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A Divina Comédia Resumo Dante Alighieri

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O poema épico escrito pelo autor Dante Alighieri (1265-1321) é um clássico da literatura mundial escrito durante o Renascimento. 
A extensa obra, toda composta em versos, é dividida em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. Cada uma delas possui exatamente 33 cantos.
A Divina Comédia foi escrita em florentino, no início do século XIV, e pretendeu fazer uma síntese enciclopédica do conhecimento científico e filosófico da Idade Média.
Resumo
O protagonista do livro A Divina Comédia é o próprio poeta Dante Alighieri que percorre uma viagem entre três instâncias completamente distintas: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso.
Ao longo do caminho, Dante vai cruzando com amigos e conhecidos, figuras públicas ou do universo pessoal do autor, e debatem sobre os mais variados temas.
A odisseia é extremamente descritiva e contempla imensos detalhes visuais. Enquanto se encontra no inferno, Dante recebe a ajuda do poeta romano Virgílio, que serve como uma espécie de guia.
Virgílio (70 a 19 a.C.), autor dos tempos de Júlio César, foi dos maiores poetas da Antiguidade, tendo escrito o clássico Eneida. Dante era um admirador profundo da poética de Virgílio, por isso é a ele que pede ajuda para percorrer o doloroso caminho.
Quando está no céu, por sua vez, quem realiza o trabalho de acompanhamento é Beatriz, uma musa inspiradora que foi a paixão platônica de Dante durante a adolescência. Beatriz é símbolo do amor divino e é responsável por guiar o poeta para fora da selva.
O poema possui três personagens principais: 
Dante, o protagonista que personifica o homem;
Beatriz, que representa a fé;
Virgílio, que pode ser considerado o símbolo da razão.
Análise
A Divina Comédia é basicamente a história da conversão de um pecador ao caminho de Deus. Os versos sublinham a necessidade de se seguir o caminho do bem e da ética.
O protagonista é o símbolo do ser humano vulgar e representa o cidadão comum, que tem dúvidas, hesita, é tentado pelo mal.
Ao mesmo tempo, Dante não se vê exatamente como uma criatura humilde e, no Canto IV (do Inferno), se coloca lado a lado com grandes escritores:
Olha o que vem à frente qual decano
dos outros três, segurando uma espada;
ele é Homero, poeta soberano;
o satírico Horácio junto vem,
terceiro é Ovídio e último Lucano.
Desde que cada um deles detém
os mesmos dotes co’os quais fui saudado,
recebo sua honraria como convém.
Assim o belo grupo vi formado
da escola do senhor do excelso canto
cujo vôo, como d’águia, é incontestado.
Longo foi seu colóquio, e entretanto
acenavam a mim, e eu vi o prazer
no sorriso do Mestre meu, porquanto
o privilégio iriam me conceder
da acolhida na sua comunidade.
E assim fui sexto entre tanto saber
Assistimos ao longo do poema como o protagonista é alvo de tentações e como contorna os obstáculos que, aos poucos, vão se apresentando pelo percurso. Nesse sentido considera-se A Divina Comédia como uma obra moralizante, isto é, uma obra que reafirma os valores cristãos (embora apresente alguns elementos pagãos).
O próprio papa Bento XV, em declaração oficial, sublinhou a importância da composição de Dante:
"Embora não seja escasso o número dos grandes poetas católicos que unem o útil ao agradável, em Dante é singular o fato de que, fascinando o leitor com a variedade das imagens, com a vivacidade das cores, com a grandiosidade das expressões e dos pensamentos, ele o arrasta ao amor da sabedoria cristã. (...) A sua Comédia, que merecidamente recebeu o título de divina, mesmo nas várias ficções simbólicas e nas recordações da vida dos mortais sobre a terra, não visa a outro fim senão a glorificar a justiça e a providência de Deus"
Apesar de ser uma criação de forte elogio à Igreja, A Divina Comédia também pode ser lida como uma crítica à instituição em determinados momentos específicos.
Embora alguns críticos apontem a publicação como sendo uma epopeia, não se pode considera-la efetivamente como uma porque não se trata de uma história ficcional de um herói que batalha pelo seu povo ou pela sua região.
O correto seria classificá-la como um texto didático alegórico (didático porque tem como fim o ensinamento e alegórico porque é construída a partir de símbolos).
História da publicação
O livro, redigido em italiano, foi publicado em três partes. A primeira delas foi divulgada em 1317, a segunda em 1319 e a terceira após a morte do autor. Estima-se que Dante tenha dedicado catorze anos da sua vida a composição do livro (iniciou em 1307 e concluiu o trabalho pouco antes de sua morte, em 1321).
Trata-se de um poema épico narrativo rigorosamente simétrico, cada parte possuindo 33 cantos, com aproximadamente 40 a 50 tercetos. O número três é essencial para a construção do poema. Os versos são escritos a partir de uma técnica original conhecida como terza rima, onde as estrofes de dez sílabas, com três linhas cada rimam de uma determinada maneira específica. 
Originalmente o livro chamava-se apenas Comédia, tendo ganhado o título composto apenas posteriormente, em 1555, na edição veneziana composta por Ludovico Dolce. 
Quem primeiro observou que o nome deveria ser A Divina Comédia, pelos assuntos que o livro abordava e pela qualidade com que o trabalho foi feito, foi o poeta Giovanni Boccaccio (1313-1375).
Em Trattatello in laude di Dante, composto em 1357, Boccaccio explicita que a obra de Dante, que considerava brilhante, merecia título mais adequado. Somente em 1555, na impressão preparada por Ludovico Dolce, o título A Divina Comédia ficou eternizado para sempre. 
Sobre o autor Dante Alighieri
Escritor fundamental da literatura medieval, Dante Alighieri nasceu em Florença, na Itália, no ano de 1265 (estima-se que tenha sido no dia 25 de maio), filho de dona Bella e de Aldighiero Alighieri.
Dante ficou órfão muito jovem. A mãe faleceu quando o menino era ainda criança e o pai quando o jovem tinha apenas dezoito anos.
Apesar de ter sido casado e tido filhos (pelo menos três), Dante nutria um amor platônico por Beatrice de Folco Portinari, uma amiga de quando tinha 9 anos que veio a reencontrar em 1283. Beatrice casou-se em 1287 com o banqueiro Simone dei Bardi e Dante casou-se com Gemma Donati dois anos antes, em 1285. Beatrice morreu subitamente em 1290, para desespero do escritor italiano.
Dante foi bastante consagrado em vida, tendo sido celebrado como o maior poeta da região da Toscana. De acordo com R. W. B. Lewis, autor de Dante:
"Já em 1321, as duas primeiras partes da Comédia encontravam-se transcritas e à disposição de leitores havia alguns anos, e Dante era aclamado em quase toda a Toscana como o maior poeta da região."
Sua obra-prima, A Divina Comédia, foi profundamente celebrada. Harold Bloom, um dos mais duros e importantes críticos literários, escreveu em O cânone ocidental que: 
“o poema de Dante possui uma qualidade inominável, talvez tão grande quanto os melhores versos de Hamlet ou Rei Lear."
Além de escritor, Dante Alighieri atuou como político, tendo pertencido ao partido moderado. Ele estudou na universidade de Bologna nos anos em torno de 1285. Foi exilado de Florença por suspeita de corrupção, improbidade administrativa e oposição ao papa quando ocupou cargos públicos. Durante o exílio viveu em Forlì, Verona, Arezzo, Veneza, Lucca, Pádua, Paris, Bologna, Verona e Ravenna.  
O autor morreu aos 56 anos, no dia 14 de setembro de 1321, em Ravenna, na Itália.
Quando as crianças entendem o valor do dinheiro, perdem o paraíso que tem na terra”
 
Dante diz que só há duas formas de recuperar este  paraíso: Pela poesia e pelo amor.
 
Dante Alighieri marcou história com A Divina Comédia,
“Pode-se dizer que o homem é o mais infeliz dos animais, porque é o único que sabe que vai morrer algum dia.
Mas, ao mesmo tempo pode-se dizer também que o homem é o mais notável de todos os animais, porque mesmo sabendo que vai morrer um dia ele é capaz de sorrir, criar e amar.”
Nascido entre 21 de maio e 21 de junho, 1265,  (Firenze)  Florença (+14/09/ 1321, Ravena Itália) de importante família
de Florença, Dante Alighieri, foi o poeta que definiu e estruturou o idioma italiano moderno.
Na sua época a península Itálica era um mosaico de pequenos estados que não compartilhavam sequer a mesma língua ou cultura, o que dificultava muito a união do Estado italiano.
Aos nove anos de idade Dante conheceu Beatrice Portinari: (Beatriz) foi, segundo alguns críticos literários, a figura histórica que inspirou o personagem Beatriz, de Dante. Beatriz era uma rapariga muito bela, que era musa de Dante.
Aos 16 anos ele voltou a encontrá-la e escreveu para ela o primeiro de seus famosos sonetos de amor. Dois anos depois, casou-se com Gemma, com quem teve três filhos. O casamento estava combinado entre as famílias desde a infância.
 A despeito de sua vida atormentada, Dante foi chamado de o “Poeta da Esperança” ; segundo sua s próprias palavras, ele foi levado do inferno ao purgatório pelas mãos de Virgílio, isto é, a poesia, e do purgatório ao céu pelas mãos de Beatriz, isto é, o amor.
Beatriz-Portinari
Assim, pela poesia e o amor, ele conseguiu recuperar seu paraíso, porque tudo parece indicar que seus dias finais em Ravena foram cercados por algum contentamento, onde ele era grandemente estimado cercado de grandes admiradores e amigos.
Enterrado diante da porta da Igreja principal da cidade com as mais elevadas honras e no hábito de Poeta e Grande Filósofo.
Para Dante a poesia e a filosofia era a mesma coisa, todos concordam porque a finalidade da poesia real como a finalidade da filosofia está na descoberta da verdade,afirmação da verdade, disseminação da verdade e conceitos sadios.
Não há nada novo na disseminação de verdades, e também não contem nada velho, simplesmente porque é perene, não importa os obstáculos postos, diante dela, não importa a aparente decadência que ela está nos dias atuais, mesmo nesses tempos em que a mídia e a tecnologia escravizam quase por completo o espírito do homem.
Sem sombras de dúvidas, mais cedo ou mais tarde a poesia e a filosofia serão apreciadas novamente com a mesma força e o mesmo interesse de outras épocas, porque sem poesia e filosofia a verdade não pode ser encontrada e provada,e o destino do homem, querendo ou não, é encontrar a verdade e com ela a felicidade.
Virgilio
Se fizermos uma análise da obra-prima de Dante Alighieri e, “A Divina Comédia”, não pode ser considerada como uma epopeia, pois não é a história ficcional de um herói que, pela suas façanhas, fundou ou glorificou uma nacionalidade.
O escritor italiano não trata das origens nem de exaltar seu povo . Por isso podemos classificar esta Obra “A Divina Comédia” como um poema didático-alegórico: didático porque tem uma finalidade educativa, e em seus ensinamentos, alegórico  porque percebe-se claramente símbolos que tem significação espiritual, e assim, remete ao espírito os ensinamentos ministrados por uma série de símbolos, ou seja, signos materiais que tem significação espiritual.
A grandeza de Dante Aliguieri está em ter conseguido elevar à categoria da universalidade os problemas seus e de sua terra natal, através da Arte, Filosofia e poesia.
(Por/J.Coutinho)
-Trechos literário.

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