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Unidade 02 - MicroImunologia

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Unidade 02 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
1 
 
Identificação das bactérias patógenas 
 Presentes quase em todos os lugares, em sua 
maioria não possuem capacidade de provocar 
doenças e algumas fazer parte da microbiota normal 
do ser humano. O corpo humano é formado por 10
13
 
células + 10
14
 microrganismos (formado por 200 
espécies). No entanto, algumas espécies do universo 
bacteriano são agentes patógenos, isto é, podem 
desenvolver doenças em outros seres vivos. Nos seres 
humanos, vários tipos de bactérias patogênicas são 
responsáveis por doenças que geraram grandes 
epidemias mundiais o que resultou em inúmeras 
mortes. A cólera e a peste, por exemplo, são hoje 
doenças consideradas controladas, mas devastaram a 
população em séculos passados. Com o surgimento 
dos antibióticos e vacinas, houve um grande controle 
das doenças infecciosas, mas muitas ainda são causa 
de morbimortalidade e assusta a sociedade com o seu 
aparecimento. 
 
 
Transmissão e processo da infecção 
 Doença e infecção são termos semelhantes, 
porém existe uma diferença no significado de cada 
termo. A infecção acontece quando um agente 
patogênico invade o organismo e se multiplica. A 
doença é o conjunto de alterações que acontecem no 
organismo devido à infecção. 
 A transmissão da infecção ocorre através da 
relação entre agente causador da doença, o 
hospedeiro e o ambiente. A transmissão de um 
agente infeccioso para o hospedeiro pode ocorrer 
por três vias: Transmissão por contato, por veículo 
ou por vetores. Na transmissão por contato, ocorre 
a transferência de um patógeno através de um 
contato direto, indireto ou por gotículas. É uma 
forma de transmissão bastante comum e pode 
acontecer, naturalmente, através do toque, beijo e 
relação sexual, por exemplo. As doenças 
respiratórias e as infecções sexualmente 
transmissíveis são exemplos de doenças que podem 
ser transmitidas por contato. A transmissão por 
contato indireto acontece por meio de um objeto 
contaminado com o agente infeccioso advindo da 
sua fonte de reservatório, o uso de seringas 
contaminadas com o vírus da AIDS, é uma forma de 
transmissão por contato indireto. A transmissão por 
gotículas ocorre quando uma pessoa infectada expele 
através da fala, tosse ou espirro, gotículas de saliva 
ou muco contendo microrganismos patogênicos. A 
pneumonia e a coqueluche são exemplos de doenças 
que podem ser transmitidas através de gotículas. 
 A transmissão por veículo acontece quando 
há uma disseminação de um determinado agente 
infeccioso na água, nos alimentos, ou no vento. 
Doenças como a cólera e a leptospirose acontecem 
através do contato de um hospedeiro com águas 
contaminadas. Na transmissão por alimentos, 
agentes infecciosos são ingeridos junto de alimentos 
que foram malcozidos ou aprontados em condições 
higiênicas inadequadas. Entre as consequências do 
consumo de alimentos contaminados pode-se 
verificar um quadro de intoxicação alimentar os 
cisticercose. A transmissão pelo ar consiste na 
propagação de microrganismos no ar por gotículas, 
quando são depositados podem percorrer mais de um 
metro em direção a um novo hospedeiro. 
 Tendo o microrganismo se instalado no 
hospedeiro, inicia-se o processo infeccioso e 
desenvolvimento da doença. O desenvolvimento de 
uma infecção e uma consequente doença depende 
de muitos fatores para acontecer que envolvem a 
susceptibilidade do hospedeiro, o ambiente no qual 
ele se encontra, o grau de exposição ao agente 
etiológico causador da doença e também das 
características próprias do microrganismo como 
patogenicidade e virulência. Quando exposto ao 
microrganismo, alguns processos acontecem no 
organismo humano até que surjam os primeiros sinais 
e sintomas da infecção e consequente instalação da 
doença. 
 O desenvolvimento da infecção e 
consequente doença acontecem em fases sequenciais, 
a primeira corresponde ao período de incubação, 
fase onde a infecção já aconteceu e começa o 
aparecimentos dos primeiros sintomas da doença. 
O tempo de duração da incubação depende de 
alguns fatores, entre eles: o agente causador, a 
quantidade de microrganismos existentes e a 
resistência do hospedeiro. Após o período de 
incubação, inicia-se o período prodrômico, fase 
curta que se refere ao surgimento de sintomas leves 
da doença. 
Unidade 02 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
2 
 
 
 Finalizando a segunda fase, surge o período 
da doença que corresponde ao momento mais 
severo, onde é possível observar sinais e sintomas 
clássicos da doença, febre, dor de garganta, dores 
musculares, etc. Nessa fase, pode ocorrer também o 
aumento ou diminuição dos leucócitos, 
normalmente, as respostas imunológicas do paciente 
associadas a outros mecanismos de defesa superam o 
agente patogênico, ocasionando o termino do período 
de doença e iniciando o período de declínio. No 
período de declínio, os sinais e sintomas regridem e 
a duração dessa fase pode variar de apenas um há 
vários dias. No último período, de convalescença, o 
individuo se recupera da doença voltando ao seu 
estado de normalidade. 
 Em algumas doenças infectocontagiosas, a 
transmissão da doença também pode acontecer no 
período de incubação e no período de 
convalescença, além disso, as pessoas em estado de 
convalescença podem permanecer com o patógeno 
em seu organismo por anos. 
 
Regulação e fatores de virulência bacteriana 
 O processo patogênico compreende uma série 
de acontecimentos, onde alguns elementos 
bacterianos interagem com o hospedeiro definindo 
se a doença irá ocorrer, ou não. Para ocasionar a 
doença é necessário que os patógenos consigam 
acesso ao hospedeiro, tenham capacidade de ser 
aderir aos tecidos, impedir as defesas e 
comprometer os tecidos do hospedeiro. Nesse 
sentindo, fatores de virulência são estruturas 
bacterianas utilizadas durante o processo 
infeccioso permitindo que o patógeno adentre, se 
multiplique e permaneça no hospedeiro provocando 
uma doença. A capacidade de aderência ou adesão 
das bactérias a mucosa do hospedeiro permite que o 
agente patogênico consiga resistir às tentativas de 
expulsão do organismo e, desse modo, conseguem 
colonizar-se no hospedeiro. 
 O processo de adesão das bactérias ocorre 
em estágios, o primeiro, normalmente é intercedido 
por adesinas, estruturas formadas por proteínas que 
são responsáveis por reconhecer e se ligar aos 
receptores específicos da célula hospedeira. As 
adesinas estão localizadas em várias estruturas 
externas da bactéria, por exemplo, nas fímbrias, pili 
e flagelos. 
 Além de aderir às bactérias conseguem invadir 
algumas células do organismo humano, esse processo 
de invasão acontece quando as bactérias adentram 
na célula do hospedeiro por meio da fagocitose. A 
fagocitose é realizada normalmente por células 
fagocitárias, como os fagócitos, com o objetivo de 
defender o organismo contra invasores, porém 
algumas bactérias possuem a capacidade de entrar em 
células que não são fagocitárias, dessa forma, 
invadindo a célula. As bactérias invasivas estão 
inclusas em dois grupos: facultativo e intracelular 
obrigatório. A entrada desses microrganismos na 
célula é mediada através das invasinas, proteínas 
que estão presentes na membrana externa da bactéria. 
Como consequência da invasão bacteriana, a célula 
do hospedeiro reage produzindo citosinas e 
prostaglandinas tentando combater o patógeno. 
 
 A multiplicação e o desenvolvimento das 
bactérias acontecem tanto no meio intracelular 
como no meio extracelular, depende do tipo de 
bactéria, as que se desenvolvem apenas dentro da 
célula necessitam de nutrientes que a própria 
célula hospedeira fornece, alguns pontos positivos 
para as bactérias intracelulares é que elas não 
podem ser fagocitadas. 
 Muitas bactérias precisam de fontes de 
ferro parao seu desenvolvimento. A maior parte do 
Unidade 02 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
3 
 
ferro do nosso organismo está disponibilizada dentro 
da célula associada às proteínas, como a 
mioglobina, ferretina e hemoglobina. Restando 
apenas uma pequena quantidade de ferro no ambiente 
extracelular, nesses casos este íon ligado a 
glicoproteínas como a transferrina, encontrada no 
sangue e a lactoferrina localizada em secreções e nas 
mucosas. Dessa forma, sobra uma pequena quantidade 
de ferro, que não é suficiente para o desenvolvimento 
das bactérias, o que faz com que elas utilizem 
algumas táticas para obtenção de ferro. 
 As principais estratégias utilizadas pelas 
bactérias para aquisição de ferro são: a produção e 
utilização de sideróforos, a captação de ferro de 
compostos, tais como: heme, transferrina e 
lactoferrina, sem o uso de sideróforos, e a redução 
de FeIII a FeII, com subsequente transporte de 
FeII. 
 Os sideróforos são compostos de baixo peso 
molecular que possuem uma grande afinidade por 
ferro e formam complexos importantes para as 
células. Os sideróforos podem ser classificados em 
fenolatos e hidroxamatos, esses dois grupos de 
sideróforos são solúveis em FeII. Do grupo dos 
fenolatos participa a enterobactina, que faz parte de 
todas as enterobactérias. Do grupo dos 
hidroxamatos encontra-se a aerobactina, na qual é 
produzida por diversas bactérias patogênicas da 
família Enterobacteriaceae. Abaixo a estrutura da 
enterobactina, um tipo de sideróforos bacteriano. 
 
 Por meio dos sideróforos, algumas bactérias 
podem apresentar receptores que se ligam 
inteiramente às proteínas que transportam o ferro para 
a hemoglobina. As moléculas de hemoglobina são 
absorvidas pela bactéria junto com o ferro. As 
bactérias podem, ainda, produzir algumas toxinas 
quando os níveis de ferro estão baixos, essas toxinas 
matam as células do hospedeiro, disponibilizando o 
ferro à bactéria usá-lo como fonte de nutriente. A 
capacidade que as bactérias possuem para produzir 
toxinas é chamada de toxigenicidade. Quando as 
toxinas são liberadas pelas bactérias, além de destruir 
a célula do hospedeiro, elas provocam vários sinais e 
sintomas, por exemplo, febre, diarreia e choque. 
Além disso, podem bloquear a síntese de proteínas 
e danificar o sistema nervoso central, ocasionando 
espasmos. 
 As toxinas são classificadas em dois grupos: 
exotoxinas e endotoxinas. As exotoxinas são 
produzidas dentro das células bacterianas, sendo 
liberadas após a quebra da célula. Algumas são 
proteínas gram-positivas como gram-negativas, essas 
toxinas atuam danificando as células dos 
hospedeiros ou bloqueando algumas funções 
metabólicas. Os sinais e sintomas das doenças 
causadas por bactérias que liberam exotoxinas são 
ocasionados pelas toxinas, e dessa forma, são 
sintomas muito específicos. O botulismo, por 
exemplo, geralmente é ocasionado pelo consumo de 
exotoxina, e não pela infecção bacteriana. 
 As endotoxinas, diferentemente das 
exotoxinas fazem parte da parede celular de 
bactérias gram-negativas. Está lembrado que as 
bactérias gram-negativas possuem uma membrana 
externa que envolve a camada de peptioglicana da 
parede celular e que a membrana externa é formada 
por lipoproteínas, fosfolipídios e lipopolissacarideos. 
As endotoxinas são lipopolissacarideos, que estão 
presentes na parede células das bactérias gram-
negativas são destruídas. São liberadas quando as 
bactérias gram-negativas são destruídas. Alguns 
antibióticos que são utilizados para o tratamento de 
doenças ocasionadas por bactérias gram-negativas 
possuem a capacidade de quebrar essas bactérias, e 
como consequência ocorre à liberação das 
endotoxinas, o que pode refletir gerando uma piora 
imediata dos sintomas. Mas, por outro lado, o 
paciente tende a apresentar uma melhora da doença à 
medida que as endotoxinas vão sendo destruídas no 
organismo. 
 Um detalhe importante sobre as endotoxinas é 
que todas elas provocam os mesmos sinais e 
sintomas, por mais que seja em grau maior ou menor 
independentemente da espécie bacteriana. A maioria 
dos sintomas provocados pela endotoxinas incluem 
calafrios, febre, fraqueza, dores musculares, e em 
casos extremos pode levar ao choque e até mesmo 
ao óbito. Em gestantes que são acometidas por 
infecções ocasionadas por bactérias gram-negativas, a 
liberação das endotoxinas pode induzir o aborto, 
por isso, é importante que toda medicação por esse 
grupo de mulheres seja orientada por um médico. 
 
Patogênese 
 Processo pelo qual o microrganismo causa 
doença. É necessário que ocorra uma série de etapas. 
1. Exposição: região é exposta a patógenos. 
Unidade 02 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
4 
 
2. Adesão: aderência dos microrganismos à pele 
ou mucosa. 
3. Invasão: por meio do epitélio 
4. Infecção: crescimento e produção de fatores 
de virulência e toxinas que favorece sua permanência 
no local. 
5. Doença: processo que causa dano ao 
hospedeiro. Tem origem de microrganismos 
(proliferação/produção de toxinas ou enzimas 
citotóxicas) e/ou resposta imunológica do hospedeiro 
(baixa imunidade). 
 
 
Infecção ≠ Doença 
 Infecção é qualquer situação em que um 
microrganismo (e não um membro da microbiota 
local) se estabelece e se desenvolve em um 
hospedeiro, independente se o hospedeiro encontra-se 
prejudicado. A infecção nem sempre causa danos ao 
hospedeiro. Logo, infecção e doença não são 
sinônimos. Na infecção para que os microrganismos 
cresçam após a sua ligação à superfície, é necessário 
que haja fatores de crescimento – fatores físicos e 
nutrientes. O ferro é um dos principais 
micronutrientes limitantes do crescimento 
microbiano. As proteínas do hospedeiro (transferrina 
e lactoferrina) possuem alta afinidade de ligação ao 
ferro, que atuam sequestrando esse micronutriente do 
hospedeiro, o que pode limitar infecções. 
Microrganismos podem produzir sideróforos 
(compostos quelantes de Ferro). 
 
Microbiota normal humana 
 A microbiota compreende a presença de 
microrganismos que fazem parte do nosso 
organismo, mas não causam doenças, infecções ou 
qualquer outro prejuízo ao hospedeiro. Os seres 
humanos não possuem microrganismos na vida 
intrauterina, mas ao nascimento, os microrganismos 
se estabelecem em várias regiões do corpo, tornando-
se parte da microbiota normal, ou seja, é introduzida 
a seu hospedeiro durante o nascimento. 
 O útero é um ambiente sem microbiota, além 
de órgãos internos como sangue, linfa e sistema 
nervoso, e se forem colonizados causam infecção. O 
primeiro sítio de colonização é a pele, seguida da 
cavidade oral, TGI e trato respiratório. 
 Esses microrganismos estão presentes em 
abundância no nosso organismo, porém algumas 
partes do corpo humano estão livres deles, as regiões 
que mais apresentam microrganismos são as que 
estão em contato com o meio externo como a pele e 
mucosas. A microbiota pode ser classificada de duas 
formas: transitória e permanente. A transitória 
ocorre quando os microrganismos permanecem por 
um período de tempo e depois desaparecem sem 
causar danos. A residente compreende a flora 
normal do organismo, isto é, os microrganismos 
tornam-se permanentes por períodos de tempo 
indeterminado, sem causar doenças em condições 
normais. Ou seja, transitória ou permanente NÃO 
compromete a fisiologia do hospedeiro. 
 Os microrganismos que fazem parte da 
microbiota normal estabelecem uma relação de 
simbiose com o hospedeiro, elas retiram nutrientes 
da região onde colonizam e, de certo modo, protegem 
aquele espaço contra invasão de microrganismos 
que sejam patogênicos, por um mecanismo 
conhecido como antagonismo microbiano, onde 
atuam promovendo a alteração do pH daquele 
local, liberam de substancias que são prejudiciais 
aos patógenos. O corpo humano é abundantementeabrigado por bactérias, estima-se que cada pessoa, 
possui cerca de dez vezes mais células bacterianas do 
que células normais humanas. Os locais do corpo 
humano que são habitados por microrganismos: pele, 
cavidade oral, vísceras, sistema excretor e sistema 
reprodutor. 
 
Microbiota normal da pele e da boca 
 A nossa pele tem cerca de 2 m², e é uma das 
regiões do nosso corpo onde é possível encontrar uma 
grande quantidade de microrganismos, por conta do 
contato direto com o meio externo. As axilas e 
períneos são as regiões de maior concentração 
microbiana, devido à umidade e temperatura que 
favorece a sua sobrevivência. Entre os 
microrganismos que podem ser encontrados fazendo 
parte da microbiota normal da pele é possível verificar 
a presença dos seguintes componentes: bactérias 
(Propionibacterium, Staphylococcus, 
Corynebacterium, Micrococcus, Acinetobacter, 
Brevibacterium) e fungos (Pityrosporum, Candida spp 
– possui baixa resistência ou microbiota 
Unidade 02 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
5 
 
comprometida, pois a mesma é encontrada em região 
de genitália feminina, Malassezia spp). 
 Staphylococcus aureus: cocos gram positivo. 
É chamada assim por estar no formato de cacho de 
uva, e quando colonizado em laboratório tem uma 
coloração que lembra ouro, por isso, o nome aerus. É 
a microbiota normal da pele, especialmente nariz e 
períneo. Pode causar uma variedade de processos 
infecciosos em seres humanos: bacteremia (na região 
local), sepse (quando chega ao sangue). Possui sítios 
de infecção: orofaringe, sangue, feridas cirúrgicas, 
pontas de cateter, dreno, abcessos, furúnculos, etc. 
 A boca apresenta uma vasta população 
microbiana, presente entre os dentes, gengiva e 
mucosa. É estimado que cerca de 700 espécies de 
bactérias façam parte da microbiota normal da 
boca. Os gêneros comumente encontrados na boca 
são: Cocos gram-positivos – Staphylococcus aureus, 
Staphylococcus epidermidis, Streptococcus spp, 
Enterococcus spp. Bacilos Gram-positivos - 
Corynebaacterium spp. Cocos Gram-negativos: 
Neisseria ssp, Haemophillus spp. Bastonetes Gram-
negativos: Pseudonomas aeruginosa, Escherichia 
coli, Proteus mirabilis. E outros como Bacteroides, 
Actinomyces, Prevotella, Porphyromonas, Treponema 
e Mycoplasma. 
 Há uma grande quantidade de bactérias na 
nossa boca, estima-se que a saliva possui em torno 
de 108 bactérias/ml e as placas dos dentes 
apresentam cerca de 1011 bactérias/cm. A saliva 
tem nutrientes presentes em baixas concentrações e 
substâncias antibacterianas (ex: lisozima). Altas 
concentrações de nutrientes: partículas de alimentos e 
fragmentos celulares podem favorecer o 
desenvolvimento desses microrganismos. 
 
Microbiota normal do trato respiratório 
superior e do trato intestinal 
 O nariz é frequentemente colonizado por 
Staphylococcus e Corynebacterium. Em pessoas que 
fizeram uso de alguns tipos de antibióticos, pode ser 
encontrado Klebsiella pneumoniae, E. coli e P. 
aeruginosa. Na faringe e traqueia, frequentemente, é 
encontrado Streptococcus pneumoniae, Neisseria, 
Staphylococcus, Haemophilus e Mycoplasma. Os 
broquilos e alvéolos são em condições normais, 
estéreis, ou seja, não apresentam microrganismos. 
 Em relação à microbiota intestinal, no íleo 
verificamos a presença de anaeróbicos facultativos, 
Enterobacterias e anaeróbios obrigatórios tais 
como: Bacteroides, Veilonella, Clostridium, 
Lactobacillus e Enterococcus. O cólon apresenta a 
maior densidade e diversidade de micro-
organismos do corpo humano, e os gêneros mais 
frequentemente encontrados são Bacteroides, 
Bifidobacterium, Escheria coli, Clostridium, 
Eubacterium, Bacillus, Peptostreptococcus, 
Fusobacterium e Ruminococcus. 
 
 Estômago: faz uma barreira química (pH= 
2,0), e nessa região são colonizados por bactérias 
gram-negativas. A helicobacter pylori pode provocar 
úlceras em hospedeiros suscetíveis (condições 
imunológicas em desequilíbrio). 
 Intestino delgado: colonizado por bactérias 
(anaeróbicas) e fungos. 
 Intestino grosso: possui um número bem 
maior em qualquer outra parte do corpo, tem-se uma 
liberação de grande parte dessas bactérias pelas fezes 
(10
11
 bactérias/g fezes), visto que o intestino grosso 
tem a formação final das fezes, é a região com maior 
composição de espécie de bactérias, com predomínio 
das anaeróbias. Ex: escherichia coli que é a causa 
mais comum de infecção intra-abdominal. A 
microbiota intestinal realiza a produção de produtos 
essências como as vitaminas B12 e K. E 
antibioticoterapia causa alteração da microbiota. 
 Escherichia coli: Bacilos gram negativos. É 
uma enterobacteria de importância clínica presente em 
processos inflamatórios intestinais, e naturalmente 
presente na microbiota do TGI humano, mas em 
desequilíbrio é considerado enteropatógeno podendo 
causar infecções gastrointestinais. As principais 
doenças causadas são sepse, ITU (infecção do trato 
urinário), infecções – meningite. 
 
Microbiota normal do trato genitourinário 
 O trato urogenital é formado por rins e 
bexiga que são estéreis, a uretra é comumente 
colonizada. A vagina é modificada de acordo com a 
idade, ciclo menstrual, pH, uso de anticoncepcional e 
Unidade 02 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
6 
 
relação sexual. O pH é menor que 5,0 (naturalmente 
ácido), com microbiota diversificada e influenciada 
por fatores hormonais. Do nascimento até os 
primeiros seis meses de vida é comum uma 
presença maior de Lactobacillus acidophilus 
responsável pela produção de ácido. Algumas 
pesquisas têm mostrado que no período reprodutivo, 
microbiota da vagina é formada por 85% de 
lactobacillus, Gardnerella e Atopodium. Na vulva é 
possível encontrar Staphylococcus coagulase 
negativo, S. saprophyticus e E. coli, cândida e vários 
estreptococos. 
 
Microbiota normal do olho 
 No olho é possível encontrar as seguintes 
bactérias: Staphylococus epidermidis, S. aureus, 
difteroides, Propionibacterium, Corynebacterium, 
estreptococos e Micrococcus. Normalmente, a 
conjuntiva, mucosa transparente externa do olho, 
apresenta os mesmos microrganismos que são 
encontrados na pele. Devido à conjuntiva estar 
exposta diretamente ao ambiente externo é comum a 
presença de muitos microrganismos nessa região. No 
entanto, as lágrimas e o ato de piscar auxiliam na 
eliminação de alguns micróbios ou impedem que 
outros colonizem. 
 
Mecanismo de ação de agentes 
antimicrobianos, resistência a agentes 
antimicrobianos e origem da resistência aos 
fármacos 
 Quando o nosso organismo não consegue 
impedir ou acabar com uma doença, se faz necessário 
o uso de drogas antimicrobianas que atuam muitas 
vezes inibindo o crescimento dos microrganismos ou 
matando-os. Os medicamentos antimicrobianos 
podem ser classificados de duas formas: 
bactericidas ou bacteriostático. Os bactericidas 
atuam matando os micróbios e os bacteriostáticos 
impedindo o seu crescimento. Estas drogas agem de 
cinco modos diferentes na célula bacteriana, inibindo 
a replicação do ácido nucleico, danificando a 
membrana plasmática ou inibindo a síntese de 
metabólicos essenciais. 
 Muitos antibióticos atuam impedindo a 
síntese da parede celular, neste grupo os mais 
utilizados são os β-lactâmicos, as penicilinas, 
cefalosporinas, bacitracina e vancomicina. Entre os 
que inibem a síntese proteica tem-se o 
cloranfenicol, eritromicina, tetraciclinas e 
estreptomicinas. Inúmeros antimicrobianos 
impedem o processo de replicação do DNA, porém 
mostram-se com uma atuação limitada, visto que 
também intervém no metabolismo dos ácidos 
nucleicos dos hospedeiros, alguns exemplos dessas 
drogas são as quinolonas e a rifampina. Os 
antibióticos que danificam a membrana plasmática 
provocam mudanças na permeabilidade da membrana 
o que ocasiona a perda de metabólitos essenciaisda 
célula microbiana, a polimixina B é um exemplo de 
antibiótico que atua na membrana plasmática 
bacteriana. A sulfanilamida e trimetoprim são 
drogas que inibem a síntese de metabolitos 
importantes. 
 A resistência dos micróbios aos antibióticos ou 
agentes antimicrobianos tem sido uma grande 
preocupação para medicina, uma vez que dificulta o 
tratamento das doenças e eleva a taxa de mortalidade. 
A origem da resistência microbiana deve-se as 
modificações genéticas ocasionadas na célula 
microbiana, o que permite que elas se tornem 
resistentes. 
 A resistência microbiana compreende a 
capacidade que determinados microrganismos 
possuem de resistir a ação de drogas que são 
utilizadas para destruí-los. A resistência aos 
antimicrobianos pode ser natural, quando se refere a 
uma determinada particularidade que uma espécie 
bacteriana apresenta, desse modo, todas as amostras 
desta espécie apresentarão a mesma característica, 
ou pode ser adquirida, quando apenas uma parte 
da amostra tornar-se resistente. 
 Alguns mecanismos são utilizados pelas 
bactérias que faz com que elas resistam ação dos 
antibióticos, são eles: bloqueio da entrada do 
antibiótico na célula, destruição ou inativação da 
droga por enzimas, alterações ocorridas no sítio 
alvo da droga e efluxo celular da droga. O bloqueio 
da entrada do antibiótico na célula microbiana é 
comum em bactérias gram-negativas, devido a 
estrutura de sua parede celular, nessas bactérias a 
existência das porinas bloqueia a absorção de 
moléculas, impedindo a entrada do antibiótico na 
célula. Em alguns casos, o antibiótico consegue 
penetrar na célula da bactéria, mas algumas enzimas 
bacterianas o inativa ou o destrói, principalmente os 
que são produzidos naturalmente, como as penicilinas 
e as cefalosporinas, alguns antibióticos sintéticos, as 
fluoroquilonas, por exemplo, apresentam chances 
reduzidas de serem destruídos dessa maneira. 
Algumas bactérias gram-negativas possuem a 
capacidade de expulsar o antibiótico absorvido, de 
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forma que impeça uma concentração elevada no seu 
interior, o que ocasionara a sua destruição. 
 
 O conhecimento dos mecanismos de 
resistência microbiana é de extrema importância para 
compreender que a terapia inadequada e o uso 
indiscriminado desses fármacos contribuem para o 
aumento e o desenvolvimento da resistência 
bacteriana. Em diversos países, principalmente os 
menos desenvolvidos, os antibióticos são utilizados de 
forma demasiada pela população, muitas vezes não 
são prescritos por médicos e não existe nenhuma 
limitação quanto ao seu acesso. 
 
Atividade antimicrobiana in vitro e in vivo 
 Devido à resistência bacteriana, o 
desenvolvimento de novos antibióticos que sejam 
eficazes no tratamento de diversas doenças é uma 
realidade nos dias atuais. Dessa forma, pesquisas são 
utilizadas para avaliar a atividade antimicrobiana in 
vitro e in vivo. As drogas que são produzidas em 
laboratório são chamadas de quimioterápicos e as 
que são produzidas através de seres vivos são 
denominadas de antibióticos. A atividade in vitro 
refere-se ao comportamento do agente 
antimicrobiano em um ambiente extracelular, ou 
seja, em um laboratório, e a atividade 
antimicrobiana in vivo compreende o desempenho 
da droga no organismo vivo. Para avaliação da 
atividade antimicrobiana in vitro são utilizados 
inúmeros testes laboratoriais. 
 
Relação fármaco-parasita e relações 
hospedeiro-parasita 
 A relação dos fármacos com os parasitas 
depende do tipo de fármaco e do tipo de parasitas. 
Para cada tipo de parasita existe um fármaco que vai 
atuar inibindo o seu crescimento ou o destruindo. A 
relação hospedeiro-parasita é conhecida como 
parasitismo, onde um organismo, nesse caso, o 
parasita, adquire benefícios gerando prejuízos ao 
hospedeiro. Nesse tipo de relação, os parasitas 
sobrevivem através de nutrientes e tecidos 
extraídos do hospedeiro. Os parasitas podem ser 
endoparasitas quando vivem no interior do 
hospedeiro ou ectoparasitas quando estão no 
exterior do hospedeiro. Alguns exemplos de 
parasitismo em humanos é a amebíase, giardíase, 
ascaridíase e a teníase, todos parasitas intestinais. 
 
Uso clínico dos antibióticos e associações dos 
agentes antimicrobianos 
 Os antibióticos são conceituados como 
substâncias que podem ser de origem natural ou 
sintética, utilizados para impedir o crescimento ou 
ocasionar a morte de bactérias. São indicados para 
o tratamento de diversas doenças e cada grupo 
possui um mecanismo de ação diferente. A indicação 
de um agente antimicrobiano deve estar associada ao 
diagnostico da doença e seu respectivo agente 
etiológico, também é importante que se tenha 
conhecimento se o microrganismo é sensível ou 
resistente ao antimicrobiano, para que seja adotada a 
antibioticoterapia correta. Antes de iniciar o 
antibiótico, é necessário que sejam feitos exames 
como coleta de sangue, urina, fezes e secreções para 
detectar os agentes responsáveis e verificar sua 
sensibilidade ou resistência aos antibióticos. 
 Em algumas situações especificas, é necessário 
que seja feito a administração de mais de um 
antibiótico ou associação de dois ou mais 
antimicrobianos ao mesmo tempo com o objetivo de 
se obter atuação sinérgica entre os mesmos, pois 
algumas vezes o efeito dessa combinação é mais 
intenso quando comparado a utilização de apenas um 
antimicrobiano. Os medicamentos que irão ser 
associados devem ter de preferencia algumas 
características como ação bactericida, mecanismo 
de ação diferente e espectro específico. 
 Um exemplo de associação entre 
antimicrobianos é a utilização simultânea de 
peniciplina e estreptomicina para o tratamento da 
endocardite, quando administradas juntas essas duas 
drogas potencializam o seu efeito, o estrago a parede 
celular da bactéria causado pela penicilina faz que 
seja mais fácil a entrada da estreptomicina na célula 
bacteriana, dessa forma, a possibilidade de destruir a 
célula bacteriana e acabar com a infecção aumenta. 
 Os principais modos de ação de antibióticos 
sobre bactérias: 
1. Inibição da duplicação cromossômica ou da 
transcrição. 
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2. Inibição da atuação de enzimas que produzem 
substâncias essenciais ao metabolismo. 
3. Danos à membrana plasmática 
4. Inibição da síntese de proteínas (etapa de 
tradução) 
5. Inibição da síntese da parede celular 
 
Coloração de gram 
 Em 1889, o bacteriologista Hans Cristian 
Gram, desenvolveu a coloração que ganhou o seu 
nome, coloração de gram, para diferenciar as 
bactérias em dois grupos, o grupo que apresentava a 
coloração violeta escuro ou purpura após a 
tentativa de descoloração com álcool foram 
colocadas no grupo de bactérias gram-positivas, e as 
que não mantinham essa coloração após o álcool 
foram classificadas em gram-negativas. Porém, este 
último grupo, assume a cor rosa quando utilizado o 
corante safranina. No procedimento, realizado por 
Gram, ele utilizou um esfregaço fixado pelo calor e o 
recobriu-o com corante cristal violeta, depois de certo 
tempo, ele lavou o corante purpura e recobriu o 
esfregaço com iodo, depois lavou novamente o 
esfregaço, retirando o iodo, nesse momento todas as 
bactérias assumiram a cor purpura ou violeta escura, 
depois, novamente a lâmina foi lava com álcool e 
nesse momento, foi observado que algumas bactérias 
permaneceram com a coloração purpura e outras não. 
 
 Além da coloração, outras diferenças são 
percebidas entre gram-positivas e gram-negativas, 
uma delas é em relação à parede celular, as bactérias 
gram-negativas apresentam uma parede celular 
mais complexa contendo algumas finas camadas de 
peptideoglicanas e uma estrutura que as gram-
positivas não apresentam, a membranaexterna, 
que contém uma camada de lipopolissacarideos. 
 O método descoberto por Gram é uma técnica 
de coloração fundamental e bastante utilizada na 
microbiologia médica, sendo muito eficaz quando 
utilizada em bactérias que estão em crescimento. 
No entanto, os resultados dessa coloração não são 
utilizados totalmente, devido determinadas células 
bacterianas não se corar fortemente ou não assumir 
nenhuma cor. 
 
Bacilos gram-positivos formadores de 
esporos 
 Os bacilos são microrganismos amplamente 
distribuídos pelo ambiente, entre os gram-positivos 
formadores de esporos, os gêneros Clostridium, 
Bacillus, são citados como os mais importantes para 
microbiologia médica. Os endósporos são estruturas 
formadas quando o ambiente no qual as bactérias se 
encontram são pobres em água e nutrientes. A 
formação do esporo ocorre através do processo de 
diferenciação celular. 
 
 
 
Espécies dos gêneros Bacillus e Clostridium 
 Os Clostridium são microrganismos 
anaeróbicos obrigatórios, ou seja, não utilizam 
oxigênio para sua respiração. Esse tipo de gênero 
possui cerca de 150 espécies, sendo algumas delas 
patogênicas para humanos, normalmente são 
encontrados no solo e no intestino, suas células 
possuem endósporos que comumente desfiguram a 
célula. O desenvolvimento dos esporos pelas 
bactérias é importante para a medicina por conta da 
resistência que os endósporos possuem ao calor e a 
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vários compostos químicos. Várias doenças estão 
associadas com as espécies desse gênero, Clostridium 
tetani, é um dos mais importantes, agente responsável 
pelo tétano, doença que provoca espasmos nos 
músculos, podendo ser localizado ou generalizado. A 
prevenção dessa doença consiste na aquisição da 
vacina antitetânica, tríplice viral, administrada em 
três doses, durante os três primeiros meses de vida, e 
depois com reforços. Na figura abaixo, representação 
do Clostridium tetani, responsável pelo tétano. 
 
 O botulismo é causado pelo Clostridium 
botulinum, bacilo que apresenta esporos ovais 
subterminais, encontrado na maioria das vezes no 
solo e em agroprodutos. Quatro grupos fazem 
parte dessa espécie. O primeiro grupo inclui os 
microrganismos proteolíticos que produzem as 
toxinas A, B ou F. O segundo grupo reúne os 
microrganismos que não são proteolíticos, os quais 
produzem as toxinas B, E e F. O terceiro grupo 
reúne microrganismos produtores de toxinas C e D, 
e o grupo quatro engloba o tipo G. 
 Clostridium perfringens ocasiona a 
gangrena gasosa, Clostridium perfringens pode 
causar diarreia, quando é consumido algum alimento 
contaminado, outra espécie, o Clostridium difficile 
também pode ocasionar a diarreia, quando alguma 
medida terapêutica com antibiótico modifica a 
microbiota normal do intestino, o que provoca o 
crescimento acentuado da bactéria produtora de 
toxina C. difficile. 
 As bactérias do gênero Bacillus são 
bastonetes que formam endósporos. É muito 
comum encontrar esse gênero no solo, apenas poucas 
espécies são patogênicas para os humanos, alguma 
são patogênicas para os humanos, algumas são 
utilizadas para produção de antibióticos. Estima-se 
que exista mais de 50 espécies do gênero, entre as 
espécies que causam doenças tem-se o Bacillus 
anthracis que causa o antraz, é uma bactéria 
anaeróbica facultativa, muitas vezes forma cadeias 
em cultura, o antraz é uma doença que afeta animais 
como ovelhas, cavalos e alguns outros mamíferos e 
que pode ser transmitida para humanos, devido a 
vacinação dos animais e adoção de medidas de 
higiene, foi observado uma redução significativa 
dessa doença nos últimos anos. Quando a transmissão 
acontece ocasiona sintomas cutâneos, respiratórios 
e gastrointestinais, sendo a forma cutânea a mais 
comum, formando lesões na pele. As formas 
respiratória e gastrointestinal provocam 
septicemia e choque, levando a morte com muita 
frequência. A penicilina, ciprofloxacino, doxicilina, 
levofloxacino e clindamicina são os antibióticos de 
escolha utilizados para o tratamento. 
 O Bacillus thuringiensis é um dos patógenos 
de insetos mais conhecidos, produz uma toxina letal 
para os insetos e, dessa forma, é bastante utilizado no 
controle de algumas pragas, normalmente são 
encontrados no solo e no intestino de animais. O 
Bacillus cereus é uma bactéria bastante comum no 
ambiente e em poucos casos é apontada como o 
agente causador de intoxicação alimentar, quando 
acontece pode provocar dois tipos de sintomas, 
náuseas e vômitos ou diarreia, que normalmente 
duram em torno de 9-24 horas, é encontrado no solo 
e em plantações de arroz. Na figura o Bacillus 
cereus emergindo no endósporo. 
 
Bastonetes gram-negativos entéricos 
 São aqueles que afetam o trato digestivo e 
intestinal dos seres humanos. Inúmeros 
microrganismos possuem essa capacidade e causam 
diversas doenças que podem ser graves, caso não 
sejam tratadas. O quadro clínico das doenças 
gastrointestinais depende do agente etiológico que a 
provocou, os bacilos gram negativos entéricos 
incluem: Escherichia coli, Salmonella, Shigella, etc. 
Na maioria das vezes, a infecção com esses agentes 
acontece por meio do consumo de alimentos ou água 
contaminada. Na figura está o ciclo de contaminação 
pelos microrganismos. 
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Enterobacteriaceae, Salmonella, Shigella e 
grupo Salmonela-Arizona 
 A família Enterobacteriaceae corresponde a 
patógenos responsáveis por inúmeras doenças, estão 
entre os principais agentes causadores de infecção 
intestinal e infecção hospitalar. Existe uma 
diversidade de espécies que fazem parte desse grupo, 
formando por bacilos gram-negativos, que 
apresentam em sua estrutura celular membrana 
citoplasmática, espaço periplásmico, membrana 
externa e peptideoglicanas. São anaeróbicos 
facultativos, fermentadores de glicose e 
transformam nitrito em nitrato e metabolizam 
uma série de substâncias. Com frequência, causam 
infecções intestinais e não intestinais, como infecções 
do trato urinário, pulmão, pele e sistema nervoso 
central. As infecções que ocorrem no intestino e 
fora dele pode permanecer local ou sistêmica. Entre 
os gêneros mais conhecidos da família 
enterobacteriaceae estão: Citrobacter, Edwardsiella, 
Enterobacter, Escherichia, Hafnia, Klebsiella, 
Morgariella, Proteus, Providencia, Salmonella, 
Shigella, Serratia e Yersinia. 
 Do gênero Citrobacter são conhecidas 11 
espécies, mas a maioria são enteropatógenos, a 
citrobacter freudii, tem sido associada a infecções do 
trato urinário e respiratório e a citrobacter diversus 
pode desenvolver casos de meningites em recém-
nascidos. O gênero Klebsiella possui duas espécies: 
K. oxytoca e K. pneumoniae, está última apresenta, 
ainda três subespécies: K. pneumoniae spp 
pneumoniae, K. pneuminiae spp rhinoscleromatis e K. 
pneumoniae spp ozaeane. Dessas, a K. pneumoniae 
mostra-se como uma importante causa de 
pneumonias, e infecções em outros órgãos. É uma 
bactéria com relevância crescente nas infecções 
hospitalares e, comumente provoca infecções em 
pacientes imunodeficientes, tais como recém-
nascidos, pacientes cirúrgicos, portadores de HIV, 
diabetes, pessoas com neoplasias, etc. 
 Em hospitais, os índices de colonização por 
Klebsiella pneumonia, está relacionado com o 
tempo de internação do paciente. Alguns estudos 
mostram que diversos procedimentos invasivos como 
cateterismo vesical e a ventilação mecânica estão 
relacionados com a colonização por K. 
pneumoniae. 
 O gênero Salmonella é formado por bacilos 
gram-negativos, anaeróbicos facultativos, móveis e 
não formam esporos. Em relação ao tamanho desses 
microrganismos, podem variar de cerca de 0,7 a 1,5 
μm de diâmtro e 2 a 5 μm de comprimento. Essas 
bactérias provocam infecçõesno homem e em 
animais, em humanos, as salmonelas são 
responsáveis por causar várias infecções, sendo mais 
frequentes a gastroenterite e a febre tifoide. O 
gênero possui duas espécies, por sua vez, é 
subdividida em 06 subespécies. 
 Dentro das subespécies, a Salmonella 
Thyphimurium, é capaz de provocar 
gastroenterites em humanos, quando invadem o 
organismo, através do consumo de alimentos 
contaminados, essas bactérias migram até a mucosa 
do intestino, aderindo-se as células desse órgão. 
Quando conseguem atravessar o epitélio, as bactérias 
são fagocitadas, por macrófagos, nesse momento, 
elas liberam uma enzima que provoca a morte dos 
macrófagos, o que faz com que a bactéria sobreviva. 
 A febre tifoide é uma doença sistêmica que 
afeta humanos, principalmente, crianças, causada 
pelos patógenos Salmonella Typhi e Salmonella 
Paratyphi. Entre os sinais e sintomas da doença 
verifica-se a presença de febre, dor de cabeça, dor 
abdominal, diarreia ou constipação, podendo 
evoluir e causar prejuízos respiratórios, hepáticos e 
neurológicos. Quando tratada, de forma adequada, a 
mortalidade não chega a 1% mas caso a doença não 
tenha tratamento adequado a taxa de mortalidade pode 
evoluir para até 20%. 
 Diferentemente dos demais gêneros estudados, 
todas as espécies do gênero Shigella são 
patogênicas, causam doenças no homem e 
dificilmente infectam animais. O gênero é formado 
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por quatro espécies Shiegella dysenteriae, Shiella 
flexneri, Shigella boydii e Shigella sonnei. Essas 
bactérias provocam uma doença conhecida como 
shigelose, infecção aguda intestinal, considerada 
endêmica, com uma alta prevalência em crianças e 
em países em desenvolvimento, com condições 
sanitárias deficientes. Quando alimentos 
contaminados pela shigella são consumidos, as 
bactérias logo invadem o epitélio do cólon 
intestinal, provocando uma intensa inflamação que 
caracteriza a doença. 
 Alguns estudos apontam que a Shigella é 
muito infecciosa sendo necessários apenas de dez a 
cem bactérias para causar a infecção. O período de 
incubação varia, em média, de 1-3 dias, com exceção 
para S. dysenteriae tipo 1 que varia de 5 a 7 dias. As 
formas mais simples da shigelose não necessitam de 
tratamento com antibióticos, normalmente a cura 
acontece de forma espontânea, sendo importante 
apenas ingesta de líquidos e eletrólitos para prevenir 
a sua perda. Em casos graves, é necessário o uso de 
antibióticos para prevenir complicações da doença, 
em crianças desnutridas, por exemplo, é essencial o 
tratamento com antibioticoterapia. 
 A salmonela Arizona é uma bactéria que faz 
parte da subespécie Salmonella entérica. 
Normalmente causa infecções em répteis, mas em 
casos incomuns pode infectar seres humanos, 
principalmente, crianças ou pessoas com sistema 
imunológico deficiente. Quando acomete humano, 
pode desencadear doenças como gastroenterites, 
peritonites, pleurite, etc. 
 
Bactérias gram-negativas 
 São aquelas que não conseguem assumir a cor 
violeta escuro ou púrpura após a coloração de Gram, 
mas conseguem assumir a cor rosa ou vermelha, 
quando coradas com a safranina, além da diferença na 
coloração as bactérias gram-negativas, possuem 
muitas diferenças das gram-positivas. As bactérias 
gram-negativas formam um grande grupo de 
microrganismos, muitos deles são patogênicos, a 
exemplo dos bacilos que foram descritos nos tópicos 
anteriores. A maioria são bactérias encapsuladas, 
dotadas de membrana externa e complexa parede 
celular, o que as tornam mais resistentes, veja a seguir 
no tópico abaixo, alguns exemplos de bactérias gram-
negativas. 
 
 
 
Pseudômonas e Acinotobacter 
 Pseudômonas é um gênero formado por um 
vasto grupo de bactérias gram-negativas, aeróbicas, 
não fermentadoras. Frequentemente está associada à 
colonização e infecção hospitalar. Umas das mais 
importantes espécies do gênero é a Pseudomonas 
aeroginosa, encontrada no solo, agua, animais, etc. 
Apresenta-se em forma de bacilo, medindo cerca de 
0,5 a 0,7 μm de espessura e 1,5 a 3,0 μm de 
comprimento, não são esporulados e possuem 
motilidade através de um único flagelo polar. É um 
patógeno oportunista, por isso, dificilmente ocasiona 
infecções em pessoas saudáveis, por outro lado, é 
apontado como um dos principais responsáveis por 
desencadear infecções em pacientes 
imunocomprometidos (vítimas de traumas, cirurgias, 
queimaduras, uso de cateter prolongado, prematuros, 
idosos, uso de corticoides, radiação, diabetes, 
neoplasias). Normalmente, possui resistência 
adquirida a muitos antibióticos, o que justifica a sua 
difícil erradicação da infecção e consecutivos 
fracassos terapêuticos. Está relacionado com o 
surgimento de infecções em diversas partes do 
corpo humano, por possuir fímbrias, pode aderir-se 
com facilidade a outras células. 
 Pseudomonas aeruginosa consegue 
desenvolver-se dentro de um ser humano sem lhes 
causar danos até que forme um biofilme que ataca o 
sistema imunológico do hospedeiro. As bactérias 
que são capazes de formar biofilme colonizam os 
pulmões de pacientes com fibrose cística, é uma das 
principais causas de morte nesses pacientes. 
 O gênero Acinetobacter é formado por 
cocobacilos gram-negativos, não esporulados, não 
fermentadores, aeróbicos e imóveis. A maioria das 
espécies desse gênero consegue crescer em condições 
extremas, contendo uma simples fonte de carbono e 
energia. Atualmente, são conhecidas 31 espécies do 
gênero, dessas, Acinetobacter baumannii é o 
principal para a clínica médica. Acinetobacter 
baumannii, é também um patógeno oportunista, 
associado a infecções hospitalares, normalmente, 
coloniza membranas e mucosas que apresentam 
feridas e dificilmente é encontrado na microbiota 
normal da pele. Pacientes internado em hospitais com 
imunidade comprometida tem sido alvo desse 
patógeno. Nestes pacientes, os principais locais 
colonizados são o sistema respitatório, sistema 
nervoso central, sistema urinário, ferida cirúrgica 
e os olhos. Um fato importante do Acinetobacter está 
na sua capacidade de desenvolver mecanismos de 
Unidade 02 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
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resistência contra os principais grupos de 
antibióticos disponíveis. Com muita facilidade a 
Acinetobacter baumannii apresentar resistência aos 
beta-lactâmicos de amplo espectro e aos 
aminoglicosídeos, o que dificulta o tratamento das 
infecções ocasionadas por essas bactérias. 
 
Estafilococos, estreptococos e enterococos 
 Os estafilococos são coco gram-positivos, 
anaeróbios, facultativos e imóveis. A espécie mais 
importante conhecida é a Staphylococcus aureus, 
uma característica particular dessa espécie consiste na 
sua capacidade de sobreviver e crescer em 
ambientes com alta pressão osmótica e baixa 
umidade. Essa bactéria produz muitas toxinas que 
favorecem a sua capacidade de invadir o corpo e 
provocar danos, elevando a sua patogenicidade. Ao 
longo do tempo, o Staphylococcus aureus conseguir 
desenvolver resistência a vários antibióticos 
comercializados, o que dificulta o tratamento em 
pacientes acometidos com essa bactéria. Antibióticos 
como a penicilina e vancomicina são alguns 
exemplos. 
 É encontrada com facilidade em humanos, 
estabelecendo uma relação de comensalismo, ou seja, 
gerando benefícios para a bactéria, mas sem causar 
prejuízos para o hospedeiro, porém, em situações 
específicas, onde acontece diminuição da 
imunidade, pode tornar-se um parasita, o que o faz 
um patógeno oportunista. A cavidade nasal é a região 
do corpo que é mais propícia para a colonização de 
Staphylococcus aureus, outros locais como as axilas, 
vagina, faringe e nas mãos. As infecções provocadas 
por esse tipo de bactéria podem levar a endocardite, 
meningite, osteomielite, pneumonia, infecções dostecidos cartilaginosos, etc. 
 Os estreptococos são cocos gram-positivos 
esféricos, anaeróbicos facultativos, que 
normalmente, aparecem em cadeias, o gênero 
Streptococcus é o que tem apresentado maior 
importância clínica. Muitos fazem parte da microbiota 
normal humana, são encontrados, principalmente nas 
vias aéreas superiores e trato intestinal. Algumas 
espécies são patogênicas, e outras são patógenos 
oportunistas. Os patogênicos produzem diversas 
substâncias que favorecem a sua patogenicidade, 
tais como enzimas que destroem as células 
fagocitárias, que os ingerem. As enzimas liberadas 
por algumas espécies de Streptococcus espalham 
infecções ao destruir o tecido conjuntivo do 
hospedeiro, levando a um prejuízo significativo para 
os tecidos. As espécies mais conhecidas desse 
gênero são: Streptococcus agalactiae; Streptococcus 
pneumoniae, e Streptococcus pyogenes. O 
Streptococcus pneumoniae, é um agente bastante 
conhecido responsável por ocasionar doenças como a 
pneumonia, meningite, bacteremia, otite e sinusite. 
 Os enterecocos são formados por cocos gram-
positivos que formam cadeias curtas e são 
anaeróbicos facultativos. O gênero Enterococcus, 
apresenta atualmente, cerca de 50 espécies, em seres 
humanos, as espécies Enterococcus faecalis e 
Enterococcus faecium são as mais encontradas 
ocasionando infecções em algumas regiões do 
organismo, tais como o trato gastrintestinal, a 
vagina e a cavidade oral. Muitas vezes, são 
encontrados também nas fezes humanas, em 
ambientes hospitalares, mãos, etc. São muito 
resistentes a uma grande quantidade de antibióticos. 
 
Biofilme 
 É o crescimento microbiano em superfícies. 
São organizações de células microbianas aderidas a 
uma superfície envolta por uma matriz adesiva 
(polissacarídeos, proteínas e ácidos nucleicos), 
excretada pelas células e por células mortas. 
Aprisionam os nutrientes necessários ao crescimento 
microbiano e ajudam a impedir o destacamento das 
células de superfícies dinâmicas. 
 
Crescimento microbiano 
 É o aumento do número e não do tamanho 
das células. Os microrganismos em crescimento estão, 
na verdade, aumentando o seu número e se 
acumulando em colônias. Colônias são grupos de 
células que é possível sua visualização sem utilização 
de microscópio. 
 As condições necessárias para o crescimento 
microbiano são químicas: água, macronutrientes, 
micronutrientes e fatores de crescimento. E físico-
químicos (ambientais): temperatura, pH, pressão 
osmótica e O2. Os microrganismos captam estes 
elementos do seu habitat que possui grande 
diversidade de nichos onde bactérias podem ser 
encontradas ou dos meios de cultura laboratoriais 
quando se quer estudá-los em ambiente controlado. 
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Classificação 
 Com base na temperatura de crescimento 
podem ser: Psicrófilas (0-18 °C); Mesófilas (25-40 
ºC); Termófilas (50-80°C) e termófilos extremos 
(>80ºC). 
 Com base na utilização de O2 podem ser: a) 
aeróbicos obrigatórios em que exigem a presença de 
oxigênio; b) anaeróbios obrigatórios que não 
toleram a presença de oxigênio; c) anaeróbios 
facultativos que crescem na presença ou ausência de 
oxigênio; d) microaerófilos que exigem a presença 
de oxigênio em pequena quantidade, não toleram as 
pressões normais de oxigênio atmosférico. 
 Com base na expressão de acidez ou 
alcalinidade podem ser: a) acidófilos (1 a 6,9), b) 
neutrófilos (7) e c) alcolófilos (7,1 a 14). A maioria 
das bacterias cresce melhor dentro das variações 
pequenas de pH, sempre perto da neutralidade, entre 
pH 6,5 e 7,5. 
 Fase lag (adaptação): em que se tem um 
ajuste fisiológico. Haverá uma síntese de enzimas, 
cofatores e metabólitos intermediários essenciais. 
 Fase log (exponencial): crescimento e divisão 
celular (máximo e constante). Influenciada pela 
temperatura, fontes de carbono, nutrientes, O2, pH, 
potencial redox, natureza do microrganismo.. Término 
desta fase é determinado por: limitação de nutrientes, 
acúmulo de metabólitos tóxicos e ausência de O2. 
 Fase estacionária: número de células viáveis 
atinge valor máximo. Células novas = células que 
morrem. Há carência de nutrientes, estacionando o 
número de células. 
 Fase declínio: ocorre a lise e morte celular.

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