Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Milena Marques 145 Neuro – Neuropatias periféricas Introdução – Objetivos da aula: • Avaliar os sintomas sugestivos de neuropatia periférica (mononeuropatias, polineuropatias e mononeuro-múltiplas) • Reconhecer os fatores de risco, síndromes clínicas e doenças relacionadas as neuropatias periféricas • Aplicar a investigação inicial de neuropatia periférica • Entender o tratamento das principais neuropatias periféricas Abordagem ao paciente: • História clínica Monofocal (envolvendo somente um segmento do corpo) – região específica trajeto de um nervo. Envolvimento sensitivo e motor ao mesmo tempo. (patologias centrais tendem a envolver ou puramente motor ou puramente sensitivo) Queixas distais – dificuldade de levantar o pé, formigamento no pé. (diferente de queixas proximais – dificuldade de subir escada, levantar braço sobre a cabeça) Ascendente e em determinado ponto envolver MMSS Sintomas: formigamento, dor neuropática (choque, queimação) • Achados do exame físico: o Força normalmente diminuída, porém o impacto da sensibilidade é maior, principalmente no envolvimento de fibras finas e amielínicas o Sensibilidade – temperatura, dor superficial, tato superficial prejudicados, mas a sensibilidade profunda (fibras grossas) como tato segmentar, vibração costuma estar preservadas. o Simetria – polineuropatia o Reflexos – diminuídos (aferência prejudicada) o Distribuição – ascendente de distal para proximal Mononeuropatias: 1 – Neuropatia do nervo mediano: • Mononeuropatia mais comum (prevalência pode chegar a 10% na população) • Síndrome do túnel do carpo: o História clínica – mulheres, jovens, ganho de peso recente com queixa de dor, dicistesia que segue o território apresentado, que piora ao acordar ou a noite, com dormência, inchaço com incômodo ao toque. ▪ Digitadores, motorista, LER, manicure. • O nervo mediano passa pelo túnel do carpo que é uma região nos ossos cubitais que é revestido pelo ligamento transverso do carpo. o Quando ocorre um aumento do tecido conjuntivo ou ocorre uma lesão pode comprimir o nervo mediano e gerando as queixas apresentadas de dicistesia (parestesia) e, em casos avançados, perda de força (paresia) o Atrofia da região tenar, dificuldade de realizar movimentos • Sinais e sintomas: o Atrofia e hipotrofia de eminência tenar o Sinal de phalen e tinel • Inervação do mediano o Motor – flexor profundo do 1ª e 2º dedo, flexor do 1º dedo ▪ Movimentos de oposição do 5 dedo ▪ Sinal do OK Milena Marques 145 • Tratamento – depende do grau da lesão o Fisioterapia o Mobilização a noite (órtese) o Cirurgia 2 – Mononeuropatia do ulnar: • Segundo neuropatia mais comum • Inervação motora do nervo ulnar – todos os músculos intrínsecos da mão • Inervação sensitiva – porção do 4, 5 dedo na região anterior e posterior • História clínica o Compressão da região do cotovelo (passa pelo côndilo medial do úmero) ou pelo canal de Guyon (porção medial da ulna) o Dificuldade de fazer movimentos da mão – principalmente a flexão da mão e parestesia da região do nervo ulnar. 3 – Mononeuropatia do nervo radial • Paralisia do sábado a noite (compressão da região da axila, próximo a região axilar) o Moletas mal adaptadas o Fratura medial de úmero • Inerva a porção posterior do braço até o antebraço. • A manifestação depende do nível da lesão • Mão caída (nervo radial é responsável pelos extensores do punho e supinadores do antebraço) • Diferenciar do AVC – no AVC ao fechar o punho ocorre uma sinergia para realizar a extensão do punho, na moneuropatia do radial isso não vai ocorrer. Sinais clássicos da Mononeuropatia: Mão caída = lesão do nervo radial Mão semiesca (mão em benção) = lesão do nervo mediano Mão em garra = lesão do nervo ulnar (atrofia dos músculos intrínsecos da mão) Milena Marques 145 4 – Mononeuropatia do nervo fibular: • Mononeuropatia mais comum do MMII • Mononeuropatia compressiva – causa comum o Pacientes internados o Pacientes com perna cruzada • Apresentação clínica o Pé caído → o nervo fibular inerva o músculo tibial anterior que é o que realiza a dorsiflexão do pé o Marcha escarvante o Eversão do pé (ajuda a diferenciar de uma radiculopatia L5- S1, já que na radiculopatia a eversão está preservada e na Mononeuropatia do nervo fibular não) o ROT – reflexos aquileu preservados. o Diferenciar de radiculopatia L5-S1 de doença do motoneuronio (nessa última o paciente apresenta fasciculações, fadigamento, hiperreflexia) Tipos de lesão ao nervo 1. Neuropraxia – lesão leve com perda motora e sensitiva, sem alteração estrutural → bloqueio transitório da condução com recuperação rápida e completa 2. Axonotmese – lesão axonal e da bainha de mielina, porém com preservação do endoneuro e epineuro → pode haver recuperação 3. Neurotmese – divisão completa do nervo com degeneração completa e permanente do nervo e das unidades motoras e sensitivas associadas ao nervo. → pode haver perda da função. o Quando mais distal, melhor o prognóstico. Etiologia das mononeuropatias: • Compressivas – mais comum • Hereditária • Tóxica – exposição a álcool. • Metabólica • Infecciosa – hanseníase • Nutricional • Inflamatória • Para neoplásica Eletroneuromiografia 1. Lesões axonais: AMPLITUDE DIMINUIDA → causas compressivas. 2. Lesões desmielinizantes: VELOCIDADE DIMINUÍDA. (impulso deixa de ser saltatório e passa a ser conduzido ao longo de todo o axônio) Quando pedir ENMG? • Na suspeita de doença de nervo (força melhor que a porção sensitiva, reflexos diminuídos, acometimento distal, sem fasciculações) Mononeuropatias múltiplas • Características clínicas: o Evolução temporal o Tipo de fibra o Distribuição o Padrão de lesão (axônio x desmielinizante) o Historia familiar o Doença conhecida o Exposições Milena Marques 145 • São mononeuropatias que se somam e não tem relação comprimento dependente (Como na polineuropatia) • Definição: dois ou mais nervos afetados com acúmulo de lesão ao longo do tempo. • Causas de Mononeuropatia múltiplas o Vasculites ▪ Doenças inflamatórias (artrite reumatoide, lúpus) o Hanseníase (SEMPRE LEMBRAR) o Diabetes mellitus o HIV 1 • Elas podem ter um padrão axonal ou desmielinizante. o Axonal – DM, vasculite, sarcoidose, hanseníase, HIV o Desmielinizante – multifocal neuropatia motora, Lewis Summer sindrome, diabetes e HNPP (em paciente com história hereditária) Polineuropatias • Características: o Comprimento dependente o Distal pior que proximal o Simetria o Sensitivo pior que o motor • Causas mais comuns o Diabetes o Desmielinizantes o Infecciosa • Modo de instalação o Agudo ▪ Síndrome de Guillan Barré ▪ Porfiria aguda intermitente ▪ Toxica – arsênico, n-hexano (produto derivado da gasolina) ▪ Diabético proximal ▪ Vasculitica ▪ Gangliomonopatia → pensar em síndrome paraneoplásica. o Em degraus ▪ PIBC – polineuro inflamatória desmielinizante crônica o Remitente-recorrente • Tipo de fibra o Fibras finas → NAS DOENÇAS QUE ATACAM AS FIBRAS FINAS A ENMG é normal. ▪ Diabetes (clássico) ▪ Amiloidose ▪ Toxina ▪ Drogas ▪ Hipertriglicerineimia ▪ Neuropatia sensoria hereditária ▪ HIV ▪ Doença de Fabry o Fibras de Predominância sensitiva ▪ Amiloidose ▪ Hipotireoidismo ▪ Deficiência de b12 ▪ Difteria ▪ Agentes tóxicos – quimioterápicos (cisplatina) e piridoxina (vitamina) • Padrão de lesão o Desmielinizante 1. Hereditária → o doença de Charcot Marie Tooth 1 (gene PMT 22) o doença de Charcot Marie Tooth 4 2. Adquiridao Síndrome de Guillan Barre (agudo – até 8 semanas) o PIDC – síndrome de guillan Baré crônica. o Difteria Milena Marques 145 • Axonal o Maioria das patologias. ▪ Doenças metabólicas → endocrinopatias (DR, DM e hipotireoidismo) ▪ Doenças carenciais e tóxicas → álcool e drogas (antineoplásicos, metronidazol e nitrofurantoína) ▪ Infecciosas História familiar: • Desmielinizante → doença de Charcot Marie Tooth (queixa em torno de 20 anos e arrastado ao longo de décadas) • Longo prazo de polineuropatia o Deformidade dos pés, cavos, dedos em materno Doenças associadas: Exposições: https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_de_Charcot-Marie-Tooth https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_de_Charcot-Marie-Tooth Milena Marques 145 Resposta: polineuropatia, diabético?
Compartilhar