Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Hipotireoidismo Introdução O hipotireoidismo é uma doença caracterizada pela baixa produção dos hormônios da tireoide, T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). É mais comum em cães de meia idade, tendo uma idade média de 7 anos, porém, não é uma doença frequente na rotina clínica. Não é comum em felinos, apenas em casos de algum tratamento que desenvolva essa condição, como tratamento de hipertireoidismo. Pode ser primário, secundário ou terciário, porém, o mais comum é o primário. Hormônios da Tireoide São hormônios que vão influenciar diretamente no metabolismo celular, sendo a grande parte do T3 vindo de um processo extra glandular a partir do T4. Existem frações do hormônio ligadas a proteínas e outra fração livre que não é ligada a proteínas. Às vezes é bom medir a fração T4 livre conseguindo ter uma acurácia melhor no diagnóstico porque é a porção que entra na célula. Efeitos biológicos dos hormônios da tireoide Aumento da taxa metabólica Efeito inotrópico e cronotrópico positivo Aumento da resposta às catecolaminas Aumento da afinidade a receptores beta adrenérgicos Efeitos catabólicos em músculos e gordura Estimulação da eritropoiese Essenciais para desenvolvimento neurológico em animais jovens Envolvido na cinética celular auxiliando no crescimento piloso Efeitos patológicos dos hormônios da tireoide Baixa taxa metabólica tendo tendencia a obesidade, intolerância ao frio (termofilia) Retardos no desenvolvimento neurológico do paciente, no entanto a maioria dos animais com a enfermidade não são jovens, então é não tão comum. Pode ter distúrbios de queratinização causando uma alopecia simétrica bilateral. Patogenia Animal está produzindo menos TRH (problema terciário), TSH (problema secundário) ou hormônios da tireoide (problema primário). O animal pode ter uma atrofia da glândula tireoide podendo ter uma relação imunológica. Hipotireoidismo Primário Ocorre por uma lesão na glândula tiroide. Essa lesão pode ser uma tireoidite linfocítica ou atrofia idiopática. É o tipo mais recorrente. Sinais clínicos Alopecia simétrica bilateral não apresentando prurido. Observa-se no tronco lateral e ventral, cauda dorsal apresentando aspecto de rabo de gato, porção caudal da coxa e ventral do pescoço Hiperpigmentação Seborreia, é um substrato para malassezia Piodermas causando prurido Mixedema de face: expressão facial trágica Dificuldade de emagrecimento Padrão de alopecia e obesidade Pelagem apresentando falha bilateral Outros sinais clínicos Letargia (70% dos casos) Obesidade (60%) Anestro em fêmeas (40%) Intolerância ao frio (15%) Bradicardia (10%) Diagnóstico Avaliação laboratorial Não há grandes alterações laboratoriais Pode ter uma anemia discreta normocrômica normocítica. Aumento de colesterol e triglicérides Determinação sérica de T4, T4 livre e T3 Determinação sérica de TSH Pode associar o T4 e o TSH para analisar, geralmente o T4 está baixo e o TSH alto. Teste de estimulação com TSH “Síndrome do eutiroideo doente” É um animal que tem a função da tiroide normal, mas tem os hormônios baixos da tireoide devido a doenças sistêmicas ou administração de fármacos (fenobarbital, corticoides, AINE, furosemida, antibióticos). Portanto, é sujeito a ocasionar um falso diagnostico de hipotireoidismo. Causas Em caso de uma doença secundária, o animal pode ter uma enfermidade que altera a ligação do hormônio na proteína ou altera a síntese do hormônio. Em caso da administração de fármacos, seria tipos específicos que interferem na ligação dos hormônios nas proteínas. Sinais clínicos O animal não apresenta sinais clínicos do hipotireoidismo, apresenta os sinais clínicos da doença de base. Diagnóstico Avaliar o T4 livre por diálise de equilíbrio, pois é o que menos será influenciado por essa interferência medicamentosa ou sistêmica. Tratamento Não necessita de tratamento com reposição hormonal. Tratamento Levotireoxina sintética Reposição hormonal através desse medicamento. Quando for um animal cardiopata deve ser 25-50% da dose normal, uma vez que o medicamento tem cronotropismo e inotropismo positivo. Monitoração para avaliação da clínica Mensuração hormonal do T4 e TSH de 6- 8 semanas após o início da terapia. Sinais de tireotoxicose É o excesso dos hormônios da tireoide em caso de erro no diagnóstico e administra hormônios sendo que o animal não apresentava a doença, ou em caso de erro de dose que deveria ser administrada. O animal apresenta ofegação, nervosismo, poliúria e polidipsia (devido ao aumento do metabolismo), perda de peso, polifagia, ansioso, agitado. Deve-se ajustar a dose e /ou frequência do medicamento e questionar se houve falha no diagnóstico.
Compartilhar