejam importantes, pois cada um desenvolve sua 
atribuição específica e ambos funcionam de forma complementar, sendo essenciais para a 
segurança dos resultados. 
Um outro fato relevante é que todas as atividades desenvolvidas no laboratório clínico 
precisam ser documentadas através de procedimentos operacionais padrão (POP), e os 
funcionários envolvidos devem ter acesso a essas informações e receber a devida capacitação 
(CHAVES, 2010). 
De acordo com Chaves (2010), a procura por qualidade nos processos laboratoriais 
trouxe a criação de programas de acreditação brasileira, como Programa de Acreditação de 
Laboratórios Clínicos (PALC) da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina 
Laboratorial (SBPC/ML), e o Departamento de Inspeção e Credenciamento da Qualidade 
(DICQ). Antes, na década de 1970 a 1980 surgiram os programas de controle de qualidade 
em laboratório clínico, como o Proficiência em Ensaios Laboratoriais (PELM) e o Programa 
Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ). Estes programas têm como objetivo verificar a 
exatidão dos laboratórios de análises clínicas, mas com o foco voltado principalmente para a 
fase analítica dos ensaios clínicos. Desta forma, as demais fases não são avaliadas por estes 
sistemas, o que torna os laboratórios mais suscetíveis a erros (LIMA-OLIVEIRA et al., 2009). 
8 
 
ERROS NA FASE PRÉ – ANALÍTICA 
A fase pré-analítica teminício na solicitação do exame, seguida pelo preparo 
adequado para ser realizada, identificação correta do paciente, coleta da amostra e transporte 
até sua chegada na bancada do laboratório clínico. Enfim, esta fase corresponde a todas as 
atividades que antecedem a análise propriamente dita (SHOCOLNIK, 2019). 
Há o entendimento que esta primeira etapa da análise é a mais suscetível a erros, pois 
trata-se de uma fase complexa que requer atenção apurada. É necessário que haja uma 
comunicação eficiente e objetiva entre o paciente e o laboratório que irá realizar a coleta e o 
exame, visto que esta fase envolve um enorme fluxo de informações (BRANDÃO, 2010). 
Portanto, é indispensável a necessidade de conhecimento nessa área, pois isso possibilita 
intervenções sobre falhas no processo (MORITA et al., 2010). Caso ocorram erros nessa fase, 
todo o processo adiante estará diretamente afetado, e assim o resultado final pode não ter 
credibilidade (TUMA, 2010). 
Os erros na fase pré-analítica afetam de forma imprevisível sobre a saúde do paciente. 
Os equívocos mais frequentes são: coleta inadequado da amostra, requisição que apresenta 
falhas, informações incompletas ao paciente, perda de solicitação, erro na identificação do 
paciente, a má preparação do paciente devido à falta de comunicação, requerimentos com 
dados incompletos, amostra insuficiente, amostra não identificada corretamente, troca de 
amostra, armazenamento e transporte da amostra feito de maneira inadequada e outros. 
Ressalta-se que estes erros citados podem ser evitados, e caso sejam, preveniriam a 
necessidade de repetição de análises, o comprometimento da reputação do laboratório, não 
ocorreriam gastos desnecessário, assim como não interfeririam no diagnóstico médico 
(ARAGÃO & ARAUJO, 2019). 
Segundo Tuma (2010), nota-se que existe um ponto muito delicado relacionado ao 
fato de o paciente chegar no laboratório e, por falta de conhecimento ou comunicação, 
acabam não compreendendo corretamente as informações repassadas pelo próprio 
laboratório e têm a coleta de material feita de forma incorreta. Esta situação é um fator que 
contribui para possíveis erros, com consequente comprometimento da análise laboratorial e 
diagnóstico incorreto. Existem ainda falhas que são desencadeados devido à elevação da 
rotatividade de pessoas, negligência, falta de boas práticas em laboratórios e treinamento 
ineficiente (GUIMARÃES et al., 2011). 
Existe outro ponto relevante que demanda atenção. Durante o requerimento de um 
exame laboratorial, o médico possui conhecimento técnico sobre a realização de exames em 
9 
 
laboratórios e, deve orientar de forma clara e objetiva as precauções que são importantes 
antes da realização da coleta, visto que o paciente não é um fator nulo. Caso isso não seja 
realizado, pode haver o comprometimento da qualidade do serviço prestado, afetando assim 
o resultado final do exame (ARAGÃO & ARAUJO, 2019) 
Enfim, estudos mostram que a fase pré-analítica apresenta maior percentual de erros 
em comparação às outras fases dentro do laboratório de análises clínicas, sendo responsável 
por 62% dos erros (PLEBANI, 2012). Isso acontece devido à falta de monitoramento dessa 
fase inicial (etapa pré-analítica), que é de difícil acompanhamento porque a maioria dos 
fatores acontecem fora do ambiente laboratorial. Desta forma, a preparação do paciente, sua 
identificação e a coleta da amostra são algumas das principais fontes de erro que 
comprometem a realização adequada da fase pré-analítica, e possivelmente essa situação 
refletirá de forma direta na análise do exame laboratorial (SANTOS & ZANUSSO JUNIOR, 
2015). 
 
GESTÃO DA FASE PRÉ-ANALÍTICA 
 
A implantação de um Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) é o caminho mais eficaz 
para uma melhoria no serviço, pois seu objetivo é estabelecer uma estratégica multifacetada 
focada em diminuir os erros do processo. É importante ressaltar que a fase pré-analítica 
começa com a formulação de uma suspeita clínica, a procura de um diagnóstico correto e 
confiável, passando pela coleta, transporte, tratamento, manuseio e armazenamento das 
amostras. Sendo o SGQ responsável por estabelecer critérios que possam analisar cada etapa 
envolvida, podendo alcançar um alto grau de qualidade em toda a fase pré-analítica, uma vez 
que as falhas raramente têm uma única causa, mas em consequência de vários eventos que 
ocorrem simultaneamente (LIPPI, 2009). 
A Gestão de Risco por sua vez é conceituada como uma estratégica bem elaborada 
que têm como função gerenciar de forma precisa a incerteza relacionada a uma falha, uma 
sequência de atividades desempenhada por humanos incluindo avaliação de risco, 
desenvolvimento de técnica para administrar e mitigação de risco usando recursos gerenciais. 
Em outras palavras, a Gestão de Risco é responsável por prevenir os erros, detectar falhas e 
gerenciar sua ocorrência (LIPPI, 2009). 
Segundo a SBPC/ML (2010) existem várias recomendações para uma melhor 
garantia de qualidade nos processos pré-analíticos. O SGQ comtempla medidas voltadas para 
10 
 
a qualidade das requisições dos exames, identificação correta do paciente, da amostra ou 
material a ser coletado e analisado. 
Portanto, o SGQ tem como função gerenciar o laboratório clínico como um todo, 
disponibilizando instruções que devem ser seguidas para que os erros possam ser evitados. 
O estabelecimento, com base nas recomendações do Sistema de Gestão da Qualidade, deve 
oferecer ao paciente informações claras, escrita em linguagem simples para que haja uma 
orientação correta sobre o preparo, coleta de materiais e amostras. Necessita ainda solicitar 
do paciente documentos que comprovem sua identificação para o cadastro, sendo que este 
carece de todos as informações necessárias para um preenchimento adequado, levando assim 
a uma melhor organização. O laboratório é responsável ainda pelo preparo do paciente e por 
informar inadequação do preparo, de preferência antes da coleta do material pelo laboratório, 
incluindo também como obrigação do laboratório fornecer o comprovante do atendimento 
contendo dados necessários para uma identificação (SBPC/ML, 2010). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Diferentes fatores estão envolvidos nos erros de laboratórios de análises clínicas, 
principalmente na fase pré-analítica. Esta fase é mais suscetível aos erros, por se tratar de 
processos que estão fora do laboratório clínico e são executados manualmente. Fatores como 
coleta inadequada, erro de identificação, má preparação do paciente devido à falha de 
comunicação, amostra insuficiente, armazenamento e transporte impróprio ainda são os 
grandes responsáveis pela alta frequência de erros dentro do laboratório clínico. 
Considerando as informações obtidas nesse estudo, é importante ressaltar que os erros pré- 
analíticos podem ocorrer, porém, podem ser minimizados ou evitados com o auxílio de 
estratégias de garantia de qualidade e implantação de um sistema de gestão de qualidade, pois 
estes podem auxiliar significativamente na prevenção de falhas e, consequentemente 
impedindo que ocorram danos ao resultado final da análise. 
11 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARAGÃO, D. P.; ARAUJO, R. M. L. Orientação ao paciente da realização de exames 
laboratoriais. RBAC. 51 (2), 98 – 102, 2019. 
BRANDÃO, A. Controle de qualidade na fase pré-analítica. Revista Pharmacia 
Brasileira. v. p.12-15, 2010. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução RDC n. 302, de 13 de outubro de 2005. Dispõe 
sobre Regulamento Técnico para funcionamento de Laboratórios Clínicos. Diário Oficial 
da União, Brasília, 2005. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/res0302_13_10_2005.html. Acesso 
em: 05 de abril de 2021. 
CHAVES, C. D. Controle de qualidade no laboratório de análises clínicas. J. Bras. Patol. 
Med. Lab., v.46, n.5, p.1, Rio de Janeiro, 2010. 
COSTA, V. G.; MORELI, M. L. Principais parâmentos biológicos avaliadosem erros na 
fase pré-analítica de laboratórios clínicos: revisão sistemática. Jornal Brasileiro de 
Patologia e Medicina Laboratorial, v.48, n.3, p.163-168, Rio de Janeiro, 2012. 
GUIMARÃES, A. C.; WOLFART, M.; BRISOLARA, M. L. L.; DANI, C. O laboratório 
clínico e os erros pré-analíticos. Revista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, v.31, 
n.1, p.66-72, Porto Alegre, 2011. 
LIMA-OLIVEIRA, G. S.; PICHETH, G.; SUMITA, N. M.; SCARTEZINI, M. Controle de 
qualidade na coleta do espécime diagnóstico sanguíneo: iluminando uma fase escura de 
erros pré-analíticos. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v.45, n.6, 
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LIPPI, GIUSEPPE. Governance of preanalytical variability: Traveling the right path to the 
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MANSO, J. C.; SEABRA, O. A importância da qualidade na fase pré-analítica de um 
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MORITA, M. L.M.; BALDIN, R.; FARIAS, N. Avaliação da qualidade da informação nas 
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http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/res0302_13_10_2005.html
12 
 
SANTOS, A. P.; ZANUSSO JUNIOR, G. Controle de qualidade em laboratórios clínicos. 
Revista Uningá, v.45, p.60-67, 2015. 
 
SHCOLNIK, W. Erros relacionados ao laboratório. Revista Updt, p. 237-262, Rio de 
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA 
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http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/320101011105633.pdf

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