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https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com Minissimulado GRATUITO Administrativo “Se eu tivesse 8 horas para cortar uma árvore, gastaria seis afiando meu machado” - Abraham Lincoln O presente minissimulado contém 25 questões AUTORAIS de Direito Administrativo. Trata-se de um compilado de questões que retiramos das nossas turmas de simulados (selecionamos questões de todas as turmas). https://lkt.bio/projetoemdelta https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://lkt.bio/projetoemdelta 1 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ Sobre o Projeto em Delta O Projeto em Delta é especialista em turmas de simulados para concursos de Delegado de Polícia. Hoje somos a melhor plataforma do Brasil nesse segmento, com simulados elaborados e comentados por professores especialistas no ramo. 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COMENTÁRIOS: A) CORRETA, visto que, efetivamente, os Poderes Administrativos são essenciais para o desempenho das funções estatais, estando inseparáveis do princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, pilar do Direito Administrativo. Isso porque o Estado precisa ter meios necessários e suficientes para o desempenho de suas funções, sendo que um destes instrumentos são justamente os Poderes Administrativos, ponto no qual se destaca o poder de polícia. B) INCORRETA, pois é justamente o contrário: conforme afirma Di Pietro (2019, p. 255), “os atos pelos quais a Administração exerce o seu poder normativo têm em comum com a lei o fato de emanarem normas, ou seja, atos com efeitos gerais e abstratos”. Dessa forma, tanto a lei quanto os atos advindos do poder normativo são gerais e abstratos, e não individuais e concretos, como sugere a assertiva. C) INCORRETA, pois tal definição (atos emanados de um órgão estatal em virtude de competência própria, outorgada imediata e diretamente pela Constituição, para edição de regras instituidoras de direito, compreendendo os atos emanados do Legislativo) diz respeito aos atos normativos originários, e não derivados, conforme aduz a assertiva. Os atos normativos derivados, por outro lado, têm por objetivo a explicitação ou especificação de um conteúdo normativo preexistente, visando a sua execução na prática, sendo que o ato normativo derivado, por excelência, é o regulamento. D) INCORRETA, pois há uma inversão dos conceitos na assertiva. Isso porque, conforme ensinamentos de Di Pietro, o poder regulamentar é que é uma das formas pelas quais se exterioriza o poder normativo da Administração Pública, e não o contrário. Assim, o poder regulamentar é que é uma das formas pelas quais se expressa a função normativa, sendo definido (o poder regulamentar) como o que cabe ao Chefe do Poder Executivo da União, dos Estados e dos Municípios, de editar normas complementares à lei, para sua fiel execução. Vale lembrar que alguns autores não fazem tal diferenciação entre poder normativo e Direito Administrativo https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 4 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ poder regulamentar. De qualquer forma, caso realizada tal distinção, a assertiva está incorreta por inverter gênero (poder normativo) e espécie (poder regulamentar). E) INCORRETA apenas no que se refere ao prazo conferido aos órgãos administrativos para a tomada das providências necessárias, que é de trinta dias, e não sessenta. Nos termos do art. 103, § 2º, da Constituição Federal, “declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias”. Gabarito A 02) (Questão autoral Projeto em Delta – 2020) Quanto ao poder de polícia, assinale a alternativa CORRETA: A) Segundo o conceito moderno de poder de polícia, este compreende a atividade estatal que limita o exercício dos direitos individuais em benefício da segurança; B) Poder de polícia, em sentido restrito, diz respeito a atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade ajustando-as aos interesses coletivos, abrangendo atos dos Poderes Legislativo e Executivo; C) A polícia administrativa tem, em regra, caráter eminentemente repressivo; D) No poder de polícia, para que a Administração Pública possa se utilizar do atributo da autoexecutoriedade, é necessário que a lei a autorize expressamente, ou que se trate de medida urgente, sem a qual poderá ser ocasionado prejuízo maior para o interesse público; E) De acordo com o STF, não é possível, em hipótese alguma, a delegação do poder de aplicar multas para pessoas jurídicas de direito privado. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA, visto que tal ideia de poder de polícia (que compreenderia a atividadeestatal que limita o exercício dos direitos individuais em benefício da segurança) diz respeito ao seu conceito clássico, ligado à concepção liberal do século XVIII, e não ao seu conceito moderno. Isso porque no liberalismo se buscava uma ampliação dos espaços de liberdade do indivíduo, impondo-se um “não-fazer” ao Estado, sendo que este apenas poderia intervir na vida privada em hipóteses bastante excepcionais, para garantir a segurança de seus https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 5 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ cidadãos. Por outro lado, no conceito moderno de poder de polícia há uma ampliação nas justificativas para a limitação do exercício dos direitos individuais. Para o conceito moderno de poder de polícia, este seria a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público, que abrange, por exemplo, segurança, higiene, ordem, costumes, disciplina da produção e do mercado, exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, tranquilidade pública e respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos, nos termos trazidos pelo próprio art. 78, caput, do Código Tributário Nacional. B) INCORRETA, pois tal definição de poder de polícia (atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade ajustando-as aos interesses coletivos, abrangendo atos dos Poderes Legislativo e Executivo), diz respeito ao poder de polícia em sentido amplo, e não em sentido restrito, como traz a assertiva. O poder de polícia em sentido restrito, por outro lado, e segundo Celso Antônio Bandeira de Mello (2008, p. 809), abrange as intervenções, quer gerais e abstratas (como os regulamentos), quer concretas e específicas (tais como as autorizações, as licenças, as injunções) do Poder Executivo, destinadas a alcançar o mesmo fim de prevenir e obstar ao desenvolvimento de atividades particulares contrastantes com os interesses sociais, compreendendo apenas atos do Poder Executivo. C) INCORRETA, pois a polícia administrativa, tem, em regra, caráter eminentemente preventivo, enquanto a polícia judiciária é quem tem caráter eminentemente repressivo. Lembre-se, contudo, que a atuação da polícia administrativa também pode se dar repressivamente, como quando, por exemplo, se apreende uma arma usada indevidamente ou a licença de um motorista infrator. D) CORRETA, devendo ser a assertiva a ser assinalada, visto que, efetivamente, para que a Administração possa se utilizar da autoexecutoriedade, é necessário que a lei a autorize expressamente, ou que se trate de medida urgente, sem a qual poderá ser ocasionado prejuízo maior para o interesse público. No caso de autorização expressa em lei, a medida deve ser adotada em consonância com o procedimento legal, assegurando-se ao interessado o direito de defesa, previsto expressamente no artigo 5º, inc. LV, da Constituição Federal. No caso de urgência, a própria urgência da medida dispensaria a observância de procedimento especial do contraditório e ampla defesa, o que não autoriza a Administração a agir arbitrariamente ou a exceder-se no emprego da força, sob pena de responder civilmente o Estado pelos danos causados (art. 37, § 6º, da Constituição Federal), sem prejuízo da responsabilidade criminal, civil e administrativa dos servidores envolvidos. Nesses casos, ocorre o chamado “contraditório diferido”, após a adoção das medidas concretas pela Administração Pública. E) INCORRETA. Apesar da divergência do STJ sobre o assunto (STJ. 2ª Turma. REsp 817.534⁄MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/11/2009), trata de entendimento recente do STF que deve ser seguido em provas, acerca da situação da delegação do poder de polícia, inclusive com a aplicação de multas, conforme o julgamento. “É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. STF. Plenário. RE 633782/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 532) (Info 996).” Como justificativa, afirmou que o fato de a pessoa jurídica integrante da Administração Pública indireta destinatária da delegação da atividade de polícia administrativa ser constituída sob a roupagem do regime privado não a impede de exercer a função pública de polícia administrativa. O regime jurídico híbrido das estatais prestadoras de serviço público em regime de monopólio é plenamente compatível com a delegação, nos mesmos termos em que se admite a constitucionalidade do exercício delegado de atividade de polícia por entidades de regime jurídico de direito público. Isso porque a incidência de normas de direito público em https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 6 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ relação àquelas entidades da Administração indireta tem o condão de as aproximar do regime de direito público, do regime fazendário e acabar por desempenhar atividade própria do Estado. Verifica-se que, em relação às estatais prestadoras de serviço público de atuação própria do Estado e em regime de monopólio, não há razão para o afastamento do atributo da coercibilidade inerente ao exercício do poder de polícia, sob pena de esvaziamento da finalidade para a qual aquelas entidades foram criadas. A Constituição da República, ao autorizar a criação de empresas públicas e sociedades de economia mista que tenham por objeto exclusivo a prestação de serviços públicos de atuação típica do Estado, autoriza, consequentemente, a delegação dos meios necessários à realização do serviço público delegado, sob pena de restar inviabilizada a atuação dessas entidades na prestação de serviços públicos. Em suma, de acordo com o STF, os atos de consentimento, de fiscalização e de aplicação de sanções podem ser delegados a estatais que possam ter um regime jurídico próximo daquele aplicável à Fazenda Pública. Gabarito D 03) (Questão autoral Projeto em Delta – 2020) Levando-se em consideração as disposições da Lei nº 14.133/21 (nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos) e suas definições, assinale a alternativa CORRETA: A) Contratado é a pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas, que participa ou manifesta a intenção de participar de processo licitatório, sendo-lhe equiparável, para os fins da Lei nº 14.133/21, o fornecedor ou o prestador de serviço que, em atendimento à solicitação da Administração, oferece proposta; B) Órgão é o indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em pessoa jurídica integrante da Administração Pública; C) Projeto executivo é o conjunto de elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, com o detalhamento das soluções previstas no projeto básico, a identificação de serviços, de materiais e de equipamentos a serem incorporados à obra, bem como suas especificações técnicas, de acordo com as normas técnicas pertinentes; D) Empreitada por preço unitário refere-se à contratação da execução da obra ou do serviço por preço certo e total; E) Bens e serviços especiais são aqueles cujos padrões de desempenhoe qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA, pois segundo o art. 6º, inc. VIII, da Lei nº 14.133/21, contratado é a “pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas, signatária de contrato com a Administração”. Por outro lado, a definição trazida pela assertiva corresponde ao conceito de licitante: “pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas, que participa ou manifesta a intenção de participar de processo licitatório, sendo-lhe https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 7 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ equiparável, para os fins desta Lei, o fornecedor ou o prestador de serviço que, em atendimento à solicitação da Administração, oferece proposta” (art. 6º, inc. IX, da Lei nº 14.133/21). B) INCORRETA, pois segundo o art. 6º, inc. I, da Lei nº 14.133/21, órgão é “unidade de atuação integrante da estrutura da Administração Pública”. Por outro lado, a definição trazida pela assertiva corresponde ao conceito de agente público: “indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em pessoa jurídica integrante da Administração Pública” (art. 6º, inc. V, da Lei nº 14.133/21). C) CORRETA, devendo ser a assertiva a ser assinalada. Conforme art. 6º, inc. XXVI, da Lei nº 14.133/21, projeto executivo refere-se ao “conjunto de elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, com o detalhamento das soluções previstas no projeto básico, a identificação de serviços, de materiais e de equipamentos a serem incorporados à obra, bem como suas especificações técnicas, de acordo com as normas técnicas pertinentes”. D) INCORRETA, pois segundo o art. 6º, inc. XXVIII, da Lei nº 14.133/21, empreitada por preço unitário é a “contratação da execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas”. Por outro lado, a definição trazida pela assertiva corresponde ao conceito de empreitada por preço global: “contratação da execução da obra ou do serviço por preço certo e total” (art. 6º, inc. XXIX, da Lei nº 14.133/21). E) INCORRETA, pois segundo o art. 6º, inc. XIV, da Lei nº 14.133/21, bens e serviços especiais são “aqueles que, por sua alta heterogeneidade ou complexidade, não podem ser descritos na forma do inciso XIII do caput deste artigo [que trata dos bens e serviços comuns], exigida justificativa prévia do contratante”. Por sua vez, o inc. XIII do mesmo dispositivo traz o conceito de bens e serviços comuns, tratando-se da definição trazida pela assertiva: “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado”. GABARITO: C 04) (Questão autoral Projeto em Delta – 2020) De acordo com a lei nº 8.987/95, que dispõe sobre concessão e permissão de serviços públicos, e levando-se em conta as alterações promovidas pela lei nº 12.133/2021, pode-se afirmar: A) concessão de serviço público é a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo indeterminado. B) concessão de serviço público precedida da execução de obra pública é a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegados pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado. https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 8 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ C) permissão de serviço público é a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, com repartição dos riscos entre o ente público e a entidade delegada. D) As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de cinco datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos. E) A outorga de concessão ou permissão terá caráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica devidamente justificada. COMENTÁRIOS: a) Errado. Com a alteração promovida pela lei nº 12.133/2021, concessão de serviço público passou a ser definido como: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou DIÁLOGO COMPETITIVO, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo DETERMINADO. (art. 2, II, lei nº 8.987/95). b) Correto. Art. 2, III, lei nº 8.987/95: “concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegados pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado.” c) Errado. Art. 2, IV, lei nº 8.987/95: “permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.” d) Errado. Art. 7º-A, lei nº 8.987/95: “As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de SEIS datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos.” e) Errado. Art. 16, lei nº 8.987/95: “A outorga de concessão ou permissão NÃO terá caráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica justificada no ato a que se refere o art. 5o desta Lei.” GABARITO: B 05) (Questão autoral Projeto em Delta - 2020) Quanto ao conceito de Direito Administrativo para as diferentes perspectivas teóricas que enfrentam a matéria, assinale a assertiva CORRETA: A) De acordo com o critério das relações jurídicas, Direito Administrativo é a disciplina jurídica que regula a instituição, organização e o funcionamento dos serviços públicos e o seu oferecimento aos administrados; https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 9 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ B) De acordo com o critério da Administração Pública, o Direito Administrativo é conjuntoharmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar de forma concreta, direta e imediata os fins desejados pelo Estado; C) De acordo com o critério da Escola do Serviço Público, Direito Administrativo é o conjunto de normas que regem as relações entre a Administração e os administrados; D) De acordo com o critério teleológico, Direito Administrativo é o conjunto de regras jurídicas que disciplinam os atos do Poder Executivo; E) De acordo com o critério do Poder Executivo, Direito Administrativo é o sistema dos princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento de seus fins. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA, pois traz a definição de Direito Administrativo de acordo com o critério da Escola do Serviço Público, para a qual tal disciplina regularia a instituição, organização e o funcionamento dos serviços públicos e o seu oferecimento aos administrados. O critério das relações jurídicas, por outro lado, define o Direito Administrativo como o conjunto de normas que regem as relações entre a Administração e os administrados. B) CORRETA, devendo ser a assertiva a ser assinalada. Trata-se da definição de Hely Lopes Meirelles, segundo o qual o Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos, que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar de forma concreta, direta e imediata os fins desejados pelo Estado. De tal conceituação, exsurgem as seguintes características da função administrativa: ela é concreta (para diferenciar da atividade legislativa que é, em regra, abstrata); direta (para diferenciar da atividade jurisdicional que é, em regra, indireta); e imediata (para diferenciar da atividade mediata, que constitui a ação social do Estado). Trata-se do critério mais aceito atualmente pelos autores brasileiros (denominado critério da Administração Pública), tendo em vista a insuficiência dos demais critérios para a definição do objeto de estudo do Direito Administrativo. C) INCORRETA, pois a definição trazida pela assertiva refere-se ao critério das relações jurídicas, segundo o qual o Direito Administrativo seria o conjunto de normas que regem as relações entre a Administração e os administrados. D) INCORRETA, pois tal conceituação se refere ao critério do Poder Executivo, segundo o qual o Direito Administrativo é conjunto de regras jurídicas que disciplinam os atos do Poder Executivo. Por outro lado, o critério teleológico aduz que Direito Administrativo é o sistema dos princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento de seus fins. E) INCORRETA, pois, conforme já mencionado na assertiva D, tal definição se refere ao teleológico, e não ao critério do Poder Executivo. Gabarito B 06) (Questão autoral Projeto em Delta - 2020) Quanto aos conceitos elementares do Direito Administrativo, assinale a alternativa CORRETA: A) A lei é fonte secundária do Direito Administrativo; https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 10 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ B) No Brasil, adota-se o sistema do contencioso administrativo quanto ao regime utilizado pelo Estado para o controle dos atos administrativos; C) No Brasil, é permitida, desde que prevista expressamente em lei e não viole o princípio da razoabilidade, a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo; D) A vedação a prática do nepotismo independe, no Brasil, de lei em sentido formal; E) Segundo o texto expresso da Constituição Federal de 1988, a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, isonomia, moralidade, publicidade e eficiência. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA, pois a lei é fonte primária do Direito Administrativo, notadamente em razão do princípio da legalidade, que norteia toda a atuação do Estado (a Administração Pública pode fazer tão e somente aquilo que a lei manda). B) INCORRETA, já que no Brasil adota-se o sistema judiciário, também chamado de sistema inglês ou sistema da jurisdição uma, no qual há, em resumo, apenas uma justiça, que será responsável por processar e julgar todas as causas, envolvendo ou não a Administração Pública. A adoção de tal sistema pelo Brasil se dá em virtude do princípio da inafastabilidade da jurisdição, insculpido no art. 5º, inc. XXXV, da CF/88. Por outro lado, no sistema do contencioso administrativo, também chamado de sistema da jurisdição administrativa, sistema da dualidade de Jurisdição ou sistema francês, há uma justiça administrativa (que trata das causas envolvendo a Administração Pública) e uma justiça comum (que processará e julgará as demais causas). C) INCORRETA, pois em afronta ao disposto no Enunciado de Súmula Vinculante nº 21 do STF, segundo a qual “é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”. D) CORRETA, devendo ser a assertiva a ser assinalada. Isso porque a vedação à prática do nepotismo independe de lei em sentido formal, pois os princípios constitucionais da Administração Pública, especialmente os princípios da moralidade, impessoalidade e eficiência, por si só, vedam tal prática. Quanto à proibição de tal prática, e independente de qualquer lei em sentido formal tratando do assunto, o STF editou a Súmula Vinculante nº 13, a qual dispõe que: “a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”. E) INCORRETA, pois o texto da CF/88 traz a imparcialidade enquanto princípio expresso, e não a isonomia, como trazido pela assertiva. Nesse sentido, o caput do art. 37 da CF: “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. Gabarito D https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 11 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 07) (Questão autoral Projeto em Delta – 2020) A respeito da organização administrativa, assinale a alternativa INCORRETA: A) na centralização, o Estado presta o serviço público de forma direta, através do próprio ente estatal, sem a distribuição externa de competências; B) na descentralização por serviços, o Poder Público cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado e a ela atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público; C) na desconcentração, há uma distribuição interna de competências, dentro da mesma pessoa jurídica; D) na concentração, o Poder Administrativo restringe-se à Administração Direta, sem a divisão de competências, interna ou externamente; E) na descentralização funcional, o Poder Público cria uma pessoa jurídica de direito público ou privadoe a ela atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público. Comentários: A) CORRETA, pois se refere justamente ao conceito de centralização administrativa, no qual não há uma distribuição externa de competências com uma terceira pessoa jurídica, sendo que a prestação de um serviço público de forma direta pelo ente estatal é justamente uma das faces da centralização. B e E) CORRETAS, visto que descentralização por serviços e descentralização funcional são expressões sinônimas. Nesse sentido, Maria Sylvia Zanella Di Pietro assevera: “Descentralização por serviços, funcional ou técnica é a que se verifica quando o Poder Público (União, Estados ou Municípios) cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado e a ela atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público. No Brasil, essa criação somente pode dar-se por meio de lei e corresponde, basicamente, à figura da autarquia, mas abrange também fundações governamentais, sociedades de economia mista, empresas públicas e suas subsidiárias, que exerçam serviços públicos”. C) CORRETA, por corresponder ao conceito de desconcentração administrativa, que se refere à organização interna da Administração Pública. Através de tal mecanismo, o Estado divide suas funções internamente, incumbindo a cada órgão um determinado feixe de competências. Relacionada à desconcentração, tem-se a própria noção do poder hierárquico da Administração, que realiza, a partir de seu escalonamento interno, a autotutela. Além disso, frisa-se que os mecanismos da concentração/desconcentração se referem à distribuição interna de competências, e não à distribuição externa, como mencionado na assertiva (nesse último caso, fala-se em centralização e descentralização). D) INCORRETA, devendo, por isso, ser a assertiva assinalada. A concentração se refere a uma forma de organização interna da Administração Pública, na qual não há a divisão interna entre órgãos da pessoa jurídica. Dito de outra forma, não haveria uma divisão interna das funções entre os órgãos, havendo, assim, uma direção única e centralizada. Contudo, não é correto afirmar que na concentração o Poder Administrativo se restringe à Administração Direta. Nada impede que haja, por exemplo, concentração no âmbito de um ente da Administração Indireta, cuja organização interna não abarque a divisão interna de funções. Gabarito D https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 12 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 08) (Questão autoral Projeto em Delta – 2020) Segundo a nova lei de licitações e contratos administrativos, Lei nº 14.133/2021, poderá se proceder com a adoção de meios alternativos de resolução de controvérsias. Sendo assim, é correto afirmar que: A) Não serão aplicados os meios alternativos de resolução às controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais indisponíveis, mas poderão ser aplicados às questões relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato e ao cálculo de indenizações. B) Poderão ser utilizados apenas os meios expressamente previstos na lei de referência, sendo eles: a conciliação, a mediação e a arbitragem. C) Uma vez formalizado, o contrato não poderá ser aditado, ainda que seja para permitir a adoção de meios alternativos de resolução de controvérsias. D) O processo de escolha dos árbitros, dos colegiados arbitrais e dos comitês de resolução de disputas observará critérios isonômicos, técnicos e sigilosos. E) A arbitragem será sempre de direito e observará o princípio da oficialidade. COMENTÁRIOS: A) Certo. Conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial, em regra, os meios alternativos de resolução de controvérsias se aplicam em relação a direitos patrimoniais DISPONÍVEIS, e não aos indisponíveis, conforme legislação de referência: Art. 151. Nas contratações regidas por esta Lei, poderão ser utilizados meios alternativos de prevenção e resolução de controvérsias, notadamente a conciliação, a mediação, o comitê de resolução de disputas e a arbitragem. Parágrafo único. Será aplicado o disposto no caput deste artigo às controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, como as questões relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, ao inadimplemento de obrigações contratuais por quaisquer das partes e ao cálculo de indenizações. B) Errado. Faltou listar o comitê de resolução de disputas. Art. 151. Nas contratações regidas por esta Lei, poderão ser utilizados meios alternativos de prevenção e resolução de controvérsias, notadamente a conciliação, a mediação, o comitê de resolução de disputas e a arbitragem. C) Errado. Podem ser aditados para tanto. Vejamos: Art. 153. Os contratos poderão ser aditados para permitir a adoção dos meios alternativos de resolução de controvérsias. D) Errado. Os critérios devem ser transparentes e não sigilosos. Vejamos: Art. 154. O processo de escolha dos árbitros, dos colegiados arbitrais e dos comitês de resolução de disputas observará critérios isonômicos, técnicos e transparentes. E) Errado. O princípio a ser observado é da publicidade. O princípio da oficialidade caracteriza-se pelo dever da Administração Pública em impulsionar o procedimento de forma automática, sem prejuízo da atuação dos interessados. Vejamos: Art. 152. A arbitragem será sempre de direito e observará o princípio da publicidade. GABARITO: A https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 13 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 09) (CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto) A administração pública pode produzir unilateralmente atos que vinculam os particulares. No entanto, tal vinculação não é absoluta, devendo o particular, para eximir-se de seus efeitos e anular o ato, comprovar, em juízo ou perante a própria administração, o defeito do ato administrativo contra o qual se insurge, por caber- lhe o ônus da prova. Essa descrição refere-se ao atributo do ato administrativo denominado A) autoexecutoriedade. B) imperatividade. C) presunção de legalidade. D) exigibilidade. Comentários: A) Incorreta. Autoexecutoriedade: O ato administrativo, uma vez produzido pela Administração, é passível de execução imediata, independentemente de manifestação do Poder Judiciário (executa seus atos sem precisar do Poder Judiciário). Existem exceções, como por exemplo, no caso da multa (se a pessoa que foi multada se recusa a pagar, não pode a administração simplesmente tomar o dinheiro desta), a qual possui apenas exigibilidade. B) Incorreta. Imperativo, ou seja, impositivo e independe da anuência do administrado. Possibilidade de imposição de obrigações, pela Administração Pública, independente da vontade do particular. Cabe ressaltar que tal característica está presente somente nos atos administrativos que impõem obrigações e deveres aos particulares, sendo que os atos que definem direitos e vantagens não possuem tal característica. C) Correta. Até prova em contrário, o ato administrativo foi editado em conformidade com a lei e com o ordenamento jurídico (possui presunção de legalidade). Trata-se de presunção relativa, que pode ser elidida mediante comprovação do interessado. Dessa forma, os atos administrativos produzirão efeitos regularmente desde a sua publicação, até que seja declarada a ilegalidade por decisão administrativa ou judicial. Ressalte-se que o ônus da prova é do particularque realiza a impugnação do ato. D) Incorreta. Exigibilidade: exigível é aquela conduta prevista na norma que, caso seja infringida, pode ser aplicada uma coerção indireta, ou seja, caso a pessoa venha a sofrer uma penalidade e se recuse a aceitar a aplicação da sanção, a aplicação dessa somente poderá ser executada por decisão judicial. É o caso das multas, por exemplo, que podem ser lançadas a quem comete uma infração de trânsito, a administração não pode receber o valor por meio de uma coerção, caso a pessoa penalizada se recuse a pagar a multa, o seu recebimento dependerá de execução judicial pela Administração Pública. A exigibilidade é uma característica de todos os atos praticados no exercício do poder de polícia. Gabarito C https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 14 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 10) (MPE-GO - Promotor de Justiça – Reaplicação) Acerca da Administração Indireta do Estado, assinale a alternativa incorreta: A) As entidades integrantes da Administração Indireta sujeitam-se ao controle finalístico da pessoa política, por meio do órgão da Administração Direta a que estejam vinculadas, em razão do poder hierárquico da pessoa política que as criou. B) As despesas e receitas das entidades integrantes da Administração Indireta do Estado integram o orçamento fiscal da pessoa política a que estão vinculadas. C) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, as empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos essenciais e próprios do Estado, em condições não concorrenciais, sujeitam-se ao regime de precatórios. D) As empresas públicas e as sociedades de economia mista que explorem atividade econômica em sentido estrito não respondem objetivamente pelos danos que causarem a terceiros. Comentários: Administração Pública Indireta: Pessoas / Entes / Entidades Administrativas » Fundações Públicas – ex.: FUNAI, IBGE, etc. » Autarquias – ex.: INSS, UFES, IBAMA, ANATEL, ANTT, etc. » Sociedades de Economia Mista – ex.: Banco do Brasil » Empresas Públicas – ex.: INFRAERO, Caixa Econômica Federal, etc. Mnemônico: F – A – S – E Decreto-lei nº 200 de 1967 (Dispõe sôbre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências): Artigo 4º Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista; d) Fundações públicas. A – INCORRETA: Não há subordinação hierárquica entre os entes da administração direta e indireta, mas sim, vinculação que se manifesta por meio da supervisão ministerial realizada pelo ministério ou secretaria da pessoa política responsável pela área de atuação da entidade administrativa. Tal supervisão tem por finalidade o exercício do denominado controle finalístico ou poder de tutela. Assim, a Administração Direta NÃO pode intervir nas decisões da Indireta, salvo se ocorrer a chamada fuga de finalidade. Em suma, há de fato um controle finalístico, MAS ESSE NÃO DECORRE DO PODER HIERÁRQUICO, UMA VEZ QUE NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE A Subordinação Hierárquica ADM Direta ADM Indireta VINCULO Controle Finalístico – Supervisão Ministerial https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 15 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA. B – CORRETA: Com base no art. 165, §5º, I, da CF/88. "Art. 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: §5º A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público". C – CORRETA: O STF entende que estão submetidas ao regime constitucional de precatórios as empresas estatais que atuam na ordem econômica prestando serviços públicos e, portanto, próprios do Estado, sem intuito de lucratividade nem caráter concorrencial. D – CORRETA: Art. 37, §6º, da CF/88. "Art. 37, §6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa". Gabarito A 11) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021) A respeito da disciplina doutrinária, legal e jurisprudencial conferida aos Agentes Públicos, assinale a alternativa correta: A) O servidor temporário pode ser excepcionalmente contratado para o desempenho de atividades de caráter regular e permanente. B) Em determinada rodovia distante do centro urbano, ocorre um acidente grave, fazendo com que determinado particular tenha que organizar o trânsito, determinando a passagem dos carros ora vindos da esquerda ora da direita, até a chegada dos bombeiros e guardas de https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 16 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ trânsito, o que ocorreu algumas horas depois. Durante o tempo em que o particular exerceu tal função atuou como um agente público de fato putativo. C) O servidor inserido em cargo efetivo possui vínculo legal, apesar de inexistir contrato de trabalho, há possibilidade de inalterabilidade da situação funcional por predominar o interesse público. D) Recondução é forma de provimento derivado consistente em nova condução do servidor para outro cargo a fim de compatibilizar o exercício da função pública com a limitação física ou psíquica sofrida. E) Tiago reprovou no concurso público dos seus sonhos por apenas um ponto. Analisando a sua prova, ele percebeu que uma questão se referia a jurisprudência e que não estava previsto no edital de convocação a cobrança dos entendimentos dos Tribunais Superiores sobre aquele tema. Diante do caso narrado, Thiago, recorrendo à banca, teve seu pedido de anulação da questão negado. É certo que, pleiteando no Judiciário, Tiago irá ver sua pretensão satisfeita com a devida anulação, uma vez que o STF já se manifestou no sentido de que o Poder Judiciário pode analisar a cobrança de itens de matéria não previstos no edital. Comentários: a) Certo. Pode haver a contratação de servidor temporário para atividades de caráter regular e permanente quando a necessidade de atendimento dessa atividade for temporária e de excepcional interesse público. “O STF entende que o art. 37, IX, da CF/88 autoriza que a Administração Pública contrate pessoas, sem concurso público, tanto para o desempenho de atividades de caráter eventual, temporário ou excepcional, como também para o desempenho das funções de caráter regular e permanente, desde que indispensáveis ao atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público.(ADI 3068, Rel. p/ Ac. Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, julgado em 25/08/2004). b) Errado. O particular atuou como Agente de fato necessário. A situação era excepcional, para atender a uma emergência, sem vínculo válido com o Estado. O agente de fato putativo exerce a função em uma situação de normalidade. c) Errado. O servidor inserido em cargo efetivo possui vínculo legal, apesar de inexistir contrato de trabalho há o termo de posse. É o servidor estatutário que, aprovado em concurso público e preenchidos os requisitos constitucionais garante a seu titular a estabilidade no serviço. Segundo o STJ a ausência de vínculo contratual demonstra inexistência do direito à inalterabilidade da situação funcional, por predominar na relação estatutária o interesse público. Ou seja, excepcionalmente, há possibilidade de alterabilidade da situação funcional por predominar o interesse público. Ainda de acordo com o STF: NÃO há direito adquirido a regime jurídico. Logo, os direitos instituídos pelo estatuto dos servidores público NÃO se incorporam ao patrimônio jurídico desses agentes. d) Errado. O deslocamento do servidor com o fim de compatibilizar a função com a limitação consiste na READAPTAÇÃO. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo de origem tendo em vista a sua inabilitação em estágio https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 17 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ probatório de outro cargo ou a reintegração de um outro servidor a esse mesmo cargo. Se esse cargo “de origem” estiver ocupado, o servidor reconduzido deverá ser APROVEITADO (aproveitamento é outra forma de provimento derivado). e) Errado. A cobrança de jurisprudência dos tribunais superiores das matérias constantes no edital sem previsão expressa no mesmo é possível, segundo entendimento do STJ. Vamos analisar com calma os entendimentos. Embora: O Judiciário NÃO possa substituir a Banca Examinadora, definindo critérios de seleção, reavaliando provas e notas atribuídas a candidatos, sob pena de adentrar no mérito da atuação discricionária da Administração; O STF admite: O controle das regras do concurso, seja na elaboração de questões ou na avaliação das respostas do candidato. Embora: O STF admita que o Poder Judiciário verifique a cobrança de itens da matéria não previstos no edital; Segundo o STJ: É possível cobrar questões sobre jurisprudência no concurso mesmo que o edital não preveja que irá exigir dos candidatos conhecimentos acerca dos entendimentos dos Tribunais Superiores. STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 50769/BA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 01/03/2018. Gabarito A 12) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021) Carlos logrou êxito na obtenção de permissão administrativa para instalar sua lanchonete, durante uma semana, em feira temporária realizada pelo Município X, durante festividades em comemoração ao dia do padroeiro da cidade, a ser realizada daqui a 3 (três) meses. O ato foi devidamente assinado pelo Prefeito e pelo Secretário de Turismo do Município, autoridades competentes para tanto segundo a Lei Municipal Y, que regulamenta a matéria, tendo sido o ato administrativo publicado no Diário Oficial da Prefeitura do Município X. Carlos cumpriu com todos os requisitos legais e regulamentares para a obtenção da permissão, sendo que está autorizado a vender seus produtos, com preços livremente estabelecidos, durante as festividades locais. Pode-se dizer, a partir da situação posta, que o ato administrativo de permissão é, quanto a sua formação e produção de efeitos: A) Perfeito, válido, eficaz; B) Perfeito, válido, ineficaz; C) Imperfeito, válido, eficaz; D) Imperfeito, válido, ineficaz; E) Imperfeito, inválido, eficaz. COMENTÁRIOS: O ato administrativo de permissão, nos termos da situação posta, caracteriza-se quanto a sua formação e produção de efeitos como: (i) ato perfeito, visto que já completado seu ciclo de formação, tendo sido assinado pelas autoridades competentes e já publicado; (ii) ato válido, visto que, a partir da narrativa fática, o permissionário Carlos “cumpriu com todos os requisitos legais e regulamentares para a obtenção da permissão”; (iii) ato ineficaz, visto que as festividades se realizarão apenas daqui a 3 (três) meses, momento no qual será permitido a Carlos que instale sua lanchonete pelo período de uma semana; em outras palavras, o ato administrativo está sujeito a termo inicial (evento futuro e certo), razão pela qual não https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 18 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ está apto a produzir seus efeitos imediatamente, tratando-se portanto de ato ineficaz. Dessa forma, a assertiva B é a correta, devendo ser a assertiva assinalada, estando incorretas as demais opções. Gabarito B 13) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021) O município de Natal, capital do Rio Grande do Norte, determinou que só concederia alvarás de funcionamento a boates que tivessem instalado avisos luminosos que indicassem de maneira clara e inequívoca, a localização exata das saídas de emergência. Com base nessa disposição, Greg, fiscal deste município, em conluio com o dono da boate “Delta”, Aristides, declarou, falsamente, que essa boate havia cumprido com as determinações municipais e instalado os respectivos avisos luminosos. O que resultou na concessão do respectivo alvará ao estabelecimento. Meses após este ato, a administração verificou que a boate “Delta” não possuía os avisos luminosos de acordo com a determinação do município. Com base no conhecimento das leis, da doutrina e da jurisprudência dos tribunais superiores acerca do tema em discussão, assinale a alternativa correta: A) O alvará concedido à boate “Delta” será nulo, em virtude da inexistência de motivo do ato administrativo. B) O alvará concedido à boate “Delta” será revogado, em virtude da inexistência de motivo do ato administrativo. C) O alvará concedido à boate “Delta” poderá ser convalidado. D) O alvará concedido à boate “Delta” só poderá ser anulado judicialmente. E) O alvará concedido à boate “Delta” será nulo, em virtude de vício de objeto do ato administrativo. COMENTÁRIOS: a) O alvará concedido à boate “Delta” será nulo, em virtude da inexistência de motivo do ato administrativo. Correta. São elementos ou requisitos dos atos administrativos: competência, forma, objeto, finalidade e motivo. Marcelo Alexandrino diz que: “O motivo é a causa imediata do ato administrativo. É a situação de fato e de direito que determina ou autoriza a prática do ato, ou, em outras palavras, o pressuposto fático e jurídico (ou normativo) que enseja a prática do ato.” O pressuposto de fato para a concessão do alvará era o estabelecimento ter instalado avisos luminosos que indicassem de maneira clara e inequívoca, a localização exata das saídas de emergência. O pressuposto de direito para a concessão, no caso em análise, era a norma que condicionava, de maneira abstrata, a concessão de alvarás de funcionamento, somente às boates que tivessem instalado avisos luminosos que indicassem de maneira clara e inequívoca, a localização exata das saídas de emergência. Logo, como na boate “Delta”, verificou-se a ausência dos avisos luminosos determinados, inexiste o motivo para a concessão do alvará. https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.comhttps://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 19 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ A Lei 4.717/1965 (que regulamenta a Ação Popular), em seu art. 2, parágrafo único, alínea "d", dispõe que: Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: (...) Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: (...) d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;” Logo, atos com motivos inexistentes ou inadequados, como o da questão, são nulos. b) O alvará concedido à boate “Delta” será revogado, em virtude da inexistência de motivo do ato administrativo. Será nulo, conforme explicação do item anterior. c) O alvará concedido à boate “Delta” poderá ser convalidado. Segundo, Marcelo Alexandrino: “... o ato praticado em desacordo com o que a lei estabeleça para cada requisito, será, em regra, um ato nulo (nos casos de vício nos elementos competência ou forma, dependendo do vício, o ato poderá ser apenas anulável, vale dizer, potencialmente apto a ser convalidado ).” Logo, o ato só poderá ser, potencialmente apto à convalidação, somente nos casos de vícios de competência e forma, o que não ocorre na questão. d) O alvará concedido à boate “Delta” só poderá ser anulado judicialmente. Marcelo Alexandrino leciona que: “A anulação pode ser feita pela administração (autotutela), de oficio ou mediante provocação, ou pelo Poder Judiciário, mediante provocação.” Portanto, no caso em tela, a Administração também poderá anular o próprio ato ilegal e não somente o Judiciário, conforme diz a alternativa. e) O alvará concedido à boate “Delta” será nulo, em virtude de vício de objeto do ato administrativo. Conforme explicação do item a, o vício narrado na questão é de inexistência de motivo do ato administrativo. Gabarito A https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 20 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 14) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021) José dos Santos Carvalho Filho define serviços públicos como “"como toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da coletividade”. Nesse contexto, analise as assertivas e assinale a correta: A) Determinado hospital, diante do aumento de gastos com a pandemia do COVID, teve que escolher quais contas pagar para que o mês e, infelizmente deixou de adimplir com a de energia elétrica por três meses seguidos. Segundo o entendimento dos tribunais superiores, admite-se o corte do referido serviço. B) Enquanto nos contratos administrativos regidos pela lei de licitações depois de 90 dias de inadimplência do Poder Público, pode ocorrer a interrupção dos serviços públicos, tal situação não é admissível nas concessões e permissões em razão de a regra ser a continuidade, devendo aguardar, ao caso, o trânsito em julgado de eventual sentença judicial. C) Em razão da uniformidade de serviço prestado, justamente pelo princípio da igualdade do contribuinte, a concessionária não poderá cobrar tarifas diferenciadas em função do serviço público prestado, como exemplo temos as tarifas de ônibus. D) Em razão de a tarifa ser calculada de acordo com os custos da prestação de serviço não é possível que o contrato de concessão de serviços públicos preveja outras fontes financeiras que não a própria tarifa recebida do usuário. E) Nos casos em que a concessão de serviços públicos se dá em favor de entes da própria administração pública não é necessário a realização de licitação para transferir o serviço, havendo a chamada dispensa. Comentários: A) Errado. Trata de entendimento consolidado no STJ: “A suspensão do serviço de energia elétrica, por empresa concessionária, em razão de inadimplemento de unidades públicas essenciais - hospitais; pronto- socorros; escolas; creches; fontes de abastecimento d'água e iluminação pública; e serviços de segurança pública -, como forma de compelir o usuário ao pagamento de tarifa ou multa, despreza o interesse da coletividade. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 543.404/RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 12/02/2015.” Perceba que o STJ afirma que somente haverá legitimidade no corte de energia elétrica em serviços públicos essenciais quando por ordem técnica ou segurança das instalações, quando avisado previamente: “É legítima a interrupção do fornecimento de energia elétrica por razões de ordem técnica, de segurança das instalações, ou ainda, em virtude do inadimplemento do usuário, quando houver o devido aviso prévio pela concessionária sobre o possível corte no fornecimento do serviço. STJ. 1ª Turma. REsp 1270339/SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 15/12/2016.” https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 21 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ Aliada a isso, temos a situação de que os serviços essenciais podem ser cortados quando PJ de direito público é inadimplente, precedido de notificação, e a interrupção não atinja serviços indispensáveis à população: “A legitimidade do corte no fornecimento do serviço de telefonia quando inadimplentes entes públicos, desde que a interrupção não atinja serviços públicos essenciais para a coletividade, tais como escolas, creches, delegacias e hospitais. STJ. 1ª Turma. EDcl no REsp 1244385/BA, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 13/12/2016.” Assim, em relação aos serviços de saúde, tal corte é ilegítimo. B) Correto. Enquanto na Lei nº 8.666/93, depois de 90 dias de inadimplemento do Poder Público, poderá haver a interrupção dos serviços contratados, assim como determina o art. 78: “XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;” Na lei de serviços públicos, em oposto, não há esse direito, havendo a possibilidade de suspender o contrato somente após o trânsito em julgado da condenação, determina o art. 39 da Lei nº 8987/95: “Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim. Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.” C) Errado. A questão te induz a erro, justamente pelo exemplo citado. Nada impediria que as concessionárias de serviços públicos de transportes intraurbanos cobrassem mais caro do serviço usufruído pelo usuário de acordo com a distância percorrida. Assim, a própria Lei nº 8987/95 autoriza essa possibilidade: “Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas emfunção das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.” D) Errado. Justamente o contrário. Com objetivo de favorecer a modicidade das tarifas cobradas dos usuários, o edital de licitação e o contrato poderão permitir que o concessionário explore fontes alternativas de receita, como propagandas em outdoors, por exemplo. Em outras palavras, a justa remuneração do investimento feito pela concessionária e o equilíbrio econômico-financeiro do contrato não precisam advir apenas da cobrança de tarifas, fato que certamente contribui para a redução destas. Sobre o assunto, vamos ver o que diz a Lei 8.987/1995: “Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei.” “Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas: (...) VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem como as provenientes de projetos associados;” E) Errado. O art. 175 da Constituição Federal é expresso ao estabelecer que as concessões e permissões de serviço público devem ser sempre precedidas de https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 22 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ licitação. Sobre o tema, Di Pietro afirma que não se aplicam às licitações para concessão de serviço público os casos de dispensa previstos na Lei de Licitações; contudo, esclarece a autora, admite-se a declaração de inexigibilidade, desde que se demonstre a inviabilidade de competição. Cuidado para não confundir: a assertiva disse sobre concessão – não há procedimento licitatório para a outorga de serviço público, somente para concessão ou permissão. Gabarito: B 15) (Questão autoral Projeto em Delta - 2021) De acordo com Carvalho Filho (2018), três pontos são fundamentais para a caracterização do ato administrativo: em primeiro lugar, é necessário que a vontade emane de agente da Administração Pública ou dotado de prerrogativas desta; depois, seu conteúdo há de propiciar a produção de efeitos jurídicos com fim público e, por fim, deve toda essa categoria de atos ser regida basicamente pelo direito público. Sobre o tema assinale a alternativa correta: A) A conversão ocorre em atos administrativos viciados em que há sua mudança para outra categoria para que se aproveite os efeitos já produzido de modo retroativo, ou seja, ex tunc. B) Eventual ato administrativo com vício de legalidade deve ser anulado pela Administração com produção de efeitos para o futuro, ou seja, a partir do momento em que este fora anulado. C) A motivação pode ser dispensada a critério da autoridade competente em razão da economicidade e eficiência administrativa. D) O acordo de concessão de serviço público é espécie de ato-subjetivo. E) O objeto do ato administrativo poderá ser tanto vinculado pela legislação, com resultado jurídico determinado, quanto discricionário com resultado indeterminado. Comentários: a) Correto. A conversão atinge ato inválido, alterando o ato para outra categoria, para aproveitar os efeitos já produzidos. Exemplo: o Estado do Pará, por meio de concessão de uso, facultou ao particular a utilização privativa de bem público, para que a exercesse conforme sua destinação. Ocorre que a mencionada concessão se deu sem licitação, razão pela qual foi convertida em permissão precária, em que não há a mesma exigência. Neste caso, tivemos a conversão do ato administrativo para manter os efeitos já produzidos desse ato. A conversão e convalidação são próximos. Porém, na conversão, há a substituição do ato; na convalidação, aproveita-se o ato primário, a partir do seu saneamento. Há, portanto, uma alteração do enquadramento legal do ato administrativo (produzido por outro) justamente porque a prática, caso tivesse ocorrido na época, estaria de plena conformidade com a situação, trata-se de um vício de forma. b) Errado. Quando há vício de legalidade, há anulação do ato com produção de efeitos ex tunc, ou seja, https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 23 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ retroativamente – para que se entenda o ato como se nunca tivesse sido produzido, assim C.Filho (2018): “A invalidação opera ex tunc, vale dizer, “fulmina o que já ocorreu, no sentido de que se negam hoje os efeitos de ontem”. É conhecido o princípio segundo o qual os atos nulos não se convalidam nem pelo decurso do tempo. Sendo assim, a decretação da invalidade de um ato administrativo vai alcançar o momento mesmo de sua edição.” Deste modo, o efeito opera retroativamente e a invalidação alcança o primeiro momento em que o ato fora produzido. c) Errado. Cuidado! A ausência de motivação pode violar o princípio da transparência da Administração Pública e da publicidade. Assim afirma C. Filho (2018): “No que se refere à motivação, porém, temos para nós, com o respeito que nos merecem as respeitáveis opiniões dissonantes, que, como regra, a obrigatoriedade inexiste.” Motivação, como bem sintetiza CRETELLA JR., “é a justificativa do pronunciamento tomado”, o que ocorre mais usualmente em atos cuja resolução ou decisão é precedida, no texto, dos fundamentos que conduziram à prática do ato. Em outras palavras: a motivação exprime de modo expresso e textual todas as situações de fato que levaram o agente à manifestação da vontade. d) Errado. Trata-se, em verdade, de ato-condição. Temos, como regra a seguinte classificação dos atos: “ato-regra: são emanados dos órgãos competentes para proferirem comandos gerais e abstratos, não destinados a qualquer indivíduo determinado. São exemplos as leis em sentido material e os atos administrativos normativos em geral. ato-condição: é o ato praticado por um indivíduo (pessoa física ou jurídica), que o insere, voluntariamente ou não, em um determinado regime jurídico pré-estabelecido, sem que o indivíduo possa proferir qualquer manifestação de vontade sobre as características desse regime jurídico. São exemplos o ato em que o servidor público toma posse, o casamento, ou qualquer ato que configure fato gerador de uma obrigação tributária. O ato-condição faz o indivíduo que o pratica sujeitar-se a um conjunto de normas pré- estabelecidas e alteráveis unilateralmente, sem que se possa modificá-las, nem invocar direito adquirido a sua manutenção. (É O CASO DA CONCESSÃO) ato subjetivo (ou ato individual): é o ato praticado por um indivíduo (pessoa física ou jurídica), em que este possui razoável liberdade para estabelecer as características do vínculo jurídico a que se submete; nesses atos, a vontade do indivíduo pode, nos limites da lei, configurar os efeitos jurídicos da relação em que ele pretende inserir-se. São exemplos os contratos regidos pelo direito privado, nos quais haja cláusulas dispositivas, passíveis de regulação livre pelos contratantes. Os atos subjetivos geram direito adquirido à manutenção da situação jurídica por eles estabelecida (no caso dos contratos, traduzido no brocardo “pacta sunt servanda”)” A concessão, no caso, coloca a pessoa em um regime jurídico preestabelecido(Lei 8987) e, por esta razão, trata-se de um ato-condição. e) Errado. O resultado do ato discricionário não é indeterminável, mas determinável (ou seja, que se pode determinar). Deste modo, como o objeto pode ser tanto elemento vinculado quanto discricionário a determinação desse objeto vai depender dessa referida forma, Assim, temos C.Filho (2018): “Quando se trata de atividade vinculada, o autor do ato deve limitar-se a fixar como objeto deste o mesmo que a lei previamente já estabeleceu. Aqui, pode dizer-se que se trata de objeto vinculado. Como exemplo, temos a licença para exercer profissão: se o interessado preenche todos os requisitos legais para a obtenção de licença para exercer determinada profissão em todo o território nacional, esse é o objeto do ato; desse modo, não pode o agente, ao concedê- la, restringir o âmbito do exercício da profissão, porque tal se põe em contrariedade com a própria lei. Em outras hipóteses, todavia, é permitido ao agente traçar as linhas que limitam o contéudo de seu ato, mediante a avaliação dos elementos que constituem critérios https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 24 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ administrativos. Nesse caso estaremos diante de objeto discricionário, e, na correta observação de SAYAGUÉS LASO, constitui a parte variável do ato, sendo possível, desse modo, a fixação de termos, condições e modos. Cite- se, como exemplo, a autorização para funcionamento de um circo em praça pública: pode o ato fixar o limite máximo de horário em certas circunstâncias, ainda que o interessado tenha formulado pedido de funcionamento em horário além do que o ato veio a permitir; uma outra autorização para o mesmo fim, por outro lado, pode tornar o horário mais elástico, se as circunstâncias forem diversas e não impeditivas.” Gabarito: A 16) (Questão autoral Projeto em Delta - 2021) Sobre Atos Administrativos, analise a assertivas a seguir: I. No parecer obrigatório, espécie de ato enunciativo, em regra, o parecerista não tem responsabilidade pelo ato administrativo. II. A designação de ato administrativo abrange toda atividade desempenhada pela administração pública. III. O ato administrativo que não carrega nenhum grau de vinculação é denominado ato discricionário. IV. A motivação de todos os atos administrativos, segundo a doutrina https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 25 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ majoritária, é obrigatória. A motivação é considerada um princípio implícito da Constituição Federal. V. O direito administrativo brasileiro admite a motivação aliunde dos atos administrativos. Pode-se concluir que: A) Apenas os itens II, III e IV estão corretos. B) Apenas os itens I, IV e V estão corretos. C) Apenas os itens III e IV estão corretos. D) Apenas os itens II e III estão corretos. E) Todos os itens estão corretos. Comentários: I- Certo. Conforme precedente do STF, o parecerista somente será responsabilizado pelo ato se configurar culpa ou erro grosseiro. (...) 3. Esta Suprema Corte firmou o entendimento de que “salvo demonstração de culpa ou erro grosseiro, submetida às instâncias administrativo-disciplinares ou jurisdicionais próprias, não cabe a responsabilização do advogado público pelo conteúdo de seu parecer de natureza meramente opinativa” (MS 24.631/DF, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ de 1º/2/08). (...) Fonte: Informativo 680 do STF no site Dizer o Direito. II- Errado. Toda atividade desempenhada pela administração pública é chamada de ato administrativo? Não. Nem toda atividade da administração se dá através do ato administrativo, que representa apenas uma parte da atuação. Os Atos da Administração abrangem os atos administrativos (espécie) assim como abrange os atos de governo (ou políticos), atos privados e atos materiais. III- Errado. Muito cuidado aqui! Discricionariedade não se confunde com arbitrariedade. E grau de vinculação não se confunde com ato vinculado. Vamos analisar com calma? Arbitrariedade é a atuação discricionária sem limites, sem nenhum grau de vinculação, ou seja, a atuação não está vinculada a nada, nenhum limite definido pela lei. Ato vinculado é aquele em que não há possibilidade e emissão de juízo de valor pelo agente público no caso concreto, se preenchidos os requisitos objetivamente definidos na lei o ato deve ser praticado como direito adquirido do particular. Todo ato administrativo discricionário carrega um grau de vinculação. Ainda que seja discricionário (margem de escolha por análise de conveniência e oportunidade) sempre haverá algum critério jurídico-procedimental adequado ou limite para a atuação. IV- Certo. ERRADO. STJ (AgRg no RMS 15350): O motivo é requisito necessário à formação do ato administrativo e a motivação, alçada à categoria de princípio, é obrigatória ao exame da legalidade, da finalidade e da moralidade administrativa. “A obrigatoriedade de motivação é uma exigência constitucional que deriva dos princípios democrático, da legalidade, da publicidade e da ampla defesa e do contraditório.” – Rafael Carvalho, Livro “Curso de Direito Administrativo” da Editora Gen, pg. 306. Não obstante, vale ressaltar que a motivação NÃO é obrigatória em todos os atos. No que tange ao ato vinculado, a lei já pré-definiu qual a única possibilidade de atuação do administrador diante do caso concreto. Assim, nas hipóteses não esculpidas na lei, em não havendo motivação, mas https://www.instagram.com/projetoemdelta/ mailto:contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ 26 https://www.instagram.com/projetoemdelta/ contato@projetoemdelta.com https://www.facebook.com/projetoemdelta1/ sendo possível se identificar qual o motivo, não há que se falar em vício, não havendo efetiva necessidade de motivação. V- Certo. Mas o que seria a motivação aliunde? É a motivação remetida, ou seja, consistente na possibilidade de se adotar a motivação de outro ato administrativo. Na motivação do ato que se pratica, remete-se a outro ato. Ex.: Anula-se o contrato X em razão dos motivos apontados no parecer Y. Gabarito B – QUESTÃO ANULADA POR FALTA DE GABARITO! 17) (Questão autoral Projeto em Delta – 2021) Sobre a responsabilidade civil do Estado, assinale a alternativa correta: A) Pela Teoria do Risco Administrativo, o Estado é responsável objetivamente pelos danos nucleares e danos que decorram de atos terroristas em aeronaves brasileiras. B) Dentre as causas que excluem o nexo de causalidade, rompendo com a responsabilidade civil do Estado, encontra- se a culpa parcialmente exclusiva da vítima. C) O agente público pode ser acionado diretamente pela vítima, quando existente dano indenizável. A vítima pode optar por propor ação contra o Estado, contra o agente causador do dano ou contra ambos, nos termos da Teoria da Culpa Individual. D) Em que pese o Estado ter o dever de guarda e custódia do preso, não há responsabilização alguma quando o detento cometer suicídio dentro do estabelecimento prisional, por se tratar de um fato alheio à vontade Estatal. E) A vítima lesada por ato do agente público pode requerer ressarcimento dos danos suportados, entretanto, deve primeiro propor a ação contra o Estado. Não obstante,
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