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Suicídio: Fatores de Risco e Prevenção

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Saúde Mental João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
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SUICÍDIO 
 
Definido como um ato com resultado fatal, deliberadamente iniciado e executado no conhecimento ou 
expectativa de seu desfecho. 
• Está entre as 10 principais causas de morte na maioria dos países para os quais se tem informação. É 
a 2ª causa mais comum de morte em jovens 
• 2/3 dos que morreram expressaram ideias suicidas (pensar em se matar) antes. Mais de 1/3 
expressaram intenção suicida (planejar se matar). Muitas vezes o aviso foi dado a mais de uma pessoa 
• Acima de 40% das pessoas que cometeram suicídio consultaram seu clínico geral nas semanas 
anteriores. 
Epidemiologia 
• 3x mais comum em homens (enforcamento e arma de fogo principalmente) que em mulheres 
(geralmente por medicamentos), embora as mulheres tentem se matar 3x mais que os homens. 
• Maiores taxas na terceira idade. As taxas são menores entre casados que entre os que nunca foram 
casados e aumentam progressivamente através de viúvos, viúvas e divorciados. 
• As taxas são mais elevadas em desempregados e presos (especialmente em prisão preventiva) 
• A taxa de suicídio entre médicos é maior que na população em geral, e o excesso é maior entre as 
mulheres. (anestesiologistas > mfc > cm > psq) 
Fatores de risco 
• Transtornos psiquiátricos: 90% têm algum tipo de transtorno mental no momento da morte 
o 1. Depressão 
o 2. Transtorno de personalidade 
o 3. Transtorno de abuso de substância 
o 4. Esquizofrenia 
• Fatores sociais 
o Tempos de guerra e revolução tem taxas mais baixas, períodos de acentuada prosperidade 
ou depressão econômica têm taxas mais altas. 
o Áreas com alto desemprego, pobreza, divórcio e fragmentação social apresentam taxas mais 
altas 
o A cobertura midiática também parece afetar (as taxas e tentativas aumentaram após 
programas de televisão e filmes que retratam o suicídio) 
▪ Efeito Werther: onda de suicídio desencadeada depois de um suicídio amplamente 
divulgado. 
• Na ausência de fatores de proteção, o suicídio publicizado serve como gatilho 
para uma pessoa suscetível ou sugestionável → suicídio por contágio 
• Ocasionalmente se espalham por uma escola, comunidade ou nacionalmente 
→ suicídio em série/cluster 
• Fatores psicológicos 
o Desesperança 
o Impulsividade 
 
Saúde Mental João Vitor P. Gama – MED 103 UV 
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Suicídio racional: pode ser o ato racional de uma pessoa mentalmente saudável 
• Eutanásia (suicídio assistido) é uma realidade em vários países 
• Falta de autonomia pessoal e dignidade percebida devido à enfermidade e dor crônica são as razões 
mais comuns. 
• Uma preocupação é elaborar um projeto de lei para proteger idosos da pressão da família que está 
sobrecarregada pelos cuidados ou suscetível a se beneficiar financeiramente por sua morte 
Avaliação de risco 
• Todo médico deve ser capaz de avaliar o risco de suicídio 
• Em suspeita, deve-se fazer perguntas diretas, mas com muito tato, sobre as intenções do paciente 
(não há evidências de que perguntar ao paciente tornará o comportamento suicida mais provável, 
mas o contrário, alguém que já pensou em suicídio tende a se sentir melhor compreendido, e esse 
sentimento pode reduzir o risco) 
• O sinal de alerta mais óbvio é uma declaração direta de intenção 
• Geralmente, é apropriado começar perguntando se o paciente pensa que a vida é demais para eles 
ou se não querem mais continuar. Essa pergunta pode levar a perguntas mais diretas (sobre 
pensamentos de suicídio, planos específicos e preparativos) 
 
Prevenção 
• Serviços psiquiátricos melhores e mais acessíveis 
• Restrição dos meios de suicídio 
• Incentivo a relatórios de mídia responsáveis 
• Programas educacionais 
• Melhor atendimento para grupos de alto risco 
• Centros de crise e linhas diretas de telefone

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