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8-Hipotireoidismo (18 04 2023)

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Hipotireoidismo
Introdução 
O hipotireoidismo é uma doença 
caracterizada pela baixa produção dos 
hormônios da tireoide, T3 
(triiodotironina) e T4 (tiroxina). É mais 
comum em cães de meia idade, tendo 
uma idade média de 7 anos, porém, não 
é uma doença frequente na rotina 
clínica. Não é comum em felinos, apenas 
em casos de algum tratamento que 
desenvolva essa condição, como 
tratamento de hipertireoidismo. 
Pode ser primário, secundário ou 
terciário, porém, o mais comum é o 
primário. 
Hormônios da Tireoide 
São hormônios que vão influenciar 
diretamente no metabolismo celular, 
sendo a grande parte do T3 vindo de um 
processo extra glandular a partir do T4. 
Existem frações do hormônio ligadas a 
proteínas e outra fração livre que não é 
ligada a proteínas. Às vezes é bom medir 
a fração T4 livre conseguindo ter uma 
acurácia melhor no diagnóstico porque é 
a porção que entra na célula. 
Efeitos biológicos dos hormônios da 
tireoide 
Aumento da taxa metabólica 
Efeito inotrópico e cronotrópico positivo 
Aumento da resposta às catecolaminas 
Aumento da afinidade a receptores beta 
adrenérgicos 
Efeitos catabólicos em músculos e 
gordura 
Estimulação da eritropoiese 
Essenciais para desenvolvimento 
neurológico em animais jovens 
Envolvido na cinética celular auxiliando 
no crescimento piloso 
Efeitos patológicos dos hormônios da 
tireoide 
Baixa taxa metabólica tendo tendencia a 
obesidade, intolerância ao frio 
(termofilia) 
Retardos no desenvolvimento 
neurológico do paciente, no entanto a 
maioria dos animais com a enfermidade 
não são jovens, então é não tão comum. 
Pode ter distúrbios de queratinização 
causando uma alopecia simétrica 
bilateral. 
Patogenia 
Animal está produzindo menos TRH 
(problema terciário), TSH (problema 
secundário) ou hormônios da tireoide 
(problema primário). 
O animal pode ter uma atrofia da 
glândula tireoide podendo ter uma 
relação imunológica. 
 
 
 
Hipotireoidismo Primário 
Ocorre por uma lesão na glândula 
tiroide. Essa lesão pode ser uma 
tireoidite linfocítica ou atrofia idiopática. 
É o tipo mais recorrente. 
Sinais clínicos 
Alopecia simétrica bilateral não 
apresentando prurido. Observa-se no 
tronco lateral e ventral, cauda dorsal 
apresentando aspecto de rabo de gato, 
porção caudal da coxa e ventral do 
pescoço 
 
Hiperpigmentação 
Seborreia, é um substrato para 
malassezia 
Piodermas causando prurido 
Mixedema de face: expressão facial 
trágica 
 
Dificuldade de emagrecimento 
Padrão de alopecia e obesidade 
 
Pelagem apresentando falha bilateral 
Outros sinais clínicos 
Letargia (70% dos casos) 
Obesidade (60%) 
Anestro em fêmeas (40%) 
Intolerância ao frio (15%) 
Bradicardia (10%) 
Diagnóstico 
Avaliação laboratorial 
Não há grandes alterações laboratoriais 
Pode ter uma anemia discreta 
normocrômica normocítica. 
Aumento de colesterol e triglicérides 
Determinação sérica de T4, T4 livre e T3 
Determinação sérica de TSH 
Pode associar o T4 e o TSH para analisar, 
geralmente o T4 está baixo e o TSH alto. 
Teste de estimulação com TSH 
“Síndrome do eutiroideo doente” 
É um animal que tem a função da tiroide 
normal, mas tem os hormônios baixos da 
tireoide devido a doenças sistêmicas ou 
administração de fármacos 
(fenobarbital, corticoides, AINE, 
furosemida, antibióticos). Portanto, é 
sujeito a ocasionar um falso diagnostico 
de hipotireoidismo. 
Causas 
Em caso de uma doença secundária, o 
animal pode ter uma enfermidade que 
altera a ligação do hormônio na proteína 
ou altera a síntese do hormônio. 
Em caso da administração de fármacos, 
seria tipos específicos que interferem na 
ligação dos hormônios nas proteínas. 
Sinais clínicos 
O animal não apresenta sinais clínicos do 
hipotireoidismo, apresenta os sinais 
clínicos da doença de base. 
Diagnóstico 
Avaliar o T4 livre por diálise de equilíbrio, 
pois é o que menos será influenciado por 
essa interferência medicamentosa ou 
sistêmica. 
Tratamento 
Não necessita de tratamento com 
reposição hormonal. 
Tratamento 
Levotireoxina sintética 
Reposição hormonal através desse 
medicamento. Quando for um animal 
cardiopata deve ser 25-50% da dose 
normal, uma vez que o medicamento 
tem cronotropismo e inotropismo 
positivo. 
Monitoração para avaliação da clínica 
Mensuração hormonal do T4 e TSH de 6-
8 semanas após o início da terapia. 
Sinais de tireotoxicose 
É o excesso dos hormônios da tireoide 
em caso de erro no diagnóstico e 
administra hormônios sendo que o 
animal não apresentava a doença, ou em 
caso de erro de dose que deveria ser 
administrada. 
O animal apresenta ofegação, 
nervosismo, poliúria e polidipsia (devido 
ao aumento do metabolismo), perda de 
peso, polifagia, ansioso, agitado. 
Deve-se ajustar a dose e /ou frequência 
do medicamento e questionar se houve 
falha no diagnóstico.

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