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Controladoria, Gestão de Custos e Tributos E-Book 2 Hamilton Moura Gestão de Custos e tributos Gestão de Custos e tributos NESTE E-BOOK: introdução ������������������������3 ClassifiCação dos Custos e Métodos de Custeio ���������������5 outros Métodos de Custeio ������� 11 estiMativas de Custos ������������� 15 Custeio por unidade ��������������������� 15 Trabalho prévio �������������������������� 16 Produto ou serviço semelhante ����������� 16 Estimativa de Custos para selecionar Pro- jetos ������������������������������������ 17 Controle dos Custos ������������� 19 PlanejaMento tributário ��������� 22 Conheça a leGislação ������������ 23 esColha do reGiMe tributário ����� 24 Considerações finais ������������� 29 síntese �������������������������� 30 introdução Olá, estudante! Você sabe o que significa gestão de custos? Certamente você já conhece o orçamento em- presarial ou, pelo menos, já ouviu falar sobre esse assunto. A gestão de custos envolve diferentes métodos de custeio, com o objetivo de melhorar a eficiência dos custos da organização, reduzindo custos ou, ao menos, implementando medidas para restringir o seu crescimento. É o processo de planejamento e controle do orçamento empresarial. As quatro etapas a seguir estão associadas ao controle de custos: • Estabelecer um padrão em relação ao qual os custos reais devem ser comparados. • Calcular a variação entre os resultados reais e o padrão anotados na primeira etapa. • Investigar as variações. • Tomar uma decisão para que essas variações não impactem o resultado. Como você controla o custo? Por que o gerenciamento de custos é importante? 3 Como o orçamento é feito, no gerenciamento de projetos? Quais são os objetivos da gestão de custos? O que é um plano de gestão de custos? Como uma organização pode reduzir custos? Quais são os dois custos controláveis? Para responder estas questões, dividimos nosso conteúdo em quatro itens: • Classificação dos Custos e métodos de custeio. • Estimativas de Custos. • Controle dos Custos. • Planejamento Tributário. Vamos à leitura, com novas descobertas, refor- çando o aprendizado e fortalecendo o intelecto. 4 ClassifiCação dos Custos e Métodos de Custeio Você sabe diferenciar custos e despesas? Custos são os gastos necessários para adquirir bens ou serviços que serão utilizados na produção de outros bens ou prestação de outros serviços. Exemplificando: as matérias-primas utilizadas na produção de um produto são custos. A mão de obra utilizada na produção de um bem ou na prestação de um serviço também é custo. Despesas são gastos necessários para que a empresa realize suas receitas. Exemplo: os gas- tos com propaganda, gastos com transporte de produtos acabados são despesas. E o que é gasto? Gasto – é o sacrifício financeiro que a empresa faz para adquirir bens ou serviços. Agora que você já sabe diferenciar custos e despesas, vamos à classificação dos custos: Custos Diretos – são os custos que podem ser identificados e mensurados no produto. Exemplo: Matéria prima e outros materiais que são apli- cados aos produtos e podem ser identificados e mensurados no produto, são custos diretos. Custos Indiretos – são os custos que não podem ser identificados ou mensurados no produto. 5 Exemplo: depreciação de máquinas e equipa- mentos: não é possível determinar quanto tem de depreciação em determinado produto. Esses custos são alocados aos produtos por meio de processos de rateio. E você sabe a diferença entre custos fixos e custos variáveis? Esta é uma das principais classificações de custos para nível gerencial: Custos fixos – são os gastos necessários para manter uma estrutura funcionando, eles não mudam de valor pelo volume de produção ou de serviços executados, podem mudar de valor por força de um reajuste contratual, por exemplo, mas nunca porque o volume de produção ou vendas tenha aumentado. Exemplos: 1. O aluguel de um prédio de uma empresa comercial, industrial ou de serviços, é um gasto fixo, pois só mudará de valor por força de uma cláusula contratual. 2. A depreciação de máquinas, equipamentos de escritório, veículos, imóveis, são gastos fixos, pois independem da quantidade de vendas, produção ou prestação de serviços. Custos variáveis – são gastos necessários para produzir, vender ou prestar serviços, estão sempre associados ao volume de produção, vendas ou prestação de serviços, e aumentam ou diminuem proporcionalmente à variação desse volume. 6 Exemplos: 1. Os honorários de um consultor em uma empresa de consultoria são gastos variáveis, pois, quanto maior o número de horas alocadas num projeto, maior será o custo. 2. A comissão de vendedores também é um gasto variável; quanto maior o volume de vendas, maior será o gasto com comissões. 3. A matéria prima de um produto também é um gasto variável, pois, quanto maior o volume de produção, maior será o gasto com matéria-prima. Com essa classificação, o gestor pode fazer simulações sobre a rentabilidade de um produto ou serviço, basta utilizar o conceito de margem de contribuição, que é a diferença entre o preço de venda e os gastos variáveis de um produto ou serviço. Então, vamos a um exemplo numérico: Suponha que uma empresa venda um produto por R$ 5,00 e que ela gaste para produzir e vender esse produto o valor de R$ 2,50, sua margem de contribuição será de R$ 2,50 (R$ 5,00 – R$ 2,50). Muito fácil, não é? Mas, qual é a utilização dessa margem de contribuição? Suponha que essa mesma empresa tenha gas- tos fixos de R$ 10.000,00 (aluguel, depreciação, honorários, salários administrativos), por mês; quantos produtos ela deverá produzir e vender para cobrir (pagar) todos esses custos fixos? 7 Se dividirmos esses gastos fixos de R$ 10.000,00 pela margem de contribuição de R$ 50,00, che- garemos a essa quantidade. R$ 10.000,00 / R$ 2,50 = 4.000 unidades. Área de Prejuizo Área de Lucro R$ 10.000 4.000 unidades R$ 12.000 Ponto de Equilibrio Receita Total Custo Variável Custo Fixo Figura 1: Ponto de Equilíbrio. Fonte: SILVA (2017, p. 150) Esse é o ponto de equilíbrio da empresa; pro- duzindo 4.000 unidades, ela não terá lucro nem prejuízo, confira: Vendas 4.000 unidades x R$ 5,00 R$ 20.000,00 (-) Gastos variáveis 4.000 unidades x R$ 2,50 R$ 10.000,00 (=) Margem de contribuição total R$ 10.000,00 (-) Gastos Fixos R$ 10.000,00 (=) Resultado R$ 0,00 8 Com esse cálculo simples, o gestor sabe que, se produzir e vender abaixo de 4.000 unidades, a empresa terá prejuízo; e que, se vender acima dessa quantidade, a empresa terá lucro. Se a empresa produzir e vender 5.000 unidades, qual será o lucro? Lucro = 1.000 unidades x R$ 2,50 R$ 2.500,00 ou Vendas 5.000 unidades x R$ 5,00 R$ 25.000,00 ( - ) Gastos variáveis 5.000 unidades x R$ 2,50 R$ 12.500,00 (=) Margem de contribuição total R$ 12.500,00 ( - ) Gastos Fixos R$ 10.000,00 (=) Resultado R$ 2.500,00 Estamos falando do método de custeio variá- vel, que é muito utilizado gerencialmente, para tomada de decisões. Veja o vídeo Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio, clicando no link abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=vC9RRGninBs FIQUE ATENTO 9 https://www.youtube.com/watch?v=vC9RRGninBs outros Métodos de Custeio Custeio por absorção – neste método, todos os custos (fixos ou variáveis) são alocados ao(s) produto(s) ou serviço(s). É o método utili- zado pela contabilidade financeira, que produz as demonstrações contábeis das empresas. Custeio padrão – implica em estimar custos para determinado produto ou atividades, com base no que seria um custo ideal. Periodica- mente, o contador deve verificar as variações existentes entre o custo padrão e o custo real e o que causou essas variações. O cálculo das variações é feito da seguinte forma: • Variação de quantidade = diferença de quan- tidade X preço padrão • Variação de preço = diferença de preço X quantidade padrão • Variação mista = diferençada quantidade X diferença de preço Exemplo: A empresa “Padronizada” preparou o seguinte plano operacional de produção para um determinado período: 10 Físico R$ Volume 40.000 unidades - Matéria-prima 100.000 Kg R$ 4.000.000,00 Mão de Obra Direta 80.000 horas R$ 4.800.000,00 No final do período, a Contabilidade de Custos apurou os seguintes dados reais: Físico R$ Volume 42.000 unidades - Matéria-prima 109.200 Kg R$ 4.313.400,00 Mão de Obra Direta 88.200 horas R$ 5.203.800,00 Os seguintes cálculos foram desenvolvidos para determinar o custo padrão: Matéria prima 100.000 Kg / 40.000 unidades = 2,5 Kg/unidade R$ 4.000.000 / 100.000 kg = R$ 40,00 / Kg 2,5 Kg / unidade x R$ 40,00 / Kg = R$ 100,00 (custo padrão) Mão de obra direta 80.000 horas / 40.000 unidades = 2 horas / unidade R$ 4.800.000,00 / 80.000 horas = R$ 60,00 / hora 11 2 horas/unidade X R$ 60,00/hora = R$ 120,00 (custos padrão) Custo Real Matéria prima 109.200 Kg / 42.000 unidades = 2,6 Kg / unidade R$ 4.313.400,00 / 109.200 Kg = R$ 39,50 / Kg. 2,6 Kg/unidade X R$ 39,50/Kg = 102,70 Mão de obra direta 88.200 horas / 42.000 unidades = 2,1 horas / unidade R$ 5.203.800,00 / 88.200 horas = R$ 59,00 / hora 2,1 horas/unidade X R$ 59,00/hora = R$ 123,90 12 Cálculo das variações Variações Total Quantidade R$/unid. F/D R$/unid. F/D MP R$ 2,70 D 0,1x40=4 D MOD R$ 3,90 D 0,1x60=6 D Total R$ 6,60 D 10 D Variações Preço Mista R$/unid. F/D R$/unid. F/D MP 0,5x2,5=1,25 F 0,1x0,5=0,05 F MOD 1x2h = 2,0 F 0,1x1 = 0,1 F Total 3,25 F 0,15 F *F = Favorável e D = Desfavorável 13 estiMativas de Custos Vários métodos de estimativa de custos podem ser aplicados para prever o custo de produtos, serviços ou das atividades de um projeto. A es- colha do método de estimativa depende do nível de informação disponível. É possível estimar o custo usando o custo real de produtos, serviços ou projetos anteriores semelhantes. Outra opção é usar modelos paramétricos nos quais as ca- racterísticas do produto, serviço ou projeto são representadas matematicamente. Quanto maior o número de informações disponíveis para fazer a estimativa de custos, melhor será o seu refi- namento. Conseguindo, assim, uma estimativa detalhada de custo unitário com alta precisão. As incertezas remanescentes nas estimativas que podem resultar em custos adicionais podem ser cobertas pelo custo de reserva. As estimativas de custos podem ser feitas das seguintes formas: Custeio por unidade É um método mais rápido e menos dispendioso de estimar custos, especialmente para trabalhos padronizados e que são frequentemente executa- dos. Para a pavimentação do estacionamento, por exemplo, aplica-se um custo por metro quadrado. Para armazéns, é possível estimar um custo por metro cúbico. Os sistemas de automação usam 14 estimativas com base no número de loops do sensor. Essas estimativas são precisas somente se o trabalho for semelhante ao trabalho já reali- zado e que está sendo usado para comparação. Se o seu trabalho tiver características especiais, as estimativas são imprecisas. Trabalho prévio As empresas que, geralmente, realizam o mes- mo trabalho repetidamente. Por exemplo, uma empresa que trabalha com contratos do mes- mo trabalho em diversos clientes. Você pode basear essas estimativas de custo no custo de realizar o trabalho nos últimos contratos e fazer ajustes para quaisquer diferenças de operação. Os principais fatores de ajuste são correções de inflação e quando alguns dos componentes são importados e sujeitos a flutuações cambiais. Essas estimativas são altamente precisas, desde que o trabalho atual do contrato seja o mesmo que o feito em contratos anteriores. Produto ou serviço semelhante Às vezes, os produtos ou serviços são completa- mente novos e uma lista de materiais e trabalhos a serem feitos não está disponível e é difícil de preparar. Nesse caso, você pode procurar cus- tos em produtos ou serviços semelhantes que foram concluídos por outras partes. São fontes 15 de informações de estimativas de custos: pu- blicações de associações do setor (exemplo: a construção civil em publicações com diversos custos bastante precisos), estatísticas do governo, fontes de notícias e documentação pública de outras empresas. Essas estimativas de custo são menos confiáveis do que as obtidas por outros métodos, mas, para novos produtos, serviços ou projetos, podem ser a melhor informação disponível. Estimativa de Custos para selecionar Projetos Os fatores econômicos são muito importantes para validar a escolha de um projeto de investi- mento. Para fazer a análise econômica de pro- jetos, é necessário estimar suas receitas e seus custos; de posse dessas estimativas, o analista consegue projetar as demonstrações contábeis (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resul- tado do Exercício e Demonstração do Fluxo de Caixa). Com essas demonstrações projetadas é possível calcular e analisar os paybacks, taxas de retorno e valor presente líquido de cada projeto. As estimativas devem ser precisas o suficiente para que as comparações sejam significativas, mas o tempo e os recursos usados para fazer as estimativas devem ser apropriados ao tama- nho e à complexidade do projeto. Os métodos usados para estimar o custo do projeto durante 16 a fase de seleção são, geralmente, mais rápidos e consomem menos recursos do que aqueles usados para criar estimativas detalhadas nas fa- ses posteriores, podendo utilizar a experiência de gerentes para fazer estimativas um tanto quanto precisas, com informações menos detalhadas. As estimativas nos estágios iniciais da seleção de projetos podem ser também baseadas em proje- tos anteriores similares, devidamente ajustadas à dimensão e complexidade do projeto atual. 17 Controle dos Custos O controle de custos preocupa-se em medir variações do custo padrão e tomar medidas corretivas efetivas para atingir os custos ideais. Os procedimentos são aplicados para monitorar gastos e desempenho em relação ao progresso de um projeto. Todas as alterações no custo padrão precisam ser registradas e os custos totais finais esperados devem ser continuamen- te revistos. A comparação do custo real com o custo padrão acontece quando o custo real é incorrido. A parte mais importante do controle de custos é esse confronto e a explicação das variações significativas entre um e outro. Essas variações, em muitos casos, exigem uma ação corretiva para evitar acúmulo de custos. Ferramentas dedicadas de software de controle de custos são valiosas para definir procedimen- tos de controle de custos, acompanhar e aprovar mudanças e aplicar análises, aprimorando e simplificando os relatórios, o que facilita a co- municação de todos os envolvidos no projeto. Não é suficiente ter equipe financeira dedicada que entenda o processo de contabilidade de custos, a identificação das maneiras mais efica- zes de reduzir os gastos pode ser um desafio. O controle de custos é uma das melhores maneiras 18 de manter a organização em forma, para que continue a ter bom desempenho. Para reduzir as despesas gerais e alcançar o controle de custos, a contratação das pessoas certas pode ser um fator importante, recruta- mento objetivo, seleção das pessoas adequadas ao perfil da vaga e da empresa, integração dos profissionais entrantes. Quando as contratações não são bem executadas, acabam sendo caras para a empresa, pois o colaborador pode não conseguir acompanhar o trabalho, gera insatisfa- ções de ambas as partes, produtividade baixa e eventuais gastos para substituição, além de exigir um esforço extra dos gerentes e supervisores. Outra oportunidade para reduzir custos pode ser uma revisão nos contratos da empresa com fornecedores de produtos e serviços. É preciso construir relações fortes com fornecedores, e isso envolve reciprocidade, a prática de levar vantagem sobre o fornecedor prorrogando o pagamento, por exemplo, pode causar prejuízo no relacionamentoe desvantagem em futuras negociações. 19 Figura 1: Planejamento ou Controle. Fonte: Wikimedia Commons. Acesso em 31/03/2019 A tecnologia também pode ajudar no controle de custos, à medida que os funcionários podem colaborar entre si, compartilhando soluções financeiras em nuvem, aumentam a eficiência e reduzem os custos indiretos. A nuvem pode oferecer acesso ininterrupto a dados corporativos e software aos colaboradores. Leia com atenção o artigo Custos e Formação de Preços. http://www.administradores.com.br/artigos/ academico/artigo-custos-e-formacao-de-pre- cos/99955/ SAIBA MAIS 20 http://www.administradores.com.br/artigos/academico/artigo-custos-e-formacao-de-precos/99955/ http://www.administradores.com.br/artigos/academico/artigo-custos-e-formacao-de-precos/99955/ http://www.administradores.com.br/artigos/academico/artigo-custos-e-formacao-de-precos/99955/ PlanejaMento tributário A carga tributária no Brasil é extremamen- te elevada, tanto sobre a pessoa jurídica como sobre a pessoa física. Além da elevada carga tributária, nosso sistema tributário é um dos mais complexos do mundo. Esses dois fatores penalizam sobremaneira a maioria das empresas e acarretam grandes transtornos para o gerenciamento contábil e financeiro dos impostos e demais tributos (OLIVEIRA, 2015, p. 170). Mas, a boa notícia é que existem algumas ma- neiras de prevenir e lidar com esse impacto. Uma boa gestão tributária permite que a organização se adapte melhor às suas atividades e exigências legais para reduzir as despesas com impostos brasileiros. 21 Conheça a leGislação Para iniciar o planejamento tributário na empre- sa, é fundamental conhecer a legislação que se aplica àquele ramo de atividade e à empresa es- pecificamente. É por meio deste estudo que você vai conhecer as obrigações contábeis, fiscais e todos os processos que devem ser cumpridos para manter a empresa funcionando. A legislação brasileira passou por mudanças recentes, muitas delas relacionadas às decla- rações que devem ser feitas à Receita Federal. O processo foi informatizado, mas as empresas ainda têm algumas dúvidas. É preciso estar sempre atualizado com a legislação, pois toda a operação da organização pode ser colocada em risco. 22 esColha do reGiMe tributário O planejamento tributário deve iniciar já na es- colha do regime tributário, de preferência, antes da constituição da empresa. Essa escolha é uma das decisões mais importantes que uma empresa deve tomar quando se trata de plane- jamento tributário. Existem basicamente três sistemas fiscais disponíveis para empresas, no Brasil: o Simples Nacional, o Lucro Real e o Lucro Presumido. O Simples Nacional, previsto na Lei Complementar 123, de 14/12/2006, é um regime diferenciado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tri- butos, desenvolvido com o objetivo de reduzir a burocracia, unificando e simplificando o cálculo de tributos. Nem todas empresas podem ser enquadradas nesse regime, existem muitas restrições para que a empresa possa participar desse modelo. O Lucro Presumido é uma forma simplificada para determinação da base de cálculo do Im- posto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, estabelecendo percentuais de presunção de lucro, dependendo da atividade da empresa. No Lucro Real, a empresa apura contabilmente o lucro e a tributação é feita em bases reais. 23 Algumas empresas são obrigadas a utilizar o regime de Lucro Real pela atividade que exercem ou por possuírem receita bruta superior a R$ 78 milhões. São obrigadas à tributação pelo lucro real as seguintes atividades: bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvi- mento, caixas econômicas, sociedades de cré- ditos, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuido- ras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta. Mesmo após escolher o regime mais adequado de tributação, é preciso estudar e acompanhar a legislação tributária, e nem sempre isso é possível com os profissionais internos. O emaranhado da legislação tributária torna a gestão de tributos muito complexa e, muitas vezes, a empresa precisa de assistência externa para escolher as melhores práticas fiscais disponíveis. Vamos ver agora alguns conceitos importantes para o planejamento tributário: Evasão Fiscal – é a prática de não pagar impostos que são obrigatórios, já ocorreu o fato gerador. É também conhecida por sonegação, a empresa falsifica ou adultera documentos fiscais, omite receitas deixando de emitir documentos fiscais. A empresa que pratica a sonegação fiscal comete 24 crime contra a ordem tributária, ficando sujeita à aplicação de multa e seus administradores podem ser processados pelos crimes praticados. A empresa pode praticar a sonegação por de- ficiência técnica de seu pessoal de contabili- dade, se o contador, por desconhecimento da legislação, aplicar uma alíquota de algum tributo menor do que determina a legislação, estará cometendo sonegação fiscal. Neste caso, não há ação penal, pois é considerada uma infração exclusivamente tributária e a sanção é apenas administrativa e fiscal. Figura 2: Sonegômetro. Fonte: Wikimedia Commons. Aces- so em 31/03/2019 Inadimplência Fiscal – é a falta de pagamento do tributo dentro do prazo estabelecido, não carac- terizando crime, mas ficando a empresa sujeita a sanções administrativas, tais como multa, juros 25 de mora e correção da dívida, inscrição na dívida ativa do ente federativo e processo de cobrança. Elisão Fiscal – é a forma lícita de pagar menos impostos, embora seja intencional, mas não é ilegal. A diferença está em antecipar-se à ocor- rência do fato gerador, as práticas são adotadas antes de sua ocorrência. Elisão fiscal é o nome técnico que se dá ao pla- nejamento tributário, consiste em procurar meios legais para diminuir os tributos a serem pagos pela empresa. Por exemplo, antes de decidir sobre a localização de uma nova unidade, a empresa faz um estudo sobre os tributos incidentes nas várias localidades possíveis, decidindo pela que apresenta menor incidência, oferece mais incentivos, entre outros fatores. Não há dúvida de que o planejamento tributário é a melhor forma de reduzir o pagamento de tri- butos de forma legal, impedindo que a empresa fique exposta a riscos e futuras perdas. O planejamento tributário operacional consiste em verificar se a escrituração das operações está correta e se o pagamento dos tributos está sendo feito dentro dos prazos de vencimento. Mas isso não é suficiente para que a empresa pague menos tributos, é preciso estudar e anali- sar todas as particularidades fiscais, de acordo com a atividade da empresa, sua localização, estrutura de capital, eventuais filiais, etc. 26 Para diminuir a carga tributária é preciso optar por procedimentos que impedem a ocorrência do fato gerador. Se a empresa decide localizar-se em um município que isenta de pagamento de IPTU, por exemplo, ela está praticando o planeja- mento tributário. Pode também reduzir os valores de tributos, por exemplo, se a empresa reduz o número de acidentes de trabalho, poderá reduzir a contribuição para o Seguro de Acidentes de Trabalho (SAT). Pode ainda conseguir retardar o pagamento de tributos mediante ações que per- mitem a prorrogação sem pagamento de multa. 27 Considerações finais Neste módulo, estudamos dois pontos muito importantes na Controladoria de uma empresa, a gestão de custos e de tributos. Definimos, inicialmente, alguns conceitos fun- damentais para a área gerencial de custos, a diferenciação entre custos e despesas, a clas- sificação dos custos e os métodos de custeio mais utilizados. Mostramos alguns exemplos práticos do cálculo do ponto de equilíbrio e um exemploda análise da variação dos custos. Em relação à gestão de tributos, também concei- tuamos o que é sonegação fiscal e a diferença entre a sonegação e o planejamento tributário. Explicamos os principais regimes tributários utilizados pelas empresas e a importância da escolha correta do regime tributário para diminuir a carga da empresa. ARTIGO – Custos e Formação de Preços. Disponível em: http://www.administradores. com.br/artigos/academico/artigo-custos-e- -formacao-de-precos/99955. Acesso em: 31 mar. 2019. OLI 28 • É uma das melhores maneiras de manter a organização em forma. E-book 2 CONTROLADORIA E GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS Os custos classificam-se em: • Diretos; • Indiretos; • Fixos; • Variáveis. O controle de custos: • Preocupa-se em medir variações do custo padrão e tomar medidas corretivas efetivas para atingir os custos ideais; • Custeio por unidade; • Trabalho prévio; • Produto ou serviço semelhante; • Estimativa de custos para selecionar projetos. As estimativas de custos podem ser feitas das seguintes formas: • Simples Nacional; • Lucro Real; • Lucro Presumido. Sistemas fiscais disponíveis para empresas no Brasil: A gestão de custos envolve diferentes métodos de custeio, com o objetivo de melhorar a eficiência dos custos da organização, reduzindo custos ou, ao menos, implementando medidas para restringir o seu crescimento. Gasto é o sacrifício financeiro que a empresa faz para adquirir bens ou serviços. síntese referênCias ARTIGO – Custos e Formação de Preços. Disponível em: http://www.administradores. com.br/artigos/academico/artigo-custos-e- -formacao-de-precos/99955. Acesso em: 31 mar. 2019. OLIVEIRA, Luís Martins de; PEREZ JUNIOR, Hernandez; SILVA, Carlos Alberto dos Santos. Controladoria Estratégica. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. MANZATTI, Rubens. Controladoria Contábil, Financeira e Tributária na Pequena Empresa. São Paulo: Tevisan Editora, 2015. PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria Estraté- gica e Operacional. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. SILVA, Raimundo Nonato Sousa; LINS, Luiz dos Santos. Gestão de Custos – Contabilidade, Controle e Análise. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. Vídeo Resultar Gestão. Margem de Contri- buição e Ponto de Equilíbrio. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vC9RRG- ninBs. Acesso em: 31 mar. 2019. _GoBack Introdução Classificação dos Custos e Métodos de Custeio Outros métodos de custeio Estimativas de Custos Custeio por unidade Trabalho prévio Produto ou serviço semelhante Estimativa de Custos para selecionar Projetos Planejamento Tributário Conheça a legislação Escolha do regime tributário Considerações finais Síntese bt_fwd: Página 1: bt_fwd 6: bt_fwd 5: bt_fwd 3: Página 30: