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Profa. Dra. Débora Parisi UNIDADE I Fisioterapia Pediátrica Depende de fatores intrínsecos e extrínsecos (fatores ambientais). Nascimento – neonato apresenta dependência absoluta para sobreviver e se desenvolver. Aquisição das habilidades motoras e cognitivas depende tanto da maturação do sistema nervoso quanto do ambiente, sendo este um processo gradual e complexo. Neonato é incapaz de apresentar controle postural contra a força da gravidade, apresenta ainda uma postura de tríplice flexão (posição fetal), com comportamentos motores imaturos (atividade motora reflexa – reflexos primitivos) Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) Fonte: https://www.maxpixels.net/Baby- Curled-Up-Sleeping-Child-Cute- Baby-Girl-3149224 Primeiro ano de vida – modulação das atividades reflexas primitivas de acordo com a maturação do SNC. Reflexos de sobrevivência – reação automática ou de sufocamento, reflexo de sucção, reflexo de deglutição e reflexo de procura ou dos pontos cardeais. Em casos de bebês prematuros, em casos de lesão neurológica ou na presença de algumas síndromes (por exemplo, na Síndrome de Down), estes reflexos podem estar ausentes ou diminuídos. Reflexos Primitivos Fonte: https://www.maxpixels.net/In fant-Child-Mother-White-Joy- Happy-Baby-Female-821625 Estudo desenvolvido no Centro de Saúde São Bernardo – MG. Avaliações do desenvolvimento infantil de crianças de 2 meses a 2 anos de idade A avaliação do desenvolvimento infantil: um desafio interdisciplinar Fonte: https://www.sci elo.br/scielo.ph p?pid=S0100- 550220120002 00007&script=s ci_arttext#tab1 Tabela 1 Características das crianças de 2 a 24 meses da UBS São Bernardo (n = 122). Característica Presente Ausente Não relatada Convivência com agressividade 19 (15,6) 101 (82,8) 2 (1,6) Convivência com etilismo ou drogas 18 (14,8) 103 (84,8) 1 (0,8) Convivência com problemas emocionais 23 (18,9) 98 (80,3) 1 (0,8) Frequenta creche 11 (9,0) 111 (91,10) 0 Parente com deficiência mental 34 (27,9) 87 (71,3) 1 (0,8) Histórico de doença grave 15 (12,3) 107 (87,7) 0 Escolaridade da mãe < 8 anos 44 (37,0) 72 (62,1) 6 (4,9) Idade da mãe < 20 anos 21 (17,2) 91 (62,1) 10 (8,2) Consanguinidade entre pai e mãe 4 (3,3) 118 (96,7) 0 Problemas na gestação 34 (27,9) 87 (71,3) 1 (0,8) Problemas durante o parto 22 (18,0) 99 (81,1) 1 (0,8) Alteração no perímetro cefálico 13 (10,7) 107 (87,7) 2 (1,6) Reflexos Primitivos: início e modulação REAÇÕES E REFLEXOS PRIMITIVOS Reflexo de Busca ou procura – 4 pontos cardeais Reflexo de sucção e deglutição Reflexo de mordida Reflexo de vômito Reflexo de fixação ocular Reflexo dos olhos de boneca Reflexo glabelar Reflexo córneo-palpebral Reflexo cócleo-palpebral Reflexo de fuga da asfixia de vias aéreas Reflexo de marcha Reação positiva de suporte Reflexo de Landau Reflexo de Moro Reflexo de natação Reflexos de preensão palmar Reflexos de preensão plantar Reação de anfíbio Reflexo de Galant Reflexo de propulsão Reflexo cutâneo-plantar Reflexo de colocação palmar Reflexo de colocação plantar Reflexo de extensão cruzada Reflexo magnético Reflexo tônico cervical assimétrico (RTA) Reflexo tônico cervical simétrico (RTCS) Reação cervical de retificação Reação corporal de retificação Reação labiríntica de retificação Reação óptica de retificação Idade de início até sua inibição (mês) RN 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Fonte: https://document.onl/do cuments/diretrizes-de- estimulacao- precoce.html (Adaptado) Predomínio tônus flexor (postura fetal). Neonato não apresenta reações de proteção, equilíbrio e endireitamento. Presença da maioria dos reflexos primitivos. Não apresenta controle de cabeça, não realiza trocas posturais. Aquisições motoras – Primeiro mês Fonte: https://pixabay.co m/pt/photos/bebe -criança-cara- gêmeos-deitado- 69675/ Ainda há predomínio do tônus muscular flexor. Decúbito ventral: cintura escapular permanece retraída, flexão no quadril com as pernas rodadas externamente e o bebê eleva mais a cabeça, mas não a mantém erguida. Puxado para sentar: começa a controlar a simetria da cabeça, sem controle cervical. Não apresenta reações de equilíbrio e proteção, apresenta muita atividade reflexa primitiva. Aquisições motoras – Segundo mês Fonte: https://pixabay.com/pt/phot os/adorável-braços-bebê- barriga-blue-20381/ Decúbito dorsal: alinha a cabeça na linha média, começa a levar as mãos à linha média e consegue estender melhor os quadris e joelhos. Decúbito ventral: começa a transferir o peso corporal para os antebraços (cabeça até 45°), esse apoio ainda não é estável. Apresenta maior extensão do quadril com flexão dos joelhos. Ao estender mais o quadril, passa a diminuir a transferência do peso corporal para a cervical. Puxado para sentar: não apresenta controle da cervical e da cabeça, já consegue acompanhar o movimento sem deixar a cabeça pendente. Aquisições motoras – Terceiro mês Fonte: https://pixabay.com/pt/ph otos/bebê-bonito-criança- deitado-571137/ Decúbito dorsal: apresenta posição simétrica e começa a virar para a posição de decúbito lateral; consegue trazer as mãos à linha média, segurar um objeto e levá-lo à boca. Ele mantém os membros inferiores em rotação externa, com flexão dos joelhos, mas consegue estendê-los, com tornozelos em dorsiflexão e dedos em flexão. Decúbito ventral: ergue a cabeça a 90 graus e se apoia nos antebraços com estabilidade, favorecendo a extensão do tronco. Ainda não assume a postura sentada, apresentando uma cifose do tronco acentuada. Ocorre um contato maior do bebê com o ambiente. Aquisições motoras – Quarto mês Decúbito dorsal: rolar para decúbito ventral. Tronco simétrico e alinhado com a cabeça, e realiza movimentos de extensão e flexão dos membros inferiores. Decúbito ventral: bom apoio nos antebraços, começa a transferir o peso de um lado para o outro (apoiar o corpo em só um dos antebraços). Roda a cabeça para os dois lados. Postura sentada: melhora a extensão do tronco por pouco tempo, com bom controle da cabeça, mas ainda não é capaz de ficar sentado sem apoio, apenas é colocado na postura. O tônus muscular apresenta-se normal. Maioria dos reflexos primitivos já está modulada. Aquisições motoras – Quinto mês Fonte: https://www.maxpixels.net/Newbo rn-Babe-Person-Smiles-Boy- Small-Child-Smile-2972221 Bebê de 5 meses de idade, nascido prematuro de 30 semanas de gestação, foi encaminhado ao serviço de Fisioterapia pelo pediatra devido à suspeita de atraso no DNPM. Durante a avaliação, o fisioterapeuta notou um adequado controle cervical, mas o bebê ainda não consegue rolar. Neste caso, pode-se afirmar que se trata um quadro de atraso motor? Justifique sua resposta. Interatividade A gestação tem duração variável entre 38 até 42 semanas de gestação – bebê nascido a termo. Se o bebê nasceu prematuro de 30 semanas, devemos descontar praticamente 2 meses, ou seja, embora a idade do bebê seja de 5 meses, é como se ele tivesse 3 meses de vida, e, portanto, não se pode afirmar que seja um quadro de atraso do DNPM. Resposta O bebê consegue rolar com facilidade, preferindo ficar em decúbito ventral, e é capaz de elevar bem a cabeça nessa postura. Consegue apoiar-se nos antebraços e começa a estender os cotovelos, transferindo parcialmente o peso para as mãos. Quando colocado na postura sentada, consegue manter-se por pouco tempo e, ao se deslocar para frente, consegue apoiar-se nas mãos, surgindo assim a primeira reação de proteção, chamada de reação de proteção anterior. Aquisições motoras – Sexto mês Fonte: https://pixabay.com/pt/p hotos/criança-patrão- pequeno-428384/ Decúbito ventral: consegue erguer bem a cabeça e apoiar o seu peso nas mãos, o que favorece o desprendimento do tronco e do quadril do solo, treinando para adquirir a próxima troca postural, que é a postura de gatoou de quatro apoios. Postura sentada: bom controle anterior do tronco, mas ainda não apresenta controle para os lados nem total extensão do tronco na postura sentada. Ainda realiza a preensão dos objetos em garra. Aquisições motoras – Sétimo mês Adota a postura de gato ou de quatro apoios e engatinhar, ainda sem muita estabilidade. Senta com bom controle de tronco e cabeça, capaz de virar-se em torno do seu próprio eixo. Apresenta reações posturais da cabeça sobre o corpo e do corpo no espaço. Quando na postura sentada, se perde o equilíbrio para os lados, responde com a segunda reação de proteção, chamada de reação de proteção lateral. Aquisições motoras – Oitavo mês Fonte: https://www.maxpixels.net/Ba by-Decoration-Children- Easter-Spring-Child-4119709 Senta de forma estável e consegue se apoiar para frente e para os lados com facilidade. Começa a levantar-se segurando em objetos. Quando apoiada, começa a dar os primeiros passos. Engatinha com rapidez, quando fica em pé com apoio, flexiona e estende quadril e joelhos. Apresenta equilíbrio postural sentada. Começa a pegar objetos com preensão em pinça, realizando atividade mais finas (motricidade fina em desenvolvimento). Aquisições motoras – Nono mês Senta sozinha com bom equilíbrio, levanta-se para ficar em pé segurando em objetos, mas já pode conseguir ficar em pé sem se apoiar. Consegue andar se segurando ao longo dos móveis e passar para a postura de gato com bom equilíbrio. Quando perde o equilíbrio para trás, responde com a terceira reação de proteção, chamada de reação de proteção posterior. Começa a brincar de se esconder, ou seja, começa a brincar com os outros, e não apenas sozinha. Aquisições motoras: décimo mês e décimo primeiro mês Fonte: https://imagebase.ne t/image/baby- throwing-ball.lEdc6 Adota a postura ortostática, sendo possível iniciar a troca de passos. Não apresenta ainda equilíbrio em pé e as que conseguem andar caminham com a base de apoio mais alargada. Consegue falar poucas palavras com sentido (por exemplo: mamã, papá) e já percebe quando está sendo elogiada ou repreendida. Espera-se que até o décimo quinto mês essa criança seja capaz de andar de forma independente, porém sem total equilíbrio. Aquisições motoras: Décimo segundo mês Fonte: https://www.maxpixels.net/Infant-Guidance- Guide-Toddler-Girl-Teamwork-Child-469691 Desenvolvimento motor: Cefalocaudal (controle cervical, tronco superior, tronco inferior, pelve e membros inferiores); Proximodistal: inicia controle da cintura escapular, ombros e mãos; e cintura pélvica, joelhos e pés; Reação de proteção anterior (sentar), reação de proteção lateral (engatinhar) e reação de proteção posterior (ortostase). Aquisições motoras – Princípios gerais O desenvolvimento de recém-nascidos pré-termo é influenciado pela: idade gestacional peso ao nascimento fatores de risco associados às condições do nascimento A incidência da prematuridade varia de acordo com o país ou a região, relacionando-se diretamente com as condições socioeconômicas da população. Prematuridade Fonte: https://www.maxpixels.net/Care- Birth-Navel-Baby-Delivery- Room-First-Breath-896099 Fatores que contribuem para o parto prematuro: gestação gemelar, má-formação uterina, idade materna avançada, abuso de drogas, entre outros. A assistência adequada: contar com a presença de uma equipe especializada, capaz de realizar manobras de reanimação e evitar hipotermia, quadros de hipóxia ou de anóxia. Atentar-se para uma avaliação adequada ainda no período de internação hospitalar e, a longo prazo, com o intuito de identificar possíveis alterações motoras e cognitivas. Prematuridade Paciente de 1 ano de idade comparece à avaliação devido a quadro de atraso do desenvolvimento motor. Ao avaliar a criança, o fisioterapeuta notou a presença de reflexos primitivos (RTCA e preensão palmar e plantar bilateral) e a incapacidade de adquirir trocas posturais altas. Pensando nos reflexos primitivos e no desenvolvimento motor, chegou-se à conclusão de que há evidências de que o caso apresenta possível lesão neurológica. Quais outras evidências você procuraria durante a avaliação desta criança que indiquem a presença de lesão neurológica? Justifique sua resposta. Interatividade Duas evidências neste caso são importantes e merecem destaque: a persistência dos reflexos primitivos e a incapacidade de aquisição de posturas altas. Cabe ao fisioterapeuta procurar possíveis alterações tônicas e a presença de movimentos involuntários ou incoordenados, o que poderá indicar o local da possível lesão neurológica. Por exemplo, a presença de hipertonia elástica, clônus, sinais de ataxia, entre outros. Resposta Grupo de distúrbios do desenvolvimento do movimento e da postura que levam a incapacidades funcionais por causa de lesões encefálicas durante o desenvolvimento fetal ou infantil. As alterações motoras geralmente estão associadas a distúrbios sensoriais, cognitivos, comportamentais, perceptuais, da comunicação, além de quadros convulsivos, e podem causar prejuízos musculoesqueléticos secundários. Fatores etiológicos X fatores de risco. Paralisia Cerebral (PC) – Encefalopatia crônica não progressiva Fatores pré-natais Fatores perinatais Fatores pós-natais Gestação gemelar Doenças metabólicas (diabetes, desnutrição) Fatores tóxicos (drogas, álcool) Exposição à radiação Infecções (TORSCHA) Abortos prévios Hipertensão arterial Alterações placentárias Complicações obstétricas Prematuridade Baixo peso gestacional (< 2.500 kg) Distúrbio metabólico Parto prolongado Apresentação fetal anômala Nota do índice de Apgar Septicemia Desnutrição Crises convulsivas Meningoencefalites Anóxia/hipóxia Intoxicações Maus-tratos Afogamento Icterícia Fatores de risco para PC Diagnóstico da PC: baseado na anamnese coletada com os cuidadores, na avaliação clínica, nas manifestações motoras apresentadas e nos exames de imagem radiológica. O pediatra avaliará a medida do perímetro cefálico excluindo casos, por exemplo, de microcefalia ou de macrocefalia ou de cranioestenose, que podem acarretar alterações neurológicas. Evolução e aquisição das etapas do desenvolvimento motor ou sinais de lesão associada, que incluem quadros de estrabismo, irritabilidade, distúrbios do sono, pobre resposta motora, entre outros. Paralisia Cerebral – Diagnóstico Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microcephaly.jpg?wprov=srpw1_103 Realizada seguindo dois princípios, que são a área da lesão encefálica e a área corporal acometida (topográfica). Classificação da PC de acordo com a distribuição topográfica da lesão: pode ser tetraparético, diparético, hemiparético e, em casos menos comuns, utilizam-se os termos “triparético” e “monoparético”. Classificação da PC de acordo com a área de lesão encefálica: espástico ou piramidal, discinético ou extrapiramidal, atáxico, misto e, menos comum, tipo flácido ou hipotônico. Paralisia Cerebral – Classificação Forma clínica Sinais clínicos característicos Tetraparesia ou quadriparesia Acometimento simétrico e equivalente dos quatro membros Afeta o controle de cabeça e do tronco Maior acometimento motor Diparesia Acometimento maior dos membros inferiores, porém os membros superiores também são afetados Há maior funcionalidade dos membros superiores Hemiparesia Apenas um hemicorpo encontra-se afetado Há funcionalidade normal no hemicorpo oposto Classificação topográfica da PC PC espástica (lesão neurônio motor superior): Hipertonia elástica, associada a encurtamentos e deformidades, atraso no DNPM e persistência de reflexos primitivos. PC discinética (lesão em núcleos da base): Presença de movimentos involuntários, que podem ser do tipo coreia (proximal), atetoide (distal) ou distônico, atraso no DNPM e persistência de reflexosprimitivos. PC atáxica (lesão cerebelar): Presença de movimentos incoordenados, déficit de equilíbrio, dismetria, marcha ebriosa e fala escandida. PC mista (diferentes áreas de lesões associadas) Alterações concomitantes de dois ou mais sistemas com quadro clínico variável. Classificação da PC de acordo com a área de lesão encefálica Distúrbios oftalmológicos: por exemplo, lesões de córtex visual; Distúrbios da deglutição e da fala: casos de gastrostomia (GTT); Pneumonias de repetição; Crises convulsivas; Alterações cognitivas e intelectuais; Complicações musculoesqueléticas (encurtamentos e deformidades): alta incidência de luxação de quadril. Distúrbios associados à PC: Manobra ou teste de Thomas: Verificar encurtamento de músculo psoas Fonte: Autoria própria. Manobra de Galleazi: Verificar possível presença de luxação de quadril Fonte: Autoria própria. Teste de abdução lenta e brusca: Avaliar simetria da abdução do quadril e se há hipertonia elástica de músculos adutores de quadril Fonte: Autoria própria. Teste de Ely-Duncan: Verificar encurtamento muscular ou hipertonia elástica do músculo reto femural Fonte: Autoria própria. Teste do ângulo poplíteo: Verificar encurtamento de músculos isquiotibiais Fonte: Autoria própria. Criança de sete anos de idade, com diagnóstico médico de Paralisia Cerebral, segundo informações colhidas com os cuidadores, ela consegue rolar, sentar com boa estabilidade de tronco, apresenta boa funcionalidade de membros superiores, embora apresente movimentos involuntários em ambas as mãos. Nos membros inferiores apresenta hipertonia elástica nos músculos adutores de quadril, extensores de joelho e flexores plantares que dificulta a marcha. Pensando no quadro descrito, qual o provável diagnóstico fisioterapêutico? Justifique sua resposta. Interatividade De acordo com o quadro apresentado, trata-se de um PC diparético espástico com componente atetoide (PC misto), uma vez que a criança apresenta boa estabilidade de tronco, adquire trocas posturais baixas e apresenta dificuldade na marcha. Espástico devido à presença da hipertonia elástica nos membros inferiores e atetoide pela presença de movimentos involuntários distais (mãos). Resposta Observar o comportamento motor da criança, o que ela realiza sozinha, se necessita de algum auxílio e qual a possibilidade de ela conseguir realizá-lo de forma independente. Se a criança é capaz de realizar trocas posturais baixas e altas, se apresenta alinhamento corporal adequado e ajustes posturais adequados para a idade. Observar a presença de movimentos atípicos, alteração de tônus muscular, presença de movimentos involuntários ou incoordenados; se os reflexos primitivos estão compatíveis com a idade da criança ou se já deveriam ter sido modulados, tornando-se patológicos. Avaliação motora na PC Item avaliado pelo examinador O que observar durante a avaliação Aquisição das etapas do DNPM Ordem cronológica de aquisição das etapas motoras Persistência de reflexos primitivos Ordem cronológica para a modulação dos reflexos primitivos Alteração do tônus muscular Apresentação de hipertonia elástica, hipotonia muscular, tônus flutuante Presença de movimentos atípicos Presença de movimentos involuntários ou movimentos incoordenados Alteração nas reações de proteção Não apresentação de reação de proteção anterior, lateral ou posterior Alteração nas reações de endireitamento corporal Controle cervical, alinhamento postural Alteração do equilíbrio postural Alterações nas reações de equilíbrio estático e dinâmico Presença de alterações musculoesqueléticas Presença de encurtamentos musculares ou deformidades ósseas Tratamento farmacológico na PC: relaciona-se com o tratamento das complicações secundárias à lesão cerebral, tais como a espasticidade. O tratamento da espasticidade pode incluir o uso de medicamentos orais, bloqueio nervoso periférico (uso da toxina botulínica ou fenolização), tratamento cirúrgico, uso de órteses e tratamento conservador (reabilitação). Os medicamentos orais podem influir no tônus muscular pela ação no SNC, sendo os mais utilizados o baclofeno, o tizanidina, o dantrolene e o diazepam. Tratamento clínico e reabilitação Tratamento conservador: bloqueio nervoso periférico utilizando a toxina botulínica tipo A (TBA) ou o fenol. A TBA é uma neurotoxina produzida pela bactéria anaeróbica. O mecanismo de ação da toxina botulínica ocorre devido a uma denervação química específica que leva ao impedimento da liberação de acetilcolina na junção neuromuscular. A TBA inativa os terminais colinérgicos dos nervos periféricos, bloqueando a liberação da acetilcolina na terminação pré-sináptica e impedindo sua liberação na fenda sináptica. Por isso não ocorre a despolarização do terminal pós-sináptico nem a contração muscular. Uso de bloqueio nervoso periférico Especialidades médicas (pneumo, ortopedista, oftalmo, gastro, neuro) Fisioterapeuta Terapeuta ocupacional (TO) Fonoaudiólogo Psicólogo Ortetista Nutricionista Psicopedagogo Equipe de reabilitação Estimular o desenvolvimento neuropsicomotor: estimular as aquisições motoras específicas para a idade da criança. Considerando o DNPM normal e sabendo que este ocorre de maneira cefalocaudal e proximodistal, é necessário estimular o controle da região cervical (estímulos sonoros e luminosos), favorecendo o controle da extensão e flexão da cabeça, das rotações e inclinações. Treinar trocas posturais: estimular a realização de trocas posturais. Se a criança é incapaz de adotar a postura sentada sem apoio, possivelmente não estará apta para deambular sem auxílio; se não for estimulado o ortostatismo ocorrerá maior risco para alterações do quadril. Fisioterapia Treinar equilíbrio e controle postural: tanto o controle postural quanto o equilíbrio postural podem sofrer interferências devido a alterações do tônus muscular ou à presença dos movimentos involuntários ou incoordenados, associados ao atraso na aquisição das trocas posturais. Evitar encurtamentos musculares e deformidades ósseas: alongar os grupos musculares mais afetados, usar a eletroterapia para ativar determinados grupos musculares. Orientar aos cuidadores que realizem alongamentos em domicílio. Uso de órteses auxiliando no alongamento prolongado e no posicionamento adequado do membro afetado. Fisioterapia Tratar complicações respiratórias: O tratamento dependerá das complicações apresentadas, incluindo manobras de higiene brônquica, aspiração orotraqueal, manobras de reexpansão pulmonar e posicionamentos adequados. Alguns pacientes mais graves são traqueostomizados ou dependem de ventilação mecânica. Fisioterapia Neste momento, vamos relembrar os principais reflexos primitivos, quando surgem e quando devem ser modulados. Quais são as reações de proteção, quando surgem e com quais aquisições motoras elas coincidem. Quais são as principais aquisições motoras do bebê neste primeiro ano de vida e o que pode indicar que existe um atraso no DNPM. Orientação para atividade do chat ATÉ A PRÓXIMA!
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