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Introducao ao Estudo da Historia

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE 
 
Centro de Ensino a Distância-CED 
 
Manual de Curso de Licenciatura em Ensino de História 
HO210 – INTRODUÇÃO 
AOS ESTUDOS 
HISTÓRICOS 
 
 
 
Universidade Católica de Moçambique 
Centro de Ensino à Distância 
CED 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância 
(CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no 
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de 
Moçambique-Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passivel a 
processos judiciais. 
 
 
 
 
Elaborado Por: dr. Luís Meno, 
Licenciado em História pela UEM- Maputo, 
Colaborador do Curso de Licenciatura em ensino de História no Centro de Ensino à 
Distância (CED) da Universidade Católica de Moçambique – UCM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Católica de Moçambique 
Centro de Ensino à Distância-CED 
Rua Correira de Brito No 613-Ponta-Gêa· 
Moçambique-Beira 
Telefone: 23 32 64 05 
Cel: 82 50 18 44 0 
Fax: 23 32 64 06 
E-mail: ced @ ucm.ac.mz 
Website: www. ucm.ac.mz 
 
 
Agradecimentos 
A Universidade Católica de Moçambique-Centro de Ensino à Distância, gostaria de agradecer a 
colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: 
 
 
 
Pela Coordenação e 2ª edição dra. Georgina Nicolau 
 
 
 
 
 
 
 
 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. i 
 
Índice 
Visão geral 5 
Bem-vindo a Introdução aos Estudos da História ........................................................... 5 
Objectivos da cadeira .................................................................................................... 6 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................ 6 
Como está estruturado este módulo................................................................................ 6 
Ícones de actividade ...................................................................................................... 7 
Acerca dos ícones 7 
Habilidades de estudo .................................................................................................... 7 
Precisa de apoio? ........................................................................................................... 8 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 8 
Avaliação ...................................................................................................................... 8 
Unidade I 10 
História como forma de Conhecimento ........................................................................ 10 
Introdução 10 
Exercícios.................................................................................................................... 13 
Unidade II 14 
Sumário ....................................................................................................................... 17 
Exercícios.................................................................................................................... 17 
Unidade III 19 
AFIRMAÇÃO DA HISTÓRIA COMO CIÊNCIA ...................................................... 19 
Introdução 19 
Sumário ....................................................................................................................... 23 
Exercício ..................................................................................................................... 24 
Unidade IV 27 
A DIVISÃO DA HISTÓRIA ....................................................................................... 27 
Introdução 27 
4.1.2. Divisão da História em função do espaço .......................................................... 28 
4.1.3. Divisão da História quanto ao tema .................................................................... 29 
Sumário ....................................................................................................................... 30 
Exercícios.................................................................................................................... 30 
Unidade V 31 
Introdução 31 
5.1. A HISTÓRIA E A CONCEPÇÃO DO TEMPO 31 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. ii 
 
Sumário ....................................................................................................................... 35 
Exercícios.................................................................................................................... 35 
Unidade VI 36 
O METODO DA HISTÓRIA: heurística ..................................................................... 36 
Introdução 36 
Sumário ....................................................................................................................... 39 
Exercícios.................................................................................................................... 39 
Unidade VII 40 
A CRITICA EXTERNA NA HISTÓRIA .................................................................... 40 
Introdução 40 
7.1. As Particularidades da Crítica Externa 40 
Sumário ....................................................................................................................... 42 
Exercícios.................................................................................................................... 42 
Unidade VIII 44 
A CRITICA INTERNA NA HISTÓRIA ..................................................................... 44 
Introdução 44 
8.1. As Particularidades da Crítica interna 44 
Sumário ....................................................................................................................... 47 
Exercícios.................................................................................................................... 47 
Unidade IX 48 
CIÊNCIAS AUXILIARES DA HISTÓRIA ................................................................. 48 
Introdução 48 
9.1. História e as ciencias auxiliares 48 
Sumário ....................................................................................................................... 53 
Exercícios.................................................................................................................... 54 
Unidade X 55 
A HISTÓRIA E AS CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS ........................................... 55 
Introdução 55 
Sumário ....................................................................................................................... 59 
Exercício ..................................................................................................................... 59 
Unidade XI 61 
A INTERDISCIPLINARIDADE E A TRANSDISCIPLINARIDADE 61 
Introdução 61 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. iii 
 
Sumário ....................................................................................................................... 64 
Exercícios.................................................................................................................... 64 
Unidade XII 65 
AS FONTES DA HISTÓRIA E A CLASSIFICAÇÃO CLÁSSICA ............................ 65 
Introdução 65 
As fontes e os diversos ambientes de conservação e Preservação 67 
Sumário ....................................................................................................................... 70 
Exercícios.................................................................................................................... 70 
Sumário .......................................................................................................................71 
Exercícios.................................................................................................................... 71 
Unidade XIII 73 
CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES QUANTO A INTENCIONALIDADE.................. 73 
Introdução 73 
Sumário ....................................................................................................................... 75 
Exercícios.................................................................................................................... 75 
Unidade XIV 76 
CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES QUANTO AO MATERIAL ................................. 76 
Introdução 76 
Sumário ....................................................................................................................... 78 
Exercícios.................................................................................................................... 78 
Unidade XV 79 
A SÍNTESE EM HISTÓRIA ....................................................................................... 79 
Introdução 79 
Sumário ....................................................................................................................... 81 
Exercícios.................................................................................................................... 81 
Unidade XVI 82 
EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA ............................................................................ 82 
Introdução 82 
Exercícios Ex Exercicios ..................................................................................... 84 
Unidade XVII 85 
EPISTEMOLOGIA DA HISTÓRIA: Natureza do conhecimento histórico .................. 85 
Introdução 85 
16.1. A ciencia Histórica e a sua Natureza 85 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. iv 
 
Sumário ....................................................................................................................... 87 
Exercícios.................................................................................................................... 88 
Unidade XVIII 89 
A OBJECTIVIDADE EM HISTÓRIA ........................................................................ 89 
Introdução 89 
17.1. A Natureza da Objectividade em História 89 
Sumário ....................................................................................................................... 92 
Exercícios.................................................................................................................... 92 
Unidade XIX 93 
A HISTÓRIA NA ACTUALIDADE: AS NOVAS POSSIBLIDADES TEMÁTICAS 
DA PESQUISA HISTÓRICA ..................................................................................... 93 
Introdução 93 
19.1. A ciencia Histórica na actualidade 93 
Sumário ....................................................................................................................... 95 
Exercícios.................................................................................................................... 95 
Unidade XX 96 
A HISTÓRIA E A POLÍTICA: O LUGAR DA HISTÓRIA FACE AO PODER 
POLÍTICO E A IDEOLOGIA ..................................................................................... 96 
Introdução 96 
20.1. A RELAÇÃO ENTRE A HISTÓRIA EA COMPONENTE POLÍTICO-
IDEOLÓGICA 97 
Sumário ....................................................................................................................... 98 
Exercícios.................................................................................................................... 99 
Referências Bibliográficas ......................................................................................... 100 
 
 
 
 
 
 
 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 5 
 
Visão geral 
Bem-vindo a Introdução aos 
Estudos da História 
Caro cursante 
 
Este documento constitui o ponto inicial do seu contacto com 
História no nível superior. Nele, você tem uma possibilidade de 
aprender, a reflectir e a criar um raciocínio em torno desta área 
do saber. 
 
Será que a história é ciência? Não porquê? Sim porquê? Hesitação 
porquê? Estas questões subjazem na mente de muitos, mas o 
cursante deverá no fim apresentar uma argumentação plausível e 
um discurso convincente, suportado na visão epistemológica, ou 
seja, nos pressupostos da cientificidade. 
 
É interessante anotar que a história é uma área do saber que 
qualquer ser humano pode afirmar que é conhecedor. Mas há 
certas particularidades nesta disciplina, que a tornam peculiar e 
interessante de se estudar. 
 
Assim, este documento vai antes de mais demonstrar e fazer-lhe 
compreender que a cientificidade da história tem as suas 
particularidades. Neste sentido, você deverá saber as 
particularidades e os pontos comuns, que costuram a 
componente científica da História 
 
Portanto, está diante de um conjunto de dados que poderão ser 
bastante úteis para a sua Introdução aos Estudos da História 
 
Entretanto, este material, foi elaborado justamente para a 
aprendizagem e recorreu-se a várias fontes. Acima de tudo, deve 
ser consumido como um suporte de informação. 
 
No fim do módulo, estão as referências bibliográficas que poderão 
ser consultadas, na medida do possível para o aprofundamento 
dos assuntos. 
 
 
 
 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 6 
 
Objectivos da cadeira 
 
Objectivos 
Constituem objectivos desta cadeira os seguintes: 
 
Conhecer a natureza do conhecimento Histórico; 
Dominar e explicar a cientificidade da história; 
Explicar a objectividade na história e sua peculiaridade; 
Dominar e explicar as tipologias dos métodos e fontes da história 
Conhecer os desafios colocados à história enquanto ciência, tendo 
em conta a actualidade 
Conhecer as novas abordagens da História 
Conhecer a dimensão da interdisciplinaridade e outros aspectos 
afins. 
Quem deveria estudar este 
módulo 
Este Módulo foi concebido para todos aqueles que Este Módulo foi 
concebido para todos aqueles estudantes que queiram ser professores da 
disciplina de História, que estão a frequentar o curso de Licenciatura em 
Ensino de História, do Centro de Ensino a Distancia. Estendese a todos 
que queiram consolidar os seus conhecimentos sobre as Instituições 
Políticas Áfricanas. 
Como está estruturado este 
módulo 
Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Católica de 
Moçambique - Centro de Ensino a Distância encontram-se estruturados 
da seguinte maneira: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os 
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo. 
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de 
começar o seu estudo. 
Conteúdo do curso / módulo 
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade ncluirá uma 
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo 
actividades de aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais 
actividades para auto-avaliação. 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 7 
 
Outros recursos 
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista 
de recursos adicionais para você explorer. Estes recursos podem incluir 
livros, artigos ou sites na internet. 
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação 
Tarefas de avaliação para este módulo encontram-seno final de cada 
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para 
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes 
elementos encontram-se no final do modulo. 
Comentários e sugestões 
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários 
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários 
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso /modulo. 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das 
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo 
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma 
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
Acerca dos ícones 
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada 
um com uma descrição do seu significado e da forma como nós 
interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao 
longo deste curso / módulo. 
Habilidades de estudo 
Caro estudante, procure reservar no mínimo 2(duas) horas de estudo por 
dia e use ao máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-te 
que é necessário elaborar um plano de estudo individual, que inclui, a 
data, o dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quem estudar 
(sozinho, com colegas, outros). 
Lembre-te que o teu sucesso depende da tua entrega, tu és o responsável 
pela tua própria aprendizagem e cabe a ti planificar, organizar, gerir, 
controlar e avaliar o teu próprio progresso. 
Evite plágio. 
 
 
 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 8 
 
Precisa de apoio? 
Caro estudante: 
Os tutores têm por obrigação monitorar a sua aprendizagem, dai o 
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor, 
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima. 
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação. Em caso de 
problemas específicos, ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa 
fase posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for da 
natureza geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440. 
Os contactos so se podem efectuar nos dias úteis e nas horas normais de 
expediente. 
Tarefas (avaliação e auto-
avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto-
avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante 
que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do período 
presencial. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante 
As trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser 
dirigidos ao tutor/docentes. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os 
mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do 
autor 
Avaliação 
Tu serás avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o 
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com 
base no chamado regulamento de avaliação. 
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos , durante o estudo individual, 
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira. 
Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem para 
os 75% do cálculo da média de frequência da cadeira. 
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões 
presenciais, eles representam 60% , o que adicionado aos 40% da média 
de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a 
cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 9 
 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: realizar realizar 3 (três) 
trabalhos, 2 (dois) teste e 1 (um) exame. 
Algumas actividades praticas, relatórios e reflexões serão utilizadas como 
ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, 
os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência 
textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências utilizadas, o respeito pelos 
direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação estão 
indicados no manual. Consulte  os. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 10 
 
Unidade I 
História como forma de 
Conhecimento 
 Introdução 
Nesta unidade será apresentada a História como forma de 
conhecimento, com base nos diversos autores que explicam o lugar 
da história no mundo dos conhecimentos, a sua relevância e 
particularidade. 
 
 Objectivos 
 
Ao terminar esta unidade deverá ter alcançado os objectivos a seguir: 
 
Objectivo geral 
 Conhecer a dimensão da história como forma de 
conhecimento; 
 
Objectivo específicos 
 
 Caracterizar o conhecimento em história 
 Explicar os fundamentos da história enquanto ciência. 
 
 
1.1. O lugar da História como Forma de Conhecimento 
Segundo Martins, (sd), o termo "história", na língua portuguesa — 
como nas neolatinas, de modo geral — remete a três sentidos 
distintos, articulados com as abordagens mencionadas. O primeiro, 
e mais generalizado, refere-se ao conjunto das acções humanas no 
tempo. Esse conjunto é habitualmente chamado de história, na 
linguagem comum e na especializada. 
O segundo sentido diz respeito ao procedimento formal de 
constituição do conhecimento científico. Também aqui se usa o 
termo "história", embora se tenha registado mais recentemente o 
uso crescente das expressões "ciência histórica" e "história como 
ciência". Neste ponto há um esforço metódico de distinguir o 
carácter científico do conhecimento obtido por procedimentos 
metódicos de investigação da acepção de senso comum. 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 11 
 
 O terceiro sentido do uso do termo "história" tem a ver com o 
acervo produzido pela ciência histórica sob a denominação de 
"historiografia" (conjunto de documentos, maioritariamente em 
forma escrita e inclui por exemplo as diversas variações do 
documento visual composto, como os filmes, notadamente os 
documentários). Esta reflexão lida com a história em duas das 
acepções: a) preliminarmente, a história como cultura — isto é, 
como pensamento e consciência da experiência do tempo elaborada 
e interiorizada pelo homem; b) a história como ciência, como 
especialidade cognitiva formalizada de maneira epistémica para 
construir e enunciar uma interpretação explicativa fundada da 
experiência humana do tempo enquanto acção. Para a primeira 
como para a segunda, toma-se como base empírica a produção 
historiográfica notadamente da segunda metade do séc. XX. 
Para a historiadora Vavy Pacheco Borges, a história é um termo 
com o qual vivemos diariamente desde nossa infância, que não 
podemos concebê-la como um passado distante e morto, mas de 
uma forma que possamos acreditar que o conhecimento histórico 
possa ajudar a explicar a realidade e transformar as acções humanas 
que estão presentes em nossas vidas hoje. Segundo a visão dessa 
historiadora, para melhor compreensão da ciência histórica, 
precisamos partir da história da História, ou seja, as primeiras 
concepções que envolvem o misticismo, a religião, que coloca o 
homem em segundo plano e passivo das acções dos deuses que 
estão em primeiro plano, uma história não científica, pois ainda não 
estavam estabelecidos os métodos de análise, etc. A História 
baseada em mitos era concebida como um passado tão distante, tão 
remoto e por ser delimitado um tempo cronológico e o espaço 
territorial onde ocorreu o processo histórico, não havia 
cientificidade, pois não sabiam quando se deu o fato. Eram fatos 
mitológicos e não históricos. 
Tomando em consideração a produção histórica em relação a um 
sistema de referências sociais, individuais e políticas, esta surge 
necessariamente como relativa. Segundo Lucien Febvre "Cada 
época fabrica mentalmente a sua própria representação do 
passado". É a partir dessas interpretações imaginarias que a 
historia progride como qualquer outro tipo de ciência. 
 
É precisoter em consideração que a história é um tipo de 
conhecimento que, como qualquer ciência do homem, as 
perspectivas de interpretação são múltiplas. Os discursos históricos 
são nalgumas vezes ideológicos, e como tal já em si fontes 
históricas, o que permite o enriquecimento da própria disciplina. 
 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 12 
 
A História é uma área do conhecimento humano preocupada com a 
compreensão do passado. Buscando em fontes que relatam o 
passado, procura dar sentido às acções do homem com a intenção 
de dar resposta a questões do presente. Dessa forma, esse campo de 
conhecimento oferece um instrumento útil e necessário para que 
possamos encontrar numa perspectiva mais profunda do mundo que 
nos rodeia. 
Além de oferecer mais conhecimento, a História tem a interessante 
capacidade de remontar o passado de formas completamente 
diferentes. O historiador vai até o passado com um conjunto 
limitado de perguntas e documentos que o permitem fazer “apenas” 
uma forma de compreender um determinado período de tempo. Por 
isso, não podemos encerrar a compreensão de qualquer facto na 
obra de um único estudioso. 
Sumário 
Esta unidade apresentou a dimensão da História enquanto forma de 
conhecimento. Nela foi demonstrado a relação intrínseca entre o ser 
o humano e o passado, e consequentemente e a história. Aliás este é 
o primeiro sentido que se vislumbra na História. Além disso, ficou 
demonstrado o segundo sentido que se versa em torno da sua 
cientificidade: É a componente formal. 
Convém realçar que a história apresenta alguma semelhança com 
as outras áreas do saber, onde se realça a multiplicidade das 
interpretações. 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 13 
 
Exercícios 
1. Quais são as características do conhecimento histórico? 
2. Explique os diversos sentidos ou concepções da história, patentes 
neste módulo 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Comente o posicionamento da Historiadora Vavy Pacheco Borges, 
usando exemplos concretos. 
 
 
 
 
 
 
 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 14 
 
 
Unidade II 
 
CIENTIFICIDADE DA HISTORIA 
 
Introdução 
Nesta Unidade serão apresentados os aspectos que compõem a ciência 
Histórica. Com bases nestes fundamentos, poderão ser compreendidas as 
peculiaridades da História enquanto Ciência. 
Ao terminar esta unidade deverá ter alcançado os objectivos a 
seguir: 
 
 
Objectivos 
 
Objectivo Geral: 
 Conhecer as características da ciência histórica; 
Objectivos específicos 
 Descrever os elementos constituintes da História enquanto 
Ciência; 
 Explicar o impacto da dimensão tempo, espaço e tema na 
caracterização da História; 
 
 
2.1. Elementos da cientificidade da história. 
Segundo Marc Bloch (1965) a Historia é uma ciência que estuda o 
Homem no espaço e no tempo. O debate que sempre houve, foi no 
sentido de retirar o cunho de ciência à história. De referir que este 
posicionamento deve-se ao facto de se querer ver na História o 
modelo de actuação das ditas ciências exactas. Aliás, e como bem o 
diz Boaventura Sousa Santos (1987), não existem ciências exactas, 
pois a teoria da relatividade de Einstein acabou com o determinismo 
que se pensava existir nas então ciências exactas, demonstrando a 
relatividade da verdade científica. 
 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 15 
 
Portanto, a Historia não é, efectivamente, uma ciência como as 
“ciências exactas” e da natureza (matemática, física, química, 
biológica, etc.). Todavia, é uma ciência social e humana. Defendida, 
usualmente como a ciência social - estuda sobretudo, as sociedades - 
mas também não deixa de ser uma ciência humana, num duplo 
sentido, isto é, não estuda quaisquer sociedades, mas sociedades 
humanas e nalguns casos estuda personalidades e indivíduos, ou 
seja, estuda o homem individualmente, através de biografias. 
 
 
Uma das formas de se perceber o objecto da História é distinguir, 
quais são os factos memoráveis. Porém nesse exercício, não convém 
escolher de forma parcial e tendenciosa os factos, mas sim com 
imparcialidade e com intenção de fazer ciência. Realmente, a tónica 
em história, desloca-se da objectividade, em sentido estrito, e do 
método experimental clássico - cuja fase essencial é a 
experimentação - para uma metodologia rigorosa e sujeita a regra de 
críticas e controlo. Sobre este assunto estudaremos mais adiante. 
 
Entretanto, é interessante a explicação de Jacques Le Gof, segundo 
qual, a História é ciência porque tem o objecto de estudo, tem 
métodos e pode ser ensinada. Portanto, a componente pedagógica 
apresentada por Le Gof é uma das determinantes para a cientificidade 
da História. 
 
Todavia, a discussão da cientificidade da história envolve a ciência 
histórica em nível da História e do historiador. Portanto, ao falar 
sobre cientificidade da História, não se pode deixar de fora o papel 
do historiador e seu objecto de pesquisa. 
Hoje, a ciência histórica procura explicar cada passo do homem, 
sua evolução em seus ramos Económicos, Demográficos, Político, 
Social e Cultural. Assim, podemos afirmar que a História não é 
ciência por tentar abranger todas as áreas do conhecimento? Como 
explicar que "a História da mulher, História da criança, História do 
Direito, do negro, história das Mentalidades, história ambiental, 
etc", são temas discutidos pela ciência histórica, sabendo que 
existem outras ciências envolvidas com esses temas 
especificamente? Na verdade, a história como ciência, procura 
entender e explicar a historicidade da condição humana. 
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documento. 16 
 
Como já foi discutido por muitos pesquisadores da área de História, 
o historiador, para reconstruir o conhecimento histórico, lança mão 
da sua principal ferramenta, o objecto de estudo da história, ou seja, 
o homem no tempo. 
As discussões sobre a ciência histórica nos mostram que o objecto 
da História é o homem no tempo, e que esse objecto é o facto 
humano acontecido. O facto histórico serve como compreensão de 
um processo vivido por uma sociedade, e o método da História é a 
interpretação desse facto através das análises das mais variadas 
fontes. (Exemplo: escritas, orais, arqueológicas, etc.). 
Por outro lado, face ao desafio de descrever e explicar as 
especificidades e as dissonâncias representadas pelas concepções 
desafiantes como uma resposta plausível surge também um 
problema epistemológico a ser enfrentado. Deve-se examinar, 
primeiramente, quais são os instrumentos teórico-metodológicos de 
que se utilizou para a determinação da cientificidade da História. 
Se chamamos de ciência a soma dos conhecimentos científicos 
disponíveis num dado momento, podemos também afirmar que tem 
um conteúdo próprio e método para estabelecimento dos factos. O 
método científico é que vai determinar as maneiras de obter tal 
conhecimento, e as características desse conhecimento é ser 
verdadeiro. Qual a fronteira que separa a História da ciência, se a 
História tem método próprio, busca a verdade, não a verdade 
absoluta e eterna, mas que pode ser discutida? A ciência é a parte 
do conhecimento que utiliza métodos racionais e que busca 
comprovação experimental, procurando ver à realidade como ela é. 
HAYDEW WRITE relata que a História é uma arte literária de 
menor valor, portanto não é uma ciência. Porém, LUCIEN 
FEBVRE e MARC BLOCH, afirmam que a História é uma ciência 
humana que trabalha as verdades possíveis de outro olhar, com 
métodos e objectivos próprios, usa métodos racionais que buscam a 
lógica para comprovar o quefala. 
O conceito que se tornou muito utilizado na academia de que 
História é uma ciência que estuda o homem e as sociedades 
humanas no tempo, hoje já pode estar a precisar de um 
complemento ou uma ampliação, haja vista que existem tantos 
caminhos que são utilizados pelos historiadores para a pesquisa 
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documento. 17 
 
histórica, pois o homem está envolvido em vários contextos da 
acção e da experiência humana. 
A história só recebeu o estatuto de ciência quando os pesquisadores 
passaram a empregar a palavra (história) no sentido de investigação 
e a utilizar como fontes de pesquisas os registos documentais 
escritos. Porém, isso só aconteceu entre o final do século XVIII e 
início do XIX. 
O historiador Jorge Grespam escreveu que foi no final do século 
XVIII é que começou a ser discutido e desenvolvido os critérios e 
procedimentos de críticas e análise das fontes é que a história 
passou a ser ciência. Foi o método, portanto, que deu a história o 
carácter cientifico e ao historiador, a condição de cientista. 
Mas apesar de ter recebido o estatuto de ciência, o que se deu com 
a escola Positivista em fins do século XIX, como afirma as 
historiadoras Maria do Pilar de Araújo Vieira, a História recebeu 
duras criticas no século XX com afirma Jorge Grespam. 
Sumário 
Em Suma, é conveniente afirmar que a História é ciência por que 
contem em si há referências de um a ciência nomeadamente: 
objecto de Estudo, método e técnicas, pode ser ensinada. Porém 
esta ciência tem suas particularidades como já foi referido. 
Exercícios 
1. Explique a cientificidade da História tendo em conta os 
autores existentes no módulo; 
2. Identifique o autor ou os autores que mais o impressionaram, 
justificando a sua escolha. 
 
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documento. 18 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
 
 
 
 Imagine que os seus colegas de outros cursos dissessem que a 
história não é ciência. Qual seria o seu posicionamento. 
 
 
 
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documento. 19 
 
Unidade III 
AFIRMAÇÃO DA HISTÓRIA COMO 
CIÊNCIA 
Introdução 
A história teve um longo percurso até se afirmar como ciência. Esta 
unidade, sintetiza este facto e contextualiza a história como uma 
área de saber bastante importante. 
 
Objectivos 
 
 
 
Assim, constituem objectivos desta unidade: 
 
Objectivo geral 
 
 Compreender genericamente os elementos que 
consubstanciam a afirmação da história como Ciência. 
 
Objectivos específicos 
 
 Explicar a razão objectiva da ciência histórica; 
 Conciliar os aspectos teóricos e aplicá-los no contexto do 
próprio estudante , isto é, dos aspectos relacionados com a 
história do seu quotidiano. 
 
3.1. Processo da consolidação da História como ciência. 
Uma definição contemporânea de senso comum, afirmaria que a 
história é uma ciência que estuda o passado, analisando as 
transformações, para entender o presente. Assim, ao resgatar o 
passado, a história tentaria conferir sentido ao presente, ajudando a 
transformar a realidade a partir de sua própria compreensão, 
podendo até mesmo guiar ao futuro. 
Todavia, uma análise mais detalhada demonstra que o conceito de 
história comporta múltiplas definições, cada qual adequada ao seu 
conjunto teórico. 
Não é possível falar de uma história singular, já que, ao invés de 
uma teoria da história teríamos múltiplas teorias da história. 
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documento. 20 
 
A natureza e a evolução das outras ciências durante o século XVIII, 
não confere a história menor importância ou menor dignidade. O 
que deve ser percebido é que a história é naturalmente, diferente. 
Contudo, quando se busca a afirmação da história como ciência, 
nota-se que esta apresenta-se com alguma complexidade e 
dificuldade. Quais as principais fontes dessa 
complexidade/dificuldade? 
 
a) Analogamente a outras ciências humanas e sociais, nuns casos, 
ou diferentemente, noutros, a história incide sobre o passado, pelo 
que lhe está vedada a experimentação e o registo/inquérito directo. 
Por esse, motivo, o conhecimento histórico e mediato, corn 
Todas as consequências inerentes a tal facto. 
 
b) O fascínio do modelo das ciências da natureza, já referido, tem 
levado, por vezes, a que se apliquem a histórias certas 
características daquelas, onde se pode evidenciar a objectividade. 
Entretanto, segundo Piaget, citado por Mendes, a dificuldade da 
história abrange, inclusive, as restantes ciências humanas. Essa 
dificuldade é epistemológica e se encontra no centro das ciências 
do homem caracterizando-se pelo facto do ser humano ser 
simultaneamente sujeito e objecto 
 Grosso modo, as primeiras linhas de estudo da História se 
desenvolveram nas cavernas, quando os primeiros grupos humanos 
se preocupavam em registar o desenrolar de sua própria vida 
quotidiana. Na Antiguidade, os primeiros historiadores se 
preocupavam em relatar as peripécias dos grandes personagens e o 
cenário épico das guerras travadas entre os povos. Muitas vezes, 
comprometidos com algum dos lados dessa história faziam um 
relato tendencioso e impreciso. 
 
Entretanto, tornou-se corrente admitir que a reflexão histórica tem 
suas raízes na Antiguidade clássica, mais especialmente em 
Heródoto e em Tucídides. Esses autores de língua grega marcaram 
o ponto de partida de François Châtelet, que em um texto clássico 
publicado em 1962 definiu a Grécia como o berço do pensamento 
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documento. 21 
 
histórico ocidental. Châtelet, desde a perspectiva filosófica, utiliza 
em seu título um termo próprio: historienne, cunhado pela língua 
francesa para designar o sentido do pensamento histórico enquanto 
produzido por uma reflexão intencionalmente voltada para a 
organização crítica da memória como fundamento do sentido da 
sociedade, da política e da cultura respectiva. Esse termo é 
empregue distintamente do adjectivo habitual, histórico 
(historique), aplicável para Châtelet a qualquer pensamento 
racional que lide com a acção humana no tempo. 
Durante séculos, na tradição dominada pela cultura ocidental de 
origem greco-romana, a História oscilou sistematicamente entre 
estilos ou objectos muito diversos, como a banal existência de um 
indivíduo qualquer, a hagiografia política, a filosofia ou a teologia. 
Com o advento da crítica racional no Renascimento e, mais 
particularmente, com o surgimento e a consolidação das Luzes no 
século XVIII, a História passou por uma espécie de repaginação 
teórica e metódica que culminou em sua cientificação. Esse 
processo atravessa o século XIX e culmina na consolidação e no 
êxito social da historiografia nesse século e no século XX. 
O padrão de cientificidade que se aplica é, por certo, o modelo do 
racionalismo moderno, cartesiano ou empirista, acentuadamente 
marcado pelo sucesso – mesmo que visto cada vez mais como 
relativo – das ciências ditas experimentais. 
A História cujo renascimento se organiza e estrutura na passagem 
do Iluminismo para o Romantismo e se consolida ao longo do 
século XIX nos cenários do positivismo, do historicismo, das 
escolas metódicas é a História como ciência. História como ciência, 
cujos resultados historiográficos são expressos em narrativas que 
encerram argumentos demonstrativos articuladores da base 
empírica da pesquisa e da interpretação do historiador em seu 
contexto. A historiografia, assim, encerra em si as características de 
ser empiricamente pertinente, argumentativamente plausível e 
demonstrativamente convincente. Como se chega a esse patamar 
metódico, sociale cultural de confiabilidade? 
No século XIX, as concepções de História e de historiografia 
passaram por uma mudança notável e decisiva. Esse século tornou-
se conhecido como “o século da História”. Sem dúvida foi ainda 
mais decisivo – embora essa perspectiva nem sempre tenha estado 
presente – o salto dado no segundo terço do século XX e seus 
prolongamentos até os anos 1970. Não obstante, a análise dos 
progressos da historiografia em nosso tempo, deve ser feita 
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documento. 22 
 
mediante o contraste com o século XIX, sem o qual não se pode 
perceber o alcance das mudanças ocorridas no século XX. 
A importância marcante do século XIX para os fundamentos da 
disciplina da historiografia em seu estado actual deve-se a um 
fenómeno único, de desdobramentos complexos: o abandono das 
concepções relativas à investigação e à escrita da história que 
formaram a tradição europeia praticamente desde o Renascimento e 
talvez mesmo desde a Antiguidade clássica. As diversas escolas e 
correntes historiográficas do século XIX coincidem pelo menos em 
um ponto: deixam de considerar a história como uma crónica 
baseada nos testemunhos legados pelas gerações anteriores e 
entendem-na como uma investigação, pelo que o termo “história” 
recupera seu sentido originário em grego. 
A evolução decisiva para a historiografia deu-se com o que se 
pode chamar de fundamentação metódico-documental, basilar para 
a disciplina “académica” contemporânea, produzida pelos 
tratadistas do século XIX e da primeira década do século XX. Tem-
se aqui a origem da grande corrente historiográfica que se chamou 
– de forma algo exagerada, mas não totalmente imprópria – de 
historiografia “positivista”, intimamente entrelaçada com a forte 
tradição do historicismo alemão. Foi no século XIX que 
apareceram os primeiros grandes tratados do que se poderia chamar 
de normativismo histórico, um tipo de reflexão novo sobre a 
História, chamado de Historik por Johann Droysen. Essa reflexão 
definiu os parâmetros metódicos estipulados como obrigatórios 
para que a História se enquadrasse no que se tinha, então, por 
padrão de “ciência”. Essa é a razão pela qual esses tratadistas 
tomaram como referência específica do estudo de História a ciência 
natural. Tal referência em momento algum foi pensada em termos 
miméticos (copiar a ciência natural) ou como modelo único (num 
movimento pré-dogmático). Normalizar os procedimentos, 
contudo, para obter algum grau de densidade confiável, era 
percebido como uma missão, que levou à produção de textos 
metodológicos famosos, sobretudo na França e na Alemanha, de 
Buchez e Lacombe, de Ranke, de Droysen e de Bernheim, 
chegando a Langlois-Seignobos e a Lamprecht. 
Essa mudança profunda e duradoura do horizonte dos estudos 
historiográficos, cuja influência se estendeu até os anos 1930, é 
habitualmente creditada às contribuições trazidas por uma corrente 
chamada, sem esforço maior de precisão, de positivismo. De outro 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 23 
 
lado, o historicismo alemão é amiúde considerado a maior 
contribuição do século XIX em matéria de concepções da natureza 
do histórico e da identidade da historiografia. Ambas as etiquetas 
requerem cuidadosa modulação. 
Com efeito, o que se chama de “historiografia positivista” não 
deixa de estar interpretado por um equívoco persistente. Muitas 
vezes chama-se de positivista, sem mais nem menos, uma 
concepção da historiografia essencialmente narrativista, episódica 
(factual), descritiva, fruto de uma erudição bem à moda do século 
XIX. Na realidade, esse tipo de historiografia é o exemplo mais 
típico da “História tradicional”, mas não tem por que ser 
necessariamente confundido com a historiografia “positivista”. A 
historiografia positivista é a dos “factos” estabelecidos mediante os 
documentos, indutiva, narrativa, por certo, mas também sujeita a 
um “método”. 
A escola que se costumava chamar de “positivista” pode ser 
também denominada – com mais propriedade – de “escola 
metódica”, já que sua principal preocupação era a de dispor de um 
método. Essa escola, que fundamentava o progresso da 
historiografia no trabalho metódico das fontes, sempre foi avessa a 
qualquer “teoria” ou “filosofia”. Isso não diminui, todavia, sua 
dependência imediata para com a concepção “positivista” da 
ciência, que fica evidente não apenas em obras francamente 
problemáticas, como o manual de Seignobos, mas também 
clássicas, como a de François Simiand. Trata-se, antes de mais 
nada, de uma corrente pragmática e empirista. Por isso pode ser 
chamada de escola pragmático-documental ou metódico-
documental. 
Sumário 
A história passou por várias fases até a sua consolidação como Ciência. 
Convém referir que um dos aspectos marcantes na afirmação da história 
como ciência foi o impacto das ciências naturais. 
Contudo a História é uma ciência com suas peculiaridades 
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documento. 24 
 
Exercício 
1. Até que ponto as ciências naturais condicionaram a 
afirmação da História como ciência? 
2. Explique os momentos que foram determinantes para a 
afirmação da História enquanto ciência. 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
 Faça uma breve comentário da afirmação: 
A evolução decisiva para a historiografia deu-se com o que se 
pode chamar de fundamentação metódico-documental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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documento. 25 
 
 
 
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documento. 27 
 
Unidade IV 
A DIVISÃO DA HISTÓRIA 
Introdução 
Nesta unidade, você terá a possibilidade de reflectir uma realidade 
que s verifica no nosso dia-a-dia e que está relacionada com a 
tipificação da história. Porquê é isso existe? A historia é uma ou há 
vários tipos de História? 
 
 
 
 
Objectivos 
 Ao terminar esta unidade deverá ter alcançado os objectivos 
a seguir: 
Objectivo geral 
 
 Conhecer os diversos recortes ou divisão da História; 
 
 
Objectivos específicos 
 Explicar as razões dos recortes da história; 
 Demonstrar a dimensão metodológica destes 
recortes 
 Explicar para cada recorte os conceitos mais 
importantes para o conhecimento histórico. 
 
 
 
 
 
4.1. As Diversas divisões da História 
 
A nossa ciência por razões de estudo pode se encontrar dividida de 
várias maneiras. Existe a divisão baseada na componente temporal, 
onde encontramos entre outros elementos as periodizações clássicas 
Pré-história, História; Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e 
Idade Contemporânea; as histórias por séculos, reinados e outras. 
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documento. 28 
 
 
Mas deve ser sabido que a periodização clássica em Divisão do 
tempo histórico é bastante discutível. Isso deve-se quer pela 
necessidade de existir períodos de transição, quer por não representar 
períodos coincidentes para todos os países do mundo. Desta feita, a 
periodização clássica foi e continua sendo acusada de eurocêntrica. 
Entretanto, o tratamento cronológico (baseado no tempo) é o mais 
utilizado pela maioria dos historiadores pois, é a que corresponde à 
narrativa convencional e o que permite ligar as causas passadas com 
os efeitos no presente ou no futuro. No entanto, este tratamento é 
usado em torno de dois tipos de abordagem - sincrónica e diacrónica 
- pelo que o historiador deve sempre optar por uma ou por outra no 
estudo dos factos, ainda que muitas vezes se façam as duas. Mas qual 
é o conceito da abordagem sincrónica e o da abordagem diacrónica? 
A abordagem diacrónicaestuda a evolução temporal de um facto, 
por exemplo, a formação da classe operária na Inglaterra ao longo 
dos séculos XVIII e XIX., ou ainda a história de Educação em 
Moçambique. 
Enquanto isso, a sincrónica concentra-se nas diferenças que o facto 
histórico estudado tem ao mesmo tempo, mas em diferentes níveis, 
por exemplo: a Luta armada de Libertação em Moçambique e em 
Angola ou ainda compara a situação da classe trabalhadora na França 
e na Inglaterra, na conjuntura da revolução de 1848. 
Para além dessa divisão temporal até aqui por si lida existe a divisão 
de Fernand Braudel, expressa desde longa duração (história de 
longos períodos de tempo), da Curta duração (o evento pontual) e o 
da Média duração que se projecta no meio das duas 
4.1.2. Divisão da História em 
função do espaço 
O espaço é um dos elementos usados para dividir a história. São 
exemplos a divisão a existência da História de Moçambique, História 
de África, História da Europa, etc. 
Neste sentido, estabelece-se uma ligação entre a História e a 
Geografia. A Geografia dispõe de conceitos que têm permitido 
edificar o prestigioso ramo da história regional. A História local é, 
sem dúvida, a de mais fácil justificação e de validade universal. 
Aliás, Moçambique durante o presente século, viveu experiências e 
esforços ligados ao currículo local, o que pode ser enquadrado na 
História. Ademais, A história local pode servir como fonte primária 
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documento. 29 
 
para obras de maior ambição explicativa). Além disso, o estudo de 
topónimos1 tem ajudado bastante o estudo da história. 
 
4.1.3. Divisão da História quanto 
ao tema 
É a abordagem temática da história e vem desde a antiguidade. Deste 
modo, existem: 
 História Política, reduzida à história dos eventos até ao 
século XX. Agora estuda a história das instituições, história dos 
sistemas políticos, história do direito e História Militar; 
 
 História Económica, às vezes geminada com a História 
Social, no entanto, também pode ser entendida como História do 
movimento operário ou uma história mais universal, a dos 
movimentos sociais e económicos; 
 
 História da Igreja, tão antiga como ela mesma, ou a 
história das religiões, nascida pela necessidade de tornar o seu estudo 
comparativo; 
 
 
 História da Arte, nascida ainda na Antiguidade Clássica 
com a valorização da sua produção artística e de seu passado; 
 
4.1.4. Outras áreas 
Existem outras áreas mais recentes do que as já apresentadas, apesar 
de as englobar algum modo. São exemplos, a História das ideias, 
que pode incluir as crenças, as ideologias ou a História da ciência e 
da tecnologia e com elas subdividir-se até ao infinito: História das 
doutrinas económicas, História das doutrinas políticas, etc; 
 
1 Topónimos quer dizer nomes de lugares 
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documento. 30 
 
Entretanto, deve-se sempre ter em conta que a história é hoje mais 
plural do que nunca, dividida em uma multiplicidade de 
especialidades tão fragmentada que muitos dos seus ramos não se 
comunicam entre si, sem ter sujeito e objecto comuns. Contudo, mais 
adiante trataremos com mais pormenores a componente 
cientificidade da História. 
Sumário 
As diversas abordagens da Histórias aqui tipificadas devem ser 
entendidas que o são por motivos metodológicos. Estas divisões 
condicionam o estudo e análise de vários fenómenos históricos, tendo em 
conta o tempo, a temática bem como o espaço. 
Exercícios 
1. Mencione os tipos de divisão da história patentes neste 
módulo. 
2. Identifique os conceitos que podem ser identificados em cada 
divisão da história que são importantes para a percepção 
desta ciência. 
3. Diferencie a abordagem Sincrónica da diacrónica, 
apresentando exemplos diferentes do Modulo 
 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
 Que razões justificam a divisão da história. Justifique a sua 
resposta dando exemplos concretos. 
 
 
 
 
 
 
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Unidade V 
 
O TEMPO EM HISTÓRIA: Evolução da noção do Tempo 
em História 
Introdução 
Nesta unidade será analisada a dimensão temporal que sustenta a 
História. O tempo foi percebido de diversas formas. Neste sentido 
torna-se pertinente estudá-lo. 
 
 
Objectivos 
 
 
 
Ao terminar esta unidade deverá ter alcançado os objectivos a 
seguir: 
 
Conhecer a natureza da abordagem temporal em história 
Identificar a relação entre a abordagem história e a componente 
temporal 
 
 
5.1. A HISTÓRIA E A CONCEPÇÃO DO TEMPO 
 
É preciso ter em consideração que o tempo em História é igual ao 
da Economia. Ferdinand Braudel, o criador da renovação da noção 
de tempo histórico, recusa o tempo linear, a cronologia da história 
tradicional. 
Segundo este autor, a história processa-se no tempo. Porém, o 
tempo social pode não coincidir com o tempo cronológico; a sua 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 32 
 
duração sequência ou mudanças são verificadas a partir de outros 
fenómenos da mesma espécie, isto é, históricos; o tempo dura 
enquanto se mantiverem certas regenciais e significações que lhes 
dão sentido; o tempo histórico esta ligada as acções humana e a sua 
característica fundamental é não ocorrer simultaneamente no 
mesmo grupo em diferentes sociedades. 
 
Tendo em vista a multiplicidades dos tempos sociais e culturais, 
Braudel apresentou a historia um modelo triplo de duração 
histórica conotando com o tempo utilizado na previsão económica: 
1. Um tempo de acontecimento de superfície habitualmente 
acontecimentos politico que é um tempo de relato, no qual 
não se aprofunda investigação e se mede apenas o tempo de 
acontecimento – tempo curto, micro historia do 
acontecimento, um pouco mais lento “ curta duração”, 
2. tempo das conjunturas mais estudado no campo de 
economia surge como recitativo de variação e mudanças- 
Média duração, f 
3. o tempo longo, a “longa Duração. A longa duração é o 
tempo de estrutura, nomeadamente da estrutura de 
mentalidades, o tempo que parece invariável em relação as 
outras histórias, que se escoam e realizam mais rapidamente 
e que em suma gravitam em torno dela. 
Na óptica de Braudel, o economista procura os factos que agem na 
longa duração e definem o quadro no interior do qual se sucedem 
as diferentes conjunturas, os períodos de alta e de baixa. A história, 
na sequência dos estudos económicos procura outros factores de 
indivíduo social, política e cultural, as repetições dão-lhe a medida 
do tempo; as mudanças surgem como factos históricos ainda 
únicos. 
- O novo tempo histórico permitiu a nova perspectiva da nova 
história estrutural nomeadamente a partir da publicação de Braudel. 
“ A longa duração”, em 1958. 
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documento. 33 
 
A história não é prisioneira do tempo cronológico. Às vezes, o 
historiador é obrigado a ir e voltar no tempo. Ele volta para 
compreender as origens de uma determinada situação estudada e 
segue adiante ao explicar os seus resultados. 
5.2. A contagem do tempo histórico 
O modo de medir e dividir o tempo varia de acordo com a crença, a 
cultura e os costumes de cada povo. Os cristãos, por exemplo, 
 datam a história da humanidade a partir do nascimento de Jesus 
Cristo. Esse tipo de calendário é utilizado por quase todos os povos 
do mundo. 
O ponto de partida de cada povo ao escrever ou contar a sua 
história é o acontecimento que é considerado o mais importante. 
O ano de 2011, no nosso calendário, por exemplo, representaa 
soma dos anos que se passaram desde o nascimento de Jesus e não 
todo o tempo que transcorreu desde que o ser humano apareceu na 
Terra, há cerca de quatro milhões de anos. 
Como podemos perceber, o nascimento de Jesus Cristo é o 
principal marco em nossa forma de registar o tempo. Todos os anos 
e séculos antes do nascimento de Jesus são escritos com as letras 
a.C. e, dessa maneira, então 127 a.C., por exemplo, é igual a 127 
anos antes do nascimento de Cristo. 
Os anos e séculos que vieram após o nascimento de Jesus Cristo 
não são escritos com as letras d.C., bastando apenas escrever, por 
exemplo, no ano 127. 
 
O uso do calendário facilita a vida das pessoas. Muitas vezes, 
contar um determinado acontecimento exige o uso de medidas de 
tempo tais como século, ano, mês, dia e até mesmo a hora em que o 
facto ocorreu. Algumas medidas de tempo muito utilizadas são: 
 Milénio: período de 1.000 anos; 
 Século: período de 100 anos; 
 Década: período de 10 anos; 
 Quinquénio: período de 5 anos;´ 
 Triénio: período de 3 anos; 
 Biénio: período de 2 anos (por isso, falamos em bienal). 
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documento. 34 
 
 
5.3. Convenções para contagem de tempo 
Para identificar um século a partir de uma data qualquer, podemos 
utilizar operações matemáticas simples. Observe. 
 Se o ano terminar em dois zeros, o século corresponderá ao 
(s) primeiro (s) algarismo (s) à esquerda desses zeros. Veja 
os exemplos: 
 
 
Ano 800 
 
Século VIII 
 Ano 1700 Século XVII 
Ano 2000 Século XX 
 Se o ano não terminar em dois zeros, desconsidere a 
unidade e a dezena, se houver, e adicione 1 ao restante do 
número, Veja: 
 
Ano 5 0+1= 1 Século I 
Ano 80 0+1= 1 Século I 
Ano 324 3+1=4 Século IV 
Ano 1830 18+1=19 Século XIX 
Ano 1998 19+1=20 Século XX 
Ano 2001 20+1=21 Século XXI 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
O tempo é um dos elementos preponderantes na ciência Histórica. 
Contudo, a História não é refém do tempo cronológico, pois os factos 
podem condicionar que o historiador tenha que pesquisar os períodos 
necessários para obter a informação. 
Exercícios 
1. Faça uma demonstração de anos em 
Séculos(15 exemplos) 
2. Explique por palavras suas a longa, curta e 
Media duração 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
Faça um texto no qual explicas as razões que levam a história a não 
ser prisioneira do Tempo Cronológico. 
 
 
 
 
 
 
 
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documento. 36 
 
Unidade VI 
O METODO DA HISTÓRIA: 
heurística 
Introdução 
Já nos foi avançado que uma das componentes da cientificidade da 
História é o método. Qual é ou quais são os métodos da História? Este é o 
assunto desta unidade 
Ao terminar esta unidade deverá ter alcançado os objectivos a 
seguir: 
 
Objectivos 
 
 
 
 Compreender a componente metodológica utilizada para a 
produção do conhecimento histórico; 
 Distinguir a heurística da Hermenêutica, 
6.1. A Metodologia e a cientificidade da História 
A palavra metodologia vem de método. Aqui, o Método vai ser o 
conjunto de procedimentos que nos permitem chegar ao 
conhecimento histórico. Portanto para se chegar ao conhecimento 
histórico, existem um conjunto de procedimentos. 
Assim, em primeiro plano devemos obter as fontes. A recolha de 
fontes pressupõe antes de tudo tenhamos já o assunto, a nossa 
inquietação, ou seja, o que e que pretendemos saber. 
Então, a observação das fontes implica duas fases nomeadamente a 
Heurística que é a procura e a selecção das fontes e a 
Hermenêutica também conhecida por crítica histórica. 
A escolha das fontes é o primeiro passo científico – o mais difícil e 
perigoso. Com as fontes, o historiador constrói uma realidade 
histórica que pode estar mais ou menos distantes dos traços 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 37 
 
deixados para o momento que se estuda. A fonte não surge como 
um dado; é o historiador que constitui o dado, interpretando a 
fonte, dando-lhe um anexo no universo novo reconhecimento 
histórico. Na história tradicional, o documento era um dado que 
permitia descobrir um facto histórico, constituído pelo historiador; 
o facto histórico era o objecto histórico. 
A história nova alargou a noção do objecto: historia global que se 
pretende total, história de estrutura e não relativa de acção de certos 
homens definem objecto histórico como “o conhecimento do 
passado dos homens tal como ele é aprendido e representado pelo 
historiador.” O objecto histórico é uma construção, uma 
representação do sujeito que conhece representação coerente, 
integrada numa sucessão e no espaço. O objecto da historia existe, 
mas indeterminado, intocado, quanto ele é apreendido, é – ou como 
conhecimento, foi reformulado pelo homem que o investiga – a 
historia não ressuscitou o passado que – refere a Marc Bloch – nada 
consegue modificar porém, o seu conhecimento é coisa em 
progresso e nem ininterruptamente se transforma . O Objecto 
histórico alarga em função em evolução da técnica do 
conhecimento histórico e do discurso ideológico da época do 
historiador. Por que o historiador faz a história, define o objecto de 
investigação de acordo com a sua experiencia, a linguagem, o meio 
social e politico onde se situa. 
A crítica histórica se desdobra em duas fases. A primeira é a fase 
da crítica externa e a segunda fase é a da crítica interna. 
A crítica externa tem como objectivos garantir a autenticidade e a 
proveniência do documento, isto é, reconstituição data, forma do 
documento, o material, etc); 
-sua vez a crítica interna consiste na análise o testemunho, o 
conteúdo, a sua credibilidade, a sinceridade, exactidão. Este 
assunto será desenvolvido mais adiante. Contudo deve-se ter em 
conta que o modelo, provém da concepção do positivismo no 
século XIX. Assim, a crítica histórica era o centro do método 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 38 
 
histórico. Aliás foi este facto que oferecia História algum espaço 
no mundo das ciências. Refira-se igualmente que a metodologia 
deste período incidia-se sobretudo aos documentos escritos. 
Actualmente, o método foi alargado a outros campos para além do 
documento escrito. Recorre-se também aos métodos de datação 
como carbono catorze e outros métodos de radioactividade. 
Acrescente-se também o recurso à estatística, a construção de 
gráfico, ou seja, a metodologia histórica recorre a 
interdisciplinaridade. 
Sumulando, as pré-respostas ou hipóteses relativas ao 
questionamento que formulamos, normalmente é feito no momento 
em que se inicia com o trabalho heurístico. Então o historiador 
recolhe e selecciona os documentos necessários, normalmente 
organizados a partir de uma bibliografia não excluindo outros tipos 
de fontes. A seguir vem a fase da crítica. Esta fase apresenta-se 
como muito exigente sobretudo na actualidade, em torno de um 
determinado acontecimento pode ter testemunhos divergentes. 
Deste modo, a crítica é mais do que a crítica de credibilidade a 
partir da sinceridade e da exactidão., mas sim uma análise 
ideológica. Portanto, há um ajustamento da crítica histórica as 
realidades actuais 
Uma outra componente metodológica bastante importante é o 
método comparativo. Segundo Marc Bloch, este método pressupõe 
o levantamento de semelhanças ediferenças em acontecimentos 
verificados em espaços distintos para estudá-lo. 
O método comparativo é utilizado pela história na sua componente 
generalizada, relativamente aos conhecimentos ou informação da 
História. Uma vez que se diz que um determinado facto é único, 
torna-se pertinente demonstrá-lo, o que só pode acontecer usando o 
método comparativo. Mas é preciso saber utilizar este método. 
Assim, deve-se evitar comparar sociedades muito distantes no 
tempo, para não se cair em anacronismo. Portanto, deve-se 
comparar sociedades contemporâneas e com número elevado de 
características análogas, como o afirma Marc Bloch. 
A melhor forma de resistir aos preconceitos e pré-compreensões 
existentes e persistentes em nós, é sempre retornar aos documentos 
da época, sempre realizar esse círculo hermenêutico de leitura. 
Lendo, relendo e confrontando nossas ideias. São os textos que 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 39 
 
devem dar o tom, a natureza e o conteúdo do que se deseja dizer. A 
interpretação, nesse sentido hermenêutico, está quase fiel às 
palavras escritas na época que se escolheu para pesquisar e 
conhecer. 
Então, cabe uma pergunta: como sabemos exactamente o sentido 
preciso das palavras que lemos? Os hermeneutas radicais dirão que 
um resultado interpretativo definitivo é impossível: com nosso 
próprio desenvolvimento intelectual, sempre teremos em cada nova 
leitura uma nova interpretação, uma nova perspectiva, uma nova 
abordagem do texto lido. É possível. 
Sumário 
O A história enquanto ciência depende dos métodos para a consolidação 
da sua cientificidade. Sem métodos não se vislumbrará a possibilidade de 
construção do conhecimento histórico. 
A recolha de fontes e suas análises aliada aos diversos elementos técnicos 
estudados compõe a metodologia da História. 
Exercícios 
1. Qual é o primeiro passo científico da construção do 
conhecimento histórico? 
2. Refira-se a complexidade existente nesse passo. 
3. Diferencie Heurística da Hermenêutica. 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
 
 
Faça um comentário respondendo a seguinte questão: Na 
sua opinião, até que ponto a metodologia da história 
permite afirmar que a história é cieência? 
 
 
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documento. 40 
 
Unidade VII 
A CRITICA EXTERNA NA 
HISTÓRIA 
Introdução 
A crítica externa como foi vista na unidade anterior constitui a dimensão 
metodológica. Trata-se de um procedimento bastante importante. A sua 
abordagem nesta unidade deve-se a necessidade de aprofundá-la. 
Constituem objectivos desta unidade: 
 
Constituem objectivos desta unidade: 
 
Objectivos 
 
 
 
 Objectivo Geral 
 Conhecer a dimensão da crítica externa em história 
Objectivo específicos 
 Explicar as características de cada elemento metodológico 
da história, concretamente da crítica externa. 
 Estabelecer relações entre a metodologia e as fontes 
históricas 
 
7.1. As Particularidades da Crítica Externa 
Antes porém, é bom que se refira que a Critica externa é 
fundamentalmente usada para documentos escritos. Aliás, ao longo 
da história a preponderância que se deu aos documentos escritos, 
apesar de ter sido negativo nalguns aspectos, conferiu a existência 
do rigor na História. Na Critica externa também chamada por 
crítica de autenticidade, procuram-se respostas para as seguintes 
questões: 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 41 
 
. Trata-se de um documento original ou de uma cópia? 
. E um documento fidedigno ou apresenta falsidades? 
 
No entanto é preciso prestar atenção para a complexidade que 
algumas destas questões envolvem. Por exemplo: um documento 
original pode conter falsidades ou, inclusivamente, ser falso. Ao 
invés, uma copia pode reproduzir perfeitamente um original e ter 
quase o mesmo valor que aquele, em particular se o original já tiver 
desaparecido. 
 
Entretanto, a crítica externa pode ainda subdividir-se em dois tipos: 
Critica de proveniência e critica de restituição. 
A) Critica de proveniência 
A crítica de proveniência ajudar a responder ao seguinte 
questionário: 
. Quem redigiu o documento? 
. Quando e onde? 
. Como? 
. Por que vias o documento nos chegou? 
 
Algumas vezes, o investigador, pelo menos aparentemente, tern a 
tarefa facilitada. Isso sucede quando, no documento, se menciona 
expressamente: 
. O autor; 
. O local e a data de elaboração. 
Facilitará o trabalho o facto de o documento se encontrar no lugar 
esperado. Estarão, nas circunstâncias mencionadas, os documentos 
de certas instituições, caso apresentem os elementos indicados e 
existam nos respectivos arquivos. Todavia, mesmo nesses casos, há 
que adoptar a dúvida metódica cartesiana, para averiguar se os 
dados se adequam a realidade. Como explica Colingwood citado 
por Mendes (OP. Cit.), o historiador é critico, mas não céptico pois 
um critico é uma pessoa apta e disposta a reconstruir, para si, os 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 42 
 
pensamentos de outros para verificar se foram pensados 
correctamente, ao passo que um céptico e uma pessoa incapaz de 
fazer isso. 
 
Com efeito, mesmo quando se dispõe de elementos expressos no 
documento, deve-se questionar se: o documento foi totalmente 
elaborado pelo indivíduo cujo nome é indicado, ou houve dois 
autores, um material (executor) e outro moral (que o concebeu e 
mandou elaborar). 
Por vezes, há necessidade de se recorrer a outros elementos dos 
manuscritos como a: 
. Extensão; 
. Dedicatória; 
. Data; 
. Apresentação; 
. Informações provenientes de outras fontes; 
Sumário 
A crítica externa configura-se como um procedimento extremamente 
importante para a construção do conhecimento histórico. Deste modo há 
necessidade de se averiguar a componente externa da documentação, 
tendo como fim último o alcance da verdade. 
Exercícios 
1. Quais são as características de uma critica externa? 
2. Quais são as diferenças entre a crítica de proveniência e 
a crítica de autenticidade. 
3. Detalhe os elementos de cada tipo de crítica. 
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documento. 43 
 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
 Comente os procedimentos de uma crítica Externa por meio de 
exemplo a sua escolha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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documento. 44 
 
Unidade VIII 
 A CRITICA INTERNA NA 
HISTÓRIA 
Introdução 
Depois de estudadas as questões fundamentais da crítica externa no 
que respeita a proveniência e a restituição do documento, nesta 
unidade é tratada ao outro importante ramo da crítica, isto é, a 
critica interna. A crítica interna é também chamada de crítica de 
credibilidade 
 
Ao terminar esta unidade deverá ter alcançado os objectivos a 
seguir: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
Objectivo Geral 
 Conhecer a dimensão da crítica interna em história. 
Objectivo específicos 
 Explicar as características de cada elemento metodológico 
da história, concretamente da crítica interna. 
 Demonstrar o papel do historiador na aplicação da crítica 
interna. 
 
8.1. As Particularidades da Crítica interna 
Depois de estudadas as questões fundamentais da crítica externa no 
que respeita a proveniência e a restituição do documento, nesta 
unidade é tratada ao outro importante ramo da crítica, isto é, a 
critica interna. A crítica interna é também chamada de crítica de 
credibilidade 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 45 
 
 
Através da crítica interna - frequentemente identificadacorn a 
hermenêutica, faz-se uma triagem entre o verdadeiro e o que não se 
pode considerar como tal. 
Entretanto, a crítica interna pratica-se através de cinco operações: 
. Critica de interpretação; 
. Critica de competência; 
. Critica de veracidade; 
. Critica de rigor; 
. A verificação dos testemunhos. 
 
A) Critica de interpretação 
E necessário, em primeiro lugar, conhecer a língua da época em 
que o documento foi elaborado e na qual esta redigido. Porém, não 
basta conhecer a língua, é necessário ir alem do sentido literal do 
texto, para apreender também: 
. Hábitos de pensamento; 
. Atitudes intelectuais; 
. Formas de sentir, etc. 
 
B) Critica de competência 
Interessa examinar a qualidade do testemunho. Este deve 
preferencialmente possuir as seguintes características: 
:.Directo (sem intermediário); 
 Completo (visar a totalidade dos factos); 
Em bruto (sem comentários subjectivos). 
 
A crítica de competência, embora nascida e desenvolvida em 
função dos documentos escritos, deve também exercer-se 
relativamente aos testemunhos orais, ultimamente 
reabilitados pela chamada história oral. Esta prende-se corn 
testemunhos recolhidos directamente de fonte oral ou sob 
registo oral. 
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documento. 46 
 
C) Critica de veracidade 
Há que averiguar, perante um documento, o que e 
verdadeiro. Langlois e Seignobos defendiam, que em 
história, como em toda a ciência, o ponto de partida deve ser 
deve ser a dúvida metódica, a qual, aplicada a um 
documento, se transforma em desconfiança metódica. 
 
De novo surgem novas e outras questões como estas como: 
. Não teria o autor do documento querido enganar o leitor 
(historiador ou outro) ? 
. Terá o autor do documento tido interesse em mentir? 
. Terá sido obrigado a mentir? 
. Há motivo para desconfiar da afirmação? 
 
D) Critica de rigor 
É necessário verificar o acordo, não só entre as testemunhas 
como também entre os factos. A crítica de rigor afirma Pierre 
Salmon, esforça-se por detectar os erros involuntários na 
mente. 
 
E) Verificação dos testemunhos 
Aqui, o documento deve ser minuciosamente analisado, a fim 
de se poder captar toda a sua riqueza informativa. E preciso 
ler o texto tantas vezes quantas se tenha perguntas a fazer-
lhe; e preciso relê-lo dez, vinte, cem vezes. 
 
 
 
 
 
 
 
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documento. 47 
 
Sumário 
A crítica interna é um procedimento metodológico em História e se 
configura com a dimensão do conteúdo dos documentos que são 
posteriormente transformados em fontes. 
Entretanto, quer na crítica externa, como na Interna, há sempre um 
condicionalismo: a existência de documentos escritos 
Exercícios 
1. Explique cada um dos tipos da crítica interna. 
2. Quais são as diferenças entre a crítica de competência e da 
veracidade 
 
 
 
 
Auto-avaliação 
 
 
 
 Comente os procedimentos de uma crítica interna por meio de 
exemplo a sua escolha. 
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documento. 48 
 
Unidade IX 
CIÊNCIAS AUXILIARES DA 
HISTÓRIA 
Introdução 
Nesta unidade, vai ser estudada um assunto muito importante e que 
determinou o surgimento das ciências auxiliares da história. 
Entretanto, essas ciências estão intimamente ligadas às fontes 
escritas. 
Ao terminar esta unidade deverá ter alcançado os objectivos a 
seguir: 
 
 
Objectivos 
 
 
 Conhecer as ciências auxiliares da história. 
 Identificar as suas características e importância de algumas 
ciências auxiliares da história. 
 
 
9.1. História e as ciencias auxiliares 
As ciências auxiliares constituem áreas do saber que contribuem 
com o seu saber na consolidação da História como ciência. Dentre 
as ciências auxiliares destacam-se: 
A epigrafia é o estudo das inscrições, isto e, dos textos escritos 
sobre materiais duráveis, como a pedra e o metal. E incontestável a 
relevância da epigrafia para a historia greco-romana. Contudo, a 
importância desta ciência não se esgota corn aquela civilização. 
Assim, da história medieval a história moderna e contemporânea, o 
campo da epigrafia alarga-se, permitindo o estudo de uma 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 49 
 
documentação abundante e rica de informações, da qual se podem 
salientar: 
. Estatuas; 
. Nomes de ruas; 
Monumentos evocativos de guerras; 
. Epitáfios. 
 
 Diplomática 
Ainda que, por vezes, estudada juntamente corn a paleografia a 
diplomática é uma disciplina independente tendo, por conseguinte, 
um objecto específico que é o conhecimento racional das regras de 
forma que se aplicam aos actos escritos e aos documentos 
assimilados. 
Os actos que constituem o objecto da diplomática apresentam 
caracteres externos ou extrínsecos e caracteres internos ou 
intrínsecos. Os primeiros dizem respeito a matéria que serve de 
suporte aos actos (pergaminho ou papel, tinta, etc.). Os segundos, 
por seu turno, reportam-se aos factores referentes a língua e a 
redacção (discurso diplomático). Entretanto, não basta descrever os 
caracteres formais extrínsecos e as suas variações ao longo do 
tempo. E preciso explicar a presença de uns e o aparecimento de 
outros reintegrando-os no seu contexto histórico, jurídico, social, 
económico. 
 
A filologia (do latín philologĭa e este do grego φιλολογία, “amor 
ou interesse pelas palavras”) é a ciência que se ocupa do estudo dos 
textos escritos, através dos quais tenta reconstruir, o mais fielmente 
possível, os textos originais com o respaldo da cultura que neles 
subjaz. O filólogo serve-se, por tanto, do estudo da linguagem, a 
literatura e demais manifestações escritas, assim que constituem a 
expressão de uma comunidade cultural determinada. 
Alternativamente, a filologia pode ser um termo usado antes do 
século XX e equivale nos tempos de hoje a linguística. 
HO210 – INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no 
documento. 50 
 
Arqueologia (do grego ἀρχαίος 'velho' ou 'antigo', e λόγος 'estudo') 
é uma disciplina que estuda as sociedades através de seus restos 
materiais, sejam estes intencionais ou não. Assim, devemos deixar 
de lado a tradicional visão de que como «uma ciência auxiliar da 
História, se ocupa da Pré-história, já que complementa com 
documentos materiais aqueles períodos não suficientemente 
alumiados pelas fontes escritas». A Arqueologia é uma ciência 
social autónoma, que estuda aos seres humanos através do estudo 
de seus restos materiais com o fim de inferir os comportamentos e 
situações que lhe deram origem. 
A maioria dos primeiros arqueólogos, que aplicaram a nova 
disciplina aos estudos dos antiquários, definiram a arqueologia 
como o «estudo sistémico de restos materiais da vida humana já 
desaparecida». Outros arqueólogos enfatizaram aspectos 
psicológico-conductistas e definiram a arqueologia como «a 
reconstrução da vida dos povos antigos». Em alguns países a 
arqueologia tem estado considerada sempre como uma disciplina 
pertencente à antropologia; enquanto esta se centra no estudo das 
culturas humanas, a arqueologia se dedicava ao estudo das 
manifestações materiais destas. Deste modo, enquanto as antigas 
gerações de arqueólogos estudavam um antigo instrumento de 
cerâmica como um elemento cronológico que ajudaria a lhe pôr 
uma data à cultura que era objecto de estudo, ou simplesmente 
como um objecto com um verdadeiro valor estético, os 
antropólogos veriam o mesmo objecto como um instrumento que 
servir-lhes-ia para compreender o pensamento, os valores e a 
cultura de quem o fabricou. 
A sigilografia (do latín, sigillum, selo) ou esfragística (do

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