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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE DISCENTE: MIRNA BRITO MALCHER PEDROSO DOCENTE: MARIA EDUARDA ALVES GATO POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE, MODELOS DE ASSISTÊNCIA E GESTÃO À SAÚDE Mediante a atual situação de saúde, venho por meio desse texto comparar os variados sistemas de saúde do mundo, dentre eles cabe destacar as regiões mais afetadas pelo COVID-19: Estados Unidos, México, Itália, Brasil, África do Sul e Austrália. Os Sistemas de saúde podem ser definidos como variadas organizações complexas, que respondem a diversas necessidades .Tal conceito foi se diferenciando , de forma que cada parte do mundo passou a direcionar seus sistemas , no caso do Brasil , após o processo de luta e debates juntamente com a evolução no conceito de sistema de saúde , se deu a ideia da criação do SUS. O SUS (Sistema Único de Saúde), teve um grande caminho até sua atual conjuntura, sendo um dos principais modelos de saúde do mundo. Em teoria, o SUS atua de maneira integral a população, abrangendo diversos serviços, desde a atenção básica até a níveis mais complexos, como transplante de órgãos . Este rege com 3 princípios dominantes (porém esse possui variados) , a Universalidade , que visa a saúde como direito de todos, cabendo ao Estado assegurar tal ; Integralidade , onde considera as pessoas como um todo; Equidade, que tem como objetivo diminuir as desigualdades , mediante que cada pessoa possui uma necessidade diferente. A rede que engloba o SUS é ampla , envolvendo variadas ações quanto ao serviço de saúde, como falei anteriormente essas podem ser atenção básica , média e alta complexidade , atenção hospital , assistência farmacêutica e entre outros. Cabe citar que o SUS não é o único meio de sistema no Brasil, o sistema privado também atua no território, e esse muita das vezes trabalha ao lado do SUS. Outro fator importante é que o SUS se comporta de maneira descentralizada, ou seja, cada esfera do governo tem uma responsabilidade diferente , de forma que cada lugar receba a atenção especifica para suas próprias necessidades. As esferas governamentais são dotadas de autonomia para atender melhor as demandas de cada região. Em relação ao setor privado , somente 30% faz parte desse serviço , sendo assim o restante da população se vê obrigada utilizar o sistema público de saúde. Dessa forma , o SUS é mal avaliado , principalmente em relação ao tempo e dificuldade de agendamento de consultas , sendo a qualidade técnica dos profissionais e acesso gratuito de medicamentos a maior satisfação em relação ao sistema. Porém vale ressaltar que profissionais como esses , ainda se mostram concentrados em regiões metropolitanas , prejudicando o restante do país. Por fim, cabe citar a maneira de sustentação do sistema é por forma dos impostos , sendo o investimento público distribuído por níveis de governo. O municipal com 15% de arrecadação e o estadual 12%, sendo que a União aplica o valor de acordo com a variação do PIB. Outro sistema de saúde importante é dos Estados Unidos da América, como no Brasil, esse tem duas vertentes , o privado e público, sendo o privado na sua grande maioria. A assistência privada oferece variados serviços, sendo eles de alto custo e tendo um certo período de carência , mas com alta qualidade e rápido atendimento. Os altos postos empregatícios favorecem os serviços de saúde , diferente do SUS que abrange a todos de maneira igual, independente do cargo que a pessoa exerce. Como comparativo, o SUS se parece com os programas de saúde , denominados Medicare, Medicaide e Veterans Affairs, esses que são oferecidos para pessoas com mais de 65 anos e declarados de baixa renda . A atuação desses se parece como SUS, garantindo a imunização a gripe até procedimentos cirúrgicos. Esses programas são financiados pelo Estado , que foram se expandindo de maneira gradual com os últimos governos. Vale ressaltar que mediante a situações emergenciais, por lei os hospitais devem prestar socorro independente se a pessoa faz parte de convênios ou Medicare. Se esse não possuir condições de pagar, os custos são levados para as seguradoras de saúde. Tal situação chega próximo a um dos princípios do SUS, a Universalidade. Retomando a questão das seguradoras, o Brasil também oferece diversos planos com valores e coberturas distintas. Tais plano podem sair mais barato para funcionários, mas depende das regras da empresa onde esse trabalha. Já para outros indivíduos, o seguro costuma pesar mais no bolso, mas é a própria pessoa que define as regras e escolhe o orçamento. Já o terceiro sistema de saúde a ser citado é da Austrália, chamado de Medicare (igualmente ao EUA). Este serviço atende todas as pessoas que vivem no território e também aqueles com visto temporário. Tal serviço é subsidiado por parceria público-privada, sendo que o indivíduo australiano paga 1% a 1,5%de seu salário anual em saúde . A cobertura desse é baseada em uma determinada tabela, sendo que cada serviço é cobrado dentro da especialidade coberta. Esse cobre basicamente serviços médicos e emergenciais, incluindo a área da farmácia, ajudando na compra de medicamentos, onde o paciente paga uma porcentagem do valor. Como o Brasil, o financiamento de saúde australiano é dado por variados meios, dentre eles: o governo estadual, territorial e local, juntamente aos privados e pagamentos por cidadãos. A gestão de saúde australiana e brasileira é regida de maneira parecida, onde o governo é quem financia, os estados distribuem e regulamentam, e o local executa e aplica. Sendo o estadual e local as duas principais fontes de recursos para a saúde. Os seguros privados e governos estaduais tem um foque maior em hospitais, e o pagamento da porcentagem de cada cidadão australiano é investido na atenção básica. A Universalidade é uma das garantias do Medicare, sendo que qualquer cidadão australiano pode ter acesso, diferente de outros países onde a pessoa opta pelo privado ou público, como o Chile. Esse trabalha de forma a integrar a prevenção e promoção das doenças, de forma a reduzir os riscos de saúde a população. Sua maneira de atuação é bem próxima do Brasil, porém se sabe que a situação é extremamente precária , comparada a um país de primeiro mundo como a Austrália. Se analisarmos um plano de saúde fora de vinculo empresarial esse sai equivalente ao Medicare , ou até mais caro, sendo que o serviço privado em algumas vezes nem oferece o seu melhor. Logo se observa, que a Austrália estar em um dos melhores sistemas de saúde tem seus fatores. Já a Itália trabalha com o SNN, Servizo Sanitario de Naziolle, sendo bem similar ao nosso, porém de maneira mais trabalhada e burocrática. Esse sistema segue um critério de cadastramento, onde todos os cidadãos italianos tem direito, caso o indivíduo seja de fora da Itália precisa atestar moradia fixa , emprego, vinculo familiar, asilo político ou humanitário, e aguarde de cidadania .No caso de estudantes , esses terão que pagar uma pequena parcela , dependendo da localização. Documentos como a permissão de moradia, certificado ou declaração de residência e código de imposto pessoal são obrigatórias para a validação de tais direitos . No ato de cadastramento, haverá a escolha de um médico da família , no caso se houver filhos menores, um pediatra, tais médicos estão inseridos na lista da ASL( local de cadastramento , como um “ posto” no Brasil). Cabe citar que o atendimento do sistema de saúde italiano é garantido para todos na família cadastrados como dependentes, e tal direito somente será promovido com a atualização da permissão de moradia. Com a consolidação de cadastramento, o indivíduo possui os mesmos direitos e responsabilidades que um cidadão italiano, podendoter acesso a serviços como, atendimento hospitalar, farmacêutico e laboratorial, porém dependendo da complexidade do atendimento esse pagará uma taxa . Se esse possuir visto de visitante, terá que recorrer a serviços privados ou seguros, e se esse possuir um visto inválido, caso aconteça algo de caráter de alta complexidade emergencial, é obrigação italiana que esse seja atendido. Esse pode comprovar que não há condições de pagar ou irá pagar uma taxa de manutenção ao local atendido. Uma informação pertinente é que o Brasil possui um acordo com Itália , que todos aqueles brasileiros cadastrados no INSS tem direitos aos serviços de saúde italianos , esse devendo comprovar que é contribuinte , e que estão com intenção de ficar pouco tempo na Itália, como brasileiros com visto temporário , de trabalho, estudo e turismo. Cabe destacar que o sistema de cadastro brasileiro ao SUS, decorre da mesma forma ,onde são necessário documentos como RG , CPF e comprovante de residência , de forma a gerar o Cartão do SUS , que no caso da Itália seria Carteirinha do SNN. No brasil qualquer posto ou upa podem ser retirados os cartões , na Itália são chamado os escritórios de retirada ,Azienda Sanitaria Locale (ASL). Por mais que esses dois sistemas se pareçam em questões de cadastro e atendimento, o SUS ainda tem suas fraquezas, pois muito se sabe que poucas pessoas estão cadastradas no sistema ou tem acesso. A Itália tem suas grandes vantagens de investimentos e estrutura , porém o COVID-19 vem desestabilizando variados sistemas , desde de o pior até o melhor. A Itália vem sofrendo com falta de leitos e equipamentos, já que esta é a que tem mais sofrido durante esse período. Se um país estruturado vem vivendo isso , imagine o Brasil. Continuando a sequência de sistemas , cabe agora citar o México , que presta serviços a partir de instituições públicas , assessorada por departamentos governamentais, juntamente a uma parte privada. Como na Constituição de 1988 no Brasil , o México atribui o dever de assegurar a saúde nacional ao Estado . O sistema é o público subdividido em segmentos de fornecimento, já o privado organizado em escritórios privados que oferecem uma variedade de opções de serviços. A saúde pública é de maneira total ou parcial subsidiada pelo governo federal, sendo influenciada pelo status de emprego do individuo. Esse divide em dois tipos de prestação de serviço: o Seguro Popular , que abrange a população de baixa renda, indivíduos das áreas rurais e urbanas , e trabalhadores informais ,cobrindo variadas doenças comuns e cerca de 18 intervenções de alto custo. Esse é associado a Previdência Social , sendo mais de 90% da população mexicana é assegurada por esse serviço. Já para cidadãos empregados formalmente e seus dependentes é fornecido o Instituto Social Mexicano del Seguro Social(IMSS), sendo que esse faz parte do sistema tripartido, onde o financiamento igual para o empregado , empregador particular e governo federal. Tal não inclui funcionários públicos , sendo esses atendidos pelo Instituto de Segurança e Serviços Sociais dos Trabalhadores do Estado (ISSSTE), atendendo assim os funcionários do governo nos níveis local, estadual e federal. Já o serviço privado faz parte da grande parcela do serviço de saúde , sendo uma boa parte dos gastos e atividades do México, sendo 52% do total. Os serviços prestados por instituições privadas e médicos particulares em seus consultórios são oferecidos por uma parte da população , contratando um seguro privado ou pagando diretamente os serviços. Como no Brasil, a insegurança com o serviço público é muita, fazendo muitos optarem por serviços privados, por acreditarem na crença que serviços são de qualidade superior. Porém com a atual situação de saúde, hospitais privados se veem sem escapatória, sem equipamentos básicos, devido à alta do COVID-19 . Reportagens mostram como o vírus, se alastrou de maneira gradual, sendo que o México teme saques e assaltos devido a situação. Sendo assim cabe dizer que o México e Brasil tem suas semelhanças , como na forma que o Estado assegura a saúde a população , principalmente em relação as regiões mais remotas, no caso do México eles estender a cobertura de saúde as comunidades rurais . A atenção primária vem sendo trabalhada por anos, de forma a comparar a Equidade, principio que visa a desigualdade e acessibilidade, levando a populações rurais no México e indígenas ou ribeirinhas o Brasil um maior acesso a saúde. Por fim, por mais que tais serviços tenham suas semelhanças, suas disparidades são evidentes, tais como a divisão de serviços prestados, sendo mais um serviço que exclui uma parte da população, diferente do SUS que incluí a população como um todo. O próximo sistema de saúde que venho abordar é o da África do Sul, que como os sistemas anteriores esse se divide em público e privado, sendo o público na sua grande maioria, e o privado fazendo parte de 10% da população rica do país. Em relação ao PIB no ano de 2005, a África do Sul gastou cerca de 8,7%, sendo do total desse 42% foram para o setor público e o restante para o privado. A África como o Brasil teve um grande trajetória até o atual , desde a criação do primeiro hospital até a valorização da enfermagem no cenário da primeira Guerra Mundial. A declaração de Direitos de Constituição da África do Sul concede a todos o direito à assistência médica. Onde cerca de 58,8 milhões de pessoas vivem sem seguro médico e dependem de um sistema público e precário , onde há falta de médicos e instalações estão em ruinas , decorrente de atraso e tratamento inadequado. Desde de 2006, o poder politico vem tentando promover medidas para a implantação de um possível seguro de saúde nacional, ou NHI, porém sua implementação foi interrompida devido a certos detalhamentos operacionais e financeiros a serem resolvidos. Tal seguro tem objetivo de fornecer o acesso universal dos cuidados de saúde a todos , de forma a utilizar o fundo estatl para o contrato de serviços e medicamentos de fornecedores privados-públicos. A partir disso, a ideia era que todos os sul-africanos era que todos contribuíssem para o fundo, de forma que todos receberiam em troca o tratamento gratuito. Esse seguro vem sendo apoiado pelo estado de maneira firme , juntamente com os partidários , que incluem o Congresso dos Sindicatos da África do Sul, o maior grupo trabalhista do país. Porém , vale ressaltar que as seguradoras e administradores privados não ficaram nada contentes com a possível criação do seguro, já que a cobertura dessas pode ser reduzida. O plano de criação do NHI é ate o ano de 2026, porém o caminho tem sido difícil , já que os planos–pilotos não ofereceram tantas evidencias de oferecimento de melhores cuidados médicos . Críticas vem partindo de todas as entidades, já que o país e os profissionais não estão no seu melhor porte atualmente. A África do Sul tem passado por anos situações precárias devido ao seu sistema , desde de doenças como o HIV à mortes em massa , por isso é dever do Estado correr contra o tempo, já que mais um mal se aproxima , que é o COVID-19, e como se percebeu no decorrer do texto África do Sul são os países mais fragilizados mediante a situação, já que infraestrutura e profissionais estão em falta. Ambos estão passando por falta de leitos , equipamentos e maiores pesquisas , ajudando de maneira direta o aumento no número de casos do Corona vírus. O último sistema de saúde nos faz voltar um pouco na história da Medicina Tradicional Chinesa, que foi uma das bases por milênios na China e atua até hoje ao lado do Sistema Chinês. Hoje a MTC ainda faz parte do sistema , atuando de forma complementar , a fim da prevenção e da auto cura . Os profissionais atuais podem atual de maneira interdisciplinar, tendo a medicina tradicionale ocidental juntas. O Sistema da China atua para os dois lados , privado e público, sendo que maioria da população possui cobertura básica de saúde. A China sempre vem modificando e reformando seu sistema , sendo que esse houve 4 fases até sua atual conjuntura , a primeira fase focou na população das áreas rurais , beneficiados pelo Sistema Médico Cooperativo Rural nas zonas rurais, atendendo assim as demandas básicas de saúde daquela região. Sendo que a região urbana , era subsidiada pela saúde privada, pessoas que trabalhavam pelo governo ou empresas privadas utilizavam essa. Já a segunda fase , os chineses que moravam nas zonas urbanas começaram a ser afetados , sendo que naquele momento a situação de saúde era inviável , desse modo foi criado perante a crise a Lei do Seguro Social, onde tais empresas empregatícias deveriam participar do Seguro Médico Básico de Trabalhador Urbano. Posteriormente a terceira fase abordou o fortalecimento dos cuidados da população rural , criando o Novo Regime Cooperativo Médico Rural. Por fim a quarta fase se inicia o atual sistema de saúde chinês , com o aparecimento das diretrizes sobre a reforma do novo sistema médico e farmacêutico . Como o Brasil, esse trabalha na supervisão das necessidades de saúde , na China feita pela Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar. Também tendo função de promover informações de conscientização e educação em saúde, planejamento familiar e acessibilidade dos serviços e acompanhamento. Outro comparativo é na questão de divisão administrativa , onde se divide em níveis: central, provincial, regional , municipal e distrital. Sendo dessa forma cada região responsável por algo , sendo o distrito na China o que cuida de variadas cidades e cada unidade governamental no nível municipal tem um departamento de saúde funcional. Mesmo perante a toda essa estrutura de saúde a China vive diversos desafios , principalmente em relação a quantidade de pessoas no país, sendo que cada vez a população lida com o aparecimento de novas doenças. Instalações médicas de alto nível vem sendo construídas para reforços, porém o surgimento repentino do COVID-19 na cidade de Wuhan trouxe a tona o quanto um sistema de saúde pode ser fragilizado de maneira rápida , independente se esse está em um dos melhores do mundo. Tal texto nos faz refletir que mediante a tal pandemia, não é somente o sistema ou Estado que deve tomar maiores medidas, mas sim a população como todo. Referências How South Africa Plans to Fix na Ailing Health System in: https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-08-14/how-south-africa-plans- to-fix-an-ailing-health-system-quicktake Austrália para viver in: https://australiaparaviver.com.br/servico-publico-de- saude/ Comparação entre o sistema de Saúde brasileiro e de outros países in: https://youtu.be/_dOa6e2q_D4 Health Cara Systems in México in: https://www.internationalinsurance.com/health/systems/mexico.php Darvenne1,M. Brasil e China :cooperação em saúde e perspectivas: Saúde e Políticas Externas: os 20 anos de Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde(1998-2018). https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-08-14/how-south-africa-plans-to-fix-an-ailing-health-system-quicktake https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-08-14/how-south-africa-plans-to-fix-an-ailing-health-system-quicktake https://australiaparaviver.com.br/servico-publico-de-saude/ https://australiaparaviver.com.br/servico-publico-de-saude/ https://youtu.be/_dOa6e2q_D4 https://www.internationalinsurance.com/health/systems/mexico.php How South Africa Plans to Fix na Ailing Health System in: https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-08-14/how-south-africa-plans-to-fix-an-ailing-health-system-quicktake
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