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Kaiany Geller - ATM 2027.2 Estrutura dos genes e cromossomos Genética: Área que se ocupa do estudo da hereditariedade e da variação a partir de sua base física, o DNA. Biologia molecular: Área que estuda a estrutura e funcionamento das moléculas. Genética na Medicina → Anteriormente estudava somente doenças raras. A genética médica não aborda apenas o paciente, e sim a família como um todo. → Atualmente, entretanto, representa o componente central no estudo de diversas características fenotípicas normais e patológicas, sejam pediátricas ou adultas. → É importante observar que muitas doenças são causadas por um conjunto de genes que interagem com o ambiente para determinar um fenótipo. O projeto Genoma Humano e a Medicina → O conhecimento do genoma e o seu funcionamento será, e em alguns casos, já é fundamental na tomada de decisão em alguns casos médicos. → É a determinação da sequência completa do genoma humano, definido como a soma total de informações genéticas da nossa espécie. Genes influenciam a susceptibilidade de muitas doenças Marcadores genéticos que possuem uma associação a doenças como difteria e surdez de baixo tom. Tratamento de doenças genéticas Terapia gênica: uso de genes funcionais de vírus, em que são inseridos nas células do paciente. DNA inserido no genoma humano. Nucleotídeos curtos. Princípio transformante Bactérias possuem essa habilidade. DNA é o principal responsável. DNA - ESTRUTURA Três componentes básicos: Açúcar pentose - desoxirribose Grupo fosfato Quatro bases nitrogenadas Pirimidinas: citosina e timina. anéis simples de carbono-nitrogênio. Purinas: guanina e adenina. dois anéis de carbono-nitrogênio. Modelo dupla-hélice: ligações químicas. Ligações fosfodiéster - ligam açúcar e fosfato. Ligações de Hidrogênio - ligam bases entre si. Os rótulos 3’ ou 5’ derivam da ordem na qual os cinco átomos de carbono da desoxirribose são numerados. As fitas são antiparalelas. Kaiany Geller - ATM 2027.2 Pareamento de bases de Watson -Crick: é ligação entre uma pirimidina e uma purina (DNA natural); MODELO DE DUPLA-HÉLICE A cada volta da hélice, mede aproximadamente 3,6 nm, com cerca de 10,5 pares de bases (pb) por volta. FORMAS DE DNA B DNA normal (0,36 nm entre as bases, 10,5 pares/volta); diâmetro 20 Ǻ A DNA mais compacta (11 pares/volta e uma forte torção em relação ao eixo da hélice (desidratado a 75% de etanol ou em baixa [sal]) Z DNA em zigue-zague (12 pares/volta) (metilação, > torção, ligação com algumas proteínas). HELICOIDIZAÇÃO DO DNA Forma encontrada do DNA nos núcleos celulares. Primeiramente o DNA se dobra em torno de um centro proteico de histonas para a formação do nucleossomo. Esses formam um solenóide em hélice, que organizam-se em alças de cromatina, prendendo-se e um arcabouço de proteínas. CROMATINA: complexo de proteínas histonas e não-histonas, junto coma moléculas de DNA = serve para assegurar o comportamento cromossômico normal e expressão apropriada do gene. Nucleossoma: é a unidade estrutural básica da cromatina. É o complexo de DNA + histonas centrais. CICLO CELULAR O ciclo celular é governado por uma série de pontos de controle que determinam o tempo despendido em cada etapa na mitose. Além disso, os pontos de controle monitoram e controlam a precisão da síntese do DNA. As fases G1, S e G2 constituem juntas a intérfase. REPLICAÇÃO DO DNA A Replicação da dupla fita de DNA resulta em duas moléculas filhas idênticas. Cada uma das moléculas de DNA dupla fita filha é composta, cada uma, de uma fita parental que serviu de molde para a síntese de uma fita filha (recém sintetizada) que é complementar a ela, evidenciando assim a natureza do processo semiconservativo. Kaiany Geller - ATM 2027.2 Para a replicação ser bem sucedida deve ocorrer o pareamento complementar de bases. INÍCIO DA REPLICAÇÃO Em procariontes Local: cromossomos circulares; possui 1 único ponto de origem de replicação; Em eucariontes Local: vários pontos de origem; Modelos de Replicação do DNA Comum na E. Coli e em outros organismos com DNA circulante; Um mecanismo de replicação usado por alguns vírus e por plasmídeos (p ex o fator F), que são molécula de DNA extra cromossômico do tipo circular e presente em bactérias que podem fazer conjugação. 1. Ruptura de uma das fitas de nucleotídeo; 2. A síntese inicia na extremidade 3’ da fita rompida, e a extremidade 5’ é deslocada; a fita interna é usada como molde; 3. A clivagem libera uma fita única de DNA linear e uma fita dupla de DNA circular; 4. As moléculas de DNA linear podem: tornarem-se circulares ou servir como molde de uma fita complementar; 5. Resultado: múltiplas moléculas de DNA circulares. Kaiany Geller - ATM 2027.2 Em eucariotos, a replicação de cromossomos lineares contém vários pontos de origem. A fita de DNa é sempre sintetizada no sentido de 5’→ 3’. Ocorre a síntese de duas fitas filhas: a fita filha contínua ou líder e a fita filha descontínua ou retardada. FATORES DA REPLICAÇÃO - Local de origem; - Matéria prima: nucleotídeos trifosfatados (dNTPs - dATP, dTTP, dGTP e dCTP); - Principais moléculas ativas: DNA polimerases ○ DNA polimerase (III): síntese da fita filha de DNA, a partir da fita molde. Reconhece o RNA iniciador, com uma extremidade 3’ (OH livre). Possui como cofator o Mg2+. ○ DNA polimerase de reparo (I e II): revisão da molécula de DNA - preenche lacunas com a síntese de DNA, se a fita molde estiver intacta. Reconhecimento de bases mal pareadas e promove a excisão do nucleotídeo mal pareado. É uma molécula muito precisa, com cerca de um erro a cada 107 pares de nucleotídeos. Monitora o pareamento de bases, somente depois que era verificar que está correto, ela adiciona o nucleotídeo. E ela possui a atividade de autocorreção - correção do erro de adição de um nucleotídeo errado. DNA ligases Realiza a ligação fosfodiéster entre o grupo 3’ OH livre de uma desoxirribose com o fosfato 5’ do nucleotídeo adjacente. Kaiany Geller - ATM 2027.2 DNA helicase Abre a dupla fita para a exposição das fitas moldes. Primase Enzima do primossomo - síntese do RNA iniciador (oligonucleotídeo de RNA - primer). Proteína estabilizadora Estabiliza a fita simples - a fita descontínua durante a replicação. Nucleases Degradam ácidos nucleicos - degradação dos primers. Topoisomerases Em eucariontes, são importantes no processo de recombinação. Em procariontes, relacionadas a replicação do DNA cromossômico circular. INÍCIO DA REPLICAÇÃO Depende do reconhecimento da região de origem por proteínas específicas; OriC: origem de replicação no cromossomo circular da E. Coli. DnaA: proteína de iniciação. DESENROLAMENTO DNA helicase (rompe as pontes de H entre as bases); desenrola a fita. Proteínas ligadoras de DNA de fita única protegem as cadeias de nucleotídeos para não formar estruturas secundárias. DNA girase é uma topoisomerase II. Ela reduz o torque ao romper a fita dupla em um segmento da hélice de DNA, removendo uma deformação no DNA e reduz o superenrolamento. ALONGAMENTO Síntese dos primers: é um grupo 3’-OH, que possibilita o INÍCIO de ação da DNA polimerase. Depois do primer ser adicionado, as DNA polimerases prolongam a fita nova de polinucleotídeos. As DNA ligases catalisam a formação de uma ligação fosfodiéster no local em que ocorre uma ruptura na estrutura açúcar-fosfato, na substituição do último nucleotídeo do primer. EXTREMIDADE DOS CROMOSSOMOS LINEARES As telomerases realizam a replicação terminal dos cromossomos lineares - sequências de DNA repetitivos, formando os Telômeros. Na ausência da telomerase, as extremidades cromossômicas tornam-se cada vez mais curtas, consequentemente levando à morte celular. A Telomerase é uma transcriptase reversa ribonucleoproteína que usa seu próprio molde de RNA para adicionar hexâmeros espécie-específicos (tais como TTAGGG em humanos) nos telômeros. Os cromossomos humanos apresentam cerca de 2 500 repetições de 5’-TTAGGGTTA-3’. As telomerases apresentam um RNA complementar que serve como iniciador (3’ OH livre) paraa DNA polimerase. Kaiany Geller - ATM 2027.2 Mutações nos genes que codificam a telomerase causam raras doenças hereditárias, com manifestações na medula óssea (anemia), pulmão e pele. DKC1 - gene mutado nas doenças de medula óssea. Codifica uma proteína do complexo da telomerase. Nos casos de células cancerígenas, a atividade das telomerases podem aumentar 80-90%. ORGANIZAÇÃO DO DNA NO NÚCLEO Nos cromossomos nucleares estão organizados como Cromatina = DNA + proteínas associadas No núcleo das células humanas, a cromatina está organizada em 23 pares de cromossomas. Heterocromatina ⇨ condensada, genes inativos maior nível de compactação impedindo a transcrição dos genes Eucromatina ⇨ descondensada, genes ativos. Obs. No núcleo também existem uma série de componentes que não são parte da cromatina Nucleossomos são unidades básicas da estrutura dos cromossomos eucarióticos responsáveis pela organização e empacotamento do cromossomo utilizando as proteínas básicas denominadas de histonas. Os cromossomos apresentam regiões de heterocromatina e eucromatina no núcleo da célula e em seus respectivos territórios. Essa organização é fundamental para a regulação da expressão dos diferentes genes nas células. Na fase de G1, ocorre o check da fita de DNA, para então ser passado para a fase S. Durante a fase S, ocorre a edição da fita de DNA. Pode ocorrer o aumento do núcleo. Empacotamento do genoma: Kaiany Geller - ATM 2027.2 A - Dentro do núcleo interfásico, cada cromossomo ocupa um território particular, representado por diferentes cores. B - A cromatina é organizada em domínios subcromossômicos grandes dentro de cada território, com alças que trazem determinadas sequências e genes em proximidade uns com os outros, com interações intra e intercromossômicas detectáveis. C - As alças trazem elementos reguladores de longo alcance (p. ex., acentuadores ou regiões de controle de locus ) em associação com promotores, que levam à transcrição ativa e à expressão gênica. D - O posicionamento de nucleossomos ao longo da fibra de cromatina promove o acesso a sequências de DNA específicas para a ligação dos fatores de transcrição e outras proteínas reguladoras. MOLÉCULAS CIRCULANTES Supertorção: Quando a fita de DNA gira sobre si mesma. Círculo relaxado: Quando a fita de DNA é cortada (destorcida). Topoisomerase I (enzima que catalisa a distorção do DNA). GENOMA HUMANO Definições: • Genoma: Conjunto completo de genes de um organismo • Transcriptoma: Conjunto completo de genes expressos sob certas condições. Número de transcrições. • Proteoma: Conjunto completo de proteínas Relacionado com a transcriptoma. Muito mais numeroso e complexo. Quantidade de genes em relação aos cromossomos da espécie humana Os cromossomos autossômicos são ordenados pelo seu tamanho do maior para o menor. Grande número de áreas codificadoras: genes maiores. ● Como saber o número de genes presentes no genoma? Número de ORF’s: define o potencial do genoma; Kaiany Geller - ATM 2027.2 Análise do transcriptoma: genes expressos em determinadas células e tecidos. - Temos o genoma nuclear e o genoma mitocondrial Genes: estrutura e função GENES: é uma sequência de DNA cromossômico que é requerida para a produção de um produto funcional. Os genes estão localizados por todo o genoma, mas tendem a se agrupar em algumas regiões e em alguns cromossomos e ser relativamente esparsos em outras regiões ou em outros cromossomos. Muitos genes são capazes de gerar múltiplas proteínas diferentes; O mecanismo de geração de proteínas alterna os segmentos do genoma, amplificando o conteúdo de informações. Em eucariontes: Genes são sequências de DNA que funcionam como unidades transcricionais. Estão localizados no DNA cromossômico nuclear e em organelas específicas como as mitocôndrias e cloroplastos. OUTROS Genes procariotos São sequências de DNA A) Cromossomo bacteriano: estão localizados no cromossomo circulares e moléculas acessórias - plasmídeos. Plasmídeos: pequenas moléculas acessórias não obrigatórias e que contém genes não obrigatórios para a vida do organismo. Genes Virais Podem ser tanto sequências de DNA como RNA, dependendo do material genético que o vírus porta, localizados no interior do capsídeo viral. Genes eucariotos São sequências de DNA localizados no: A) Genoma nuclear B) Genoma extranuclear: Mitocôndrias; Cloroplastos (somente em plantas); ESTRUTURA DO GENE EUCARIOTO A maioria dos genes é interrompida por uma ou mais regiões não-codificadoras: os íntrons . A sequência está presente no RNA no núcleo, mas no RNAm não estão mais presentes. A sequência codificadora possui as informações para determinar os aminoácidos da proteína: os éxons. UNIDADE TRANSCRICIONAL: função necessária e característica de um gene. Pré-gene: quando não possui a unidade transcricional. Genes que não funcionam para determinada espécie. Kaiany Geller - ATM 2027.2 RNA polimerase: molécula responsável pela transcrição. Ela reconhece marcadores para iniciar o procedimento. Agem de 5’ para a 3’. Quando transcrever a fita 5’-3’, a fita complementar será a 3’-5’. Reconhecimento da sequência promotora - início do procedimento. Abertura da dupla fita, a partir da área promotora. Escolhe o nucleotídeo a ser transcrito: +1; No gene, cada nucleotídeo possui uma numeração. DNA Sequência Regulatória: sítio para ligação de proteínas, que influenciam a taxa de transcrição; Promotor: sinaliza o INÍCIO da transcrição. Sítio para a ligação da RNA-polimerase. Terminador: sinaliza o FINAL da transcrição. Fita codante (senso) - contém o código genético. +1 é o número do primeiro nucleotídeo transcrito. Os números dos nucleotídeos sempre são os da fita codante do gene em questão. Fita anti-codante (anti-senso) - complementar em sentido oposto. A tradução ocorre no ribossomo. A subunidade ribossomal menor reconhece o RNAm - sítio de ligação ao ribossomo. Sequência comum. Anticódon liga-se ao códon. Princípio de complementaridade: paralelo. AUG - códon de início - metionina. As proteínas não se iniciam pela AUG. O pró-peptídeo é o resultado final da tradução, o qual deve ser quebrado. Uma unidade transcricional pode conter 1 ou mais genes A estrutura de um sistema operon de procarioto pode gerar um RNAm policistrônico (2 ou mais cadeias peptídicas serão formadas de 1 RNAm) enquanto que um gene de eucarioto gera tipicamente um RNAm monocistrônico (somente 1 cadeia peptídica é formada), embora possam haver exceções. Genes com regiões espaçadoras Kaiany Geller - ATM 2027.2 Genes sobrepostos Genes podem estar sobrepostos ao longo do cromossomo, sendo que para isso cada um terá os seus sinais de regulação, início e término usualmente separados. Nº do resíduo de aminoácido correspondente ao pré-propeptídeo da ATPase 6 - 17 e 226. O nº 1 do peptídeo sempre representa a extremidade N~terminal ou amino-terminal, enquanto o último representa o C~terminal ou carboxi terminal. Genes dentro de genes podendo, por exemplo, podem ocupar sequências do tipo íntrons O gene NF1 é causador da condição neurofibromatose quando está mutado. Este gene tem dentro dele outros 3 genes transcritos em sentido contrário e ocupando a região do íntron 26. Os produtos gênicos resultantes da transcrição podem ser de 2 tipos: 1) RNA codificadores ( que são traduzidos em cadeias polipeptídicas ou 2) RNAs não codificadores para cadeia polipeptídica (não são traduzidos), permanecendo como moléculas de RNA para exercerem suas funções. Um total estimado de 30.000 genes em humanos: 21.000 genes = RNA codificadores (RNAm); 9.000 genes = RNA não codificadores. RNAs codificadores e RNAs não codificadores trabalham juntos na expressão dos genes. Visão Geral da expressão gênica Figura A ↪ São enfatizadas a origem de transcrição de diferentes genes: miRNA , snRNA , tRNA , rRNA e mRNA; ↪ A função de recomposição (processamento) do RNAm (splicing) realizada pelo snRNA (spliceossomo) Kaiany Geller - ATM 2027.2 Figura B ↪ Os papéis de tRNA , rRNA , mRNA e ribossomos na tradução↪ A regulação da expressão gênica pelo miRNA . A enzima Dicer é uma nuclease que processa o Pré-miRNA em miRNA para formar RISC (RNA-Induced silencing complex) que é o complexo de silenciamento induzido por RNA. A proteína dicer transforma a fita dupla em fita simples. A organização e a estrutura dos genes de procarionte e eucarionte podem ser reconhecidos pelo seu sistema de expressão de RNAm; Estrutura típica de um procarioto RBS = sítio ligador de ribossomo; ATG = códon de iniciação da síntese protéica ; Cds ou ORF = quadro aberto de leitura; (ORF = open reading frame) ou sequência codificadora (Cds = coding sequence ). Inicia no códon de início da tradução e vai até o códon de término da tradução. Stop = qualquer um dos três códons de finalização da síntese proteica; Terminador = região terminadora da transcrição 5' UTR (região 5’ transcrita, mas não traduzida; UTR = untranslated region). 3' UTR (região 3’ transcrita, mas não traduzida; UTR = untranslated region). Região promotora: sequência reconhecida pela RNA polimerase para dar início a transcrição Região codificadora: área transcrita que será traduzida como cadeia polipeptídica Região terminadora: sequência que marca o término da transcrição Em algumas situações, os genes de procariotos podem apresentar um promotor único que controla a formação de um único RNA transcrito (RNAm) que contém 2 ou mais genes representados pelas sequências codificadoras. Essa situação é chamada de Operon Estrutura e organização dos genes de eucariotos Kaiany Geller - ATM 2027.2 Processamento do RNA transcrito primário em RNAm ocorre em 3 etapas 1) Remoção dos Introns - splincing. Remoção dos íntrons e junção dos éxons, utilizando as sequências do RNA doadora GU e a aceptora AG que marcam, respectivamente o início e fim de um intron. 2) Adição da estrutura CAP no terminal 5’ do RNA transcrito. A 7-metilguanosina por uma ligação não usual 5’-ppp-5’. 3) poliadenilação na extremidade 3’ do RNA transcrito. Adição da cauda poli(A), pela adenilato polimerase. O FLUXO DA INFORMAÇÃO GENÉTICA Replicação: herança das informações; Transcrição e tradução: conversão das informações em proteínas. TRANSCRIÇÃO A síntese de RNA começa numa "bolha de transcrição”: Depende da enzima RNA polimerase - molécula multifuncional: - Reconhece o início de gene - a sequência do DNA; - Desnatura o DNA expondo a sequência a ser copiada (fita molde 3’ - 5’) - Faz a transcrição sempre no sentido 5’ 3’ a partir da fita molde 3’ 5’; - Não necessita de primer (oligoiniciador) para que a enzima trabalhe; - Mantém as fitas de DNA separadas na região da síntese; - Mantém o híbrido DNA:RNA estável; - Renatura o DNA na região imediatamente posterior à síntese; - Termina a síntese do RNA; 3 FASES: Iniciação (reconhecimento do promotor); Extremamente complexa em eucariotos. Fatores de transcrição; Elongação ou Alongamento (adição dos ribonucleotídeos ao transcrito a partir do molde sempre no sentido 5’ 3’); Terminação (acoplada ao processamento). Estrutura Básica: Promotor; sítio de iniciação (+1); região a ser transcrita; terminador. Áreas promotoras: áreas de consenso da dupla fita. Os sinais negativos são típicos de eucariotos. Marcação comum a todos - genes codificadores de cadeias peptídicas. INÍCIO DA TRANSCRIÇÃO Possui influência de: - Promotores; - Elementos reguladores; Kaiany Geller - ATM 2027.2 - Fatores de transcrição. Início da Transcrição: A RNA polimerase pode ser regulada por outros fatores que modulam positivamente ou negativamente a sua atividade. Pode-se ligar a um elemento ativador de transcrição - 𝛼CTD reconhece o elemento UP. Fatores de transcrição: auxiliam na afinidade e reconhecimento. Proteínas sigma. O reconhecimento do promotor depende de sequências consensuais Em eucariontes: O promotor pode apresentar mais sinais; TATA box: uma sequência promotora, rica em adeninas e timinas; está 25 a 30 pares de bases antes do local de iniciação (-25 a -30). CAT box: segunda região conservada - CCAAT - na posição -75 (antecedente ao início da transcrição); Alguns genes podem ser controlado por um complexo sistema de fatores de transcrição e regiões ativadoras (enhancers) da expressão gênica; Outros genes têm apenas regiões ricas em G e C, chamadas ilhas GC e que são responsáveis por inativar determinados genes. Resultado: RNA primário transcrito. Estrutura de um gene humano Genes clinicamente importantes: Gene da β-globina: possui 2 íntrons e éxons. Diferentes mutações , causam uma variedade de distúrbios importantes de hemoglobina. Gene BRCA1 e BRCA2: gene reparador. Reparo de DNA. Usualmente são enzimas. Codificam proteínas nucleares que se expressam ubiquamente e, acredita-se, mantêm a integridade genômica por meio da regulação do reparo do DNA, da transativação transcricional, e do ciclo celular. A mutação nesses genes predispõem predominantemente a neoplasias da mama e do ovário. Mutações heterozigóticas: possui risco de predisposição. Gene MYH7: Mutações levam a miocardiopatia hipertrófica hereditária. SINAIS DE UM GENE Para a remoção dos íntrons: sinais internos, não relacionados com um códon específico. Os dinucleotídeos GT e AG são importantes para o splicing de RNA nas junções íntron-éxon. A perda de sequências internas do íntron ou mutações (adição, inversões e perda) pode ou não ter consequências - altera a sinalização para a remoção de íntrons. Mutações podem ser determinadas no códon, nas sequências ou no produto. SEQUÊNCIAS REGULATÓRIAS Podem ser de dois tipos: Tipo silenciadores (silencer) ou reforçadores (enhancer). Estas sequências podem participar da expressão de um ou mais genes em eucariontes. Elas requerem sinais de outras moléculas para essa regulação, tais como os fatores de transcrição. ALÇA DE DNA Os fatores de transcrição ligados a ativadores distantes são capazes de interagir com fatores de transcrição mais gerais que estão ligados ao promotor, porque o segmento de DNA entre os dois sítios pode formar uma alça (LOOP). Kaiany Geller - ATM 2027.2 RNA POLIMERASE RNA 2 - é inibido por α-Amanitina, um octapeptídeo cíclico altamente tóxico encontrado no gênero de cogumelos conhecido como Amanita, e pela Bactericida e antitumoral Actinomycin D (dactinomycin), um cromo peptídeo natural produzido por Streptomyces parvulus. Intoxicação pelo cogumelo: via alimentar, as primeiras células que entram em contato são as mucosas. Processamento (3 etapas) O RNA transcrito primário (pré mRNA) é formado e é transformado em RNA heterogêneo nuclear (hnRNA) pela adição do CAP 5’ e da poliadenilação 3’. 1. Capeamento da extremidade 5’ Ligação 5’~ppp~5’ da 7-metilguanosina e clivagem da extremidade 3’ em um ponto específico posterior a partir do fim da informação codificada. É a adição da estrutura CAP (quepe) ao terminal 5’ do RNA transcrito primário; 2. Poliadenilação 3’ Ocorre após a clivagem. Adição da cauda Poli A (150 a 250 adeninas) na extremidade 3’. A cauda poliA parece aumentar a estabilidade do RNA poliadenilado resultante. ↠ Realizada pela Adenilato Polimerase ↠ É uma adição de 150 a 250 adeninas na extremidade 3’ ↠ Estabilizam o RNAm evitando a sua degradação pela extremidade 3’ por exonucleases ↠ Caudas curtas levam a uma rápida degradação do RNAm e como consequência menos tempo para ser traduzido diminuindo a quantidade de produto proteico final. 3. Splicing Remoção dos íntrons por um spliceossomo. snRNA: são ribonucleoproteínas (complexos de RNA e proteínas) responsáveis pelo splicing. O splicing alternativo permite que um gene possa gerar mais de um tipo de produto. TRADUÇÃO Local: RIBOSSOMOS - local de síntese de proteínas. Kaiany Geller - ATM 2027.2 No citoplasma, o mRNA é traduzido em uma proteína pela ação de uma variedade de moléculas de RNA transportadores; - Responsável por carregar o aminoácido e ler o código genético correspondente no mRNA; Como existem somente 20 aminoácidos e 64 códons possíveis, a maioria dos aminoácidos é específica para mais de um códon; consequentemente se dizque o código é redundante. Início da tradução: códon - metionina; O anticódon se complementa ao códon. A ligação entre o códon e o anticódon leva o aminoácido apropriado à próxima posição no ribossomo para a fixação, pela formação de uma ligação peptídica, na terminação carboxila da cadeia de polipeptídeos crescente. A leitura do código genético do mRNA deve ser feita na fase correta Uma molécula de mRNA pode ser traduzida em três fases de leitura, porém apenas uma das fases de leitura codifica a mensagem real. Reconhecimento do RNAm pela subunidade ribossomal menor Sítio de ligação ribossomal - sequência de Shine-Dalgarno que liga-se a região de pareamento de bases do rRNA 16S com o ribossomo 30S. CÓDIGO GENÉTICO Cada conjunto de três bases constitui um códon, específico para um determinado aminoácido. Esses 64 códons constituem o código genético. A leitura de código genético Kaiany Geller - ATM 2027.2 A Tradução tem três etapas: Início, Alongamento e Término. INÍCIO DA TRADUÇÃO Ligação do RNAm a subunidade ribossomal menor por complementariedade e com auxílio dos fatores de iniciação; Ligação do RNAt ativado ao códon de iniciação; Ligação da subunidade maior ao complexo de iniciação posicionando o RNAt no sítio peptidil; A subunidade Ribossomal maior tem 3 sítios: Sítio E (Alongamento) Sítio P (Peptidil) Sítio A (Aminoacil) ALONGAMENTO ("meio"): nesta etapa, os aminoácidos são trazidos ao ribossomo pelos RNAt e são ligados entre si para formar uma cadeia. TERMINAÇÃO ("fim"): na última etapa, o polipeptídeo final é liberado para que possa cumprir sua função na célula. O deslocamento do ribossomo no sentido 5’-3’ ao longo do RNAm permite que outro ribossomo se complete e dê início a tradução de outra cadeia polipeptídica. Um RNA pode ser utilizado várias vezes. Chaperonas: proteínas que se ligam à cadeia nascente, e protege os aminoácidos ao dobramento secundário - ENOVELAMENTO. Necessárias devido à alta concentração de superfícies de interação transientes encontradas dentro da célula que geram o risco de formar estruturas não funcionais, pois podem ficar incorretamente enoveladas. LIGAÇÃO PEPTÍDICA A tradução do RNAm gera produtos polipeptídicos que podem ter diferentes destinos nas células dependendo do reconhecimento de sinais na parte que compreende usualmente os 20 primeiros aminoácidos da cadeia peptídica nascente. MODIFICAÇÕES PÓS-TRADUCIONAIS Para a proteína ser funcional, deve ocorrer o Kaiany Geller - ATM 2027.2 enovelamento para a formação da conformação tridimensional correta. Ocorre a formação de ligações não-covalentes. DEGRADAÇÃO DA PROTEÍNA - taxa de turnover Realizada pelos proteossomos - reconhece a enzima ubiquitina, que se liga à proteína. Os proteossomos são complexas estruturas que digerem proteínas. CONTROLE DA EXPRESSÃO GÊNICA EM PROCARIONTES Organismos procariontes, tais como as bactérias, possuem a características de sofrer com pequenas variações do meio ambiente; Esses organismos necessitam de um maior poder de regulação de seu metabolismo, em prol de uma melhor adaptação às variações do meio; Muito dessa regulação é feita a nível da transcrição de genes por proteínas; Em procariotos, genes de uma mesma rota metabólica podem ter um único promotor para controlá-los. Neste caso, estes genes constituem um sistema conhecido como OPERON; Existem genes que sempre são expressos, sendo conhecidos com genes de expressão constitutiva ou genes housekeeping; estão sempre funcionando; Ex.: genes que são expressos para o crescimento da bactéria depende da quantidade de nutrientes disponível. Outros genes podem ter sua expressão variando em resposta a sinais moleculares. Estes Genes de Expressão Regulada apresentam 2 tipos de controle principais: Modelo de Indução. Modelo de Repressão. Um gene sempre produz um transcrito. Sistema operon de procariotos: um único promotor regulando dois ou mais genes. Possuem poucos cromossomos. OPERON LAC É um exemplo de regulação de expressão gênica; LACTOSE COMO INDUTOR Enzimas: Beta-galactosidase É uma enzima induzível ou seja, sua expressão varia com as necessidades celulares; Caso a bactéria esteja crescendo em meio rico em lactose, sua expressão será alta; Caso a fonte de carbono seja outro carboidrato, sua expressão será reduzida. Permease Transacetilase Ocorre apenas em mamíferos, pois só estes possuem lactose. O gene é ativado quando possui lactose no meio, sendo o indutor da expressão desses genes. Gene Repressor: reprime a sequência operadora e não permite a transcrição do DNA em RNAm. É controlado pelo indutor, a lactose. Sequência promotora Gene Regulador Gene Promotor Kaiany Geller - ATM 2027.2 GLICOSE COMO INDUTOR AMPc é um regulador da proteína ativadora; Com a diminuição da glicose, ocorre aumento da AMPc, acentuando a transcrição. Importância médica: fins terapêuticos. Ex.: genes de sensibilidade aos antimicrobianos. Pelo perfil genético da bactéria. Ação e Expressão Gênica em Eucariontes A expressão gênica pode variar: Resposta ao ambiente (exemplos) • Resposta à hipóxia na altitude (adaptação no nível de Hb). •Resposta à fome mediada por glicocorticóides (síntese de proteínas diminuída, aumento da proteólise, gliconeogênese, glicogenólise e lipólise p.ex.) Estímulos no desenvolvimento (exemplos) • Apoptose (morte celular programada); p. ex: das células das membranas interdigitais; • Fechamento do tubo neural; • Migração dos melanócitos; A Regulação da Expressão gênica ocorre em diferentes níveis: DNA: - Área promotora (p. ex., ilhas CpG ) do gene e sequências a distância enhancer e silencers (controlados por fatores de transcrição). Cromatina (mecanismos epigenéticos): - Por alterações da cromatina que envolvem marcações no DNA metilação bem como modificações em histonas e nucleossomas. No nível de transcrição: - Controle pelos RNAs não codificadores, tais como os RNAi (RNA de interferência) e RNAsn (RNA pequenos nucleares) envolvidos no controle de splicing. Em nível de Proteína: - Endereçamento do peptídeo, processamento do pré propeptídeo, modificações pós-traducionais por grupos químicos e controle da taxa de degradação. CROMATINA E EPIGENÉTICA Alterações na cromatina podem implicar em alteração no padrão de expressão de um gene e serem passadas para as células filhas, inclusive gametas sem haver alteração na sequência de DNA; Principais mecanismos epigenéticos 1. Metilação do DNA Usualmente inativa os genes; Metilação da citosina na posição 5 do anel de pirimidina, originando a 5-mC. Tipicamente ocorrem nos dinucleotídeos CpG que formam ilhas CpG )n que quando metilados sinalizam para inativação dos genes; Uma vez estabelecido o sinal passa para a próxima geração celular. A desmetilação provavelmente está associada à formação da hidroxi metil citosina (5 hmC). Kaiany Geller - ATM 2027.2 É fundamental a desmetilação para reprogramar os genes que serão utilizados no processo de desenvolvimento. Estados alterados de metilação são frequentemente observados no câncer, com hipometilação de segmentos genômicos grandes ou com hipermetilação regional. 2. Modificações de Histonas Modificações químicas das principais histonas: H2A, H2B, H3 e H4. Isso influencia a expressão gênica pois afetam a compactação do DNA (da cromatina) na sua estrutura ou a sua acessibilidade permitindo ou impedindo o acesso de fatores envolvidos na transcrição do gene as áreas de DNA envolvidas; Podem sinalizar complexos de proteínas que ativam ou silenciam a expressão gênica. Essas modificações incluem a metilação, a fosforilação, a acetilação das histonas e outros, ocorrendo em resíduos de aminoácidos específicos; 3. Variantes de Histonas As variantes de histona são codificadas por genes espalhados no genoma com sequências de aminoácidos muito diferentes das histonas canônicas. Diferentes variantes de histonas estão associadas a diferentes funções; Substituem o membro relacionado das histonas principais encontradas nos nucleossomos típicos para gerar estruturas de cromatina especializadas.4. Arquitetura da cromatina A arquitetura da cromatina está fortemente relacionada a uma imagem tridimensional do núcleo que permite regular a expressão de conjuntos de genes através de fatores de transcrição. Em um nível mais aprimorado, avanços técnicos para mapear e sequenciar pontos de contato ao longo do genoma no contexto do espaço tridimensional apontaram para alças ordenadas de cromatina que posicionam e orientam os genes com precisão, expondo ou bloqueando regiões reguladoras críticas para acesso da RNA pol II, de fatores de transcrição e de outros reguladores. Combinações de diferentes polipeptídeos codificados por genes diferentes: Ex.: Hb embrionária - Hb fetal - Hb adulta;
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