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27/05/2023 1 Manejo de Neonatos na Sala de Parto Formação: UENF em Janeiro de 2000 Proprietária da Clínica Dra. Cegonha Veterinária Pós-graduação em Anestesiologia e Cirurgia de Pequenos Animais em Faculdade Dom André Arcoverde Curso de Ultrassonografia abdominal Solvet Curso de Neonatoloigia em Cães e Gatos Pediatria Vet Atendimento clinica, cirurgia e neonatologia na clínica Atendimento de ultrassonografia na clínica M.V. Roberta R. de Melo Cão e gato neonatos não são uma miniatura de adulto É PRECISO ENTENDER QUE: PERÍODO NEONATAL PERÍODO NEONATAL 0 aos 30 dias de vida NEONATOLOGIA ciência que estuda os neonatos PERÍODO PEDIÁTRICO 30 dias aos 6 meses de idade PEDIATRIA área da medicina que trata a criança até a fase da adolescência. MORTALIDADE NEONATAL De acordo com o tipo de parto: parto normal: 5,5 a 30% parto cesariana: 6 a 11% distocia: 9,23 a 26% Após o nascimento: neonato canino: 5 a 10% neonato felino: 14 a 16% CAUSAS DE MORTALIDADE NEONATAL Falta de conhecimento quanto ao atendimento ao neonato Falta de especialistas: dentro da reprodução Falta de conhecimento quanto ao manejo Atendimento tardio Limitações quanto aos meios de diagnóstico (FEITOSA, 2014; LOURENÇO; FERREIRA, 2015) PERÍODO NEONATAL Controle da temperatura corporal Amamentação Estimulação para urinar e defecar Proteção DEPENDÊNCIA MATERNA: até os 30 dias de vida 1 2 3 4 5 6 27/05/2023 2 IMATURIDADE DOS SISTEMAS Imune Respiratório Urinário Cardiovascular Tegumentar Nervoso Hepático Digestivo FISIOLOGIA DO NEONATO SISTEMA CARDIOVASCULAR Pressão arterial baixa: 40 a 70mmHg Menor resistência vascular periférica Para compensar eles possuem frequência cardíaca alta: 200 a 260bpm: Garantir a melhor perfusão dos órgãos Maior volume plasmático circulante Pressão venosa central alta para garantir o retorno sanguíneo SISTEMA CARDIOVASCULAR Baixa resposta barorreflexa: inervações do sistema autossômico são incompletas no coração. Sistema parassimpático e simpático imaturos Qualquer variação da PA em neonatos não vai haver resposta Resposta autossômica só ocorre a partir de 14 dias em cães e 11 dias em gatos Reflexo vagal não desenvolvido Atropina: não tem função nos neonatos na RCP Em sofrimento, ele nasce com bradicardia em consequência da hipóxia, hipotermia (baixa do metabolismo) e hipoglicemia (baixa de glicose no miocárdio) - TRÍADE NEONATAL FREQUÊNCIA CARDÍACA 4ª semana2ª e 3ª semanas1ª semana24 horas 200 bpm200 – 220 bpm200 – 260 bpm200 – 260 bpm SISTEMA RESPIRATÓRIO Nascem no estado sacular: menos áreas de troca gasosa Hipóxia ao nascimento: maior chance de permanecer na hipóxia Maior consumo de oxigênio Imaturidade dos quimioceptores carotídeos Menor expansão do tórax: parede mais rígida Freq.: 15 a 40 mrm PULMÕES IMATUROS 7 8 9 10 11 12 27/05/2023 3 SURFACTANTE: importância Substância produzida pelos pneumócitos tipo II, liberada nos pulmões, impedindo que haja o colabamento dos alvéolos. Ele é produzido por volta de 57 a 58 dias de gestação. PREMATUROS: possui áreas colabadas pela ausência de surfactante. Maior chande de ficar em hipóxia. SISTEMA GASTROINTESTINAL Baixa produção de ácido estomacal: pH neutro Afeta a absorção de alguns fármacos: inativa Maior predisposição por infecção gastrointestinal Nasce com microbiota intestinal: placenta Parto normal: ingere a microbiota materna Motilidade do trato depende da temperatura corporal Baixa atividade das enzimas pancreáticas: absorção das imunoglobulinas do colostro Mecônio: proveniente da ingestão do líquidos amniótico e da descamação do endométrio Filhotes nascidos por cesariana tem uma baixa microbiota, em consequência, seu ganho de peso é diferente dos que nascem de parto normal Filhotes nascidos por cesariana tem uma baixa microbiota, em consequência, seu ganho de peso é diferente dos que nascem de parto normal SISTEMA HEPÁTICO Imaturidade até 4 a 5 meses de idade Pequena reserva de glicogênio Imaturidade da gliconeogênese Fazem hipoglicemia facilmente Glicemia: 90 a 200 mg/dl Menor concentração de albumina Imaturidade do sistema enzimático: até 30 dias de vida Maior possibilidade de intoxicação Menor biotransformação dos fármacos: deficiência na conjugação com ác. glicurônico Baixos níveis de trombina nas primeiras 48 a 72hs: propensão a hemorragias SISTEMA URINÁRIO Fisiologicamente e morfologicamente imaturo Menor taxa de absorção glomerular Menor reabsorção de sódio, potássio, aminoácidos, glicose Glicosúria e proteinúria normal Mais propensos à desidratação Densidade baixa: 1,006 a 1,017 Glicosúria Diurese osmótica Perde muita água Desidratação SISTEMA URINÁRIO SISTEMA TERMORREGULADOR São ectotérmicos Incapacidade de tremor Hipotálamo imaturo Pouca gordura corporal: não faz isolamento térmico Pouca gordura marrom Pouco controle vasomotor 13 14 15 16 17 18 27/05/2023 4 SISTEMA TERMORREGULADOR Grande área de superfície em relação a massa corporal Perde calor facilmente para o ambiente Termotropismo: capacidade de se aproximar de uma fonte de calor Maior predisposição à HIPOTERMIA TERMORREGULAÇÃO Fase intrauterina: útero e placenta transferem calor para o feto. Ao nascer: temperatura diminui rapidamente em resposta ao ambiente externo. Não possuem gordura hipodérmica Não possuem capacidade de tremor: termogênese sem tremor (NST = nonshivering thermogenesis) Calor produzido pelo tecido adiposo marrom São extremamente vulneráveis à queda de temperatura, perdendo calor facilmente. TERMORREGULAÇÃO Temperatura igual ou menor do que 35°C: Diminuição dos batimentos cardíacos Falha na sucção Desidratação Morte SISTEMA TEGUMENTAR Menor espessura de epiderme e derme Maior risco de desidratação Menor concentração de gordura subcutânea Prematuros possuem alto risco Turgor cutâneo não serve de parâmetro para avaliação de desidratação DESIDRATAÇÃO: Maior concentração da urina: mais amalerada Hematócrito e proteína total Densidade urinária: >1,017 Ganho baixo de peso Umidade das mucosas HORA DO PARTO PARTO EUTÓCICO 19 20 21 22 23 24 27/05/2023 5 PARTO DISTÓCICO Dificuldade ou incapacidade de expelir os fetos do útero, com origem de problemas maternos, fetais ou de ambos. Fatores desencadeadores: Funcionais Obstrutivos 20% em algumas raças Incidência de 5% a 8% Podendo atingir 100% em algumas raças: braquicefálicas 0,4% em gatos sem raça definida Feto sofre hipóxia durante o trabalho de parto, silmultâneo às contrações uterinas, estimulando a liberação de catecolaminas e cortisol fetal FATORES FUNCIONAIS INÉRCIA UTERINA PRIMÁRIA: ausência ou debilidade de contração uterina e abdominal, após dilatação completa e sem obstrução do canal do parto. Falta de sinais na segunda fase do parto. INÉRCIA UTERINA SECUNDÁRIA: ocorre em trabalho de parto prolongado, com esgotamento do útero e da fêmea. INÉRCIA UTERINA PRIMÁRIA Falha no miométrio Perda de contratilidade Feto único: ausência de cortisol Feto anencefálico (??) Hipocalcemia: eclâmpsia INÉRCIA UTERINA SECUNDÁRIA Perda da habilidade de contração miométrio: ninhadas grandes e trabalho de parto prolongado Ruptura ou torção uterina Obstrução do canal: filhote grande, pelve estreita, raça Estresse materno: liberação de adrenalina que ocupa recepetores de ocitocina CONSEQUÊNCIAS DO PARTO DISTÓCIO NOS NEONATOS Asfixia prolongada Bradicardia Apnéia Desconforto respiratório Feto sofre hipóxia durante o trabalho de parto, silmultâneo às contrações uterinas, estimulando a liberação de catecolaminas e cortisol fetal. ASSISTÊNCIA AO NEONATO NA CESARIANA 25 26 27 28 29 30 27/05/2023 6 ASSISTÊNCIA NEONATAL Treinamento da equipe Separação de todo materiale equipamento a ser utilizado Controle da temperatura ambiental: prevenção da hipotermia Protocolo de reanimação EQUIPAMENTOS E MATERIAIS Incubadora Aquecedor elétrico Secador de cabelo Compressas mornas Aspirador nasal pediátrico Oxigênio e máscara Medicações para reanimação: aminofilina, Doxapram, Epinefrina, Glicose Agulhas 13x45 Seringa de 1ml Oxímetro Doppler Estetoscópio pediátrico Termômetro digital Termômetro ambiental Expansor pulmonar Balança Luvas de procedimento Fitas coloridas para identificação Ficha de pesagem e de exame clínico Sonda oralgástrica/uretral HIPOTERMIA Baixa o metabolismo: depressão cardio-respiratória Redução do débito cardíaco Hipóxia tecidual Acidose Óbito Nascem na temperatura materna e perdem rápido para o ambiente cirúrgico 1ª semana: 35ºC a 37ºC 2ª a 3ª semana: 36ºC a 38ºC 4ª semana: 37ºC a 38,5ºC Neonatos PREVENÇÃO DA HIPOTERMIA 30 a 32ºC Do ambiente Na mãe: colchão térmico Lâmpadas Secadores de cabelo Aquecedor portátil Incubadora Compressas aquecidas CESARIANA Função do veterinário cirurgião: Ruptura da membrana fetal Retirada do excesso de líquido Função da equipe: Corte do cordão umbilical Aspiração das vias aéreas (narinas e bocas) Limpeza e secagem do filhote Estímulo tátil: com pano seco e cabeça volta para baixo Associar compressões torácicas leves Aquecimento 31 32 33 34 35 36 27/05/2023 7 LIGADURA DO CORDÃO UMBILICAL Ligar com um fio nylon, de preferência Não deixar o fio grande após ligadura Ligar com um dedo acima do abdômen PARÂMETROS NORMAIS ESPERADOS FR: 15 A 40 mpm FC: 200 a 250 bpm Saturação de O2: > 90% (após 5 minutos) Nasce com 70% Mucosas normocoradas Bom tônus muscular: se mexendo ESTÍMULO À RESPIRAÇÃO Tem que respirar em 1 minuto!! • Aspiração dos fluidos das cavidades oral e nasal • Abertura da cavidade oral, para liberar a entrada e saída de ar • Fricção do dorso e tórax Hipóxia fisiológica e influência dos anestésicos da cesariana Hipóxia prolongada leva a lesões em órgãos e a morte por falência ESTÍMULOS Sob influência dos anestésicos eles nascem com baixo tônus muscular Estímulos táteis devem ser feitos de forma suave, friccionando o dorso dos filhotes, mas deve ser rápido e vigoroso: aumenta tônus muscular Imita as lambidas maternas Estimular genitálias 37 38 39 40 41 42 27/05/2023 8 IMPORTANTE NÃO ACHACOALHAR O FILHOTE: RISCO DE LESÃO NEUROLÓGICA NÃO ACHACOALHAR O FILHOTE: RISCO DE LESÃO NEUROLÓGICA NÃO ACHACOALHAR O FILHOTE: RISCO DE LESÃO NEUROLÓGICA FATORES QUE LEVAM Á EMERGÊNCIA NEONATAL Neonato preso no canal vaginal em sofrimento ou morto Secreção vaginal verde escura Filhote com aspiração de mecônio Filhote prematuro DISTOCIA SÍNDROME DA ASPIRAÇÃO POR MECÔNIO Quando o filhote está em sofrimento intra-uterino, ele defeca e acaba inalando o líquido amniótico com o mecônio. O mecônio não deixa o surfactante agir, sendo assim, ele vai ter áreas colabadas no pulmão, nascendo com desconforto. EMERGÊNCIA NEONATAL Apnéia Dispnéia Bradipnéia Bradicardia: < 180bpm Fatores que levam à intervenção imediata EMERGÊNCIA NEONATAL Ponto de acupuntura de Jen Chung: agulha de 25mm – introduzida na base das narinas e girando no sentido horário Oxigênio em máscara Fármacos: caso haja necessidade Procedimentos iniciais para reanimação: EMERGÊNCIA NEONATAL SE A FR FOR < 10mpm OU EM PARADA CARDIO RESPIRATÓRIA: Ventilação por pressão positiva Oxigênio em máscara ou intubação Massagem cardíaca Fármacos: aminofilina 0,2ml por cada 100g via venosa MANOBRAS AVANÇADAS Foto 1 43 44 45 46 47 48 27/05/2023 9 REANIMAÇÃO CARDIO PULMONAR Ventilação por pressão positiva: Ambu neonatal One puff puppy Máscara deve estar ajustada ao focinho: máscara nº 3 ou 4 Pressão de insuflação: 5 a 10cm de coluna de água Frequência: 30 expansões por minuto: uma expansão a cada 2 segundos Massagem cardíaca: Frequência: 1 a 2 compressões por segundo Realizar com um dedo indicador e um polegar em tórax 1 ventilação: 2 a 4 massagens Fármacos: Aminofilina: 0,2ml para cada 100ml Epinefrina: 0,1mg/ml (diluído em solução fisiológica) – 0,01 a 0,03ml por 100g de peso IV AVALIAÇÃO CLÍNICA: exame pós-nascimento Frequência cardíaca Frequência respiratória Tônus muscular Mucosas Reflexo de sucção Escore de Apgar modificado AVALIAÇÃO CLÍNICA: identificação Marcação por fitas coloridas Pesagem Urina Fezes Avaliação de anomalias congênitas: Fenda palatina Atresia anal Fístula ano-vaginal Onfalocele Gastroquise APGAR MODIFICADO EscoreParâmetros 210 200 – 250 bpm<180 bpm<100 bpmFC > 15 mpm< 15 mpmAusente ou < 6 mpmFR RóseaPálidaCianóticaMucosas Movimentação ativaAlguma flexão de membro FlácidoTônus muscular Choro ou hiperatividadeAlgum movimentoAusenteIrritabilidade reflexa 5-6: vitalidade normal3-4: vitalidade moderada0–2: vitalidade fraca 49 50 51 52 53 54 27/05/2023 10 AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS EscoreReflexo ForteFracoAusenteSucção Imediata procura pela mama Lenta procura da mama AusenteProcura pela mama Reposicionamento corporal imediato Reposicionamento corporal lento AusenteEndireitamento BIBLIOGRAFIA Do newborn puppies have their own microbiota at birth? Influence of type of birth on newborn puppy microbiota Maja Zakošek Pipan 1, Leonida Kajdič 2, Anja Kalin 3, Tanja Plavec 4, Irena Zdovc 2 Rev Bras Reprod Anim, v.46, n.1, p.3-16, jan./mar. 2022 Reanimação neonatal de cães e gatos ao nascimento Neonatal resuscitation of dogs and cats at birth Keylla Helena Nobre Pacifico Pereira1 , Maria Lucia Gomes Lourenço1* 1Departamento de Clínica Veterinária da Faculdade deMedicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, UNESP, Botucatu-SP, Brasil Foto 1: http://cbra.org.br/portal/downloads/publicacoes/rbra/v46/n1/RB881%20Pereira%20p.3-16.pdf 55 56
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