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Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS Sistema Respiratório Pontos importantes: verificação de via aérea (se está livre), verificação de coloração de mucosas (pálidas ou cianóticas – atentar ao fornecimento de oxigênio). Funções do SR: Hematose, regulação do pH sanguíneo, eliminação de calor e água, olfação, filtração/aquecimento/umedecimento do ar inspirado e proteção. *pH urinário pode ser utilizado para ter uma estimativa do pH sanguíneo. Pode usar tira reagente de urina! Trato Respiratório Superior: Composto por narinas, seios nasais, faringe, laringe e traqueia (região superior). *Sinusite: Inalação de ar, fluidoterapia por soro fisiológico. Diagnóstico diferencial: corpo estranho. Exames: Rinoscopia ou Tomografia de crânio. Trato Respiratório Inferior: Composto por traqueia (região inferior), brônquios, bronquíolos, alvéolos, pulmões e pleura. *Dependendo da inflamação da pleura – podemos auscultar a pleura batendo no órgão (roce pleural). Vias de infecção: Hematógena (via sangue) – ocorre em nível de pulmões Aerogena inalação. Mecanismos de defesa: Turbilhonamento do ar nos seios paranasais em espiral aquecendo e umidificando o ar. Calibre das vias aéreas – por diminuírem de tamanho juntamente com os outros mecanismos, fazem com que os agentes fiquem para cima, evitando que cheguem aos bronquíolos e alvéolos. Espirro Produção de muco – ocorre em ambos os tratos respiratórios. Movimento ciliar + produção de muco. Pulmão – células de defesa: migração leucocitária com ação quase que imediata de neutrófilos, e atuação de macrófagos alveolares (alta quantidade de vasos). Geração de sonos pulmonares anormais: Ciclo Respiratório Inspiração Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária Expiração Dispneia inspiratória: Comprometimento do TRS Dispneia expiratória: Comprometimento do TRI *Tapar a narina do animal e forçar a inspiração e expiração. Doenças das vias aéreas superiores: Narinas e seios nasais: a. Doenças congênitas: - Estenose de narinas: Sinais: Dispneia inspiratória (TRS) Diagnostico: Inspeção Tratamento: Cirúrgico. Muitas vezes é feito também correção de palato devido prolongamento de palato. Além disso, o animal apresenta reversão de sacos laríngeos e hipoplasia de traqueia (síndrome do braquiocefálico). b. Traumas por corte, brigas e outros: - Dos seios nasais e narinas Sinais: Dor, dispneia inspiratória e secreções (acompanhado de infecção); Diagnóstico: Histórico, inspeção e pode ser usado RX, tomografia, ressonância magnética e rinoscopia. Tratamento: Limpeza da ferida, analgesia, sutura (não recomendada, depende do tamanho da lesão), antibioticoterapia, uso de soro antiofidico (cobras), uso de soro antiescorpiônico (escorpião) e uso de soro antiaracnídeo (aranha). c. Doenças inflamatórias: Podem ser viral, fúngica ou bacteriana. Diagnóstico: Hemograma, cultura, imagem. - Complexo respiratório felino (rinotraqueite felina): Etiologia: Herpesvirus felino, calicivirus, Bordetella e Clamydophila Transmissão: contato direto, fomites. Mais predispostos: Jovens, idosos e imunocomprometidos Medidas profiláticas: Higiene do ambiente, evitar situações estressantes, aglomerações de gatos. Pode se manifestar de forma aguda, crônicas ou crônicas persistentes. Sinais: Conjuntivite, sinusite, secreção nasal (serosa ou mucopurulenta) espirros, anorexia, desidratação e febre. Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária Agentes causadores e seus sinais: Ulcera de córnea, aborto e morte neonatal causado mais por HVF; ulceras da cavidade oral, pneumonia instersticial leve e poliartrite causado mais por CVF; Bordetella causa pneumonia em animal jovem e Clamydia gera mais secreção ocular. Diagnostico: Histórico, sinais clínicos, achados laboratoriais, testes específicos de isolamento viral (PCR) e culturas de secreções. Tratamento: Doença que pode ser autolimitante, hidratação, alimentação, remover muco ressecado das narinas, vaporização com NaCl 0,9% por 15 a 20 minutos por 2 ou 3 vezes ao dia (pode ser na máscara ou na caixa de transporte), “banheiro úmido” (trancar o gato no pós banho para umidificar as narinas). Uso de descongestionamentos tópicos com rinossoro + fluimucil + gentamicina com flusing nasal em cada narina 1x ao dia. Também usar pomada oftálmica com colírio antiviral, colírio antibiótico, colírio imitação de lágrima. Tratamento de úlcera de córnea (cuidado com corticoides – fazer teste da fluorosceina antes). Opções de antibióticos: Ampicilina (22 mg/kg TID, Amoxicilina (22mg/kg BID), Doxiciclina (5mg/kg BID). Avaliar também se será necessário o uso de imunoestimulantes (interferon) e lisina como antagonista da arginina. *Se assar o nariz pode usar bepantol. - Micoses nasais: Criptococose (nariz de palhaço) Faringe - Prolongamento de palato mole: Tratamento cirúrgico Doença congênita Sinais clínicos: Dispneia inspiratória Diagnostico: Sinais clínicos e observação direta (precisa sedar, não anestesiar) Laringe - Paralisia de laringe: Falha na abdução da cartilagem aritenoide durante a inspiração Idiopática: mais comum, mas podem ser por danos a inervação laringorecorrente, massas e inflamação local. Sinais clinicos: Grave dispneia inspiratoria (estridor). Pode estar associada a quadros de miastenia gravis. Diagnóstico: Laringoscopia (sedação, sem anestesiar). Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária Tratamento: Corticoide? Abordagem cirúrgica? Traqueia Podem ser doenças inflamatórias ou colapso traqueal, mas devemos ter em mente que uma coisa pode levar a outra. *Pacientes com colapso de traqueia podem desenvolver traqueite, e o tratamento normalmente é uso de corticoide. Doenças inflamatórias: - Traqueite infecciosa: Famosa tosse dos canis. Doença aguda altamente contagiosa. Etiologias: Bordetella, Adenovirus tipo 2, vírus da parainfluenza. Sinais clínicos: Tosse (tem som de ganço) com inciio súbito e contactantes sintomáticos. Diagnostico: sinais, histórico, auscultação e casos complicados usar RX (suspeita de pneumonia). Tratamento: Pode ser autolimitante com resolução dos sinais em duas semanas. Pode utilizar antitussinogenos (codeína, xarope de melagriao e dropopizina). Codeina 0,1 a 0,3 mg/kg Xarope de melagriao 2 a 5 mL/cão Dropopizina (vibral) 2 a 5 mL/cão Tratamento de casos complicados: Antitussinigenos e adicionar antibioticoterapia para a broncopneumonia. Ex: amoxicilina (22mg/kgBID/ANR) ou doxicilina (5mg/kg BID ANR – até novas recomendações). Observação: avaliar paciente semanalmente. Prevenção: Evitar aglomerações, manter boas condições de saúde, avaliar melhor vacinação. - Traqueite não infecciosa – Colapso de traqueia: Definição: Diminuição do lúmen traqueal. Etiologia: Desconhecida; fragilidade dos anéis cartilaginosos; geralmente acomete raças mini e toy; é uma doença que pode ser adquirida ou congênita. Pacientes com grau 3 e 4 tem indicação de colocar stent traqueal. Sinais clínicos: Tosse alta e seca (grasnar de ganso) iniciada por excitação, manipulação traqueal, coleiras de pescoço e alimentação. Diagnostico: RX + sinais clínicos. Tratamento: Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária 1. Manejo nutricional 2. Uso de Stents traqueais 3. Evitar uso de enforcador e manipulação cervical 4. Antitussinigenos 5. Condroitina + Glicosamina (controverso) – SID por 30 dias 6. Anti-inflamatórios em casos mais severos: a. Meloxicam: 0,1 mg/kg SID por 3 dias b. Prednisona: 0,5 a 1,0 mg/kg SID, BID por 3 a 5 dias. Doenças das vias áreas do trato inferior: Brônquios - Bronquite crônica canina - Asma felina Etiologia: idiopática (muito comum), alergias, infecções. Podeocorrer: Broncoconstriçao, Hipertrofia da musculatura lisa brônquica e produção aumentada de muco e fibrose. *Padrão restritivo – som auscultado é o sibilo por dificuldade da passagem do ar em momento de expiração. *Animais fumantes passivos. Aspectos clínicos: Felinos de qualquer idade (idoso mais predispostos), sinais lentos e progressivos, tosse, angustia respiratória e dispneia expiratória. *RX – padrão alterado Diagnóstico: Anamnese, sinais clínicos (sibilos e posição ortopneica) + Radiografia de tórax. *propofol Tratamento: 1. Oxigenioterapia 2. Broncodilatador (no mesmo momento usar butorfanol para acalmar o animal): Aminofilina 5mg/kg/VO (mais utilizado de forma endovenosa) Teofilina 4mg/kg VO Terbutalina 0,01 mg/kg SC 3. Saiu da angústia respiratória: glicocorticóide (succinato sódico de prednisolona 0,5-1mg/kg IV BID. 4. Depois da crise uso de inalatórios – glicocorticoide + broncodilatadores: Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária Salmeterol e Fluticasona (seretide) ou salbutamol (aerolin) 2 borrifadas e deixar 7 a 10 movimentos respiratorios *Seretide precisa fazer desmame: primeira semana faz duas borrifadas BID, 3 semanas duas borrifadas SID, depois em dias alternados, 10 dias, 2 borrifadas SID.
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