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1) A qual característica dos direitos reais nos remete a leitura deste trecho? Propriedade, §2º do art. 1.228 CC: § 2º. Caracterizado pelo Direito Fundamental conforme art. 5.º, incs. XXII e XXIII, da CF. E tem aplicação de forma imediata que consta do art.5.º, § 1.º. E ainda ao Direito Complexo, haja visto, a propriedade ser um direito complexo, particularmente pela relação com os atributos do art. 1.228. Sequela 2) Ainda com base neste trecho, explique o que seja imóvel encravado e aponte diferenças entre PASSAGEM FORÇADA e SERVIDÃO DE PASSAGEM Imóvel encravado é aquele sem livre acesso as vias públicas. A passagem forçada vem do direito de vizinhança, e perdura pelo tempo que perdurar o encravamento. A servidão de passagem direito real na coisa alheia de gozo ou fruição, e perdura enquanto não for cancelada a escritura. 3) É possível dizer sob qual procedimento tramitou a ação de reintegração de posse que deu origem à presente apelação? Justifique Não é possível. Embora tenha sido citada data de esbulho em 04/11/2010, não houve novas datas para firmar efetivo ingresso da Inicial. Poderíamos até entender ser Especial devido ao acesso alternativo ser de risco e a necessidade moradores ser imediata. 4) SOB O PONTO DE VISTA DE ESTRATÉGIA, por que ajuizar ação de reintegração de posse de uma serventia (pois não existia registro) ao invés de pedir a constituição de uma passagem forçada? A passagem forçada se encerra com o termino do encravamento. O encravamento foi declarado parcial tendo em vista o acesso pela rua principal, mas esta foi constatada em estado precário e inseguro. Além de tentar caracterizar nos autos tal servidão e poder futuramente obtê-la por usucapião. 5) Como ficaria o direito de ressarcimento pelas benfeitorias realizadas pelo proprietário do prédio dominante na instalação e/ou manutenção de equipamentos para o exercício desta servidão? Justifique Salvo dispositivo expresso, condicionando e/ou determinando valor, não caberá ressarcimento ao termino das servidões. https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/206/Direitos-Reais-Introducao Direitos Reais - Introdução Conceito, características, conteúdo e diferenças com o direito pessoal. DIREITO CIVIL | 07/NOV/2007 Revisão geral. Este material não sofreu alterações até esta data. (19/jul/2020) Salvar como favorito Receber atualizações Perguntas & Respostas (0) O direito das coisas é o complexo de normas que regulam as relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem, sejam elas móveis ou imóveis. De modo geral, compreende os bens materiais, ou seja, a propriedade e seus desmembramentos. Ele consiste em um poder jurídico que uma pessoa, titular do bem, exerce sobre ele. Assim, existe um sujeito ativo, que é o titular do direito; uma coisa, que é o objeto do direito; e o poder jurídico que esse sujeito exerce sobre o bem que possuí. Constata-se, pois, que embora não exista nenhum sujeito passivo determinado, esse direito será oponível erga omines, fazendo, desta forma, com que toda sociedade figure como sujeito passivo, posto que todos devem respeitar a propriedade alheia. Estabelece o art. 1.225, do Código Civil, que "são direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese; XI - a concessão de uso especial para fins de moraria; XII - a concessão de direito real de uso", sendo que esses dois últimos institutos foram inseridos em nosso ordenamento jurídico apenas no ano de 2007, através da Lei nº 11.481/07. https://www.direitonet.com.br/areas/2/Direito-Civil Dentre os direitos arrolados acima pode-se estabelecer uma classificação, senão vejamos: - Direito real sobre coisa própria (propriedade); - Direito real sobre coisa alheia: estes, por sua vez, subdividem-se em: • De gozo/fruição: titular poderá usufruir do bem mesmo não ostentando a condição de proprietário (servidão; uso; usufruto; etc.); • De garantia: garantem o cumprimento de uma obrigação (penhor; hipoteca; anticrese e propriedade fiduciária); • De aquisição: gera expectativa de adquirir a propriedade do bem finda a condição suspensiva (compromisso de compra e venda). A aquisição desses direitos somente se efetivará com o registro do título aquisitivo no Cartório de Registro de Imóvel correspondente, se imóvel, ou através da tradição, se móvel. Cumpre diferenciar propriedade de domínio. Este segundo vocábulo se refere maiormente às coisas materiais, ao passo que o primeiro termo engloba tanto as coisas corpóreas como incorpóreas. No entanto, o Código Civil, por diversas vezes, os trata como sinônimos. Com a Constituição Federal de 1988 a propriedade passou a ter uma função social, onde se condena o abuso desse direito. Desta forma, o titular pode exercitar seu direito, mas em consonância com os direitos dos demais cidadãos. Além disso, a propriedade deve ser geradora de riquezas, trabalho e emprego, concorrendo desta forma para o bem geral da população. Características Dentre as características existentes nos direitos reais as principais são: a) ele adere diretamente à coisa, sujeitando-a imediatamente ao seu titular; b) a propriedade tem o poder de seguir seu objeto onde quer que este se encontre (direito de seqüela); c) é exclusivo, não se pode instalar direito real onde outro já exista; d) é provido de ação real, que prevalece contra qualquer detentor da coisa, razão pela qual preferem muitos denominá-lo absoluto; e) seu rol legal é numerus clausus: somente poderão ser considerados direitos reais aqueles previsto na lei; f) só eles são suscetíveis de posse. Conteúdo O Direito das Coisas compreende a posse (aquisição, efeitos, perda e proteção possessória); a propriedade (móvel e imóvel e suas características); e direitos reais sobre coisas alheias (gozo – enfiteuse, servidão, usufruto, uso, habitação e rendas sobre imóveis; garantias – penhor, anticrese e hipoteca). A propriedade literária, científica e artística (direitos autorais) também enquadra-se no campo dos direitos reais, no entanto, o legislador se afastou um pouco da sistematização clássica do referido direito, pois tais propriedades são de natureza imaterial, de fundo moral, decorrente da personalidade humana. Direito Real e Direito Pessoal Direito pessoal ou obrigacional é aquele onde há um sujeito ativo (credor), um sujeito passivo (devedor) e uma prestação (objeto da relação jurídica). A prestação é a obrigação do devedor, que deve ser realizada em favor do credor mediante uma contraprestação. Já o direito real é a relação do titular com a coisa, que é exclusiva e contra todos. Desta forma, as principais diferenças entre eles são: - Ao passo que o direito pessoal é oponível a apenas um sujeito passivo determinado, o direito real é oponível erga omines; - O titular do direito real possuí direito de sequela, atributo este inexistente nos direitos pessoais; - No direito real a coisa deve existir no momento do negócio, ao passo que o direito pessoal admite como objeto uma coisa futura; - O objeto do direito real é sempre determinado, e do direito pessoal pode ser determinável; - Por fim, o direito real pode ser adquirido por usucapião, o direito pessoal não. Referências Bibliografias BARROS, André Borges de Carvalho. AGUIRRE, João Ricardo Brandão. Direito Civil - Elementos do Direito. São Paulo: Editora Premier máxima, 2007. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Coisas - Sinopses Jurídicas. 8ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2007. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro - vol. V - Direito das Coisas. São Paulo: Editora Saraiva, 2006. https://mariafgr.jusbrasil.com.br/artigos/177898460/direitos-reais-servidao-e- usufruto#:~:text=Conceito%3A%20Servid%C3%A3o%20%C3%A9%20direito%20real,serviente%2C%20pertencentes%20a%20propriet%C3%A1rios%20diferentes.&text=Eventual% 20adquirente%20do%20im%C3%B3vel%20n%C3%A3o,tolerar%20a%20passagem%20do% 20vizinho. Direitos Reais - Servidão e usufruto 55 COMENTAR10 SALVAR M Publicado por Maria Rafaeli há 6 anos 150K visualizações SERVIDÃO: Conceito: Servidão é direito real sobre imóvel alheio que se constitui em proveito de um prédio, chamado de dominante, sobre outro, denominado serviente, pertencentes a proprietários diferentes. Os prédios não precisam ser contíguos, basta que sejam próximos, como a situação da servidão de passagem que pode onerar não só o prédio contíguo, como também outros. Exige-se para efeito de eficácia erga omnes o registro do título constitutivo, no cartório de registro de imóveis. O prédio sobre o qual incide a restrição é considerado serviente e o prédio em favor do qual ela é estipulada recebe o nome de dominante. A servidão existe para maior comodidade ou utilidade do titular do imóvel, que poderá ser favorecido com a possibilidade de transitar pelo imóvel alheio, nele colher água, etc. O benefício auferido pelo titular do prédio dominante também pode decorrer de uma abstenção imposta ao prédio serviente, como não erguer muro acima de determinada altura para não prejudicar a vista de que o vizinho desfruta. Tem o dono do prédio dominante direito real sobre coisa alheia, ou seja, o direito de servir-se do prédio serviente para sua comodidade. Se um vizinho autoriza o outro a transitar por sua propriedade, esta relação de assenta no âmbito contratual. Eventual adquirente do imóvel não estará obrigado a tolerar a passagem do vizinho. Porém, se essa mesma situação constituir mediante declaração de vontade externada em escritura pública, levada a registro no registro de imóveis, se consolida o direito de servidão em favor do proprietário do imóvel dominante, que continuará com o direito de transitar sobre a propriedade vizinha, a despeito da mudança de proprietário do prédio serviente. A servidão de passagem e a passagem forçada não se confundem. A primeira é direito real de coisa alheia e decorre de uma melhor comodidade ou conveniência para o proprietário vizinho, que não precisa transitar por prédio alheio e surge, por vontade das partes. A passagem forçada é direito de vizinhança, imposto pela lei, em favor daquele que não consegue atingir via pública, por ter prédio encravado ou insulado. Sendo assim necessita passar pelo imóvel vizinho. A servidão depende do registro e permanece onerando o prédio ainda que haja mudança de proprietário. A passagem forçada independe de registro e somente persiste enquanto perdurar o encravamento. Características: A servidão é direito real sobre imóvel alheio, porque o titular do prédio dominante exerce sobre o prédio serviente um poder jurídico de desfrutar de um benefício instituído em seu favor, sem depender de qualquer intermediário; É direito imobiliário, por recair sobre bem imóvel; https://mariafgr.jusbrasil.com.br/artigos/177898460/direitos-reais-servidao-e-usufruto#comments https://mariafgr.jusbrasil.com.br/ https://mariafgr.jusbrasil.com.br/ É possível ter efeitos erga omnes; É direito acessório, por sua existência estar vinculada ao prédio dominante; Tem duração indefinida, pois uma vez instituída, passa a gravar o imóvel serviente, por tempo indeterminado, embora haja opinião em sentido diverso; É indivisível porque o ônus permanece íntegro ainda que haja divisão do prédio serviente ou do dominante; Os prédios devem pertencer a donos diferentes, de modo que não há como instituir servidão se dois prédios pertencerem à mesma pessoa; A servidão não se presume, pois constituindo um ônus ao proprietário de um imóvel, na dúvida, deve ser tida por inexistente; É inalienável, uma vez que o titular da servidão, que é dono do prédio dominante, não pode transferi-la a terceiro. Classificação: Positivas X Negativas: As positivas implicam na prática de um ato pelo titular da servidão sobre o prédio serviente, como a servidão de tirar água; As negativas importam em abstenção, como exemplo a servidão de não construir um muro acima de determinada altura. Contínuas X Descontínuas: As contínuas são aquelas que uma vez instituídas não dependem de ato humano para o seu exercício, como por exemplo a servidão de aqueduto, instalados os condutos próprios para que a água flua, a passagem da água pelo duto não depende de atividade humana; As descontínuas, ao contrário, são aquelas cujo exercício depende de ato humano, como por exemplo a servidão de passagem. Ainda que, no solo, tenham-se realizado obras, no sentido tornar viável a passagem, só se poderá dizer que a servidão é exercida quando alguém transita pelo caminho. Aparentes X Não Aparentes: As aparentes são aquelas que se revelam por sinais exteriores, podendo ser vistas pelo homem, como a de aqueduto, quando os condutos passam por sobre a superfície do terreno; As não aparentes são as que não possuem sinais exteriores, ou seja, não se pode afirmar que em determinado local há servidão, como por exemplo a servidão de aqueduto, quando os condutos são subterrâneos. Uma mesma servidão se presta a mais de uma classificação. Modos de Constituição: Contrato: Se o título constitutivo for um contrato e seu valor superar o limite, 30 salários mínimos, é necessária sua formalização por escritura pública. Se não ultrapassar esse valor admite-se instrumento particular para sua constituição. Independentemente do valor o registro no registro de imóveis é obrigatório. Testamento: A servidão que decorre de manifestação de vontade, em testamento, requer que o testador, em cláusula testamentária, externe sua vontade no sentido de que sobre o imóvel que vai transmitir a um herdeiro pese o ônus da servidão em favor de prédio que seja vizinho. Sentença: Pode decorrer a servidão de sentença proferida em ação de divisão do imóvel. Ao serem divididos e repartidos os quinhões, estabelecer-se-á servidão sobre um quinhão em favor de outro. Por destinação do proprietário: Ocorre quando dois imóveis pertencem a um mesmo proprietário e ele, enquanto proprietário desses imóveis, estabelece, para sua comodidade, sobre um dos imóveis, por exemplo, uma passagem invisível, exteriorizada por obras que a identifiquem. Essa situação denomina-se serventia. Se houver transferência de um dos http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 prédios a terceiro, o adquirente poderá ser beneficiado com uma servidão ou se sujeitar a ela, dependendo do prédio que adquira. Por usucapião: Requer posse mansa, pacífica e contínua por 10 anos, desde que o possuidor tenha justo título e boa fé. É necessário o transcurso do prazo de 20 anos de posse, se o possuidor não tiver título. Exercício de servidão: O proprietário do prédio dominante pode retirar da servidão as vantagens que possa proporcionar, dentro dos limites estabelecidos no ato constitutivo. Pode realizar obras no prédio serviente necessárias à sua conservação e uso. No caso de a servidão pertencer a mais de um prédio, as despesas serão custeadas pelos respectivos donos. Nada impede que, por acordo, fique a cargo do dono do prédio serviente a responsabilidade pelas obras referidas. Nesse caso, pode exonerar-se na obrigação abandonando total ou parcialmente a propriedade ao dono do prédio dominante. Se as obras forem muito caras para o dono do prédio serviente, pode ele para se livrar do ônus, abandonar a parte onerada com a servidão. Caso o proprietário do prédio dominante se recuse a receber a propriedade do serviente, ou parte dela, deverá custear as obras. O dono do prédio serviente pode remover a servidão de um local para outro e as suas custas, desde que não diminuaas vantagens do prédio dominante. Da mesma forma pode fazer o dono do prédio dominante, desde que haja considerável melhoria na utilidade e não prejudique o prédio serviente. Instituída uma servidão de trânsito, não está autorizado seu titular a retirar água, porque, constituída para certo fim, não se pode ampliar para outro. Caso as necessidades de cultura ou da indústria, do prédio dominante imponham à servidão maior largueza, o dono do serviente é obrigado a sofrê-la, mas tem direito a ser indenizado pelo excesso. Ações relativas a servidão: As ações que podem ser ajuizadas são: Possessória: O objetivo é proteger a posse da servidão, podendo ser ajuizada as ações de interdito proibitório, manutenção de posse ou reintegração de posse. Confessória: Se requer o reconhecimento da servidão como de titularidade daquele que acredita ser beneficiado com uma servidão. Negatória: Ajuizada por aquele que objetiva uma declaração judicial no sentido de que não há servidão no seu imóvel. Usucapião: Desde que a servidão seja aparente e tenham sido preenchidos os requisitos. Extinção da servidão: A servidão pode ser extinta: Pelo cancelamento do registro. Pode ser pedido pelo dono do prédio serviente, nas seguintes situações: quando o titular do prédio dominante houver renunciado à servidão; quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou comodidade, que determinou a servidão; e quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão, desde que haja acordo nesse sentido; Pela reunião dos dois prédios na mesma pessoa; Pela supressão das respectivas obras, se a servidão for aparente; Pelo não uso por 10 anos contínuos; Pelo decurso do prazo se a servidão por constituída a termo ou implemento da condição, se a ela estiver subordinada. Provada a extinção por qualquer desses modos, o dono do prédio serviente está autorizado a requerer o cancelamento. USUFRUTO: Conceito: É direito real, temporário e intransmissível de fruir utilidades e frutos de coisa alheia móvel ou imóvel, corpórea ou incorpórea. O proprietário é titular do direito de usar, fruir, dispor bem como de reivindicar. Quando concede a outrem o direito de usar e fruir, constituiu em favor dessa pessoa o direito de usufruto. O usufrutuário tem direito de usar e fruir dentro dos limites legais, e dos limites impostos pelo proprietário. O proprietário passa a ser denominado nu-proprietário e a pessoa titular do direito real sobre coisa alheia usufrutuária. Sua constituição pode se dar quando o proprietário doa um bem, reservando para si o usufruto. O anterior proprietário será titular do direito real sobre coisa alheia, pois a coisa passou a ser do donatário. Características: É direito real sobre coisa alheia, pelo qual o usufrutuário pode usar e fruir, sem intermediação do nu-proprietário. O usufrutuário tem o direito de usar e gozar da coisa e dela retirar os frutos para a sua subsistência; É temporário, nunca perpétuo e poder ser fixado: por prazo determinado ou a termo; pela vida do usufrutuário, ou seja, vitalício; por uma causa, como a de permanecer usufrutuário enquanto estiver em tratamento de saúde; pelo prazo máximo de 30 anos, se constituído em favor de pessoa jurídica, se ela não extinguir antes; É inalienável, dado que não pode ser transferido a outra pessoa por ato inter vivos ou causa mortis. O usufrutuário não pode alienar o usufruto, constituindo outra pessoa usufrutuária em seu lugar, mas pode ceder o seu exercício a título gratuito ou oneroso. Compreende o exercício: o direito de usar e fruir, podendo assim, dar em comodato ou alugar o bem. Decorre da inalienabilidade a impenhorabilidade, já que em função da penhora, haveria a alienação forçada pelo juízo, transferindo o usufruto a terceiro, o que é proibido. Porém, admite-se a penhora sobre os frutos proporcionados pelo usufruto; É em regra gratuito, pois normalmente não se exige qualquer contraprestação. Porém é possível ser oneroso, onde ocorre que o nu-proprietário cede o bem em usufruto mediante uma remuneração; Tem por princípio função alimentar, pois por intermédio dele, se procura prover o usufrutuário de recursos para a sua sobrevivência. Objeto: Pode ser bens móveis, imóveis, coisas corpóreas ou incorpóreas, um patrimônio, ou parte de um patrimônio, abrangendo, no todo ou em parte, os frutos e as utilidades. Em essência, o usufrutuário recebe um bem para que dele retire benefícios, devendo devolvê- lo ao nu-proprietário quando acabar o usufruto. Pode o usufruto se estender aos acessórios da coisa e seus acrescidos. Se entre os acessórios e acrescidos houver coisas consumíveis, o usufrutuário terá que restituir ao término do usufruto, o que ainda houver (devolve) e as outras (que usou) o equivalente em gênero, quantidade e qualidade, e não sendo possível, deverá restituir o seu valor, estimado ao tempo de restituição. Se o usufruto alcançar acessórios e acrescidos que se consomem pelo uso, não se pode dizer que isso se constitua como usufruto propriamente dito. Denomina-se essa situação de usufruto impróprio. O usufrutuário terá que devolver, ao término do usufruto, o equivalente em gênero, qualidade ou quantidade ou o valor respectivo. Modos de constituição: Por decorrência de lei: o usufruto instituído por força de lei visa proteger determinadas pessoas, por exemplo: em favor dos pais sobre bens dos filhos menores – esse usufruto se extingue com a maioridade dos filhos; em favor do cônjuge sobre os bens do outro, quando lhe competir tal direito; em favor da mulher brasileira casa com estrangeiro. O usufruto legal dispensa registro e prepondera no direito de família. Por ato de vontade ou convencional que engloba o contrato ou o testamento: pode-se constituir por ato inter vivos, quando o proprietário transfere a outrem o direito de usar e fruir, ou por meio de doação em que o proprietário se reserva o usufruto do bem doado. Pode ocorrer também por testamento, quando o testador constitui alguém nu-proprietário e outrem usufrutuário. Por prescrição aquisitiva ou usucapião: exige os pressupostos de posse e animus de usufrutuário, porque só é possível adquirir um direito, pela usucapião, se o usucapiente atuar como se fosse dele titular. Usufruto simultâneo ou conjunto e usufruto sucessivo: O usufruto simultâneo é aquele constituído em proveito de duas ou mais pessoas, extinguindo-se com a morte de cada usufrutuário, salvo se for estipulado expressamente o direito de acrescer. O usufruto sucessivo foi instituído em favor de uma pessoa para que após sua morte fosse transmitido a outra, porém não é admitido, porque a morte do usufrutuário é causa de extinção, inviabilizando a transmissão hereditária. A doa a B, reservando para si o usufruto vitalício e impondo sobre o imóvel do donatário B a cláusula de inalienabilidade. Na morte de A poderá B requerer o cancelamento da referida cláusula? Há dois posicionamentos, uns dizem que sim, outros que não. Direitos e deveres do usufrutuário e do nu-proprietário: O usufrutuário tem direito à posse, ao uso, à administração e à percepção dos frutos. O direito de alienação é do nu- proprietário. A posse do usufrutuário é direta e a do nu-proprietário indireta. Os frutos produzidos pela coisa pertencem ao usufrutuário. São do usufrutuário os frutos naturais pendentes ao começar o usufruto e do nu-proprietário os pendentes ao tempo que cessar o usufruto. Cabem ao usufrutuário as crias de animais que são frutos naturais. Porém, deve restituir o mesmo número de cabeças de gado dadas em usufruto, então se houver morte de algum animal, deverão ser repostos com as crias. Quando acabar o usufruto, o usufrutuário deve entregar a coisa, adequadamente conservada, não sendo responsável pelo natural desgaste ou deterioração resultante do exercício regular do usufruto. O nu-proprietário tem direito de alienar a coisa, porém, o adquirente terá que respeitar o usufruto, que não se extingue pela alienação.Extinção do usufruto: Pela renúncia ou morte do usufrutuário. Se o usufruto recaiu sobre bem imóvel é necessário que o ato renunciativo seja levado ao registro de imóveis. A morte do usufrutuário também é causa de extinção do usufruto, com exceção de quando estipulado o direito de acrescer; Pelo termo de sua duração (acaba o prazo de duração); Pela extinção da pessoa jurídica, ou se ela perdurar, pelo decurso de 30 anos da data inicial do usufruto; Pela cessação do motivo que se origina; Pela destruição da coisa. Não existindo mais a coisa, cessa o usufruto. Sendo a perda parcial, subsiste o usufruto no remanescente; Pela consolidação. Ocorre quando a mesma pessoa passa a ser nua-proprietária e usufrutuária, como acontece quando o usufrutuário adquire a nua-propriedade; Por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora ou deixa arruinar os bens. Se o usufrutuário deixa de cumprir com suas obrigações, justo é que perca o direito de uso e fruição; Pelo não uso ou não fruição.
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