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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Cuidados Perioperatórios Tentativa de diminuir morbidade e mortalidade. Depende de diagnósticos estabelecidos antes da cirurgia. Determinação do risco cirúrgico Avaliar o risco do procedimento: baixo, médio ou alto Redução de possíveis complicações. Diminuição de mortalidade, sequelas, tempo de internação e período de afastamento. Objetivo não é diagnóstico de doenças, é identificar e quantificar comorbidades que possam influenciar no procedimento. Técnica anestésica planejada. Localização pós-operatória do paciente: Ambulatorial, Enfermaria ou UTI. Em resumo: a avaliação pré-operatória tem como objetivo principal identificar e quantificar qualquer comorbidade que tenha impacto na evolução cirúrgica do paciente. Calculadora do risco cirúrgico ACS NSQIP: Usa 21 preditores do paciente (variáveis clínicas e exames subsidiários, quando indicados); Risco de complicação nos primeiros 30 dias pós-operatório. 1) Passos da avaliação perioperatória Anamnese cuidadosa e Exame físico História: dor precordial, dispneia, tosse. Antecedentes pessoais: comorbidades, uso de medicações e de substâncias ilícitas, alergia a fármacos. Antecedentes cirúrgicos e anestésicos. Solicitação adequada de exames complementares Exames solicitados sem indicação clínica não beneficiam o paciente. Sugestões de exame pré operatório adulto: ECG, Hemograma completo + plaquetas, Eletrólitos, Glicose, Parasitológico, Cálcio, TTPA / TPA, Urina 1, Rx de tórax. Paciente SEM comorbidades com < 40 anos: Hb, Ht e coagulograma. Pacientes SEM comorbidades com > 40 anos: ECG, creatinina, glicemia, Na, K, hemograma, coagulograma e RX de tórax. Paciente diabético: ECG, creatinina e glicemia. Paciente obeso: ECG e glicemia. Paciente hipertenso, nefropata ou com IC: ECG, creatinina, Na e K. Paciente hepatopata: creatinina, coagulograma, hemograma, bilirrubinas e albumina. Paciente em uso de anticoagulante: coagulograma, hemograma e creatinina. Paciente com história de sangramento: coagulograma e hemograma. Paciente tabagista ou com DPOC: RX de tórax. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Avaliação de risco geral Avaliação de risco cardíaco Complicações de origem cardiovascular: responsáveis por grande parte da morbi mortalidade perioperatória. Maioria dos eventos ocorre até o 2º dia pós-operatório. 6,6% dos pacientes apresenta uma complicação cardíaca, podendo ser: Crise hipertensiva, IAM, Angina instável, Edema agudo de pulmão, Arritmias graves com instabilidade hemodinâmica (fibrilação ventricular). IM pós-operatório: Mortalidade 15 a 25%; risco aumentado de morte e evento cardiovascular nos primeiros 6 meses após a cirurgia. Angina estável = ASA III Angina instável = ASA IV VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Avaliação de risco pulmonar Complicações mais comuns: pneumonia e insuficiência respiratória. Avaliação de função pulmonar apenas em cirurgias de tórax e abdome superior. Avaliação de risco de TEV, TVP e TEP Os fatores de risco para eventos tromboembólicos em pacientes cirúrgicos são: idade > 40 anos, obesidade, tabagismo, cateterização venosa central, tromboembolismo prévio, imobilização (restrição ao leito), neoplasias, quimioterapia, IC, traumas, fraturas, varizes de membro inferior, gestação, uso de ACO, AVE. Avaliação de risco renal, hepatobiliar, endócrino, hematológico e de delirium. Cirurgias ortopédicas são grande risco de TEV, principalmente artroplastia de quadril ou joelho! VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Manejo de doenças crônicas e medicações no perioperatório Compensar comorbidades. Orientar uso de medicações no perioperatório: HAS e DM. MANTER O USO, INCLUSIVE NO DIA DA CIRURGIA Drogas cardiovasculares (betabloqueadores, IECA, bloqueadores do receptor de angiotensina II, bloqueadores de canais de cálcio), Broncodilatadores, Anticonvulsivantes, Drogas psiquiátricas, Levotiroxina. AINH: suspender o uso 1 a 3 dias antes da cirurgia. Antiagregantes plaquetários (AAS e Clopidogrel): quando possível, suspender 7-10 dias antes da cirurgia. O uso de estrogênio e tamoxifeno tem sido associado a um aumento do risco de tromboembolismo, e provavelmente devem ser interrompidos por um período de quatro semanas anteriormente à operação. Anticoagulantes VO: - Varfarina: suspender 5 dias antes, iniciando HBPM em dose terapêutica. - Dabigatrana, rivaroxabana e apixabana: suspender 1-2 dias antes. Controle glicêmico: - Monitorar glicemia a cada 6 horas (hipoglicemiantes orais) ou a cada 4 horas (insulina). - O objetivo é manter glicemia entre 100 e 180mg/dL. - Se Hb glicada > 9% = considerar adiar a cirurgia. - Antidiabéticos VO e injetáveis que não a insulina: mantidos até a véspera e suspensos na manhã da cirurgia . - Insulina NPH, Detemir e Glargina: manter a dose noturna (2/3 da dose); na manhã da cirurgia administrar 1/2 da dose. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Estratégias protetoras Para cada risco identificado existe uma estratégia protetora. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Avaliação do risco/benefício da cirurgia PROFILAXIA DE TEP VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Lista de verificação pré-operatória Documentar em prontuário. Indicação. Termo de consentimento. Necessidade de betabloqueador, profilaxia de TVP, antibiótico profilático. Entregar ao paciente orientações sobre - Jejum (pelo risco de broncoaspiração): sólidos 8 a 6h e líquidos sem resíduos 2h. - Preparo intestinal. - Uso de medicamentos. 2) Intra-operatório Respostas orgânicas ao trauma: Ativação dos mecanismo de coagulação. Desvio de líquido do intravascular para o extravascular. Redistribuição do fluxo sanguíneo. Manutenção do equilíbrio ácido-básico e eletrolítico. Mobilização de leucócitos, produção de macrófagos e linfócitos T. Aumento do débito cardíaco. Lipólise e proteólise. Aumento da glicogenólise e da gliconeogênese. Resposta neuroendócrina: Diminuição da insulina e aumento do glucagon; ativação do SRAA. Resposta inflamatória: Liberação de citocinas, recrutamento de células inflamatórias e PCR. Profilaxia antimicrobiana Depende do patógeno mais comum e da classificação da ferida. O objetivo é evitar infecção de ferida operatória. Ferida limpa: em geral não é indicada, exceto se colocação de prótese de longa permanência ou osteotomia. Ferida limpa/contaminada: dose única, antes da incisão. Ferida contaminada: preparação mecânica ou antibióticos parenterais com atividade aeróbia e anaeróbia. Ferida infectada: antibióticos com atividade aeróbia e anaeróbia, continuada no pós-operatório. Escolher a droga apropriada antes da cirurgia Administrar 60 minutos antes da incisão cirúrgica Em geral dose única, não ultrapassar 24h. Os cocos gram + são os germes mais comumente encontrados. Por isso, as cefalosporinas de 1º geração (Cefazolina) são frequentemente usadas. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Sala de operação Manutenção da normotermia. Preparo pré-operatório da pele: prevenção da infecção de sítio cirúrgico. Hemostasia: dissecção mais precisa, menor tempo de cirurgia e menor tempo de recuperação. Fechamento da ferida: - Temporário; - Permanente: primário ou secundário. Pós-operatório Período compreendido entre o final da cirurgia e o retorno do paciente as atividades normais. Fases: Pós-anestésica (RPA): 1 a 3 horas; monitorização sinais vitais e dor; hidratação/balanço hídrico e condições hemodinâmicas; nível de consciência; respiração; complicações precoces e efeito da anestesia; enfermaria x UTI. Intermediária (hospitalização):Tratamento da dor; prevenção e detecção precoce de complicações. Convalescença: Da alta até a recuperação completa. Pós-operatório imediato (POI): até 12 a 24h do término da cirurgia. Pós-operatório mediato (POM): 1º ao 7º PO. Pós-operatório tardio (POT): a partir do 8º PO. O que fazer na evolução do 1º PO? Exame clínico (minucioso e diário): VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Cuidados com a ferida operatória: 48h após o fechamento as estruturas profundas estão seladas ao meio externo; remoção do curativo e manuseio da ferida nas primeiras 24h deve ser asséptica; ao trocar o curativo, observar sinais flogísticos. Exames complementares: Solicitados quando há anormalidades no exame clínico. Prescrição médica: A) Segurança do paciente. B) Esquema terapêutico. C) Segurança profissional. DEVO: dieta, endovenoso, via oral, cuidados DDVI: droga, dose, via, intervalo VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C