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22/02/2022 1 ATENÇÃO A SAÚDE DO RN E DA CRIANÇA Camila Santos 2022 Adaptação à vida extrauterina ATENÇÃO À SAÚDE DO RN E DA CRIANÇA Professora: Camila Santos 2022 22/02/2022 2 VIDA INTRA- ÚTERO O que é transportado? Oxigênio Nutrientes Anticorpos Produtos de eliminação do feto 22/02/2022 3 Quais são as alteração que ocorrem logo após o nascimento? ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA ADAPTAÇÃO IMEDIATA • A alteração fisiológica mais importante para o RN é a transição da circulação fetal ou placentária, para uma respiração independente. • O estabelecimento da Circulação neonatal! 22/02/2022 4 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA SISTEMA CIRCULATÓRIO • CIRCULAÇÃO FETAL Antes de nascer a circulação fetal funciona como circuitos paralelos (shunts). Três estruturas fetais proporcionam a circulação de sangue venoso e arterial misturados: o forame oval, o ducto arterial e o ducto venoso. Circulação Fetal Placenta, veia e artéria umbilical, ducto arterioso, ducto venoso e forame oval. Ao nascimento Modificação súbita e radical do funcionamento do sistema cardiovascular e respiratório. ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA SISTEMA CIRCULATÓRIO 22/02/2022 5 Circulação Fetal •Placenta •Artérias e veia •Forame Oval (comunicação inter atrial) •Ducto venoso (veia umbilical e veia cava inferior) •Ducto arterioso (veia pulmonar e aorta) 22/02/2022 6 Frequência cardíaca (FC) : 100-120 a 160bpm Pressão Arterial (PA) : 78X42mmHg • A PA sistólica varia com choro e movimentos; • Volume de sangue: 80 a 110 ml/Kg ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA SISTEMA CIRCULATÓRIO 22/02/2022 7 Vídeos https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/circulatory- system/fetal-circulation/v/fetal-circulation-right-before-birth https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/circulatory- system/fetal-circulation/v/baby-circulation-right-after-birth ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA SISTEMA CIRCULATÓRIO https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/circulatory-system/fetal-circulation/v/fetal-circulation-right-before-birth https://pt.khanacademy.org/science/health-and-medicine/circulatory-system/fetal-circulation/v/baby-circulation-right-after-birth 22/02/2022 8 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA RESPIRATÓRIO Respiração inicial: resultado de respostas reflexas • Mudança de pressão exercida sobre o concepto/RN intrauterina para a extrauterina; • Estímulo luminoso, auditivo e tátil. • Estímulo dos quimioreceptores carotídeos PO2 de 80 para 15 mmHg, PCO2 de 40 para 70 mmHg, pH < 7.35 22/02/2022 9 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA RESPIRATÓRIO Padrão característico de RN termo (normal) • Respiração superficial, irregular, • Frequência respiratória (FR): 30 a 60 irpm • Curtos períodos de apneia (< 15 seg.) durante a fase REM do sono. • Respiração nasal • Movimentos torácicos e abdominal simultâneos na inspiração ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA RESPIRATÓRIO Sinais de estresse respiratório • Batimentos das aletas nasais (BAN) • Retração do externo, do diafragma, das clavículas; • Gemidos expiratórios • Aumento dos movimentos musculares intercostais; • Alteração na frequência respiratória • FR > 60 irpm 22/02/2022 10 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA RESPIRATÓRIO • RESPIRAÇÃO NEONATAL Depende de estímulos bioquímicos, mecânicos e ambientais. FATORES BIOQUÍMICOS: Oxigênio diminuído, CO2 elevado e PH baixo (=Asfixia) iniciam impulsos que excitam o centro respiratório medular (luz, som, toque, dor). ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA RESPIRATÓRIO FATORES AMBIENTAIS • Resfriamento repentino do RN; impulsos sensoriais na pele são captados e levados até o centro respiratório. • A medida que o tórax é comprimido na expulsão pelo canal de parto, o líquido amniótico é eliminado dos pulmões através do nariz e da boca. • Atuação do Surfactante; 22/02/2022 11 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRA UTERINA TERMORREGULAÇÃO • Termogênese sem tremor: aumento do metabolismo e do consumo de oxigênio; • Tecido adiposo ou gordura marrom: localizada entre as escápulas, ao redor do pescoço, nas axilas e atrás do esterno, rins, traqueia, esôfago, algumas artérias principais e glândulas suprarrenais. o calor gerado por essa gordura é distribuído através do sangue aquecido pela mesma e levado para outras regiões do corpo; 22/02/2022 12 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRA UTERINA TERMORREGULAÇÃO Manutenção do balanço entre a perda e a produção de calor. Produção de calor: termogênese pela lipólise da gordura marrom; aumento da atividade motora, arrepio; isolamento térmico (a partir da 26ª a 30ª semana de gestação); controle vasomotor. Perda de calor: convecção, radiação, evaporação e condução. ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRA UTERINA TERMORREGULAÇÃO HIPOTERMIA NEONATAL • Temperatura central menor que 36,5° C. • A temperatura retal normal em lactentes nascidos a termo e prematuro é 36,5 a 37,5° C. • Prematuros - a hipotermia aumenta a morbidade e a mortalidade. • A hipotermia pode ser puramente ambiental ou representar doenças intercorrentes (p. ex., sepse). • A manutenção de uma temperatura ambiente adequada na sala de parto é fundamental na prevenção da hipotermia neonatal. • O RN é mais propenso a rápida perda de calor e consequente hipotermia por causa da elevada relação da área de superfície comparada à proporção de volume, que é ainda mais elevada nos neonatos de baixo peso. 22/02/2022 13 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRA UTERINA TERMORREGULAÇÃO 22/02/2022 14 22/02/2022 15 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRA UTERINA TERMORREGULAÇÃO MECANISMOS DE PERDA DE CALOR: • Irradiação: a pele descoberta é exposta a um ambiente contendo objetos com temperatura mais fria. • Evaporação: neonatos estão úmidos pelo líquido amniótico. • Condução: neonatos são colocados em contato com uma superfície ou objeto frio. • Convecção: fluxo de ar ambiente mais frio afasta o calor do neonato. Ambiente térmico neutro - é a zona de temperatura ideal para neonatos; é definida como a temperatura ambiente em que as demandas metabólicas (gasto calórico) para manter a temperatura corporal no intervalo normal (36,5 a 37,5° C - retal) são as mais baixas. Efeitos da Hipotermia Resfriamento Vasoconstrição periférica de O2 nos tecidos consumo de Glicogênio hepático hipoglicemia Consumo de gordura marrom com produção de ac. graxos Acidose metabólica da produção de surfactante pulmonar do metabolismo anaeróbio 22/02/2022 16 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRA UTERINA TERMORREGULAÇÃO VÉRNIX CASEOSO • Não é sujeira! • Proteolipídeo complexo, sintetizado por glândulas sebáceas • Lubrificação para o parto • Barreira à perdade água, calor • Imunidade inata: biofilme oleoso • Propriedades antioxidantes, anti- inflamatórias e antimicrobianas. • Hidratação natural ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA HEPÁTICO • Fígado apresenta certa imaturidade funcional para realização dos processos de liberação de bilirrubina, coagulação sanguínea, metabolismo de carboidratos e armazenamento de ferro. • Palpável - 1 cm do rebordo costal direito, volumoso, ocupa 40% da cavidade abdominal. • Glicogênio hepático – reserva de glicose. • A atividade enzima glicuronil-transferase é diminuída (Icterícia), e o RN armazena menos glicogênio (Hipoglicemia). 22/02/2022 17 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA GASTROINTESTINAL Coordenação da respiração, sucção e deglutição ocorre na 32ª semana de IG. Movimentos peristálticos do esôfago incoordenados nos primeiros dias; Perisaltismo inicia nas primeiras horas; Ausência de microbiota intestinal, forma-se nos primeiros dias de vida. Sintetizam vitamina K, ácido fólico e biotina. Reflexo gastro-cólico (evacuação pós alimentar) Ausência de enzimas amilase e lipase. ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA GASTROINTESTINAL A capacidade gástrica do RN é de 40 a 60 ml no 1º dia após o nascimento. Apresentam o esfíncter cárdia imaturo o que predispõe à ocorrência de DRGE, devido à peristalse incoordenada. Mecônio:primeiras evacuações do RN. Composta por lanugem, restos epiteliais e bile. Apresenta característica cor verde escura, é viscoso e inodoro. Sua eliminação se dá entre 12 e 24h. Modificação na composição das eliminações intestinais: mecônio, fezes de transição e fezes lácteas. 22/02/2022 18 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA Endócrino e Metabólico • Sistema Metabólico imaturo. Após o nascimento os níveis de glicose e cálcio mudam rapidamente. • Fatores como o frio, estresse, prematuridade e infecções podem alterar os seguintes valores: Glicose: normal 40 a 160 mg/dl Hipoglicemia: abaixo de 40 a 45 mg/dl Hiperglicemia: acima de 125 mg/d em RN a termo e acima de 150 mg/d em Prematuros. ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA Endócrino e Metabólico • HIPOGLICEMIA NEONATAL • Ao nascer, após o clampeamento do cordão umbilical, o suprimento materno de glicose cessa e os níveis glicêmicos do RN caem rapidamente, diminuindo fisiologicamente até cerca de 30 mg/dL durante as primeiras 2 horas. • Entre 4 a 6 horas d vida, alcança aproximadamente 45 mg/dL, nível que se mantém nas primeiras 12 horas de vida. • Prevenção - o objetivo é manter a glicemia maior que 45 mg/dL antes de cada dieta. 22/02/2022 19 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA Endócrino e Metabólico • HIPOGLICEMIA NEONATAL Limite inferior da normalidade das concentrações plasmáticas de glicose de RN a termo, nas primeiras 72 horas de vida, de acordo com os seguintes períodos de tempo pós-natais: • 1 a 2 horas – 28 mg/dL • 3 a 23 horas - 40 mg/dL • 24 a 47 horas - 41 mg/dL • 48-72 horas – 48 mg/dL ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA Endócrino e Metabólico • HIPOGLICEMIA NEONATAL • A dosagem plasmática inferior a 47mg/dL deve ser considerada como nível de investigação e intervenção terapêutica. • Riscos – RN PIG, RN de mãe diabética e RNPT tardio. • Tratar RNs sintomáticos com glicemia capilar = 50 mg/dL. • Sinais e sintomas – inespecíficos no período neonatal: tremores, irritabilidade, sucção débil, letargia, taquipneia, cianose e hipotermia, que podem estar associados também a outras condições tais como sepse, desconforto respiratório, cardiopatias. 22/02/2022 20 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA HEMATOPOIÉTICO • Hemoglobina ao nascimento:14,5 a 22,5g/dl; no 30º dia de vida: 11 a 17g/dl; • Hematócrito: 44% a 72%; • Vida média das hemácias fetais: 60 a 90 dias; • Vida média das hemácias adulto: 90-120 dias • Fatores de coagulação diminuídos: II protrombina; VII proconvertina; IX tromboplastina plasmática; X Stuart Prower. • Síntese depende da vitamina K: administrar (1mg IM ou VO) ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA HEMATOPOIÉTICO • A Policitemia corresponde a taxas superiores a 65% de hemácias. Por volta do 2º ao 3º mês, devido a hemólise de hemácias fetais e à diminuição de hemoglobinas em decorrência da diminuição da massa eritrocitária, ocorre a anemia fisiológica da lactância. 22/02/2022 21 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA IMUNOLÓGICO Colostro: fundamental para a transferência materna de anticorpos ao RN. IgA: não atravessa barreira placentária, é passada pelo leite materno. IgG: única capaz de atravessar a barreira placentária. Principal imunoglobulina. Produz anticorpos contra bactérias, toxinas bacterianas e agentes virais. IgM: não atravessa barreira placentária. É a primeira Imunoglobulina a responder em caso de infecção. Se o RN apresentar IgM alta ao nascer, pesquisar a existência de infecção congênita. ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA IMUNOLÓGICO Até o 3°mês, imunidade passiva IgA – secreções e leite materno IgG – passagem pela placenta IgM – resposta fetal a infecções congênitas Deficiência fagocitária (neutrófilos imaturos) 22/02/2022 22 ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA NEUROLÓGICO • O reflexo é uma reposta muscular involuntária a um estímulo sensorial. • A mielinização do sistema nervoso ocorre após o nascimento. • A maioria das funções neurológicas é formada por reflexos primitivos (extra piramidais). Na medida que se dá a mielinização, alguns reflexos serão substituídos por comportamentos intencionais ou desaparecem. Vias nervosas sensorial (audição, paladar, olfato, tato e visão), cerebelar (movimentos voluntários e equilíbrio) e extra-piramidal (movimentos motores reflexos grosseiros, flexão e extensão de grupos musculares) desenvolvidos. Reflexo da sucção, pontos cardeais ou procura Reflexo de Moro Reflexo da marcha automática Reflexo palmar e plantar Reflexo de Babinsky ADAPTAÇÃO A VIDA EXTRAUTERINA NEUROLÓGICO 22/02/2022 23 TESTES NEUROLÓGICOS CAPACIDADES SENSORIAIS DO RN A TERMO 22/02/2022 24 REFERÊNCIAS • ARAUJO, L.A; REIS, A.T. Enfermagem na prática materno-neonatal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. • TAMEZ, R.N. Enfermagem na UTI Neonatal: assistência de enfermagem ao RN de alto risco. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Obrigada!!!! Camila Santos camila.santos@cienciasmedicasmg.edu.br 22/02/2022 25 É proibida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, através de quaisquer meios, sem a prévia autorização da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais. Copyright © 2020 - Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais. Todos os direitos reservados.
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