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Resumo de Direito do Consumidor ● Teorias do Consumidor As questões que envolvem o consumidor foram regidas por duas teorias, sendo elas a Teoria Finalista e a Teoria Maximalista. Então, a Teoria Finalista diz respeito à definição do consumidor como sendo aquele que usa o produto ou serviço para consumo próprio, ou seja, ele é o destinatário final, onde, o STF criou a chamada Teoria Mitigada para o consumidor para que, ao considerá-lo como vulnerável economicamente, tecnicamente e juridicamente perante as empresas, possa protegê-los, assim, o código nos protege. Já a Teoria Maximalista não é considerada no Brasil pelo fato de que ela considera qualquer pessoa que compre um produto ou serviço, sem exceção, como sendo consumidor. ● Desconsideração da Personalidade Jurídica A personalidade jurídica é justamente essa espécie de blindagem que a pessoa jurídica tem onde ela pode separar seus bens pessoais dos da empresa. Para que haja essa desconsideração, é necessário que haja as práticas de desvio de finalidade, confusão patrimonial ou prejuízos ao consumidor. É nisso que entra a Teoria Menor, onde, ela atua justamente nessas relações de consumo para a desconsideração da personalidade jurídica mais simplificada, assim, não é preciso provar a fraude, apenas que a P.J impeça o ressarcimento ao consumidor lesado ou em casos de abuso de poder, infrações e outros aspectos. ● Art.2° da definição de consumidor Este artigo explica e define quem de fato é o consumidor, sendo a pessoa física ou jurídica que utiliza o produto ou serviço como destinatário final, para consumo próprio,onde, para ser considerada relação de consumo, deve haver essa relação entre o vendedor e comprador, sendo o comprador, o último destinatário. Ainda, há o consumidor mercantil e o consumidor civil, sendo o mercantil aquele que compra da indústria para vender (revendedor) entrando na relação de consumo como fornecedor e não consumidor de fato já que o produto será vendido e não para consumo próprio, e o civil aquele que vende um produto simplesmente por vender, não tem o intuito de renda e só se encaixa no código civil. ● Consumidor Equiparado ou Bystander (Art.17°) É basicamente qualquer pessoa que de alguma forma, se envolveu na relação de consumo de outro consumidor, seja por acidente do produto, uma coletividade ou pessoas mesmo que indetermináveis expostas a essas práticas. Ex: Uma TV muito grande explode e atinge um grupo de pessoas que estavam assistindo. Essas, são consumidores equiparados. ● Ato Constitutivo e Sociedade de Fato O Ato Constitutivo diz respeito justamente à irregularidade da sociedade, tem o papel da sociedade porém, não tem o registro feito e formalizado. Já a Sociedade de Fato é quando não se tem nem o ato constitutivo (no papel) tampouco o registro, o que os torna Entes Despersonalizados, e, inclusive, se foi feita alguma relação entre essa sociedade e terceiros, como a prestação de algum produto, estes podem provar a sociedade mesmo que eles digam que não são. ● Art.13° da definição de Fornecedor e de Produtos e Serviços O fornecedor não é nada mais do que aquele que coloca produtos ou presta serviços no mercado de maneira habitual ou onerosa, é aquele que vive dessa produção, montagem, importação, exportação, etc, de produtos ou dos serviços. Assim, o Empresário é um fornecedor por viver disso, por colocar produtos ou prestar serviços à sociedade, onde, há o estabelecimento de relação de consumo e regência da Teoria Menor. No mesmo artigo dá a definição do que é produto e serviço para que haja essa relação de consumo, sendo o produto qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial. E o serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo mediante remuneração, exceto os de caráter trabalhista. ● Boa-fé A boa-fé é um importante elemento do direito do consumidor pois trabalha justamente com a lealdade e confiança entre o fornecedor e o consumidor. Dessa forma, a boa-fé vem para Integrar (se houver uma lacuna de regra), para Interpretar (Dúvida na cláusula) e para Controlar (Em caso de abuso de poder) sempre baseados em confiança e lealdade. ● Art.6° dos Direitos Básicos do Consumidor São exemplos de direitos básicos garantidos pelo código a questão de proteção à vida, segurança e saúde do consumidor quanto a produtos e serviços perigosos ou nocivos, liberdade de escolha e educação sobre consumo adequado, informação e especificação adequada sobre questões, por exemplo, de qualidade dos produtos e uso, proteção a publicidades enganosas, a questão da solicitação de modificação ou revisão contratual em casos de desconfiança sobre algum pagamento abusivo, prevenção e reparação de danos, além de outro direito básico do consumidor que é a inversão do ônus da prova onde quem tem a maior facilidade de provar o ocorrido fica com o ônus, por exemplo, se for processar uma empresa por algo que ocorreu, o que conseguir provar tanto se houve essa fraude ou que não houve e é equívoco, no caso, fica com o ônus. ● Responsabilidade do Fornecedor pelo Fato do Produto e Serviço (Art. 12° e 14°) A responsabilidade do fornecedor diz respeito à resposta pela reparação dos danos causados pelo defeito ou vício daquilo que ele ofereceu ao consumidor, o “fornecedor” sendo desde o fabricante até o importador. Porém, se faz necessária a distinção entre Vício e Defeito (Fato) do produto ou serviço. O vício, diz respeito àquilo que torna inadequado o consumo do produto ou serviço, como um celular que está com problema na bateria. Já o defeito, ou fato, ou acidente, é aquilo que oferece risco a saúde e segurança do consumidor, como no caso em que a bateria de um celular explode. Então, a responsabilidade pelo Fato do Produto, é justamente a reparação dos danos causados pelo defeito do produto, sendo o fato ou defeito do produto, algum acidente que tenha acontecido devido a um problema que foi estopim do ocorrido, tendo a chamada responsabilidade objetiva, tendo que indenizar a vítima mesmo sem comprovação da culpa, culpa esta sendo derivada de negligência, imprudência ou imperícia. Porém, o fornecedor só não será responsabilizado caso prove que esse produto não foi colocado no mercado, o defeito não existe ou que ele foi causado pelo próprio consumidor. - Responsabilidade do Comerciante (Art. 13°) O comerciante é igualmente responsável ao descrito para o fornecedor quando não há identificação de fabricante, o produto seja falso e quando não conservar adequadamente o produto que precisa desse cuidado. A Responsabilidade pelo Fato do Serviço, é justamente a reparação dos danos causados pelo defeito ou acidentes provenientes da prestação de determinado serviço, não sendo responsabilizado quando provar que na prestação do serviço, o defeito inexiste ou pela culpa exclusiva do próprio consumidor ou de terceiros. Assim, a responsabilidade será considerada, nesse caso, objetiva ou subjetiva (subjetiva sendo a necessidade de comprovar a culpa do fornecedor) ao se analisar o caso em específico. ● Responsabilidade do Fornecedor pelo Vício do Produto e Serviço (Art. 18° a 20°) A responsabilidade do fornecedor decorrente do vício do produto ocorre através da resposta de forma quantitativa ou qualitativa ao vício desses produtos, sendo eles duráveis ou não-duráveis, por serem impróprios ou inadequados, bem como questões de ser diferente da embalagem, propaganda enganosa, etc. Onde, com isso, o consumidor tem direito a pedir substituição. Nesse meio, o prazo de reclamação varia de 90 dias para produtos duráveis e 30 dias para produtos não-duráveis, podendo ser reclamado desde o fabricante até o comerciante, em que esse prazo pode ser alterado de 7 a 180 dias dependendo do consentimento. É contado o prazo do vício a partir do momento que se descobre esse problema, onde, o vício se divide em Vício aparente (no momento que recebe o produto), Vício oculto (quando o problema “se revela”) e o Vício de fácil constatação. Assim, caso o fornecedor não cumpra com o prazo estipulado, o consumidor tem direito a pedir o dinheirode volta, substituição do produto, abatimento do valor ou outro produto melhor assumindo a diferença. Assim, se tratando de vício de quantidade pode-se reclamar no momento sem esperar prazo de 30 dias e, se isso foi feito dentro do estabelecimento comercial, o fabricante não é responsável. A Responsabilidade pelo Vício do Serviço, seja por quantidade ou qualidade recebe as mesmas regras do vício do produto, não sendo necessário esperar o prazo de reclamação de 30 dias. ● Produtos duráveis e não-duráveis Nas questões onde vimos que envolvem prazos e garantias, há especificidades para produtos de natureza durável e não-durável quanto a essa medição. Então, para fins de distinção, produtos duráveis são aqueles que não se esgotam já no primeiro uso, podendo ser usado por várias vezes como um carro, um celular, computador, livros, móveis, etc. Já produtos não-duráveis são aqueles que, ao serem utilizados pela primeira vez, já não são mais úteis, por exemplo alimentos, roupas, preservativos, fraldas, maquiagem, etc. ● Garantia Legal e Garantia Contratual (Art. 26° e 50°) Em relação aos prazos, como já visto, para produtos duráveis o prazo é de 90 dias, contando da data da entrega ou recebimento, ou do término do serviço se for vício aparente ou fácil constatação e do momento da constatação se for oculto. Já para produtos não-duráveis o prazo é de 30 dias obedecendo às mesmas regras. A garantia legal é justamente essa que a lei já garante para o consumidor, sendo de 30 a 90 dias a depender do produto ou serviço, podendo sofrer alteração e flexibilização de 7 a 180 dias de comum acordo e não podendo ser restringida ou limitada. Já a Garantia Contratual é aquela que o próprio fornecedor para fins de boa relação concede ao consumidor na compra do produto, por exemplo quando a loja dá uma garantia de um ano, só que, para isso, a garantia contratual tem que estar em termos, por escrita e ainda o artigo 50° prevê que as duas garantias são complementares. Então, a garantia do produto não vale só pelo o que o fornecedor deu, ou seja, se ele deu um ano de garantia, valem esses um ano + 90 ou 30 dias dependendo do produto. Ainda há a prescrição que é a perda do direito de análise do pedido, que é a pretensão, já a decadência é perda desse direito de pretensão. Onde, o prazo de pretensão se aplica ao defeito, sendo um prazo de 5 anos, e o de decadência que se aplica ao vício, que são os 30 a 90 dias. ● Troca e Direito de Arrependimento (Art.49°) A troca é mais um política comercial adotada pelos fornecedores e comerciantes para construir uma boa relação com seus consumidores, porém, quando se faz essa troca por questões de relacionamento (sem ser por vício ou defeito), por exemplo, trocar uma roupa que não gostou, essa troca pode ser feita em qualquer dia e para qualquer consumidor, onde, quando não é feito, se estabelece uma prática abusiva. Já o arrependimento (desistência do contrato) é um direito que pode ser exercido pelo consumidor, em que tem o prazo de 7 dias depois da compra, porém, TEM que ser feito fora do estabelecimento comercial. Por internet, telefone, do outro lado da rua, etc. ● Orçamento (Art.40°) No fornecimento de serviços, o fornecedor é obrigado a apresentar o orçamento com os valores de tudo que será feito e utilizado, incluindo as datas de início e término. Onde, o valor do orçamento tem prazo de 10 dias (pela lei) e, sendo aprovado, só pode ser alterado por meio de negociação entre eles. E, por fim, o consumidor não responde por acréscimos não previstos no orçamento, tendo o próprio prestador que arcar.
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