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Controladoria, 
Gestão de Custos e 
Tributos
E-Book 2
Hamilton Moura
Gestão de Custos e 
tributos
Gestão de Custos e 
tributos
NESTE E-BOOK:
introdução ������������������������3
ClassifiCação dos Custos e 
Métodos de Custeio ���������������5
outros Métodos de Custeio ������� 11
estiMativas de Custos ������������� 15
Custeio por unidade ��������������������� 15
Trabalho prévio �������������������������� 16
Produto ou serviço semelhante ����������� 16
Estimativa de Custos para selecionar Pro-
jetos ������������������������������������ 17
Controle dos Custos ������������� 19
PlanejaMento tributário ��������� 22
Conheça a leGislação ������������ 23
esColha do reGiMe tributário ����� 24
Considerações finais ������������� 29
síntese �������������������������� 30
introdução
Olá, estudante!
Você sabe o que significa gestão de custos?
Certamente você já conhece o orçamento em-
presarial ou, pelo menos, já ouviu falar sobre 
esse assunto.
A gestão de custos envolve diferentes métodos de 
custeio, com o objetivo de melhorar a eficiência 
dos custos da organização, reduzindo custos ou, 
ao menos, implementando medidas para restringir 
o seu crescimento. É o processo de planejamento 
e controle do orçamento empresarial.
As quatro etapas a seguir estão associadas ao 
controle de custos:
• Estabelecer um padrão em relação ao qual os 
custos reais devem ser comparados.
• Calcular a variação entre os resultados reais 
e o padrão anotados na primeira etapa.
• Investigar as variações.
• Tomar uma decisão para que essas variações 
não impactem o resultado.
Como você controla o custo?
Por que o gerenciamento de custos é importante?
3
Como o orçamento é feito, no gerenciamento 
de projetos?
Quais são os objetivos da gestão de custos?
O que é um plano de gestão de custos?
Como uma organização pode reduzir custos?
Quais são os dois custos controláveis?
Para responder estas questões, dividimos nosso 
conteúdo em quatro itens:
• Classificação dos Custos e métodos de custeio.
• Estimativas de Custos.
• Controle dos Custos.
• Planejamento Tributário.
Vamos à leitura, com novas descobertas, refor-
çando o aprendizado e fortalecendo o intelecto.
4
ClassifiCação dos Custos 
e Métodos de Custeio
Você sabe diferenciar custos e despesas?
Custos são os gastos necessários para adquirir 
bens ou serviços que serão utilizados na produção 
de outros bens ou prestação de outros serviços. 
Exemplificando: as matérias-primas utilizadas 
na produção de um produto são custos. A mão 
de obra utilizada na produção de um bem ou na 
prestação de um serviço também é custo.
Despesas são gastos necessários para que a 
empresa realize suas receitas. Exemplo: os gas-
tos com propaganda, gastos com transporte de 
produtos acabados são despesas.
E o que é gasto?
Gasto – é o sacrifício financeiro que a empresa 
faz para adquirir bens ou serviços.
Agora que você já sabe diferenciar custos e 
despesas, vamos à classificação dos custos:
Custos Diretos – são os custos que podem ser 
identificados e mensurados no produto. Exemplo: 
Matéria prima e outros materiais que são apli-
cados aos produtos e podem ser identificados 
e mensurados no produto, são custos diretos.
Custos Indiretos – são os custos que não podem 
ser identificados ou mensurados no produto. 
5
Exemplo: depreciação de máquinas e equipa-
mentos: não é possível determinar quanto tem 
de depreciação em determinado produto. Esses 
custos são alocados aos produtos por meio de 
processos de rateio.
E você sabe a diferença entre custos fixos e 
custos variáveis? Esta é uma das principais 
classificações de custos para nível gerencial:
Custos fixos – são os gastos necessários para 
manter uma estrutura funcionando, eles não 
mudam de valor pelo volume de produção ou 
de serviços executados, podem mudar de valor 
por força de um reajuste contratual, por exemplo, 
mas nunca porque o volume de produção ou 
vendas tenha aumentado.
Exemplos: 1. O aluguel de um prédio de uma 
empresa comercial, industrial ou de serviços, é 
um gasto fixo, pois só mudará de valor por força 
de uma cláusula contratual. 2. A depreciação de 
máquinas, equipamentos de escritório, veículos, 
imóveis, são gastos fixos, pois independem da 
quantidade de vendas, produção ou prestação 
de serviços.
Custos variáveis – são gastos necessários para 
produzir, vender ou prestar serviços, estão sempre 
associados ao volume de produção, vendas ou 
prestação de serviços, e aumentam ou diminuem 
proporcionalmente à variação desse volume.
6
Exemplos: 1. Os honorários de um consultor em 
uma empresa de consultoria são gastos variáveis, 
pois, quanto maior o número de horas alocadas 
num projeto, maior será o custo. 2. A comissão 
de vendedores também é um gasto variável; 
quanto maior o volume de vendas, maior será 
o gasto com comissões. 3. A matéria prima de 
um produto também é um gasto variável, pois, 
quanto maior o volume de produção, maior será 
o gasto com matéria-prima.
Com essa classificação, o gestor pode fazer 
simulações sobre a rentabilidade de um produto 
ou serviço, basta utilizar o conceito de margem 
de contribuição, que é a diferença entre o preço 
de venda e os gastos variáveis de um produto 
ou serviço. 
Então, vamos a um exemplo numérico:
Suponha que uma empresa venda um produto 
por R$ 5,00 e que ela gaste para produzir e vender 
esse produto o valor de R$ 2,50, sua margem de 
contribuição será de R$ 2,50 (R$ 5,00 – R$ 2,50). 
Muito fácil, não é? Mas, qual é a utilização dessa 
margem de contribuição?
Suponha que essa mesma empresa tenha gas-
tos fixos de R$ 10.000,00 (aluguel, depreciação, 
honorários, salários administrativos), por mês; 
quantos produtos ela deverá produzir e vender 
para cobrir (pagar) todos esses custos fixos?
7
Se dividirmos esses gastos fixos de R$ 10.000,00 
pela margem de contribuição de R$ 50,00, che-
garemos a essa quantidade.
R$ 10.000,00 / R$ 2,50 = 4.000 unidades.
Área de Prejuizo
Área de Lucro
R$ 10.000
4.000 unidades
R$ 12.000
Ponto de
Equilibrio
Receita
Total
Custo
Variável
Custo Fixo
Figura 1: Ponto de Equilíbrio. Fonte: SILVA (2017, p. 150)
Esse é o ponto de equilíbrio da empresa; pro-
duzindo 4.000 unidades, ela não terá lucro nem 
prejuízo, confira:
Vendas 4.000 unidades x 
R$ 5,00
R$ 20.000,00
(-) Gastos variáveis 4.000 
unidades x R$ 2,50 
R$ 10.000,00
(=) Margem de 
contribuição total
R$ 10.000,00
(-) Gastos Fixos R$ 10.000,00
(=) Resultado R$ 0,00
8
Com esse cálculo simples, o gestor sabe que, 
se produzir e vender abaixo de 4.000 unidades, 
a empresa terá prejuízo; e que, se vender acima 
dessa quantidade, a empresa terá lucro. Se a 
empresa produzir e vender 5.000 unidades, qual 
será o lucro?
Lucro = 1.000 unidades x 
R$ 2,50
R$ 2.500,00
ou
Vendas 5.000 unidades x 
R$ 5,00
R$ 25.000,00
( - ) Gastos variáveis 5.000 
unidades x R$ 2,50
R$ 12.500,00
(=) Margem de 
contribuição total
R$ 12.500,00
( - ) Gastos Fixos R$ 10.000,00
(=) Resultado R$ 2.500,00
Estamos falando do método de custeio variá-
vel, que é muito utilizado gerencialmente, para 
tomada de decisões.
Veja o vídeo Margem de Contribuição e Ponto 
de Equilíbrio, clicando no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=vC9RRGninBs
FIQUE ATENTO
9
https://www.youtube.com/watch?v=vC9RRGninBs 
outros Métodos de Custeio
Custeio por absorção – neste método, todos 
os custos (fixos ou variáveis) são alocados 
ao(s) produto(s) ou serviço(s). É o método utili-
zado pela contabilidade financeira, que produz 
as demonstrações contábeis das empresas.
Custeio padrão – implica em estimar custos 
para determinado produto ou atividades, com 
base no que seria um custo ideal. Periodica-
mente, o contador deve verificar as variações 
existentes entre o custo padrão e o custo real 
e o que causou essas variações.
O cálculo das variações é feito da seguinte 
forma:
• Variação de quantidade = diferença de quan-
tidade X preço padrão
• Variação de preço = diferença de preço X 
quantidade padrão
• Variação mista = diferençada quantidade X 
diferença de preço
Exemplo: A empresa “Padronizada” preparou o 
seguinte plano operacional de produção para 
um determinado período:
10
Físico R$
Volume 40.000 unidades -
Matéria-prima 100.000 Kg R$ 4.000.000,00
Mão de Obra 
Direta 80.000 horas R$ 4.800.000,00
No final do período, a Contabilidade de Custos 
apurou os seguintes dados reais:
Físico R$
Volume 42.000 unidades -
Matéria-prima 109.200 Kg R$ 4.313.400,00
Mão de Obra 
Direta 88.200 horas R$ 5.203.800,00
Os seguintes cálculos foram desenvolvidos para 
determinar o custo padrão:
Matéria prima
100.000 Kg / 40.000 unidades = 2,5 Kg/unidade
R$ 4.000.000 / 100.000 kg = R$ 40,00 / Kg
2,5 Kg / unidade x R$ 40,00 / Kg = R$ 100,00 
(custo padrão)
 
Mão de obra direta
80.000 horas / 40.000 unidades = 2 horas / 
unidade
R$ 4.800.000,00 / 80.000 horas = R$ 60,00 / hora
11
2 horas/unidade X R$ 60,00/hora = R$ 120,00 
(custos padrão)
Custo Real
Matéria prima
109.200 Kg / 42.000 unidades = 2,6 Kg / unidade
R$ 4.313.400,00 / 109.200 Kg = R$ 39,50 / Kg.
2,6 Kg/unidade X R$ 39,50/Kg = 102,70
Mão de obra direta
88.200 horas / 42.000 unidades = 2,1 horas / 
unidade
R$ 5.203.800,00 / 88.200 horas = R$ 59,00 / hora
2,1 horas/unidade X R$ 59,00/hora = R$ 123,90 12
Cálculo das variações
Variações
Total Quantidade
R$/unid. F/D R$/unid. F/D
MP R$ 2,70 D 0,1x40=4 D
MOD R$ 3,90 D 0,1x60=6 D
Total R$ 6,60 D 10 D
Variações
Preço Mista
R$/unid. F/D R$/unid. F/D
MP 0,5x2,5=1,25 F 0,1x0,5=0,05 F
MOD 1x2h = 2,0 F 0,1x1 = 0,1 F
Total 3,25 F 0,15 F
*F = Favorável e D = Desfavorável
13
estiMativas de Custos
Vários métodos de estimativa de custos podem 
ser aplicados para prever o custo de produtos, 
serviços ou das atividades de um projeto. A es-
colha do método de estimativa depende do nível 
de informação disponível. É possível estimar o 
custo usando o custo real de produtos, serviços 
ou projetos anteriores semelhantes. Outra opção 
é usar modelos paramétricos nos quais as ca-
racterísticas do produto, serviço ou projeto são 
representadas matematicamente. Quanto maior 
o número de informações disponíveis para fazer 
a estimativa de custos, melhor será o seu refi-
namento. Conseguindo, assim, uma estimativa 
detalhada de custo unitário com alta precisão. 
As incertezas remanescentes nas estimativas 
que podem resultar em custos adicionais podem 
ser cobertas pelo custo de reserva.
As estimativas de custos podem ser feitas das 
seguintes formas:
Custeio por unidade
É um método mais rápido e menos dispendioso 
de estimar custos, especialmente para trabalhos 
padronizados e que são frequentemente executa-
dos. Para a pavimentação do estacionamento, por 
exemplo, aplica-se um custo por metro quadrado. 
Para armazéns, é possível estimar um custo por 
metro cúbico. Os sistemas de automação usam 
14
estimativas com base no número de loops do 
sensor. Essas estimativas são precisas somente 
se o trabalho for semelhante ao trabalho já reali-
zado e que está sendo usado para comparação. 
Se o seu trabalho tiver características especiais, 
as estimativas são imprecisas.
Trabalho prévio
As empresas que, geralmente, realizam o mes-
mo trabalho repetidamente. Por exemplo, uma 
empresa que trabalha com contratos do mes-
mo trabalho em diversos clientes. Você pode 
basear essas estimativas de custo no custo de 
realizar o trabalho nos últimos contratos e fazer 
ajustes para quaisquer diferenças de operação. 
Os principais fatores de ajuste são correções de 
inflação e quando alguns dos componentes são 
importados e sujeitos a flutuações cambiais. 
Essas estimativas são altamente precisas, desde 
que o trabalho atual do contrato seja o mesmo 
que o feito em contratos anteriores.
Produto ou serviço semelhante
Às vezes, os produtos ou serviços são completa-
mente novos e uma lista de materiais e trabalhos 
a serem feitos não está disponível e é difícil de 
preparar. Nesse caso, você pode procurar cus-
tos em produtos ou serviços semelhantes que 
foram concluídos por outras partes. São fontes 
15
de informações de estimativas de custos: pu-
blicações de associações do setor (exemplo: a 
construção civil em publicações com diversos 
custos bastante precisos), estatísticas do governo, 
fontes de notícias e documentação pública de 
outras empresas. Essas estimativas de custo são 
menos confiáveis do que as obtidas por outros 
métodos, mas, para novos produtos, serviços 
ou projetos, podem ser a melhor informação 
disponível.
Estimativa de Custos para 
selecionar Projetos
Os fatores econômicos são muito importantes 
para validar a escolha de um projeto de investi-
mento. Para fazer a análise econômica de pro-
jetos, é necessário estimar suas receitas e seus 
custos; de posse dessas estimativas, o analista 
consegue projetar as demonstrações contábeis 
(Balanço Patrimonial, Demonstração do Resul-
tado do Exercício e Demonstração do Fluxo de 
Caixa). Com essas demonstrações projetadas é 
possível calcular e analisar os paybacks, taxas de 
retorno e valor presente líquido de cada projeto.
As estimativas devem ser precisas o suficiente 
para que as comparações sejam significativas, 
mas o tempo e os recursos usados para fazer 
as estimativas devem ser apropriados ao tama-
nho e à complexidade do projeto. Os métodos 
usados para estimar o custo do projeto durante 
16
a fase de seleção são, geralmente, mais rápidos 
e consomem menos recursos do que aqueles 
usados para criar estimativas detalhadas nas fa-
ses posteriores, podendo utilizar a experiência de 
gerentes para fazer estimativas um tanto quanto 
precisas, com informações menos detalhadas.
As estimativas nos estágios iniciais da seleção de 
projetos podem ser também baseadas em proje-
tos anteriores similares, devidamente ajustadas 
à dimensão e complexidade do projeto atual.
17
Controle dos Custos
O controle de custos preocupa-se em medir 
variações do custo padrão e tomar medidas 
corretivas efetivas para atingir os custos ideais. 
Os procedimentos são aplicados para monitorar 
gastos e desempenho em relação ao progresso 
de um projeto. Todas as alterações no custo 
padrão precisam ser registradas e os custos 
totais finais esperados devem ser continuamen-
te revistos. A comparação do custo real com o 
custo padrão acontece quando o custo real é 
incorrido. A parte mais importante do controle 
de custos é esse confronto e a explicação das 
variações significativas entre um e outro. Essas 
variações, em muitos casos, exigem uma ação 
corretiva para evitar acúmulo de custos.
Ferramentas dedicadas de software de controle 
de custos são valiosas para definir procedimen-
tos de controle de custos, acompanhar e aprovar 
mudanças e aplicar análises, aprimorando e 
simplificando os relatórios, o que facilita a co-
municação de todos os envolvidos no projeto.
Não é suficiente ter equipe financeira dedicada 
que entenda o processo de contabilidade de 
custos, a identificação das maneiras mais efica-
zes de reduzir os gastos pode ser um desafio. O 
controle de custos é uma das melhores maneiras
18
de manter a organização em forma, para que 
continue a ter bom desempenho.
Para reduzir as despesas gerais e alcançar o 
controle de custos, a contratação das pessoas 
certas pode ser um fator importante, recruta-
mento objetivo, seleção das pessoas adequadas 
ao perfil da vaga e da empresa, integração dos 
profissionais entrantes. Quando as contratações 
não são bem executadas, acabam sendo caras 
para a empresa, pois o colaborador pode não 
conseguir acompanhar o trabalho, gera insatisfa-
ções de ambas as partes, produtividade baixa e 
eventuais gastos para substituição, além de exigir 
um esforço extra dos gerentes e supervisores.
Outra oportunidade para reduzir custos pode 
ser uma revisão nos contratos da empresa com 
fornecedores de produtos e serviços. É preciso 
construir relações fortes com fornecedores, e 
isso envolve reciprocidade, a prática de levar 
vantagem sobre o fornecedor prorrogando o 
pagamento, por exemplo, pode causar prejuízo 
no relacionamentoe desvantagem em futuras 
negociações.
19
Figura 1: Planejamento ou Controle. Fonte: Wikimedia 
Commons. Acesso em 31/03/2019
A tecnologia também pode ajudar no controle 
de custos, à medida que os funcionários podem 
colaborar entre si, compartilhando soluções 
financeiras em nuvem, aumentam a eficiência 
e reduzem os custos indiretos. A nuvem pode 
oferecer acesso ininterrupto a dados corporativos 
e software aos colaboradores.
Leia com atenção o artigo Custos e Formação 
de Preços.
http://www.administradores.com.br/artigos/
academico/artigo-custos-e-formacao-de-pre-
cos/99955/
SAIBA MAIS
20
http://www.administradores.com.br/artigos/academico/artigo-custos-e-formacao-de-precos/99955/
http://www.administradores.com.br/artigos/academico/artigo-custos-e-formacao-de-precos/99955/
http://www.administradores.com.br/artigos/academico/artigo-custos-e-formacao-de-precos/99955/
PlanejaMento tributário
A carga tributária no Brasil é extremamen-
te elevada, tanto sobre a pessoa jurídica 
como sobre a pessoa física. Além da 
elevada carga tributária, nosso sistema 
tributário é um dos mais complexos do 
mundo. Esses dois fatores penalizam 
sobremaneira a maioria das empresas 
e acarretam grandes transtornos para o 
gerenciamento contábil e financeiro dos 
impostos e demais tributos (OLIVEIRA, 
2015, p. 170).
Mas, a boa notícia é que existem algumas ma-
neiras de prevenir e lidar com esse impacto. Uma 
boa gestão tributária permite que a organização 
se adapte melhor às suas atividades e exigências 
legais para reduzir as despesas com impostos 
brasileiros.
21
Conheça a leGislação
Para iniciar o planejamento tributário na empre-
sa, é fundamental conhecer a legislação que se 
aplica àquele ramo de atividade e à empresa es-
pecificamente. É por meio deste estudo que você 
vai conhecer as obrigações contábeis, fiscais e 
todos os processos que devem ser cumpridos 
para manter a empresa funcionando.
A legislação brasileira passou por mudanças 
recentes, muitas delas relacionadas às decla-
rações que devem ser feitas à Receita Federal. 
O processo foi informatizado, mas as empresas 
ainda têm algumas dúvidas. É preciso estar 
sempre atualizado com a legislação, pois toda 
a operação da organização pode ser colocada 
em risco.
22
esColha do reGiMe 
tributário
O planejamento tributário deve iniciar já na es-
colha do regime tributário, de preferência, antes 
da constituição da empresa. Essa escolha é 
uma das decisões mais importantes que uma 
empresa deve tomar quando se trata de plane-
jamento tributário. Existem basicamente três 
sistemas fiscais disponíveis para empresas, 
no Brasil: o Simples Nacional, o Lucro Real e o 
Lucro Presumido.
O Simples Nacional, previsto na Lei Complementar 
123, de 14/12/2006, é um regime diferenciado 
de arrecadação, cobrança e fiscalização de tri-
butos, desenvolvido com o objetivo de reduzir a 
burocracia, unificando e simplificando o cálculo 
de tributos. Nem todas empresas podem ser 
enquadradas nesse regime, existem muitas 
restrições para que a empresa possa participar 
desse modelo.
O Lucro Presumido é uma forma simplificada 
para determinação da base de cálculo do Im-
posto de Renda e da Contribuição Social sobre 
o Lucro Líquido, estabelecendo percentuais de 
presunção de lucro, dependendo da atividade 
da empresa.
No Lucro Real, a empresa apura contabilmente 
o lucro e a tributação é feita em bases reais. 
23
Algumas empresas são obrigadas a utilizar o 
regime de Lucro Real pela atividade que exercem 
ou por possuírem receita bruta superior a R$ 78 
milhões. São obrigadas à tributação pelo lucro 
real as seguintes atividades: bancos comerciais, 
bancos de investimento, bancos de desenvolvi-
mento, caixas econômicas, sociedades de cré-
ditos, financiamento e investimento, sociedades 
de crédito imobiliário, sociedades corretoras de 
títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuido-
ras de títulos e valores mobiliários, empresas de 
arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, 
empresas de seguros privados e de capitalização 
e entidades de previdência privada aberta.
Mesmo após escolher o regime mais adequado 
de tributação, é preciso estudar e acompanhar a 
legislação tributária, e nem sempre isso é possível 
com os profissionais internos. O emaranhado da 
legislação tributária torna a gestão de tributos 
muito complexa e, muitas vezes, a empresa 
precisa de assistência externa para escolher as 
melhores práticas fiscais disponíveis.
Vamos ver agora alguns conceitos importantes 
para o planejamento tributário:
Evasão Fiscal – é a prática de não pagar impostos 
que são obrigatórios, já ocorreu o fato gerador. 
É também conhecida por sonegação, a empresa 
falsifica ou adultera documentos fiscais, omite 
receitas deixando de emitir documentos fiscais. A 
empresa que pratica a sonegação fiscal comete 
24
crime contra a ordem tributária, ficando sujeita 
à aplicação de multa e seus administradores 
podem ser processados pelos crimes praticados.
A empresa pode praticar a sonegação por de-
ficiência técnica de seu pessoal de contabili-
dade, se o contador, por desconhecimento da 
legislação, aplicar uma alíquota de algum tributo 
menor do que determina a legislação, estará 
cometendo sonegação fiscal. Neste caso, não 
há ação penal, pois é considerada uma infração 
exclusivamente tributária e a sanção é apenas 
administrativa e fiscal.
Figura 2: Sonegômetro. Fonte: Wikimedia Commons. Aces-
so em 31/03/2019
Inadimplência Fiscal – é a falta de pagamento do 
tributo dentro do prazo estabelecido, não carac-
terizando crime, mas ficando a empresa sujeita a 
sanções administrativas, tais como multa, juros 
25
de mora e correção da dívida, inscrição na dívida 
ativa do ente federativo e processo de cobrança.
Elisão Fiscal – é a forma lícita de pagar menos 
impostos, embora seja intencional, mas não é 
ilegal. A diferença está em antecipar-se à ocor-
rência do fato gerador, as práticas são adotadas 
antes de sua ocorrência.
Elisão fiscal é o nome técnico que se dá ao pla-
nejamento tributário, consiste em procurar meios 
legais para diminuir os tributos a serem pagos 
pela empresa. Por exemplo, antes de decidir sobre 
a localização de uma nova unidade, a empresa 
faz um estudo sobre os tributos incidentes nas 
várias localidades possíveis, decidindo pela 
que apresenta menor incidência, oferece mais 
incentivos, entre outros fatores.
Não há dúvida de que o planejamento tributário 
é a melhor forma de reduzir o pagamento de tri-
butos de forma legal, impedindo que a empresa 
fique exposta a riscos e futuras perdas.
O planejamento tributário operacional consiste 
em verificar se a escrituração das operações 
está correta e se o pagamento dos tributos está 
sendo feito dentro dos prazos de vencimento. 
Mas isso não é suficiente para que a empresa 
pague menos tributos, é preciso estudar e anali-
sar todas as particularidades fiscais, de acordo 
com a atividade da empresa, sua localização, 
estrutura de capital, eventuais filiais, etc.
26
Para diminuir a carga tributária é preciso optar 
por procedimentos que impedem a ocorrência 
do fato gerador. Se a empresa decide localizar-se 
em um município que isenta de pagamento de 
IPTU, por exemplo, ela está praticando o planeja-
mento tributário. Pode também reduzir os valores 
de tributos, por exemplo, se a empresa reduz o 
número de acidentes de trabalho, poderá reduzir 
a contribuição para o Seguro de Acidentes de 
Trabalho (SAT). Pode ainda conseguir retardar o 
pagamento de tributos mediante ações que per-
mitem a prorrogação sem pagamento de multa.
27
Considerações finais
Neste módulo, estudamos dois pontos muito 
importantes na Controladoria de uma empresa, 
a gestão de custos e de tributos.
Definimos, inicialmente, alguns conceitos fun-
damentais para a área gerencial de custos, a 
diferenciação entre custos e despesas, a clas-
sificação dos custos e os métodos de custeio 
mais utilizados. Mostramos alguns exemplos 
práticos do cálculo do ponto de equilíbrio e um 
exemploda análise da variação dos custos.
Em relação à gestão de tributos, também concei-
tuamos o que é sonegação fiscal e a diferença 
entre a sonegação e o planejamento tributário. 
Explicamos os principais regimes tributários 
utilizados pelas empresas e a importância da 
escolha correta do regime tributário para diminuir 
a carga da empresa.
ARTIGO – Custos e Formação de Preços. 
Disponível em: http://www.administradores.
com.br/artigos/academico/artigo-custos-e-
-formacao-de-precos/99955. Acesso em: 31 
mar. 2019.
OLI
28
• É uma das 
melhores maneiras 
de manter a 
organização em 
forma.
E-book 2
CONTROLADORIA E GESTÃO DE 
CUSTOS E TRIBUTOS
Os custos 
classificam-se 
em:
• Diretos;
• Indiretos;
• Fixos;
• Variáveis.
O controle 
de custos:
• Preocupa-se em 
medir variações do 
custo padrão e tomar 
medidas corretivas 
efetivas para atingir 
os custos ideais;
• Custeio por 
unidade;
• Trabalho prévio;
• Produto ou serviço 
semelhante;
• Estimativa de 
custos para selecionar 
projetos.
As estimativas 
de custos 
podem ser feitas 
das seguintes 
formas:
• Simples Nacional;
• Lucro Real;
• Lucro Presumido.
Sistemas fiscais 
disponíveis para 
empresas no 
Brasil: 
A gestão de custos envolve diferentes 
métodos de custeio, com o objetivo de 
melhorar a eficiência dos custos da 
organização, reduzindo custos ou, ao 
menos, implementando medidas para 
restringir o seu crescimento.
Gasto é o sacrifício financeiro que a empresa 
faz para adquirir bens ou serviços.
síntese
referênCias
ARTIGO – Custos e Formação de Preços. 
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MANZATTI, Rubens. Controladoria Contábil, 
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São Paulo: Tevisan Editora, 2015.
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Learning, 2012.
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Vídeo Resultar Gestão. Margem de Contri-
buição e Ponto de Equilíbrio. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=vC9RRG-
ninBs. Acesso em: 31 mar. 2019.
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	Introdução
	Classificação dos Custos e Métodos de Custeio
	Outros métodos de custeio
	Estimativas de Custos
	Custeio por unidade
	Trabalho prévio
	Produto ou serviço semelhante
	Estimativa de Custos para selecionar Projetos
	Planejamento Tributário
	Conheça a legislação
	Escolha do regime tributário
	Considerações finais
	Síntese
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