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Texto da Aula 4 - ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

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09/03/2023 09:23 UNINTER
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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA
AULA 4
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
09/03/2023 09:23 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/14
Prof.ª Jacqueline Colaço
CONVERSA INICIAL
Hoje vamos falar sobre a concepção do ser humano na visão renascentista e na filosofia
contemporânea.
Vamos ver que o período renascentista é caracterizado por tendências sociais antropocêntricas.
Desse modo, a visão do homem para si mesmo o transforma. Na filosofia medieval, ele não podia ter
domínio do seu corpo. Na visão renascentista, os corpos dos homens poderiam servir como fonte de
estudo sobre a realidade e como esta poderia ser entendida.
Há uma notável mudança no modo de entender o mundo e o papel dos seres humanos na visão
humanista. O modo humanista é o novo homem moderno, que se destaca na Teoria de Descartes, que
deixa um legado idealista, ou seja, há tendências de valores de sujeito pensante e objeto pensado.
Figura 1 – Sujeito pensante e objeto pensado
Crédito: VectorMine/Shutterstock.
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TEMA 1 – COMPREENDENDO A PASSAGEM HISTÓRICA
Renascimento é o nome dado ao período da história europeia entre os séculos XIV e XVI, marcado
por profundas mudanças econômicas, políticas, religiosas, culturais e científicas.
Essas transformações foram se estabelecendo gradualmente, pois já eram encontrados sinais de
uma mudança possível quando, nos séculos XII e XIII, o desenvolvimento comercial e o crescimento das
cidades começavam a despontar. Inicialmente na Península Itálica e, depois, em toda a Europa Ocidental,
houve um movimento de revalorização da arte e da cultura antiga clássica.
Esse movimento adotou a cultura antiga como modelo para a arte renascentista. Era uma espécie
de volta ao passado. Ou seja, os filósofos do Renascimento buscavam na cultura clássica o olhar mais
primoroso para o homem e, portanto, buscavam recolocá-lo no centro da vida. Por isso, podemos
afirmar que o Renascimento foi um período de gestação de um novo homem.
Figura 2 – Monalisa – Obra do período renascentista
Crédito: Printexstar/ShutterStock.
TEMA 2 – HUMANISMO RENASCENTISTA
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O Renascimento inspirou-se no humanismo, movimento de intelectuais que defendiam o estudo
da cultura greco-romana e o retorno a alguns ideais de exaltação do homem e de seus atributos, como
a razão e a liberdade. O humanismo renascentista encontra expressões emblemáticas na obra do
dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616). As palavras de Shakespeare engrandecem o
homem ao elogiar suas características mentais. O dramaturgo exalta a complexidade do corpo humano
e a infinitude de movimentos que o homem pode realizar. As obras renascentistas, especialmente as de
Shakespeare, não tratam de Deus como os cristãos o concebiam, mas têm como tema essencial o ser
humano e as coisas humanas. A ideia de Deus como fundamento da realidade permaneceu na reflexão
dos renascentistas, mas, para eles, o homem era capaz de entender e agir sobre o mundo. Em certa
medida, retomavam a afirmação de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”.
Figura 3 – Kant
Crédito: Marusya Chaika/Shutterstock.
TEMA 3 – RENASCIMENTO: ÉTICA, POLÍTICA E CIÊNCIA
O Renascimento estabeleceu um novo olhar sobre todas as práticas e teorias humanas, buscando
renovar o homem e sua vida em sociedade. Portanto, além do desenvolvimento do pensamento
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científico, que teve implicações evidentes no campo filosófico, a política também assumiu um papel
bastante importante, em que podemos destacar Nicolau Maquiavel (1469-1527), filósofo que procurou
abandonar o enfoque ético e religioso que a política apresentava e passou a fazer uma abordagem mais
realista da política, desvinculando as razões políticas das razões morais. No campo científico, o filósofo
inglês Francis Bacon (1561-1626) publicou uma obra muito importante na qual revela sua firme
disposição de fazer dos acontecimentos científicos um instrumento prático de controle da realidade. É
dele também a célebre frase: “Saber é poder”, com a qual Bacon demonstra seu desejo de controle da
realidade.
Figura 4 – Renascimento
Crédito: Alla – Din/Shutterstock.
TEMA 4 – RACIONALISMO DE DESCARTES
Descartes foi um filósofo racionalista. Vamos entender o que é o racionalismo.
Podemos dizer que se trata do período em que existia uma doutrina que atribua a razão do ser
humano como princípio com poder de conhecer a verdade.
Para Descartes, o ser humano não deveria se apegar às percepções sensoriais, sendo responsável
pelos seus erros.
O filósofo afirmava que a verdade, o conhecer das coisas deveria acontecer vindo do pensamento
próprio, da mente do homem, por meio do seu próprio pensar.
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Assim, afirmava que, no passado, os homens buscavam a realidade por meio de ciências e, por
isso, o filósofo enfatizava a matemática como forma de pensar no que é real.
Baseado nesse raciocínio lógico, o pensador diz que existem pensamentos capazes de levar o ser
humano a conhecer o espírito para a verdade.
Figura 5 – Descartes
Créditio: Marusya Chaika/Shutterstock.
O filósofo destacava que o caminho até a verdade colocava em dúvida o conhecimento do ser
humano. É preciso se perguntar e fazer análises sobre existência do que é possível. A dúvida teria que
ser colocada como método, de onde provém o termo dúvida metódica.
Ao ter dúvida, o filósofo mostra a incerteza das percepções sensoriais e questiona a existência de
tudo o que é real e o que é gerado na nossa mente.
Portanto, percebemos a máxima de Descartes: “Penso, logo existo”.
Figura 6 – Selo estampando a figura de Descartes
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Crédito: Spatuletail/Shutterstock.
TEMA 5 – O LEGADO DE DESCARTES
Em uma leitura preliminar das obras de Descartes – Discurso do método (1637); Meditações
metafísicas (1641); Regras para condução do espírito (1628) –, percebe-se que muito do que se atribui
a René Descartes não encontra fundamento em sua filosofia. Com relação ao primeiro problema, pode-
se dizer que Descartes não fragmentou o conhecimento. Ao contrário do que muitos pensam, ao se
analisar a obra de Descartes, Regras para condução do espírito (1628), no início da Regra I, verifica-se
que, para ele, a Ciência é uma só arte, um todo indivisível, e seria engano dividi-la em partes ou
fragmentá-la.
Os homens costumam, sempre que descobrem alguma semelhança entre duas coisas, atribuir a
ambas (mesmo naquilo em que sejam diversas) o que de uma delas reconhecem como verdadeiro.
Desse modo, fazem falsas aproximações entre as ciências, que consistem totalmente em um
conhecimento do espírito, e as artes, que requerem algum exercício e hábito corporal.
Verificam que todas as artes não podem ser aprendidas pelo mesmo homem, de modo simultâneo,
e que apenas aquele que exerce uma só arte chega a ser, mais facilmente, um excelente artista. As
mesmas mãos que se dedicam a cultivar os campos e a tanger a cítara, ou diversos misteres diferentes,
não conseguem realizar tão bem como fariam se só a um se dedicassem.
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Julgaram agir da mesma forma quanto às ciências, distinguindo-as umas das outras segundo a
diversidade de seus objetos; e assim o fizeram pensando que deveria ser cultivada cada uma
separadamente, deixando de lado todas as demais. E se enganaram redondamente, uma vez que não
são todas as ciências outra coisa senão a sabedoria humana, que permaneceu sempre una e idêntica,
ainda que aplicada em diferentes objetos, e que não recebe deles mais distinções que recebe a luz do
sol da variedade de coisas que iluminam.Não há necessidade de impor limitação alguma aos espíritos,
visto que o conhecimento de uma verdade não nos desvia da descoberta de outra; antes nos ajuda
mais, ao contrário do exercício de uma só arte, que nos impede o cultivo de outra (Descartes, 2004).
O segundo problema enumerado aqui neste texto versa sobre o método reducionista. De acordo
com Capra (2007), René Descartes criou o método do pensamento analítico, que consiste em quebrar
os fenômenos complexos em pedaços a fim de compreender o comportamento do todo com base nas
propriedades de suas partes. Em Regras para condução do espírito, encontramos uma enunciação
desse método: “Para compreendermos perfeitamente uma questão, devemos abstraí-la de todo o
conceito supérfluo, reduzi-la a maior simplicidade e dividi-la em partes tão pequenas quanto seja
possível, enumerando-as” (Descartes, 2004).
O método analítico dedutivo do filósofo foi importante para as ciências do desenvolvimento
científico, pois, sem ele, a humanidade não seria o que hoje é em termos tecnológicos e de civilização.
Além disso, a natureza me ensinou que muitos outros corpos existem em torno do meu, entre
os quais devo procurar uns e fugir de outros. E, certamente, do fato de que sinto diferentes
sortes de cores, de odores, de sabores, de sons, de calor e de dureza, etc., concluo, com
segurança, que há nos corpos, de onde procedem todas estas diversas percepções dos
sentidos, algumas variedades que lhes correspondem, embora estas variedades talvez não lhes
sejam efetivamente semelhantes. E, também, do fato de que, entre essas diversas percepções
dos sentidos, umas me são mais agradáveis e outras desagradáveis, posso tirar uma
consequência completamente certa, isto é, que meu corpo (ou, antes, eu sou composto do
corpo e da alma) pode receber diversas comodidades ou incomodidades dos outros corpos
que o circundam. (Descartes, 2004)
Para tanto, para provar que o ser humano não estava sendo enganado, que na verdade tudo o que
pode ser visto existe realmente, inclusive que os seres humanos são formados de mente e corpo,
unidos em um só todo, Descartes reata com Deus, provando sua existência e sua benevolência, dizendo
que Ele não permitiria que um gênio maligno nos enganasse tão desavergonhadamente: ele quer
apenas de provar que Deus existe e, que, sendo benevolente, além de todo-poderoso, não permitiria
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que um gênio maligno nos enganasse tão desavergonhadamente. Descartes considera justificado em
considerar os enunciados matemáticos (e outros, como veremos) como verdades certas e indubitáveis.
Na verdade, após ter provado que Deus existe, Descartes abre as portas e reintroduz tudo o que antes
havia duvidado (Chaves, 2011, p. 13).
Mas quando percebo coisas das quais conheço distintamente o lugar de onde vêm e aquele
onde estão, e o tempo no qual elas aparecem e quando, sem nenhuma interrupção, posso ligar
o sentimento que delas tenho com a sequência do resto de minha vida, estou inteiramente
certo que as percebo em vigília e de modo algum em sonho. E não devo de maneira alguma
duvidar da verdade dessas coisas se, depois de haver convocado todos os meus sentidos,
minha memória e meu entendimento para examiná-las, nada me for apresentado por algum
deles esteja em oposição com o que me foi apresentado pelos outros. Pois, do fato de que
Deus não é enganador segue-se que nisso não sou enganado. (Descartes, 2004)
Percebe-se que o cogito cartesiano não tem a ver com dividir mente e corpo, como muitos
enxergam a Descartes. Isso quer dizer apenas que tudo pode ser colocado em questão, até se Deus
existe ou não.
E isso não é um pensamento negativo com relação a homem-natureza. A questão do problema
ambientalista em Descartes está disposta e é tratada na parte V do Discurso do Método e podemos ver
que essa ideia é característica em seu modo de pensar. Nessa parte do livro, ele tece os mais variados
comentários a respeito da superioridade racional do ser humano diante dos animais e da natureza
como um todo, afirmando que eles são completamente desprovidos de uma alma racional e se
comportarem como máquinas animadas, por exemplo:
Mas isso antes prova que eles não possuem espírito algum, e que a natureza é que age neles
de acordo com a disposição dos seus órgãos, da mesma forma por que um relógio, sendo
composto exclusivamente de rodas e de molas, pode contar as horas e medir o tempo mais
exatamente do que nós, malgrado toda a nossa prudência. (Descartes, 2004)
No livro A insustentável leveza do ser, de Milan Kundera, no capítulo VII, “O sorriso de Karenin”
(2008), há uma bela e poética crítica à filosofia de Descartes, por esta continuar filosoficamente a
propor essa pretensa superioridade da razão humana sobre outras formas ou maneiras de se conhecer
(essa ideia não é nova e faz também parte da filosofia de Aristóteles, explicitada em seu tratado De
Anima):
Uma novilha se aproxima de Tereza, para, e olha para ela longamente com grandes olhos
castanhos. Tereza a conhece. Chama-se Marketa. Gostaria de ter dado um nome a cada uma
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das novilhas, mas não pode, são muitas. Há uns trinta anos certamente teria sido assim, todas
as vacas do lugar teriam um nome (se o nome é sinal da alma, posso dizer que elas tinham
uma, apesar de desagradar a Descartes). Mas a aldeia tornou-se uma grande usina
cooperativa e as vacas passam a vida em dois metros quadrados de estábulo. Não tem mais
nome, são apenas machinae animatae. O mundo deu razão a Descartes. Tenho sempre diante
dos olhos Tereza sentada sobre um tronco, acariciando a cabeça de Karenin (cachorro), e
pensando no desvio da humanidade. Ao mesmo tempo, surge para mim outra imagem:
Nietzsche está saindo de um hotel de Turin. Vê diante de si um cavalo, e um cocheiro
espancando-o com um chicote. Nietzsche se aproxima do cavalo, abraça-lhe o pescoço, e sob
o olhar do cocheiro, explode em soluços. Isso aconteceu em 1889, e Nietzsche já estava
também distanciado dos homens. Em outras palavras: foi precisamente nesse momento que se
declarou sua doença mental. Mas, para mim, é justamente isso que confere ao gesto seu
sentido profundo. Nietzsche veio pedir ao cavalo perdão por Descartes. Sua loucura (portanto
seu divórcio da humanidade) começa no instante em que chora sobre o cavalo. É este
Nietzsche que amo, da mesma forma que amo Tereza, acariciando em seus joelhos a cabeça de
um cachorro mortalmente doente. Vejo-os lado a lado: os dois se afastando do caminho no
qual a humanidade, “senhora e proprietária da natureza”, prossegue sua marcha para frente.
(Kundera, 2008, p. 283-284)
Assim, plantas e animais passaram a serem considerados como simples máquinas animadas,
dessacralizados por completo, e o ser humano, com sua superioridade, era tido como que habitado por
uma alma racional que estava ligada ao corpo através da glândula pineal, no centro do cérebro. No que
dizia respeito ao corpo humano, era indistinguível de um animal máquina, mas permanecia salvo por
possuir alma e inteligência (Capra, 1999; Chaddad; Chaddad; Ghilardi, 2011).
Dessa forma, pode-se enquadrar essa ideia como Ferreira (2000) define a lógica antropocêntrica,
que, por sua vez, irá determinar um contrato excludente – todos os homens versus a natureza. Ela
centrou-se no homem e na potencialização desses valores – tendo como pano de fundo a autonomia e
o poder de um sujeito que não se identifica com o seu meio ambiente –, sendo que este se acha divina e
racionalmente superior a tudo que existe. Em poucas palavras, o homem, de acordo com esse
pensamento, vem construindo sua emancipação à custa da depleção da natureza. Portanto, ao se
considerar como imagem e semelhança de Deus e possuidor de uma alma (influências do cristianismo),
e possuidor de razão (ideia proveniente dos filósofos Francis Bacon, Descartes e Newton), o homem
criou um amplo espaçopara subjugar a natureza: a diferença, a desalmada e “o irracional” (Ferreira,
2000; Chaddad; Chaddad; Ghilardi, 2011).
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Figura 7 – Descartes
Crédito: Kartick Sutta Artist/Shutterstock.
NA PRÁTICA
Para expor de forma prática o que você entendeu desse conteúdo, produza uma revista de arte
com quatro partes, sendo elas:
1. Capa, com a expressão artística e com a manchete O homem é o centro do universo?
2. Miolo, com pinturas renascentistas;
3. Editorial que esteja relacionado aos temas:
4. Teocentrismo e antropocentrismo; geocentrismo e heliocentrismo; arte renascentista e o
racionalismo.
Após a elaboração dessa atividade, debata no fórum com seus colegas e sobre o que desenvolveu.
FINALIZANDO
Nesta etapa, debatemos sobre a concepção de homem na perspectiva do Renascimento e da
filosofia moderna. Estudamos a passagem histórica, o humanismo renascentista, o Renascimento (ética,
política e ciência), Descartes, e iniciamos o tema sobre como estudar o indivíduo.
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REFERÊNCIAS
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BUNNIN, N. Compêndio de filosofia. São Paulo: Loyola, 2002.
CAPRA, F. A teia da vida. São Paulo: Cultrix, 2007.
CASSIRER, E. Antropologia filosófica: ensaio sobre o homem. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
CHADDAD, F. R.; CHADDAD, M. C.; GHILARDI, R. P. Problemas e questionamentos: educação
ambiental crítica. Pará de Minas: Virtualbooks, 2011.
DESCARTES, R. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 2004.
FERREIRA, Y N. Metrópole sustentável? Não é uma questão urbana. Perspect, São Paulo, v. 14, n. 4,
out./dez. 2000.
FERRY, L. VINCENT, J-D. O que é o homem? Sobre os fundamentos da biologia e da filosofia.
Porto: ASA, 2003.
GALANTINO, N. Dizer o homem hoje: novos caminhos da antropologia filosófica. São Paulo:
Paulus, 2003.
GUARDINI, R. O mundo e a pessoa. São Paulo: Duas Cidades, 1963.
HEGEL, G. W. F. Fenomenologia do espírito. Tradução de Henrique Cláudio de Lima Vaz. São
Paulo: Nova Cultural, 2005.
JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
KUNDERA, M. A insustentável leveza do ser. Tradução de Teresa Bulhões Carvalho da Fonseca.
São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
MARITAIN, J. A filosofia moral: exame histórico-crítico dos grandes sistemas. Rio de Janeiro: Agir,
1964.
MAC DOWELL, J. Aspectos fundamentais do pensamento ético de Padre Vaz, Veredas do Direito,
Belo Horizonte, v. 1, n. 2, jan./jun. 2004, pp. 63-79.
09/03/2023 09:23 UNINTER
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MONDIN, B. O homem quem é ele? – Elementos da antropologia filosófica. São Paulo: Paulus,
1980, pp. 30.
OLIVEIRA, J. Transcendência e religião no pensamento de Lima Vaz. Tese (Doutorado em
Filosofia) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2014.
OLIVEIRA, M. Antropologia filosófica contemporânea, subjetividade e inversão teórica. São
Paulo: Paulus, 2012.
PLATÃO. Fédon. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Coleção Os Pensadores).
PORTA, M. A filosofia a partir de seus problemas. São Paulo: Loyola, 2002.
RABUSKE, A. Antropologia filosófica. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia. São Paulo: Loyola, 2006. v. 4.
SAMPAIO, R. A ontologia da intersubjetividade em Henrique Claudio de Lima Vaz.
Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, 1999.
VALVERDE, A et al. Natureza humana em movimento – Ensaios de antropologia filosófica. São
Paulo: Paulus, 2012.
VAZ, H. L. Antropologia filosófica I, São Paulo: Loyola, 1991.
_____. Escritos de filosofia V: introdução à ética filosófica II, São Paulo: Loyola, 2000.
_____. Escritos de filosofia VI: ontologia e história (2a. edição), São Paulo: Loyola, 2001.
_____. Escritos de filosofia VII: raízes da modernidade, São Paulo: Loyola, 2002.>
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