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Unidade 04 - Microbiologia e Imunologia

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Unidade 4 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
1 
 
Propriedades gerais das respostas 
imunológicas 
 Se estes microrganismos nunca encontrassem 
resistência do hospedeiro, estaríamos sempre doentes 
e provavelmente morreríamos de inúmeras doenças. 
Na maioria das vezes, não adoecemos justamente por 
conta de resposta imunológica do nosso organismo. O 
sistema imunológico é semelhante a um grande 
exército que combate os microrganismos invasores, 
impedindo que eles se instalem no nosso corpo e 
provoquem algum dano. 
 A imunologia é a ciência que estuda as 
formas como o nosso corpo reage e funciona da 
invasão de microrganismos. Existem vários 
mecanismos de defesa utilizados pelo nosso corpo 
para combater os microrganismos, os quais são 
chamados de barreiras, a nossa pele, o ácido e a bile 
do trato gastrointestinal, são exemplos de barreiras 
protetoras que inativam e impedem a entrada de 
agentes estranhos. 
 
 No entanto, quando os microrganismos 
conseguem atravessar essas barreiras e invadir o 
nosso organismo, o sistema imune começa a 
combater os patógenos através de dois 
mecanismos, a imunidade inata e a imunidade 
adaptativa. A imunidade inata corresponde a 
primeira linha de defesa utilizada contra os 
agentes invasores. A resposta inata está presente 
desde o nascimento, é uma resposta inespecífica e 
não gera a memoria imunológica, ou seja, quando 
uma pessoa é exposta a um determinado micróbio o 
organismo não o reconhecerá caso entre em contato 
novamente com o mesmo. 
 Entre os componentes da imunidade inata 
estão a primeira linha de defesa (pele e membranas 
mucosas) e a segunda linha de defesa (células 
assassinas naturais e fagócitos, inflamação, febre e 
substâncias antimicrobianas). As respostas imunes 
inatas representam o sistema de alerta precoce da 
imunidade e são projetadas para impedir que os 
micróbios tenham acesso ao corpo e para ajudar a 
eliminar aquele que tiveram acesso. 
 A resposta imune adaptativa ou adquirida é 
a que confere imunidade contra determinados 
patógenos no caso de uma reinfecção pelo mesmo 
patógeno. Esse tipo de resposta imunológica envolve 
células específicas chamadas de linfócitos. A 
imunidade adaptativa é especifica e possui a 
capacidade de reconhecer e destruir um patógeno, 
através da atuação dos linfócitos que possuem 
receptores específicos para o reconhecimento do 
antígeno. 
 Antígeno é o termo para referir-se a toda e 
qualquer substância que é estranha ao organismo e 
que estimula a produção de anticorpos. Os 
anticorpos, por sua vez são glicoproteínas que 
conferem imunidade ao organismo. 
 
Células e tecidos do sistema imunológico 
 O sistema imunológico, ou sistema imune 
refere-se ao sistema que tem como função defender o 
organismo contra agentes invasores, é constituído 
por inúmeras células especializadas em combater e 
destruir os microrganismos, além de tecidos e órgãos 
específicos que atuam para esta mesma função. No 
sangue estão presentes os glóbulos vermelhos e os 
glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos contêm 
principalmente as hemácias ou eritrócitos, células 
que participam do transporte de oxigênio, e nos 
glóbulos brancos são encontradas os leucócitos. Os 
leucócitos são um grupo de células esféricas e 
nucleadas, são originadas a partir de células tronco 
da medula óssea vermelha, a função primordial dos 
leucócitos é proteger o organismo contra a atuação 
dos patógenos. 
 Em condições normais os leucócitos estão 
presentes nas quantidades de 5 a 10 mil em cada mm² 
de sangue, porém, durante uma infecção, 
principalmente infecções bacterianas, o número de 
leucócitos pode aumentar consideravelmente com o 
objetivo de combater e destruir os microrganismos 
causadores da infecção. 
 Os leucócitos podem ser classificados de 
acordo com vários aspectos, entre eles a morfologia, 
coloração histológica, funções imunológicas e 
marcadores intracelulares e de superfície celular. 
Com base na coloração histológica, os leucócitos são 
classificados em dois grupos: granulócitos e 
agranulócitos. Os granulócitos são assim chamados 
porque apresentam grânulos em seu citoplasma e 
Unidade 4 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
2 
 
estão diferenciados em três tipos de células: 
neutrófilos, basófilos e eosinófilos. 
 
 Os neutrófilos são células fagocitárias e 
bastante móveis, são utilizados durante as fases 
iniciais de uma infecção. São os primeiros a chegar 
ao local infectado e destruir os microrganismos que 
ali estão presentes causando um processo de 
inflamação, faz parte da imunidade nata. 
 Os basófilos estão envolvidos na liberação de 
algumas substâncias como a histamina, importante 
nas respostas inflamatórias e alérgicas. A 
histamina funciona como um sinal para alertar a 
pessoa que algo não está funcionando normalmente 
no organismo. Dessa forma, ela produz uma resposta 
inflamatória no local da infecção. Lembre-se que a 
inflamação é diferente de infecção. A histamina 
provoca o aumento da permeabilidade vascular, ou 
seja, liberação de líquidos para o espaço onde está 
ocorrendo a infecção, o que resulta em edema. Além 
disso, a histamina também promove a vasodilatação, 
aumentando o fluxo sanguíneo no local, o que explica 
a vermelhidão. 
 Os eosinófilos têm como função principal 
produzir proteínas que sejam tóxicas em 
determinados parasitas, eles conseguem aderir-se ao 
corpo dos parasitas e liberam substâncias que são 
capazes de destruí-los. Em certas verminoses pode 
ser percebido um aumento significativo no número 
de eosinófilos, e em reações de hipersensibilidade. 
 Os agranulócitos são formados pelos 
monócitos, células dendríticas e linfócitos. Os 
monócitos, ao entrarem nos tecidos infectados 
tornam-se macrófagos que são células altamente 
fagocitárias, são encontrados em regiões como o 
baço e linfonodos e atuam ingerindo e digerindo os 
patógenos, além disso, os macrófagos juntamente 
com os linfócitos iniciam o processo de respostas 
imunológicas adaptativas. 
 
 Alguns macrófagos deslocam-se 
continuamente pelo corpo enquanto permanecem 
fixos em certos tecidos e recebem denominações 
especiais; nos pulmões são chamados macrófagos 
alveolares, no fígado, células de Kupfter, nos rins, 
células mesangiais, no encéfalo, células micróglias, 
nos tecidos conjuntivos, histiócitos. 
 As células dendríticas, assim como a maioria 
das células do sistema imune são responsáveis pela 
fagocitose dos patógenos e também participam das 
respostas adaptativas iniciais, são encontradas, 
principalmente, na pele, nas mucosas, no timo e nos 
linfonodos, possuem alguns prolongamentos 
semelhantes aos dendritos das células nervosas. 
 Os linfócitos estão presentes no baço, 
linfonodos e médula óssea vermelha, são 
classificados em linfonodos B e T, essas célula são 
consideradas as principais responsáveis pela 
imunidade do nosso organismo. A produção dos 
linfócitos B e T ocorrem na médula óssea vermelha, 
os tipos B se diferenciam em plasmócitos e são 
específicos para produção dos anticorpos 
(imunoglobulinas) que tem a capacidade de 
identificar uma grande variedade de corpos 
estranhos e destruí-los. Os do tipo T são maturados 
no timo e são reclassificados em dois tipos: 
linfócitos auxiliadores (helper) e linfócitos 
citotóxicos. A função dos linfócitos auxiliadores é 
estimular a produção de anticorpos pelos linfócitos 
B, e a função dos citotóxicos é destruir as células 
anormais, entre elas células cancerígenas. 
 Obs.: nível microscópico essas classes de 
linfócitos não são diferenciadas morfologicamente, 
mas através da técnica de imunofenotipagem é 
possível fazer essa diferenciação. 
 O sistema linfático faz a produção e 
armazenamento temporário das células de defesa. 
É definido como um conjunto de vasos cuja principal 
função é coletar a linfa, um líquidopresente entre as 
células dos tecidos, e levá-la de volta à circulação 
sanguínea. Servindo como um sistema acessório ao 
sistema circulatório sanguíneo. Ao longo do percurso 
dos vasos linfáticos, encontram-se dilatações 
conhecidas como linfonodos (gânglios linfáticos), 
que apresentam em seu interior muitas células 
sanguíneas de defesa formando um tipo de 
“barreira de inspeção” ao longo da rede de vasos 
linfáticos. Os órgãos do sistema imunológico são 
classificados em órgãos linfoides primários e 
secundários. 
Unidade 4 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
3 
 
 
 Os órgãos e tecidos linfoides são encontrados 
em várias partes do corpo. Os órgãos linfoides 
primários são órgãos onde se originam ou se 
diferenciam linfócitos e incluem o timo e a médula 
óssea vermelha. O timo é o local específico onde 
ocorrem a maturação dos linfócitos T, mas também 
armazena macrófagos e células dendríticas. A 
médula óssea vermelha é responsável pela produção 
das células sanguíneas. 
 Entre os órgãos e tecidos linfoides 
secundários podemos observar a presença de várias 
estruturas importantes, entre elas os linfonodos e o 
baço, os linfonodos funcionam como um filtro que 
filtra a linfa, retendo os microrganismos, além 
disso, nos linfonodos: os linfócitos T e B são 
ativados. O baço também apresenta uma função 
semelhante à dos linfonodos, filtrando os antígenos e 
também células velhas do sangue. 
 Os tecidos e os órgãos linfoides estão 
espalhados por todas as partes das membranas 
mucosas que revestem os tratos: gastrointestinal, 
respiratório, urinário e reprodutivo. Eles protegem 
contra os micróbios que são ingeridos ou inalados. 
Vários agregados grandes de tecido linfoide estão 
localizados em partes específicas do corpo. Entre eles 
estão as tonsilas palatinas na garganta e as placas 
de Peyer no intestino delgado. 
 
 
 
Anticorpos e antígenos 
 Um antígeno é definido como uma substância 
que possui a capacidade de induzir uma resposta 
imune no organismo através da produção de 
anticorpos. Os anticorpos são glicoproteínas que 
conferem imunidade ao organismo, são também 
chamadas de imunoglobinas. 
 Tanto os antígenos como os anticorpos 
realizam papeis fundamentais na resposta 
imunológica. Os antígenos provocam uma resposta 
imune específica, isto é, os anticorpos que são 
produzidos através do estímulo do antígeno são 
capazes de reconhecê-los, esses tipos de antígeno 
são chamados de imunógenos. 
 Os anticorpos identificam e interagem com 
locais específicos nos antígenos, esses locais são 
conhecidos como epítopos. A natureza dessa 
interação depende do tamanho, da forma e da 
estrutura química do sítio de ligação na molécula de 
anticorpo. 
 
 
Complexo de histocompatibilidade 
 A função primordial do sistema 
imunológico é identificar e destruir as células 
estranhas, ou seja, que não fazem parte do 
organismo. A capacidade de reconhecimento das 
células que pertencem e não pertencem ao organismo 
deve-se ao complexo principal de 
histocompatibilidade. O complexo principal de 
histocompatibilidade (MHC) desempenha um papel 
fundamental do sistema imune e compreende o 
conjunto de genes que estão localizados no 
cromossomo 6. O MHC surgiu com o objetivo de 
averiguar o papel da resposta imunológica na 
rejeição dos transplantes de pele, e é responsável 
por apresentar antígenos associados a células para 
serem reconhecidos pelos linfócitos. 
 Durante um transplante de órgão de uma 
pessoa para outra, a compatibilidade e aceitação do 
órgão vai ser determinada pelo MHC, quando não 
há compatibilidade do MHC entre um doador e um 
receptor, o sistema imunológico entenderá que aquele 
órgão é um corpo estranho e inicia um processo de 
rejeição daquele órgão. 
 Os genes do MHC apresentam uma grande 
variação genética, além disso, são poligênicos e 
polimórficos, ou seja, existem vários tipos de genes 
para cada classe de moléculas e, além disso, há 
também um grande número de alelos na população 
Unidade 4 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
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para cada um dos genes. Cada indivíduo herda dos 
pais um conjunto restrito de alelos. 
 Processamento de antígenos e apresentação 
aos linfócitos T representa a forma pela qual os 
antígenos se associam às próprias moléculas do 
MHC, são processos que ocorrem de maneira 
intracelular. Nesse processo, as proteínas de 
antígenos de origem exógena são internalizadas 
através das vesículas endócita no interior das células 
apresentadoras de antígenos (APCs), tais como as 
células dendríticas e os macrófagos. Logo em seguida, 
os antígenos são apresentados as proteases que 
estão presentes nas vesículas intracelulares. 
 Apresentação antigênica é uma etapa crítica 
na resposta adaptativa. Proteínas a partir de 
antígenos exógenos são processadas por APCs e, 
então apresentadas via moléculas de MHC classe II. 
Esse complexo antígeno-MHC é reconhecido pelo 
TCR expresso pela célula T CD4. O CD4 atua 
como correceptor. Um segundo sinal é necessário 
para ativação das células T e, é derivado da interação 
entre a molécula CDSO, na superfície da APC com a 
molécula de CD2S na superfície da célula T. As 
células T, agora proliferam e se diferenciam em 
células T efetoras. Antígenos endógenos são 
processados pela APC e apresentados via molécula de 
MHC classe 1. O complexo peptídeo-MHC classe 1 [e 
reconhecido pelo TCR expresso na superfície das 
células T CDS. 
 
Receptores de antígenos e moléculas acessórias dos 
linfócitos T 
 As células T conseguem detectar a presença 
de patógenos intracelulares, pois as células que são 
infectadas pelos patógenos apresentam em suas 
superfícies fragmentos peptídicas que são 
provenientes de proteínas patogênicas. Esses 
peptídeos estranhos são expostos na superfície da 
célula através de glicoproteínas da célula 
hospedeira que possuem funções específicas, as 
moléculas do MHC. 
 Os receptores de antígenos das células T 
(RCP) têm a função de reconhecer as 
características do peptídeo antigênico e da 
molécula do MHC à qual ligou-se. Existem duas 
classes de moléculas do MHC, MHC classe I e MHC 
classe II, essas moléculas diferem em sua forma 
estrutural e no modo de expressão sobre os tecidos 
corporais. 
 
Maturação dos linfócitos e expressão dos 
genes do receptor de antígeno 
 Os linfócitos são células que fazem parte do 
sistema imunológico, participam ativamente da 
defesa do organismo contra agentes patogênicos e 
são comumente classificados em linfócitos do tipo T 
e B, cada um com funções específicas no sistema 
imune. 
 Os linfócitos são originados a partir da 
diferenciação da célula hematopoiética 
pluripotente ainda durante a vida intrauterina e 
perdura por toda a vida, esta célula origina todas as 
células do sangue. A célula-tronco pluripotente se 
diferencia em células-tronco que formam diversas 
linhagens de células sanguíneas, entre elas, os 
linfócitos. 
 A capacidade que o organismo possui de 
produzir as células T diminui com o passar do 
tempo e geralmente é finalizada na adolescência. 
Isso faz com que o timo, órgão responsável pela 
maturação dos linfócitos T torne-se menos ativo. 
 Os linfócitos B e T são originados através da 
medula óssea, no entanto, apenas os linfócitos B são 
maturados na médula, os linfócitos T movem-se 
para o timo, onde amadurecem. Quando atingem a 
maturação, os linfócitos B e T migram para a 
corrente sanguínea e em seguida, permanecem nos 
tecidos e órgãos linfoides secundários. As células T 
e B maduras são chamadas de linfócitos virgens, 
até que encontrem um antígeno correspondente a 
ele e inicie a resposta imune adaptativa. Caso os 
linfócitos virgens não encontrem nenhum antígeno 
que seja corresponde a ele, acaba morrendo, num 
período entre um e três meses. 
 A maturação é iniciada por sinais de 
receptoresde superfície celular e têm duas funções 
principais: eles promovem a proliferação de 
progenitores e iniciam o rearranjo dos genes dos 
receptores de antígenos específicos. O rearranjo 
dos genes dos receptores de antígeno é um evento-
chave no comprometimento de uma célula 
progenitora com a linhagem de linfócitos B ou T. 
 As células B e T quando estão em processo de 
desenvolvimento expressam receptores de antígenos 
completos e são selecionadas para a sobrevivência 
baseando no que esses receptores podem ou não 
identificar. 
 Cada linfócito em desenvolvimento produz 
apenas um receptor antigênico, por meio de 
rearranjos dos segmentos gênicos dos seus receptores. 
Os linfócitos expressam receptores de antígenos 
Unidade 4 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
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altamente variados, o que lhes permite identificar 
uma grande quantidade de substâncias estranhas. Esta 
diversidade é conferida aos linfócitos T e B durante o 
seu desenvolvimento, por meio de células precursoras 
que não expressam receptores antígenos e não podem 
reconhecer e responder aos antígenos. 
 A capacidade de cada indivíduo de gerar estes 
repertórios de linfócitos extremamente diversos 
evoluiu de tal forma que não exige um número 
igualmente grande de genes de receptores de 
antígenos diferentes, caso contrário, grande parte do 
genoma seria dedicada a codificar o grande número de 
moléculas de Ig e TCR. Os genes de receptores de 
antígenos funcionais são produzidos nas células B 
imaturas na médula óssea e nas células T imaturas no 
timo por um processo de rearranjo gênico. 
 Os genes que codificam os diversos receptores 
de antígenos de linfócitos B e T são gerados pelo 
rearranjo, em cada linfócito, de diferentes segmentos 
gênicos da região variável (V) com segmentos 
gênicos de diversidade (D) e junção. Os linfócitos T e 
B diferem dos demais tipos de leucócitos por 
apresentarem um receptor antigênico. Quando 
localizam um antígeno, os linfócitos B se 
diferenciam em células plasmáticas (plasmócitos) 
que secretam anticorpos, as células T, por sua vez, 
se diferenciam em células T efetoras/auxiliares e 
células citotóxicas. 
 
Ativação de linfócitos T 
 A resposta imune adaptativa acontece 
através do encontro de um linfócito B ou T e seu 
antígeno correspondente, de modo geral, esse 
encontro promove a ativação do linfócito que passa 
de um estado de latência para um estado de 
proliferação com diversas funções. O objetivo da 
ativação dos linfócitos para o sistema imune é gerar 
uma grande quantidade de células T efetoras que 
sejam capazes de destruir os antígenos, além de 
possuir inúmeras células de memória duradouras 
que ao identificar algum antígeno exógeno que foi 
reintroduzido no organismo sejam capazes de 
combatê-lo rapidamente. 
 Os linfócitos T virgens, ou seja, que não 
foram ativados permanece circulando pelo corpo em 
um estado de repouso, adquirindo habilidades 
especificas apenas quando são ativados. Sua 
ativação acontece nos órgãos linfoides secundários, 
através dos quais eles circulam. Quando um agente 
patogênico consegue adentrar no organismo, ele é 
capturado por uma célula dendríticas, que 
amadurecem e transportam esse microrganismo 
para os gânglios linfáticos. Quando os linfócitos T 
virgens reconhecem o seu antígeno específico 
através da superfície de uma célula dendrítica 
madura param de circular e iniciam um processo 
chamado de expansão clonal, onde se proliferam e 
se diferenciam durante alguns dias, originando 
clones de células T efetoras, e com a mesma 
especificidade pelo antígeno. 
 A linfocitose, ou seja, aumento da 
quantidade de linfócitos detectado no leucograma 
de uma pessoa com alguns tipos de infecção 
microbiana ocorre, em grande parte, por conta da 
expansão clonal que acontece quando o antígeno é 
detectado pelas células T. 
 O processo de ativação da célula T é 
associado a mudanças características nas moléculas 
de superfície, muitas das quais executam funções 
importantes em promover e limitar as respostas. A 
expansão clonal e a diferenciação prosseguem 
rapidamente devido a vários mecanismos positivos de 
autoampliação. Por exemplo, as citocinas feitas pelas 
células T ativadas estimulam a proliferação e a 
diferenciação das células T em células efetoras. 
Além disso, as células T ativadas mandam sinais de 
volta para as APC, amplificando mais ainda usa 
capacidade de ativar as células T. 
 Quando finalizam a expansão clonal, as 
células T efetoras começam a desenvolver suas 
funções específicas para eliminar o microrganismo, 
durante o seu processo de diferenciação esse tipo de 
células também adquirem a capacidade de migrar 
para o local da infecção. Dessa forma, os linfócitos 
T deixam os órgãos linfoides, vão para a corrente 
sanguínea e de lá seguem para o local onde está 
ocorrendo o processo infeccioso. 
 
 No tecido da infecção, os linfócitos efetores 
identificam o antígeno e provocam uma reação 
com objetivo de eliminá-los, as células T auxiliares 
desempenham uma importante função neste processo, 
algumas células T auxiliares expressam moléculas 
de membrana e liberam citocinas, que auxiliam os 
macrófagos a destruir os microrganismos, outras 
células T auxiliares contribuem secretando 
citocinas que convocam leucócitos e, assim, 
Unidade 4 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
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estimulam a inflamação no local da infecção, outras 
ainda atuam abrangendo as funções de barreira da 
mucosa, e outras continuam nos órgãos linfoides e 
colaboram para que as células B se diferenciem 
células que secretam anticorpos. 
 Depois que as células efetoras conseguem 
eliminar os antígenos há uma grande redução em sua 
quantidade, a maioria dos linfócitos T ativados, 
cerca de 90% acabam morrendo por apoptose, 
garantindo que o sistema imunológico retorne ao 
seu estado de normalidade. 
 
Ativação da célula B e produção de 
anticorpos 
 Assim como as células T, as células B virgens 
também permanecem em repouso e não possuem a 
capacidade de se dividir, no entanto, quando ativada 
é conduzida para o ciclo celular. A ativação das 
células B ocorre por meio do receptor de células B 
(BCR), esse processo inicia com a interação do 
antígeno com a imunoglobinas de superfície. 
 As células B também são ativadas por 
influência das células T auxiliares. Quando um 
antígeno é reconhecido pelas células T vários 
processos ocorrem no sistema imunológico, um 
desses processos corresponde a ativação das células 
B. 
 As células T auxiliares estimular a célula B 
por meio da ligação do ligante CD40 presente na 
célula T com o CD40 presente na célula B, pela 
interação com outros pares de ligantes da família TNF 
– receptor-TNF – e pela liberação direta de citocinas. 
As células B ativadas também fornecem sinais para as 
células T, por exemplo, via moléculas da família B7, 
que promovem a sua ativação contínua. A interação 
inicial ocorre na borda das áreas de células T e células 
B do tecido linfoide secundário, onde ambas as 
células T auxiliares antígeno-específicas e as células 
B antígeno-especificas são aprisionadas como 
consequência da ligação ao antígeno. 
 Quando os linfócitos B virgens encontram 
os antígenos, eles são ativados por meio das células 
T auxiliares e de outros estímulos, sendo ativadas as 
células B começam o seu processo de expansão 
clonal, ou seja, elas se multiplicam, e também se 
diferenciam em células efetoras capazes de liberar 
anticorpos. No processo de diferenciação, algumas 
células B que foram ativadas passam por um 
processo chamado de troca de isotípica e 
maturação da afinidade, tornando-se células com 
memória de longa duração. 
 
 Assim como ocorre na ativação dos linfócitos, 
durante a ativação das células B elas também se 
proliferam e se diferenciam em células plasmáticas 
capazes de secretar diversasclasses de anticorpos 
que apresentam diferentes funções. Vários antígenos 
que são polissacarídeos e lipídicos possuem inúmeros 
epítopos, isto é, determinantes antigênicos idênticos 
que são capazes de ocupar múltiplas moléculas 
receptoras para os antígenos em cada célula B e 
começar o processo de ativação da célula B. 
 Algumas células B que estão passando pela 
proliferação se diferenciam em plasmoblastos, que 
inicialmente produzem anticorpos. Os plasmoblastos 
são células que começaram a secretar anticorpos, 
no entanto, permanecem dividindo-se. Depois de 
alguns dias, os plasmoblastos interrompem a sua 
divisão e, podem morrer ou se diferenciar em 
células plasmáticas. O processo de diferenciação de 
uma célula B em uma célula do plasma é seguida 
por inúmeras alterações morfológicas que afirmam a 
sua responsabilidade na produção de uma grande 
número de anticorpos. Determinadas células 
plasmáticas continuam nos órgãos linfoides, e de lá, 
grande parte delas migram para a médula óssea, onde 
permanecem produzindo anticorpos. 
Tolerância imunológica 
 Uma das características principais do 
sistema imune consiste em sua capacidade de 
combater uma grande variedade de 
microrganismos, porém sem atacar antígenos 
próprios do indivíduo, isso ocorre por conta da 
habilidade que o sistema imune possui de 
diferenciar os antígenos próprios dos não próprios, 
ou seja, daqueles que correspondem a células 
microbianas. Esse processo é conhecido como 
tolerância imunológica. Quando esse mecanismo 
falha, o sistema imune pode começar a atacar as 
células do próprio individuo, provocando distúrbios 
conhecidos como autoimunes. 
Unidade 4 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
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 Os distúrbios autoimunes são doenças 
provocadas quando o sistema imunológico não 
consegue diferenciar as células e tecidos próprios 
de agentes externos e começam a atacar o próprio 
corpo, alguns exemplos dessas doenças incluem a 
esclerose múltipla, lúpus e o diabetes tipo 1. 
 A tolerância imunológica pode ser definida 
como a não responsividade a um determinado 
antígeno. Esse mecanismo ocorre através da 
exposição prévia do organismo a esse mesmo 
antígeno. Os linfócitos específicos ao identificarem 
os antígenos, podem ser ativados e induzir 
respostas imunológicas, nesses casos, os antígenos 
são denominados de imunógenos, porém, em alguns 
casos, esses linfócitos também podem ser 
inativados, levando à tolerância imunológica, os 
antígenos que possuem essa capacidade são 
chamados de tolerogênicos e também existem alguns 
casos onde o sistema imune pode simplesmente 
ignorar a presença do antígeno e não reagir, esse 
fenômeno tem sido chamado de ignorância 
imunológica. 
 A preferência entre a ativação dos linfócitos 
e a tolerância imunológica é determinada pela 
avaliação da natureza do antígeno e dos sinais 
apresentados quando esse antígeno é identificado 
pelo sistema imune. A tolerância imunológica é um 
importante fenômeno, formas de induzir tolerância 
estão sendo constantemente estudadas como uma 
forma de tratamento de doenças alérgicas e 
autoimunes e também para prevenir a rejeição em 
transplantes de órgãos. 
 A tolerância imunológica pode ser 
classificada em central e periférica, a tolerância 
central ocorre quando os linfócitos em 
desenvolvimento identificam os antígenos nos 
órgãos linfoides geradores, ou seja, a tolerância 
central refere-se a apenas a tolerância aos antígenos 
próprios que estão localizados nos órgãos linfoides 
geradores, ou seja, a médula óssea e o timo. Esse tipo 
de tolerância ocorre durante o processo de 
maturação dos linfócitos, onde o encontro com um 
antígeno pode ocasionar à morte celular ou à 
substituição de um receptor de antígeno autorreativo 
por outro que não apresente esta condição. 
 A tolerância imunológica periférica acontece 
quando os linfócitos maduros encontram antígenos 
próprios nos órgãos linfoides secundários ou nos 
tecidos periféricos. A tolerância periférica 
desencadeia-se quando os linfócitos maduros 
reconhecem autoantígenos e morrem por apoptose 
ou quando se tornam incapazes de serem ativados 
pela reexposição àquele antígeno. 
 
Citocinas e imunidade inata 
 Quando expostos aos microrganismos, o nosso 
organismo utiliza inúmeros mecanismos de imunidade 
para combater os agentes patogênicos. De modo geral, 
a imunidade pode ser inata e adaptativa. A 
imunidade inata, compreende às defesas que estão 
presentes desde o nascimento. Esse tipo de 
imunidade proporciona respostas rápidas que nos 
protegem contra as doenças. Entre os componentes 
da imunidade inata estão barreira epitelial (pele) e 
membranas mucosas, as células assassinas naturais 
(células NK), fagócitos e sistema complemento. 
 As respostas imunes inatas representam o 
sistema de alerta que primeiro é utilizado na 
imunidade e está sempre presente e pronto para 
reconhecer e eliminar os microrganismos e servem 
para bloquear o acesso dos microrganismos ao 
corpo e para ajudar a eliminar aqueles que tiveram 
acesso. Pode ser desencadeada por células do 
hospedeiro que estejam danificadas e conferem uma 
resposta rápida e poderosa contra o 
microrganismo. 
 Dessa forma, a imunidade inata realiza três 
funções primordiais que nos protegem contra 
microrganismos e lesões teciduais. Inicialmente, a 
imunidade inata previne, controla ou elimina os 
microrganismos. Os mecanismos imunes inatos 
também eliminam células danificadas e começam o 
processo de reparo tecidual. Outro mecanismo da 
imunidade inata é estimular as respostas imunes 
adaptativas. 
 Os dois principais tipos de respostas do 
sistema imune inato que protegem contra 
microrganismos são a defesa inflamatória e a 
antiviral. 
 A inflamação é o processo pelo qual 
leucócitos circulantes e proteínas plasmáticas são 
trazidos para os locais de infecção nos tecidos e são 
ativados para destruir e eliminar os agentes 
agressores. A duração e intensidade das respostas 
imunes são mediadas por proteínas específicas, 
denominadas de citocinas, as citocinas possuem como 
função principal agrupar macrófagos e células 
dendríticas com objetivo de destruir os 
microrganismos, outra função das citocinas é ativar 
as células T e B que participam da imunidade 
adaptativa. 
Unidade 4 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
8 
 
 As citocinas podem ser definidas como fortes 
proteínas de baixo peso molecular, que são 
produzidas por diferentes tipos de células. São 
proteínas que apresentam diversas funções, sendo de 
extrema importância na hematopoese, imunidade, 
doenças infecciosas, na oncogênese, homeostasia, 
reparo celular e no crescimento e desenvolvimento 
celular. 
 As citocinas, geralmente atuam como 
moléculas sinalizadoras, se ligando aos seus 
receptores glicoproteicos específicos na membrana 
celular. Essa interação inicial é seguida por uma 
retransmissão de sinais para o núcleo celular. A 
transdução do sinal é realizada de forma similar a 
muitos sistemas hormônio-receptor, via fosforilação 
mediada por proteína quinase de proteínas 
citoplasmáticas. De fato, a atividade tirosina quinase 
é intrínseca a vários receptores de citocinas. 
 As citocinas estão envolvidas em vários 
processos no nosso organismo. A sua função 
primordial é atuar como biomarcador de doenças, 
ou seja, sinalizam através de várias reações que algo 
não está funcionando bem no organismo. Elas podem 
ser classificadas em vários grupos que se baseiam em 
características comuns. Algumas funções das 
citocinas são: imunorregulatória, pró-inflamatória 
e anti-inflamatória. 
 Na resposta imunológica inata os 
macrófagos liberam citocinas, como a ILI e TNFα. 
Outros mediadores liberados pelos macrófagos 
ativados são as prostaglandinas e os leucotrienos. 
Esses mediadores de inflamação começam a 
induzir alterações nos vasossanguíneos locais. Essa 
ação começa com a dilatação das arteríolas e dos 
capilares locais, a partir dos quais ocorre o 
extravasamento do plasma. Há acúmulo de líquido 
de edema na área da lesão e a fibrina forma uma 
rede, causando a oclusão dos vasos linfáticos e 
limitando assim a disseminação dos microrganismos. 
 
Mecanismos efetores da imunidade mediada 
por células 
 A imunidade mediada por células 
corresponde à defesa do hospedeiro mediada através 
de linfócitos T e serve como um mecanismo de 
defesa contra microrganismos intracelulares e 
fagocitados. Nos mecanismos efetores da imunidade 
mediada por células, os linfócitos T são ativados e 
são capazes de migrar para locais periféricos de 
infecção e inflamação, mas não são transportados 
para as secreções mucosas ou através da placenta. 
 Na imunidade mediada por células, os 
linfócitos T identificam os antígenos de 
microrganismos que são expostos nas superfícies 
das células infectadas dos hospedeiros. Dessa 
forma, a imunidade celular é eficaz contra 
microrganismos que se associam às células. Os 
defeitos na imunidade celular ocasionam aumento 
da susceptibilidade a infecções por vírus, que são 
parasitas intracelulares obrigatórios também por 
bactérias intracelulares e algumas extracelulares. 
 Nas respostas imunológicas por células 
contra microrganismos fagocitados, as células T 
reconhecem especificamente os antígenos 
microbianos, mas os fagócitos são as células que de 
fato destroem os agentes patogênicos. 
 
Mecanismos efetores da imunidade humoral 
 A imunidade humoral representa a 
imunidade que é produzida por anticorpos 
dissolvidos nos fluidos corporais. Esse tipo de 
imunidade é intercedido através de anticorpos 
secretados, sua função é defender o organismo 
contra a ação dos microrganismos e consiste na 
forma de imunidade que pode ser transferida de 
indivíduos para não imunizados por meio do soro. 
 Vários tipos de microrganismos são 
combatidos pela imunidade humoral, entre eles, 
bactérias, fungos e vírus. O combate dos antígenos 
através dos anticorpos abrange vários mecanismos 
efetores e necessita da participação de vários 
elementos celulares e humorais do sistema 
imunológico, que inclui células fagocitárias e 
proteínas do sistema complemento. 
 Os anticorpos possuem a capacidade de 
neutralizar os agentes microbianos opsonização 
para fagocitose, ou seja, fixam substâncias como 
imunoglobulinas nos epítetos do antígeno, geral 
sensibilização para o processo de citotoxicidade 
celular dependente de anticorpo e ativam o sistema 
complemento. Observe a demonstração dessas 
diversas funções da figura abaixo. 
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9 
 
 
 A produção dos anticorpos ocorre através 
dos plasmócitos nos órgãos linfoides secundários e 
na médula óssea, porém conseguem realizar suas 
funções efetoras em locais distantes e diferentes dos 
que foram produzidos. Os anticorpos produzidos 
nos linfonodos, no baço e na médula óssea 
conseguem adentrar na circulação sanguínea, dessa 
forma percorrem o corpo todo. 
 Os anticorpos produzidos nos tecidos 
linfoides associados às mucosas são transportados 
através das barreiras epiteliais para o lúmen de 
órgãos mucosos, como o intestino e as vias 
respiratórias, onde esses anticorpos secretados 
bloqueiam a entrada de microrganismos ingeridos 
ou inalados. Os anticorpos também são ativamente 
transportados através da placenta para a 
circulação do feto em desenvolvimento. 
Ocasionalmente, os anticorpos podem ser produzidos 
em tecidos periféricos não linfoides, em locais de 
infecção ou de inflamação crônica. 
 Os anticorpos que fornecem a imunidade 
protetora podem ser produzidos através de 
plasmócitos produtores de anticorpos de vida longa ou 
curta. Durante a primeira exposição do organismo 
ao antígeno, os linfócitos B virgens são ativados e 
iniciam o seu processo de diferenciação em 
plasmócitos que secretam anticorpos e células de 
memória. Quando esse mesmo organismo é 
exposto ao mesmo antígeno, as células B de 
memória são ativadas e a resposta imunológica 
acontece de forma mais rápida. 
 Os anticorpos que atuam contra os 
microrganismos e suas toxinas como função de 
bloquear a ligação desses agentes e suas toxinas aos 
receptores celulares, impedindo que eles consigam 
adentrar na célula. Dessa forma, os anticorpos podem 
atuar inibindo ou neutralizando os agentes 
infecciosos, e os potenciais efeitos nocivos de suas 
toxinas. Vários microrganismos adentram as células 
hospedeiras através da ligação de determinadas 
moléculas da superfície microbiana a proteínas ou 
lipídeos de membrana que estão presentes na 
superfície das células hospedeiras. Na figura abaixo 
um exemplo de mecanismos de bloqueio dos 
anticorpos. 
 
 As vacinas são um método muito eficaz para 
induzir a proteção imune, através do estímulo da 
produção de anticorpos. Atualmente, existem 
algumas vacinas que protegem contra várias doenças 
graves. No quadro 1 alguns exemplos de vacina e os 
seus respectivos mecanismos de imunidade protetora. 
 
 
Imunidade aos microrganismos 
 Para que ocorra o desenvolvimento de uma 
doença infecciosa em uma pessoa, é necessário que 
ocorra várias interações complexas entre o 
microrganismo e o hospedeiro. O desenvolvimento 
de uma infecção requer que os microrganismos 
consiga entrar no hospedeiro, invadir as células, se 
multiplicar, colonizar os tecidos e provocar danos 
celulares nesse hospedeiro. Quando os 
microrganismos provocam a morte das células do 
hospedeiro eles conseguem produzir uma doença 
no hospedeiro. 
 Microrganismos frequentemente causam 
doenças por estimulação da resposta imunológica que 
prejudica tanto os tecidos infectados quanto os tecidos 
normais. Muitas características dos microrganismos 
determinam sua virulência e muitos e diversos 
mecanismos contribuem para a patogênese das 
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doenças infecciosas. O combate do sistema imune 
microrganismos acontece através imunidade inata 
e adaptativa. A imunidade inata promove a defesa 
inicial e a imunidade adaptativa fornece uma 
resposta mais forte e rápida. Inúmeros 
microrganismos com capacidade de provocar doenças, 
ao longo do tempo, conseguiram formas de resistir à 
imunidade inata e a cobertura contra essas infecções 
tem sido em grande parte, dependente das respostas 
imunes adaptativas. 
 Nas respostas imunes adaptativas, uma 
grande quantidade de células especializadas e 
moléculas de anticorpos são produzidas com a 
finalidade de matar os agentes microbianos. Uma 
característica importante do sistema imunológico é 
responder de forma diferente e especializada a 
diversos tipos de microrganismos, com objetivo de 
combater esses agentes patogênicos de modo mais 
eficaz. Diferentes microrganismos requerem 
diferentes mecanismos de eliminação, e o sistema 
imune evoluiu para responder contra microrganismos 
da melhor forma. A geração dos subgrupos de 
células T CD4 + efetoras TH1, TH2 e TH17 e a 
produção de diferentes isótopos de anticorpos são 
excelentes exemplos da especialização da 
imunidade adaptativa. 
 A vacinação é uma estratégia poderosa para 
a prevenção de infecções. As vacinas mais eficazes 
são aquelas que estimulam a produção de 
anticorpos de elevada afinidade e de células de 
memória. Muitas abordagens para a vacinação estão 
em uso clínico e estão sendo testadas para várias 
infecções. A patogenicidade e a sobrevivência dos 
agentes infecciosos em um hospedeiro são induzidos 
através da capacidade que os microrganismos têm de 
evadir os tecidos e conseguir resistir aos mecanismos 
efetores da imunidade. Tanto os agentes patogênicos 
como o sistema imunológico evoluíram e estão 
constantemente em uma luta para sobreviver. A 
estabilização entre a respostaimune do hospedeiro 
e os mecanismos utilizados pelos microrganismos 
para resistir à imunidade é determinado pelo 
resultado das infecções. 
 A forma como o sistema imunológico interage 
com os agentes infecciosos é dinâmica. Cada espécie 
e tipos de agentes infecciosos induzem diferentes 
respostas imunológicas. A imunidade inata contra 
bactérias extracelulares, por exemplo, é realizada 
através dos fagócitos e do sistema complemento. Já 
em bactérias intracelulares, a imunidade inata e 
adaptativa é mediada principalmente por macrófagos. 
 As respostas imunes para fungos 
compreendem a imunidade inata, concedida pelos 
neutrófilos e macrófagos e na imunidade 
adaptativa humoral é mediada por células. Os 
vírus estimulam a imunidade inata que é mediada 
por interferons do tipo I e pelas células NK, mas 
frequentemente pode escapar das respostas 
imunológicas por meio da variação antigênica, 
inibição de apresentação de antígeno e produção de 
moléculas imunossupressoras. 
 Alguns parasitas, tais como protozoários e 
helmintos provocam infecções crônicas persistentes, o 
que acontece porque a imunidade inata 
desenvolveram vários mecanismos para evadir e 
resistir à imunidade específica. A diversidade 
estrutural e antigênica dos parasitas patogênicos se 
reflete na heterogeneidade da resposta imune 
adaptativa que eles provocam. 
 
Imunologia do transplante 
 Uma das funções primordiais do sistema 
imune é diferenciar o que pertence ao organismo e 
o que pertence a ele, isso acontece através de 
inúmeros complexos mecanismos, envolvendo várias 
células. O transplante de órgãos e tecidos entre 
humanos é, atualmente, uma forma de tratamento 
largamente empregada e representa uma grande 
conquista da medicina. O objetivo do transplante é 
substituir algum órgão ou tecidos que deixaram de 
cumprir suas funções por órgãos ou tecidos que sejam 
saudáveis. De forma técnica, o transplante é o 
processo onde ocorre a retirada das células, tecidos ou 
órgãos de um indivíduo colocando-os em outro 
indivíduo. 
 Graças a essa medida terapêutica, inúmeras 
vidas são salvas. O transplante tem aumentado de 
maneira significante durante as últimas décadas. O 
transplante de células tronco, rins, fígados e coração, 
córnea, por exemplo, são realizados com frequência 
atualmente. Os transplantes podem ocorrer de várias 
formas, podem ocorrer através do tecido do próprio 
paciente que é retirado um local e colocado em outro, 
como acontece nos autos enxertos, os enxertos de 
pele, por exemplo, são comuns em pessoas vítimas de 
queimaduras. 
 Os transplantes podem ser realizados entre 
pessoas que são geneticamente semelhantes, e 
também entre as pessoas que não são 
geneticamente semelhantes. Na maioria das vezes, 
esses transplantes são bem-sucedidos, mas em alguns 
Unidade 4 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
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casos, o organismo pode rejeitar o tecido ou órgão 
transplantado. Os motivos para que ocorra falha no 
transplante estão relacionados com as respostas 
imunes adaptativas aos tecidos transplantados. A 
rejeição é causada por respostas imunes a 
aloantígenos do enxerto, que são proteínas que 
variam de individuo para individuo dentro da 
espécie e são, portanto, percebidas como estranhas 
pelo receptor. Quando tecidos contendo células 
nucleadas são transplantados, as respostas das células 
T às moléculas do MHC altamente polimórficas quase 
sempre disparam uma resposta contra o órgão 
enxertado. 
 De acordo com várias observações, quando o 
transplante ocorre entre indivíduos que não são 
idênticos geneticamente, ocorre de forma 
invariável, à rejeição do órgão ou tecido que foi 
transplantado, por conta da resposta imunológica 
adaptativa. Este problema foi sendo constatado a 
partir dos transplantes de pele em pessoas que tinham 
alguma região desse órgão danificada e quando 
substituída com a pele de doadores que não eram 
familiares mostraram-se uniformemente fracassadas, 
de forma que após um período de 7-14 dias do 
transplante a pele transplantada ficava necrosada e se 
desprendia. 
 A afirmação que a rejeição do órgão 
transplantado é decorrente de uma resposta 
imunológica adaptativa veio de experiências que 
mostraram que o processo apresentava características 
de memória e especificidade que era intercedido por 
linfócitos. Por exemplo, em pessoas geneticamente 
diferentes, no primeiro enxerto a rejeição demora 
entre 10-14 dias para acontecer e no segundo 
enxerto obtido do mesmo doador essa rejeição 
acontece de forma mais rápida, apontando que o 
sistema imunológico gerou uma memória 
especifica do tecido enxertado. Quando esse mesmo 
receptor recebe por uma terceira vez um enxerto de 
um doador diferente observa-se que a rejeição não 
acontece de forma acelerada, confirmando que o 
mecanismo de rejeição é altamente específico. 
 Quando um enxerto é transplantado de um 
indivíduo para o mesmo individuo é chamado de 
enxerto autólogo. Quando o enxerto ocorre de uma 
pessoa geneticamente idêntica para outra chama-se 
enxerto singênico. Quando os indivíduos são 
geneticamente diferentes, porém da mesma espécie é 
chamado de aloenxerto. Quando o transplante é 
entre indivíduos de espécies diferentes é chamado 
de xenoenxerto. As moléculas que são reconhecidas 
como estranhas em enxertos são chamadas de 
aloantígenos. Os antígenos que estimulam a 
resposta imunológica adaptativa contra 
aloenxertos são proteínas de histocompatibilidade, 
codificadas por genes polimórficos que diferem entre 
os indivíduos. 
 Os componentes do sistema imune podem 
começar um ataque contra o órgão ou tecido que foi 
reconhecido como um corpo estranho e, dessa forma, 
contribuir para a rejeição de forma hiperaguda, aguda 
ou crônica. No quadro abaixo é exposto os 
mecanismos de rejeição dos enxertos. 
 
 
Imunidade contra tumores 
 O câncer é considerado um sério problema de 
saúde mundial, sendo uma das principais causas de 
morbimortalidade em crianças e adultos. É 
caracterizado pelo crescimento rápido e 
descontrolado de células. Estima-se que existam 
mais de 100 diferentes tipos de câncer que afetam 
seres humanos. O fenótipo maligno dos cânceres 
envolve falhas na regulação da multiplicação 
celular, resistência das células tumorais à morte 
apoptótica, habilidade das células tumorais de 
alastrar-se nos tecidos do individuo e desenvolver 
metástases para locais distantes de onde o tumor 
surgiu. Atualmente, inúmeras pesquisas científicas 
estudam a possibilidade de que os cânceres possam 
ser erradicados através das respostas imunológicas 
específicas. 
 Tumores estimulam respostas imunes 
adaptativas especificas. Observações clínicas e 
experimentos com animais demonstraram que, 
embora as células tumorais sejam derivadas das 
células do hospedeiro, os tumores provocam respostas 
imunes. Estudos histopatológicos mostram que muitos 
tumores são circundados por infiltrados de células 
mononucleares compostos por linfócitos T, células 
natural killer (NK) e macrófagos ativados, e que os 
linfócitos e macrófagos ativados estão presentes nos 
Unidade 4 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
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linfonodos que drenam os locais de crescimento 
tumoral. 
 Através de estudos, observou-se que o sistema 
imune inato e adaptativo combatem diversos tipos de 
tumores. Observações clínicas e experienciais 
realizadas com alguns animais evidenciaram que, por 
mais que as células tumorais sejam provenientes das 
células do hospedeiro, os tumores são capazes de 
provocar respostas imunes. Em estudos 
histopatológicos foi verificados que muitos tumores 
são envolvidos por infiltrados de células 
mononucleares compostos por linfócitos T, células 
natural killer (NK) e macrófagos ativados, e que os 
linfócitos e macrófagos ativados estão presentes nos 
linfonodos que drenam os locais de crescimentotumoral. Na figura abaixo é possível ver a presença e 
distribuição dessas células. 
 
 Apesar de todo o emprenho do sistema 
imunológico em combater os tumores, as respostas 
imunes muitas vezes falham, e o surgimento do 
câncer é inevitável. Por inúmeras razoes a imunidade 
antitumoral se torna incapaz de erradicar as células 
cancerígenas. Grande parte dos tumores possuem 
mecanismos específicos para evadir da resposta imune 
da pessoa, além disso, as células tumorais são 
originadas das células do hospedeiro e são 
semelhantes a células normais em muitos aspectos. 
Dessa forma, inúmeros tumores possuem uma 
tendência a ser pouco imunogênico. 
 Os tumores que provocam respostas imunes 
fortes, na maioria das vezes, são aqueles ocasionados 
por vírus oncogênicos, onde as proteínas virais são 
reconhecidas pelo sistema imunológico como 
antígenos estranhos. Enquanto, os tumores que 
surgem de forma espontânea induzem a uma resposta 
imune muito fraca ou mesmo indetectável. A 
explicação para isso acontecer é que os tumores que 
crescem passam por mutações que diminuem a sua 
capacidade de promover fortes respostas imunes. Um 
outro aspecto, refere-se ao seu crescimento acelerado 
e a propagação de um tumor pode exceder a 
capacidade do sistema imune de conter de forma 
eficaz esse tumor, o que é possível, apenas, quando 
todas as células malignas são eliminadas. 
 
Doenças causadas por resposta imune 
 A imunidade adaptativa possui como função 
mais importante promover a defesa do organismo do 
hospedeiro contra microrganismos que possam 
desenvolver infecções, porém, as respostas 
imunológicas que são lançadas para combater a 
infecção também são capazes de provocar lesão 
tecidual e algumas doenças, dessa forma, os 
distúrbios ocasionados por respostas imunes são 
chamados de hipersensibilidade. Em outros casos, 
as doenças causadas por resposta imune, podem ser 
decorrentes da falha dos mecanismos normais de 
autotolerância, resultando em reações contra as 
próprias células do individuo, um processo chamado 
de autoimunidade. As doenças autoimunes afetem, 
em torno de 1% a 5% da população nos países 
desenvolvidos, de modo que essa incidência é 
crescente. No quadro abaixo é indicado as principais 
doenças autoimunes e sua respectiva prevalência. 
 
 
Hipersensibilidade imediata e 
imunodeficiência congênitas adquiridas 
 A hipersensibilidade imediata é uma reação 
que é rapidamente desencadeada, refere-se as 
respostas imunológicas a antígenos ambientais que 
não são provenientes de microrganismos e 
envolvem as células T auxiliares de IL-4, IL-5 e IL-
13, a imunoglobinas E (IgE), mastócitos e 
eosinófilos. Na fase efetora destas respostas, os 
mastócitos e eosinófilos são ativados para liberar 
rapidamente mediadores que levam ao aumento da 
permeabilidade vascular, a vasodilatação, e 
contração do musculo liso bronquial e visceral. 
Esta reação é chamada de hipersensibilidade imediata, 
porque ela começa rapidamente, poucos minutos após 
o desafio antigênico (imediata), e tem importantes 
consequências patológicas (hipersensibilidade). 
 Na clinica, essas reações são comumente 
chamadas de alergias, e as doenças que elas 
provocam são chamadas de doenças alérgicas ou 
doenças de hipersensibilidade imediata. Os 
antígenos que são responsáveis por desencadear as 
reações de hipersensibilidade imediata são chamados 
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de alérgenos. A maioria deles são proteínas comuns 
do ambiente, produtos de origem animal e produtos 
químicos que podem modificar proteínas próprias. As 
doenças alérgicas tem sido o distúrbio mais comum 
da imunidade e sua prevalência tem aumentado 
mundialmente. 
 O seguimento típico de eventos que ocorrem 
na hipersensibilidade imediata consiste na 
exposição do individuo a um antígeno, essa 
exposição ocasiona a ativação dos linfócitos 
específicos para o antígeno, em seguida será 
produzido o anticorpo IgE, que se ligará aos 
receptores Fc de mastócitos, a ativação dos 
mastócitos quando o individuo é novamente exposto 
ao antígeno, resulta na liberação de mediadores a 
partir dos mastócitos e a consequente reação 
patológica. 
 As imunodeficiências são distúrbios que 
acontecem quando um ou mais elementos do 
sistema imunológico são defeituosos. As 
imunodeficiências podem ser classificadas em dois 
tipos: congênitas ou adquiridas. As 
imunodeficiências congênitas são ocasionadas 
devido a defeitos ou ausência de alguns genes, ou 
seja, nesses casos, as pessoas já nascem com um 
sistema imune deficiente. A imunodeficiência 
adquirida são consequência de outras doenças ou 
condições. Tanto a imunodeficiência congênita como 
a adquirida tem como resultado o aumento da 
susceptibilidade do individuo as infecções. 
 As imunodeficiências adquiridas, ou 
secundárias como também são chamadas, ocorrem 
como consequência de várias condições que podem 
ser uma doença ou não, a desnutrição e o uso de 
alguns medicamentos, por exemplo, leva muitas 
vezes a imunodeficiência. As pessoas são 
imunodeficientes, principalmente, as que possuem 
defeitos na imunidade celular, frequentemente são 
acometidas por infecções microbianas que 
geralmente não acometeria pessoas saudáveis. Esses 
microrganismos são oportunistas, pois aguardam uma 
oportunidade para desencadear o processo infeccioso 
no hospedeiro. Defeitos na imunidade inata podem 
resultar em diferentes categorias de infecções 
microbianas, dependendo da via ou do tipo de 
células afetadas. 
 
Imunidade natural ou inata 
 A ordem de eventos na infecção: 
1. Entrada do patógeno – o microrganismo vai 
encarar a primeira linha de defesa que é a barreira 
física à infecção e a barreira química que é 
associada à morte dos microrganismos por anticorpos 
produzidos localmente (produção de peptídeos 
antimicrobianos) liberados pela barreia física (pele). 
Mas nem sempre isso será eficaz, então a própria 
morte dos microrganismos e células infectadas por 
linfócitos intra-epiteliais. A segunda linha de defesa 
são as células sanguíneas que são recrutadas para 
combater o agente patogênico. As células sanguíneas 
de defesa recrutadas são os macrófagos, neutrófilos e 
eosinófilos, basófilos, e isso variam de situação a 
situação, depende de vários mecanismos além de 
proteínas do sistema complemento e células 
natural killer (células NK). 
2. Reconhecimento do patógeno – através de 
padrões moleculares e receptores. Existem 
mecanismos que estão atrelados a esse 
reconhecimento do patógeno que estão associados à 
especificidade do microrganismo (“padrões 
moleculares”) que são reconhecidos por nossas 
células de defesa. Outro mecanismo são os receptores 
que estão presentes nas células de defesa que irão se 
ligar aos componentes específicos do microrganismo 
– chamados de receptores de reconhecimento de 
padrões (PRR) que podem ser encontrados em 
macrófagos, neutrófilos, células dendríticas, células 
endoteliais e alguns linfócitos, que reconhecem 
padrões estruturais que se repetem nos patógenos 
(PAMPS), que podem ser glicoproteínas, glicose, 
manose. A partir deste reconhecimento tem-se um 
recrutamento de proteínas adaptativas e ativação 
de enzimas e fatores de transcrição para que ajude 
na produção de moléculas que ajudem as células de 
defesa a matar s patógenos, como por ex: citocinas e 
quimiocinas. 
3. Fagocitose e morte de um agente patogênico 
– dentre a produção de substância tem-se espe´cies 
reativas de oxigênio (ROS), o óxido nítrico (NO) e 
enzimas lisossomais. Esse processo se inicia com a 
ligação dos micróbios aos receptores dos fagócitos, 
em seguida, a membrana do fagócito se fecha em 
torno do micróbio (invaginação da membrana), chega 
um momento que o micróbio é ingerido no 
fagossomo, que irá se unir ao lisossomo, formando 
uma estrutura chamada de fagolisossomo queem 
contato com enzimas lisossomais irão destruir o 
micróbio que está dentro do fagolisossomo, além da 
ação do ROS e NO. 
 Sistema complemento – formado por 
proteínas séricas (estão no plasma), em que a maioria 
é produzida pelo fígado. Possui como função ligar-se 
a moléculas específicas na superfície de 
Unidade 4 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
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microrganismo invasor ou em complexos Ag-Ac. 
Com objetivo de favorecer um desequilíbrio e/ou 
em microrganismos invasores ou células tumorais. 
 Ativação do sistema complemento 
 
A) Opsonização de patógenos – a proteína C3b 
se liga ao macrófago e sinaliza para os fagócitos que 
ela seja reconhecida, e fagocite o macrófago. 
 
B) Citólise mediada pelo sistema complemento 
– a proteína C3b se liga ao micróbio, e ativa outras 
proteínas desse sistema complemento que ajudam 
na formação de um canal na superfície do micróbio 
chamado de complexo de ataque da membrana 
(MAC) em que provoca a lise do micróbio, em que 
vai entrar fluido e ele morre por lise osmótica. 
 
C) Estimulação das reações inflamatórias – 
ligação da C3b, C4b e C5a em que vão sinalizar para 
que outros leucócitos sejam recrutados para aquele 
local que reforça na destruição dos microrganismos. 
 
 Ação da célula NK na imunidade inata – 
reconhecem tanto células tumorais (células 
estressadas) como células infectadas por vírus, em 
que a NK ajuda tanto na produção de moléculas como 
citocinas, quimocinas, que reforçam na destruição 
dessas células infectadas por vírus ou estressadas. 
Além desse reforço direto, a célula NK ajuda o 
macrófago com micróbios fagocitados e induz na 
liberação de uma substância chamada de IL-12, em 
que está induz a célula NK a produzir outra molécula 
IFN-λ que dá um reforço ao macrófago para destruir 
os micróbios que foram fagocitados. 
 
4. Indução da inflamação – produção de 
citocinas pró-inflamatórias (TNF, IL-1, 
quimiocinas..). 
 
 Inflamação: macrófagos e células NK 
respondem aos patógenos produzindo citocinas que 
irão induzir o recrutamento de outras células de defesa 
para região do vaso sanguíneo – processo da indução 
da inflamação (recrutamento de leucócitos). (1) As 
citocinas serão produzidas por macrófagos irão causar 
dilatação dos pequenos vasos sanguíneos locais. (2) 
Os leucócitos se movem para a periferia dos vasos 
sanguíneos, como resultado de um aumento da 
expressão de moléculas de adesão, diante deste 
processo, os leucócitos que ali chegam 
gradativamente são (3) extravasados no local da 
infecção, após esse processo tem a (4) coagulação do 
sangue que ocorre nos microvasos. 
 
5. Atração de células para o local da infecção 
6. Eliminação de agentes patogênicos/ Reparação 
e remodelação do tecido 
7. Ativação da Imunidade adaptativo-
adquirida – Se a imunidade inata não conseguir 
matar o microrganismo ela irá ativar a resposta da 
imunidade adaptativa, para isso, os linfócitos T e B 
precisam de dois sinais de ativação: (1) 
Reconhecimento de antígenos; (2) Reconhecimento 
dos componentes do microrganismo ou de 
substâncias produzidas durante as respostas imunes 
aos microrganismos. Esses sinais irão ativar os 
linfócitos t e B, que irão proliferar e começar a se 
diferenciar. Os linfócitos B irão produzir anticorpos, 
enquanto os linfócitos T são efetores celulares, em 
Unidade 4 – Microbiologia e Imunologia 3º período - Farmácia 
 
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que podem participar como células auxiliares ou 
citotóxicas. 
 
Estrutura do anticorpo ou imunoglobinas 
 Os linfócitos B irão s diferenciar em células 
chamadas de plasmócitos. Existem 05 classes de 
imunoglobinas: IgG, IgA, IgM, IgE, IgD. São 
formados por cadeia leve e cadeia pesada de 
aminoácidos, e tem uma região do anticorpo que tem 
o local de ligação do antígeno e esta região é variável. 
 
 Imunoglobulina G (IgG): principal anticorpo 
encontrado no sangue, é sintetizado em grandes 
quantidades em repostas secundárias à uma 
infecção (que dura muito tempo ou quando ocorre um 
segundo contato com esse microrganismo). Com 
função de opsonização – mediadores da destruição 
dos microrganismos invasores. Esse anticorpo passa 
de mãe – filho através da placenta. 
 Imunoglobulina A (IgA): menor proporção 
no sangue e em maiores quantidades das secreções 
corpóreas: saliva, muco, lágrimas. Com função de (1) 
ligação aos receptores dos microrganismos antes que 
invada o tecido, e (2) ativação do sistema 
complemento. Esse anticorpo passa de mãe para filho 
através da amamentação. 
 Imunoglobulina M (IgM): bastante secretada 
no sangue, durante à resposta primária de defesa. 
Com função de: (1) encontra-se aderida às membranas 
plasmáticas das células B; (2) Ativação do sistema 
complemento. 
 Imunoglobulina D (IgD): encontrada 
principalmente nas membranas dos linfócitos B e 
raramente será secretada. Sua função é 
desconhecida, mesmo que se ligue aos receptores em 
antígenos. 
 Imunoglobulina E (IgE): rara no sangue, é 
principalmente encontrada nos fluídos corpóreos e na 
pele, e possui afinidade especial por receptores de 
membrana dos basófilos (liberação histamina – reação 
alérgica) no sangue ou de mastócitos nos tecidos. 
Com função de defesa contra parasitas helmínticos 
e reações alérgicas, possuindo uma alta secreção de 
IgE. 
Imunidade adaptativa ou adquirida 
1. Reconhecimento do antígeno; 
2. Sinalização dos linfócitos T e B; 
3. Ativação dos linfócitos e tem-se uma produção 
chamada de expansão clonal (proliferação); 
4. Diferenciação para se tenham respostas mais 
específicas para dar continuidade nessa delibação do 
microrganismo; 
5. Eliminação do agente patogênico por meio de 
dois mecanismos: imunidade humoral e imunidade 
mediada por células. 
 Imunidade humoral tem participação 
imunológica dos linfócitos B que se diferenciam em 
plasmócitos e produzem anticorpos que mata 
microrganismos extracelulares. 
 Imunidade mediada por células tem 
participação dos linfócitos T, neste processo tem 
diferenciação de dois linfócitos: linfócito T auxiliar 
(helper) ou linfócito T citotóxico. 
 Linfócito T auxiliar (helper) liga-se ao 
macrófago infectado, ativa esse macrófago induzindo-
o a produzir citocinas e ajudar neste reforço para 
matar o microrganismo. 
 Linfócito T citotóxico liga-se ao macrófago 
infectado, e mata todo o reservatório, pois ele é tóxico 
tanto para o agente patógeno como para célula. 
6. Eliminação do agente patogênico ocorre em 
seguida a homeostase, as células vão sofrer o processo 
de morte (apoptose). 
7. Etapa de memória, as células de defesa que 
ali permaneceram, vão guardar as informações 
reservadas para numa próxima invasão, o corpo saber 
responder de uma forma mais rápida. 
 
 Imunização ativa: o organismo é estimulado a 
produzir anticorpos (contato direto com o antígeno). 
Natural: doenças e artificial: vacinas. 
 Imunização passiva: o organismo recebe 
anticorpos prontos (produzidos por outro organismo). 
Natural: amamentação e artificial: soro terapêutico.

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