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Resposta à acusação

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXX
MATHEUS, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem respeitosamente perante a Vossa Excelência, neste ato representado por seu procurador (procuração em anexo), oferecer:
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Com fulcro os art. 396 e 396 – A do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e direito seguir exposta:
I- DOS FATOS:
Refere-se o fato de uma ação penal oferecida pelo Ministério Público no que tange as condutas do réu na pratica dos crimes enquadrados nos art. 217-A, § 1º c/c art. 234-A, III todos do Código Penal. 
Matheus foi denunciado pelo Ministério Público, tendo como alegações que o réu constrangeu e manteve conjunção carnal com Maísa, menor de 16 anos de idade e acometida de retardo mental, sendo que nessa ocasião a mesma engravidou. 
O denunciante alude que em agosto de 2016, sem dia determinado, Matheus tinha indo assistir um jogo de futebol na casa da vítima e em um determinado momento oportuno manteve relação carnal com Maísa sem consentimento da mesma, porém não houve qualquer tipo de violência, além disso, o MP alega que a vítima sofre de doença mental é e incapaz de discernimento da conduta do réu.
No entanto, Matheus afirma que mantem um relacionamento amoroso com a vítima, sendo que Maísa não sofre de nenhum tipo de acometimento mental como alegado pelo MP, bem como, há testemunha acerca do conhecimento do namoro dos dois, como sua avó materna Olinda e sua mãe Aida, as quais moram com o réu.
Vale ressaltar, que a vítima não tinha interesse de prosseguimento da ação penal, sendo até manifestada pela mesma, porém, o promotor deu prosseguimento por vontade própria. Nesse viés, é notório que a vítima não é portadora de qualquer enfermidade mental, diante disso, não é cabível tal alegação. Conclui-se que Maísa é sã, podendo ter seu depoimento colhido pelo juízo.
II- PRELIMINARES
A vítima não é cometida por enfermidade mental, então, não é aceitável o fundamento do art.217-A do CP. Dessa forma, mesmo que fosse alegado o estupro, elencado no art. 213 do CP, faz necessária a representação da ofendida, haja vista, que é uma ação penal condicionada à representação e o promotor agindo por conta própria prosseguiu a ação penal. 
Diante do exposto, requer nulidade absoluta por falta de representação e pela parte legítima, conforme art. 564, III, alínea “a” do CPP. 
III- DO DIREITO
O MP alegou que o réu praticou o crime previsto no art. 217-A do CP, sendo esse o estupro de vulnerável. Entretanto, não houver qualquer tipo de violência ou ameaça para que a vítima mantivesse relação sexual com o mesmo, haja vista, que é elementar para concretização da conduta tipificada no referido artigo.
Ademais, não há qualquer comprovação nos autos do processo que a vítima é acometida de doença mental, diante disso, cabe o MP o ônus da prova, o qual não foi atendido. Logo, deve ser consagrado o princípio in dubio pro reo.
Desta feita, fica evidente que p réu não concorreu para nenhum crime, uma vez, que Maísa não é enferma mental e tinha um relacionamento amoroso com mesmo, sendo assim, o réu beneficia-se da absolvição sumária, disposto no art. 397, II e III do CPP.
IV- DAS PROVAS
Protesto provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, em especial a testemunhal, conforme rol de testemunhas, bem como realização de exame pericial para verificar se a suposta de fato é incapaz.
V- DOS PEDIDOS 
Diante de todos os exposto, requer:
a) Requer preliminarmente a nulidade do processo movido em face do réu, por falta de representação, bem como, falta de formalidade, conforme o art. 564, III, “a” do CPP;
b) Requer no mérito absolvição sumária do réu, na forma do art. 397, III do CPP;
VI- ROL DE TESTEMUNHAS
a) OLINDA, domiciliada e residente à rua, nº, bairro, cidade, estado 
b) AIDA, domiciliada e residente à rua, nº, bairro, cidade, estado
Nestes termos, pede deferimento.
Local, data
Advogado
OAB/UF

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