Buscar

AGENTES PÚBLICOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
2 
 
Sumário 
1. ABORDAGEM CONSTITUCIONAL E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ......................................................................... 4 
2. AGENTES PÚBLICOS .................................................................................................................................................. 5 
2.1 Agentes Políticos ................................................................................................................................................. 6 
2.2 Particulares em colaboração com o poder público ............................................................................................ 8 
2.3 Servidores Públicos (Agentes Administrativos) .................................................................................................. 9 
2.3.1 Servidores Temporários: ............................................................................................................................ 11 
2.3.2 Celetistas.................................................................................................................................................... 16 
2.3.3 Servidores estatutários .............................................................................................................................. 18 
3. FORMAS DE PROVIMENTO DE CARGO PÚBLICO .................................................................................................... 21 
3.1. Provimento Originário ..................................................................................................................................... 21 
3.2. Provimento Derivado ....................................................................................................................................... 22 
3.3. Vacância do cargo ............................................................................................................................................ 23 
3.4. Investidura no cargo ........................................................................................................................................ 24 
3.5. Concurso Público ............................................................................................................................................. 27 
3.6. Exceções ao concurso público ......................................................................................................................... 28 
3.7. Regras Definidas pelo Edital ............................................................................................................................ 28 
3.8 Realização de concurso na vigência do certame anterior: ............................................................................... 30 
3.9. Nulidade do Concurso ..................................................................................................................................... 30 
3.10. Direito Subjetivo à Nomeação ....................................................................................................................... 34 
4. ESTABILIDADE ......................................................................................................................................................... 36 
5. VITALICIEDADE ........................................................................................................................................................ 38 
6. ACUMULAÇÃO DE CARGOS .................................................................................................................................... 39 
7. REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR PÚBLICO ................................................................................................................ 41 
7.1 Irredutibilidade de Remuneração ..................................................................................................................... 42 
7.2 Vinculação e Equiparação de Remunerações ................................................................................................... 43 
7.3 Subsídios ........................................................................................................................................................... 43 
7.4 Teto Remuneratório ......................................................................................................................................... 44 
8. DIREITO DE GREVE .................................................................................................................................................. 46 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
3 
 
 
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA 
CF/88 
⦁ Art. 37 a 42 
⦁ Art. 95, § único, I 
⦁ Art. 128, §5º 
⦁ Art. 169 
 
Outros Diplomas Legais 
⦁ Lei 8112/90 
⦁ Art. 2º da Lei nº 8.429/92 
⦁ Art. 327, CP 
 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! 
 
CF/88 
⦁ Art. 37, inc. I, II, V, VII, IX, XI, XIV, XVI, XVII 
⦁ Art. 37, §§ 4º, 6º, 7º, 1º, 13º e 15º 
⦁ Art. 38 
⦁ Art. 39, §§ 1º, 4º, 9º 
⦁ Art. 40 (leitura completa, tendo em vista a recente alteração legislativa) 
⦁ Art. 41, todos os parágrafos (muito importante) 
⦁ Art. 169, §3º 
 
Lei 8112/90 
⦁ Art. 5º 
⦁ Art. 8º a 12º 
⦁ Art. 15, 18 e 19 
⦁ Art. 20 a 22 
⦁ Art. 24 a 32 
⦁ Art. 33 a 36 
⦁ Art. 61, 68 
⦁ Art. 73 a 76 
⦁ Art. 77, 78, 81, 86 e 94 
⦁ Art. 97 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
4 
 
⦁ Art. 102 a 107 
⦁ Art. 116 a 118 
⦁ Art. 121 a 126-A 
⦁ Art. 127, 130, 131, 132 
⦁ Art. 136 a 139 
⦁ Art. 145, 147, 148 e 149 
⦁ Art. 153 a 166 
⦁ Art. 183 e 186 
 
CP 
⦁ Art. 327 
 
1. ABORDAGEM CONSTITUCIONAL E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
 
A CF/88 trata da Administração Pública nos arts. 37 a 42. No material, serão tratados os principais pontos 
da matéria, o que NÃO dispensa a leitura dos dispositivos Constitucionais. 
Os princípios constitucionais explícitos são vetores de observância obrigatória pela União, Estados, DF e 
Municípios. São eles: 
• Legalidade; 
• Impessoalidade; 
• Moralidade; 
• Publicidade; 
• Eficiência. 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte. 
(...) 
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos 
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo 
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades 
ou servidores públicos. 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
5 
 
2. AGENTES PÚBLICOS 
 
a) Conceito de agentes públicos lato sensu: 
 
É expressão ampla que abrange os sujeitos que exercem funções públicas. Assim, qualquer pessoa que age 
em nome do Estado é agente público, independentemente de vínculo jurídico, ainda que atue sem remuneração e 
transitoriamente (CARVALHO, 2017, p. 769). 
 
Art. 2º da Lei nº 8.429/92: Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o 
agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente 
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra 
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades 
referidas no art. 1º desta Lei. 
 
Art. 327 do Código Penal: Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, 
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função 
pública. 
 
b) Agentes Públicos de Fato x Agentes Públicos de Direito 
 
▪ Agente público de direito – É aquele que exerce a função pública com vínculo jurídico, formal, válido 
com o Estado. Há investiduraregular nos cargos, empregos e funções públicas. 
 
▪ Agentes públicos de fato – É aquele que exerce a função pública sem vínculo jurídico, formal, válido 
estabelecido com o Estado, buscando atender o interesse público. Inexiste investidura prévia em cargo, 
emprego ou função pública. 
 
Obs.: O agente público de fato não se confunde com usurpador de função pública. Isso 
porque o usurpador exerce a função pública de má fé, inclusive incorrendo no crime de 
exercício irregular da função pública (art. 328, CP), ao passo que o agente público de fato 
exerce a função pública para satisfazer o interesse público. 
 
Os agentes públicos de fato podem se dividir em: 
(1) Agente de fato putativo – É aquele que exerce a função pública numa situação de normalidade. Não 
percebe a proibição, e mesmo sem vínculo, exerce a função pública de boa-fé. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
6 
 
Ex.: Servidor que se aposenta, mas permanece exercendo a função pública se em um determinado dia ele 
agride um particular na repartição seus atos seriam convalidados e o Estado responderia. 
 
(2) Agente de fato necessário – É aquele que exerce a função pública em situações excepcionais, como 
emergências e calamidades públicas, em colaboração com o Poder Público, como se fossem agentes de 
direito. 
 
Ex: particular que organiza o trânsito quando todos os sinais da via queimam. 
 
Os agentes públicos de direito se dividem em: 
(1) Agente político 
(2) Particulares em colaboração com o Estado 
(3) Servidores Públicos 
 
 
 
 
2.1 Agentes Políticos 
 
Agentes públicos que atuam no exercício da função política de Estado. São servidores estatutários, que 
NÃO possuem vínculo contratual com o Estado. Seriam os detentores de mandato eletivo, secretários e Ministros 
de Estado. 
 
- Quanto aos Membros dos Tribunais de Contas, o STF já se manifestou no sentido de enquadrá-los como 
AGENTES ADMINISTRATIVOS, e não como agentes políticos, razão pela qual incidiria a Súmula Vinculante 
13 STF (vedação ao nepotismo). 
 
- Quanto aos membros da magistratura e do Ministério Público, Maria Sylvia Zanella di Pietro ressalta: “É 
necessário reconhecer, contudo, que atualmente há uma tendência a considerar os membros da 
Magistratura e do Ministério Público como agentes políticos. Com relação aos primeiros, é válido esse 
entendimento desde que se tenha presente o sentido em que sua função é considerada política; não 
significa que participem do Governo ou que suas decisões sejam políticas, baseadas em critérios de 
oportunidade e conveniência, e sim que correspondem ao exercício de uma parcela da soberania do Estado, 
consistente na função de dizer o direito em última instância. Nesse sentido, o STF, no RE 228.977/SP, em 
que foi relator o Ministro Néri da Silveira, referiu-se aos magistrados como “Agentes políticos, investidos 
para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
7 
 
de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica” (DJ de 12-4-02). Quanto ao vínculo com 
o poder público, é de natureza estatutária, regido pela Lei Orgânica da Magistratura.” 
 
De acordo com Rafael Carvalho, adotamos o conceito restritivo de agentes políticos que possuem as 
seguintes características: 
a) o acesso ao cargo político ocorre por meio de eleição (ex.: chefes do Executivo) ou pela nomeação por 
agentes eleitos para ocuparem cargos em comissão (ex.: Ministros e Secretários estaduais e municipais); 
b) a função política possui caráter transitório, tendo em vista o princípio republicano, e será exercida por 
prazo determinado (mandato); e 
c) as decisões políticas fundamentais de Estado, caracterizadoras da função política, envolvem, 
primordialmente, a alocação de recursos orçamentários e o atendimento prioritário de determinados 
direitos fundamentais. 
A partir do conceito restritivo e das características principais dos agentes políticos, verifica-se que essa 
categoria de agentes abrange apenas os chefes do Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos), os 
seus auxiliares (Ministros, Secretários estaduais e Secretários municipais) e os membros do Poder 
Legislativo (Senadores, Deputados e vereadores), excluindo-se desse conceito, por exemplo, os membros 
do Poder Judiciário e os membros do Ministério Público. 
 
A discussão em torno do conceito de agente político possui relevância prática, cabendo mencionar dois 
casos exemplificativos: 
a) o STF assentou a inaplicabilidade da sua Súmula Vinculante 13, que veda o nepotismo na Administração 
Pública, aos agentes políticos; e 
b) controvérsias sobre a aplicabilidade da Lei 8.429/92 a determinados agentes políticos, que cometem 
atos de improbidade caracterizados como crimes de responsabilidade (contudo, esta não tem mais 
relevância a partir das alterações promovidas com o advento da Lei 14.230/21). 
 
Referência: págs. 684/685 da obra: Curso de Direito Administrativo, da Editora Gen. 
 
- Havia discussão se agentes políticos que praticam atos de improbidade devem ser responsabilizados com 
base na lei de improbidade administrativa ou com base nas leis específicas regulamentadoras dos crimes 
de responsabilidade. No entanto, em 2018 o STF pacificou o entendimento no sentido de que os agentes 
politicos se submetem sim ao duplo regime sancionatório. Veja a jurisprudência: 
 
Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a 
duplo regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil 
pelos atos de improbidade administrativa quanto à responsabilização político-
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
8 
 
administrativa por crimes de responsabilidade. O foro especial por prerrogativa de função 
previsto na Constituição Federal em relação às infrações penais comuns não é extensível 
às ações de improbidade administrativa. STF. Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori 
Zavascki, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/5/2018 (Info 901). 
Fonte: Dizer o Direito 
 
- Com o advento da Lei 14.230/21 houve a consolidação legal expressa do entendimento firmado outrora 
pelo STF, na medida em que os agentes políticos passaram a constar expressamente na previsão da Lei de 
Improbidade Administrativa: 
 
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o 
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma 
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no 
art. 1º desta Lei. 
 
- Conforme entendimento tradicional do STF, os agentes políticos não se submeteriam à SV 13, que trata 
do nepotismo. Assim, seria possível ao Governador, por exemplo, nomear seu irmão Secretário de Estado. 
 
- No entanto, tem crescido no STF uma interpretação no sentido de que, embora os agentes políticos não se 
submetam à vedação ao nepotismo, é necessário analisar, se o agente nomeado possui a qualificação 
técnica necessária ao seu desempenho e se não há nada que desabone sua conduta. 
 
→ De acordo com o STF, a proposta de Súmula Vinculante nº 56 do STF, a ser analisada pelo Plenário, 
tem a seguinte redação sugerida: “nenhuma autoridade pode nomear para cargo em comissão, 
designar para função de confiança, nem contratar cônjuge, companheiro ou parente seu, até terceiro 
grau, inclusive, nem servidores podem ser nomeados, designados ou contratados para cargos ou 
funções que guardem relação funcional de subordinação direta entre si, ou que sejam incompatíveis 
com a qualificação profissional do pretendente”. 
 
2.2 Particulares em colaboração com o poder público 
 
Todos aqueles que, sem perder a qualidade de particulares, atuam em nome do Estado, mesmo em caráter 
temporário ou ocasional.Dividem-se em: 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
9 
 
(1) Designados: Todos aqueles que atuam em virtude de convocação efetivada pelo Poder Público. Ex.: 
mesários e jurados. 
→ Segundo Hely Lopes, são chamados agentes honoríficos. 
 
(2) Voluntários: Atuam voluntariamente em repartições, escolas, hospitais públicos. 
 
(3) Delegados: Atuam na prestação do serviço público mediante delegação do Estado. Ex.: titulares de 
serventias de cartórios, concessionários e permissionários de serviços públicos. 
 
(4) Credenciados: Atuam em nome do Estado em virtude de convênios celebrados com o Poder Público. 
Ex.: médicos privados em convênio com o SUS. 
 
2.3 Servidores Públicos (Agentes Administrativos) 
 
Possuem vínculo com o Estado, no exercício da função administrativa, podendo ser: 
 
(1) Servidores Temporários 
(2) Servidores Celetistas 
(3) Servidores Estatutários 
 
Classificação de Maria Sylvia Di Pietro 
 
1) Agentes Políticos: são pessoas que exercem atividades típicas de governo e exercem mandatos, para qual 
foram eleitos, NÃO incluem nessa classificação os membros dos Tribunais de Contas, Juízes, membros do 
Ministério Público, os Advogados da Advocacia Geral da União, etc. 
2) Militares: são pessoas físicas que prestem serviço às Forças Armadas. 
3) Servidores: em sentido amplo, são as pessoas físicas que prestam serviço ao Estado e às entidades da 
Administração indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos, 
compreendem: 
- Servidores estatutários; 
- Empregados públicos; 
- Servidores temporários-contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de 
excepcional interesse público (art.37, IX, da CF/88). 
Obs.: Eles exercem funções, sem estarem vinculados a cargo ou empregos. É a mesma classificação feita por Hely 
Lopes Meirelles em relação ao agente administrativo. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
10 
 
4) Particulares em colaboração: são pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, sem vínculo empregatício, 
com ou sem remuneração. 
- Delegação do Poder Público: exercem funções e suas remunerações são pagas pelos terceiros usuários do 
serviço. Ex.: empregados de empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, os que exercem 
serviços notariais e de registro (art.236 da CF/88) os leiloeiros, tradutores e interpretes públicos. 
- Requisição, nomeação ou designação: exercem funções relevantes para o Estado, também não tem vínculo 
empregatício e, em geral, não recebem remuneração. Ex.: jurados, convocados para o serviço militar ou eleitoral, 
os comissários de menores, os integrantes das comissões, grupos de trabalhos. 
- Gestores de negócio: são pessoas físicas que assumem espontaneamente determinada função pública em 
momento de emergência e urgência, como epidemia, incêndio, enchente. 
 
Cargo x Emprego x Função 
 
a) Cargo: É o local inserido numa PJ de Direito Público e ocupado por servidores estatutários. 
b) Emprego público: É o local inserido numa PJ de Direito Privado da Administração Indireta que vai ser ocupado 
pelo servidor celetista (empregado público). 
Exceção: Emprego público dentro de PJ de Direito Público (Lei 9.962/00). 
c) Função pública: É a própria atividade administrativa, ou seja, é a atividade que vai ser executada por um agente 
público, seja qual for o regime deste agente público. Constitui o conjunto de atribuições conferidas por lei aos 
agentes públicos. 
 
Obs.: Ocupante de cargo público e emprego público exercem função pública, mas há exercício de função pública 
sem investidura formal em cargo ou emprego público. 
Ex.1: servidores temporários 
Ex.2: particulares em colaboração com o Estado. 
Ex.3: agentes públicos de fato. 
 
De acordo com Rafael Carvalho: 
 “Considera-se cargo público o local situado na organização interna da Administração direta e das entidades 
administrativas de direito público, provido por servidor público estatutário, com denominação, direitos, deveres e 
sistemas de remuneração previstos em lei. 
O emprego público, por sua vez, indica o vínculo contratual estabelecido entre os servidores celetistas e as 
entidades administrativas de direito privado, ressalvados os empregos públicos das pessoas públicas federais 
previstos na Lei 9.962/2000. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
11 
 
A função pública, por sua vez, compreende o conjunto de atribuições conferidas por lei aos agentes 
públicos. O art. 37, V, da CRFB, por exemplo, refere-se às funções de confiança. As atribuições ou atividades dos 
agentes públicos são funções administrativas. 
Todos os ocupantes de cargos e empregos públicos exercem, necessariamente, funções administrativas. 
Todavia, admite-se, excepcionalmente, o exercício de função pública independentemente da investidura em cargos 
ou empregos, tal como ocorre, por exemplo, nos casos dos servidores temporários (art. 37, IX, da CRFB) e dos 
particulares em colaboração (ex.: jurados, mesários eleitorais)” pg. 696, Livro “Curso de Direito Administrativo” da 
Editora Gen. 
 
2.3.1 Servidores Temporários: 
 
Contratados para atendimento, em caráter excepcional, de necessidades NÃO permanentes dos órgãos 
públicos, devendo cumprir os seguintes requisitos: 
 
• SERVIÇO TEMPORÁRIO, definido por lei específica, que deve delimitar suas características, limite máximo de 
duração e o regime dos servidores; 
 
Lei de contratação temporária não pode prever hipóteses genéricas nem a prorrogação 
indefinida dos contratos: São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a 
autorização legislativa genérica para contratação temporária e a permissão de 
prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias. STF. Plenário. ADI 
3662/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/3/2017 (Info 858). 
 
O STF, em 2014 decidiu que os servidores temporários podem ser contratados tanto para o desempenho 
de atividades de caráter eventual, temporário ou excepcional, como também para o desempenho de atividades 
de caráter regular e permanente, desde que indispensáveis ao atendimento de necessidade temporária de 
excepcional interesse público. Assim, a natureza da atividade a ser desempenhada (se permanente ou eventual) 
não será o fator determinante para se definir se é possível ou não a contratação de servidores temporários. 
 
Ex.: Contração temporária de médicos (exemplo da Min. Cármem Lúcia) 
 Em regra - A atividade de um médico em um Estado possui natureza permanente (regular), 
considerando que é dever do ente estadual prestar saúde à população (art. 196 da CF/88). Devem, 
portanto, ser selecionados por concurso público. 
 Exceção – É possível a contratação temporária de médicos diante de uma epidemia que esteja 
ocorrendo em determinada região do Estado, criando a necessidade de médicos especialistas no 
tratamento daquela moléstia específica para buscar erradicar o surto. 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/79cc30c73507cfc25d20fe7f7bcfd91b?categoria=2&subcategoria=22&assunto=94
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/79cc30c73507cfc25d20fe7f7bcfd91b?categoria=2&subcategoria=22&assunto=94
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
12 
 
 
• INTERESSE PÚBLICO, devidamente justificado pela autoridade pública responsável pela contratação; 
• EXCEPCIONALIDADE DA CONTRATAÇÃO, sendo o prazo de duração do contrato determinado pela lei 
específica que regulamenta as contratações na esfera de cada ente federativo e deve ser definido no 
contrato celebrado com o ente estatal. 
 
Considerações importantes: 
 Possui assento constitucional previsto no art. 37, IV, CF/88 
 
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público; 
 
 A contratação SEMPRE depende de lei específica que a regulamente. 
 Há dispensa doconcurso público, bastando a realização de um processo seletivo simplificado em respeito 
aos princípios constitucionais da impessoalidade e moralidade. 
 Esses servidores exercem função pública e possuem um regime especial de direito administrativo, que 
decorre da lei específica que justifica e ampara a sua contratação, sendo de competência a Justiça Comum 
para julgar. 
 
REGIME ESPECIAL 
 
Aplica-se aos agentes públicos contratados por tempo determinado (temporários), com fundamento no art. 
37, IX, da CRFB. Sendo norma de eficácia limitada, fica a cargo do legislador estabelecer os casos de contratação 
por prazo determinado. Em razão da autonomia federativa, compete a cada ente federado legislar sobre a 
matéria. 
Os agentes temporários são contratados pela Administração Pública para exercer funções públicas em 
caráter temporário e excepcional, mas NÃO ocupam cargos ou empregos públicos. 
NÃO se exige a realização de concurso público. Requisitos: 
- Existência de lei regulamentadora com a previsão dos casos de contratação temporária; 
- Prazo determinado de contratação (a legislação deve estipular os prazos); 
- Necessidade temporária (NÃO é possível utilizar a contratação para o exercício de funções burocráticas 
ordinárias e permanentes); 
- Excepcional interesse público (a contratação deve ser precedida de motivação que demonstre de maneira 
irrefutável o excepcional interesse público); 
- Pluralidade normativa, já que cada ente federado pode legislar autonomamente sobre as hipóteses de 
contratação temporária e estabelecer os respectivos procedimentos. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
13 
 
A competência para processo e julgamento é da Justiça Comum, tendo em vista o caráter jurídico 
administrativo do agente, conforme entendeu o STF (embora o tema suscite divergências doutrinárias). 
O plenário do STF declarou inconstitucionalidade de leis estaduais e municipais que tratavam da 
contratação temporária de servidores com hipóteses abrangentes e genéricas de contratações temporárias de 
concursos públicos e sem especificação da contingência fática que evidencie situação de emergência. 
 
Fique de olho na jurisprudência sobre o tema! 
 
Info 1055, STF – Não é compatível com a CF a norma que permita a convocação 
temporária de profissionais, sem vínculo com a administração pública, para funções de 
magistério na educação básica e superior do estado nos casos de vacância de cargo 
efetivo. 
(...) II - Os dispositivos questionados, ao disciplinarem o instituto da suplência - entendido 
como “o exercício temporário das atribuições de cargo de magistério durante a ausência 
do respectivo titular, ou em caso de vacância, até o provimento do cargo” -, permitiram a 
convocação de professores temporários, pertencentes ou não ao Quadro do Magistério, 
“para assumir a regência de turma ou aulas, ou exercer função de especialista de 
educação”, em dissonância com o Texto Constitucional e o entendimento consolidado 
desta Suprema Corte. Precedentes. III - O chamamento de professores, sem vínculo 
anterior com a administração pública, para acudir as funções de magistério em caso de 
vacância de cargo efetivo, foi permitido pelos arts. 122, 123 e 125 da Lei 7.109/1977, do 
Estado de Minas Gerais, de maneira genérica e abrangente, contrariando os dispositivos 
constantes do art. 37, II e IX, da Constituição de 1988. IV - O caput do art. 125 é lacônico 
ao prever apenas que, “na falta de professor legalmente habilitado, poderá haver 
convocação”, sem explicitar suficientemente a excepcionalidade e o prazo determinado 
para a contratação temporária, de modo que, em tese, qualquer falta poderá dar azo ao 
chamamento contingente, sem a observância da temporariedade exigida 
constitucionalmente. Precedentes. V - O art. 123, parágrafo único, da Lei mineira, autoriza 
a prorrogação da convocação por prazo superior a 1 (um) ano “se perdurarem as 
condições que determinaram a convocação e desde que não haja candidato com melhor 
habilitação”, em ofensa ao requisito da transitoriedade constante da parte final do inciso 
IX do art. 37 da CF. VI – O Pleno do Supremo Tribunal Federal já deliberou que, “ao 
permitir a designação temporária em caso de cargos vagos, viola a regra constitucional do 
concurso público, porquanto trata de contratação de servidores para atividades 
absolutamente previsíveis, permanentes e ordinárias do Estado, permitindo que 
sucessivas contratações temporárias perpetuem indefinidamente a precarização de 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
14 
 
relações trabalhistas no âmbito da Administração Pública.” (ADI 5.267/MG, Rel. Min. Luiz 
Fux) (...) (ADPF 915, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 
23/05/2022, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-105 DIVULG 30-05-2022 PUBLIC 31-05-2022) 
 
Info 719, STJ - A norma de edital que impede a participação de candidato em processo 
seletivo simplificado em razão de anterior rescisão de contrato por conveniência 
administrativa fere o princípio da razoabilidade. 
(...) 4. Não se desconhece a jurisprudência do STJ, no sentido de que o princípio da 
vinculação ao edital demanda que as regras nele previstas sejam respeitadas, 
especialmente quando a seleção tem por objeto o desempenho de funções públicas 
consideradas sensíveis. Contudo, tais regras devem ser razoáveis e racionalmente 
justificáveis. In casu, a Administração Pública não apresentou justificativa para a tal 
previsão editalícia. Limitou-se a afirmar que o ato de exclusão a aplicou literalmente e 
que, em razão do princípio da vinculação ao edital, o ato coator seria legal. 5. Impedir que 
o candidato participe do processo seletivo simplificado porque, há alguns anos, seu 
contrato foi rescindido por conveniência administrativa, equivale a impedir, hoje, sua 
participação na seleção por mera conveniência administrativa, o que viola o princípio da 
isonomia e da impessoalidade. A participação de determinado candidato em concurso ou 
seleção pública não se insere no âmbito da discricionariedade do gestor. (RMS 67.040/ES, 
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/2021, DJe 
17/12/2021). 
 
Info. 869, STF - É constitucional a quarentena para recontratação de servidores 
temporários prevista no art. 9º, III, da Lei 8.745/93. 
No âmbito da administração pública federal, é vedada a contratação temporária do 
mesmo servidor antes de decorridos 24 meses do encerramento do contrato anterior. Tal 
regra está prevista no art. 9º, III, da Lei nº 8.745/93: Art. 9º O pessoal contratado nos 
termos desta Lei não poderá: III - ser novamente contratado, com fundamento nesta Lei, 
antes de decorridos 24 (vinte e quatro) meses do encerramento de seu contrato anterior, 
salvo nas hipóteses dos incisos I e IX do art. 2º desta Lei, mediante prévia autorização, 
conforme determina o art. 5º desta Lei. O STF, ao analisar um caso concreto envolvendo 
a contratação temporária de professores, decidiu que essa regra é constitucional e fixou 
a seguinte tese: “É compatível com a Constituição Federal a previsão legal que exija o 
transcurso de 24 (vinte e quatro) meses, contados do término do contrato, antes de nova 
admissão de professor temporário anteriormente contratado.” STF. Plenário. RE 
635648/CE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 14/6/2017 (repercussão geral) (Info 869). 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e140dbab44e01e699491a59c9978b924?categoria=2&subcategoria=22&assunto=94
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e140dbab44e01e699491a59c9978b924?categoria=2&subcategoria=22&assunto=94
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
15 
 
 
Info 829, STF - Lei que autoriza contratação temporária para projetos educacionais 
ordinários é inconstitucional. 
A LC 22/2000, do Estado do Ceará, autoriza a contratação de professores, por tempo 
determinado, para atender necessidade temporária de excepcionalinteresse público nas 
escolas estaduais. O art. 3º da referida Lei prevê diversas hipóteses nas quais é possível a 
referida contratação. O STF afirmou que, em tese, é possível a contratação temporária 
por excepcional interesse público (art. 37, IX, da CF/88) mesmo para atividades 
permanentes da Administração (como é o caso de professores). No entanto, o legislador 
tem o ônus de especificar, em cada circunstância, os traços de emergencialidade que a 
justificam. (...) A alínea "f" previa que poderia haver a contratação temporária para suprir 
"outros afastamentos que repercutam em carência de natureza temporária". O STF 
entendeu que esta situação é extremamente genérica, de forma que não cumpre o art. 
37, IX, da CF/88. O parágrafo único do art. 3º autoriza a contratação temporária para que 
a Administração Pública pudesse implementar "projetos educacionais, com vista à 
erradicação do analfabetismo, correção do fluxo escolar e qualificação da população 
cearense". O STF entendeu que esta previsão também é inconstitucional porque estes são 
objetivos corriqueiros (normais, ordinários) da política educacional. Desse modo, esse 
tipo de ação não pode ser implementado por meio de contratos episódicos (temporários), 
já que não constitui contingência especial a ser atendida. STF. Plenário. ADI 3721/CE, Rel. 
Min. Teori Zavascki, julgado em 9/6/2016 (Info 829). 
 
O STF decidiu recentemente que servidores temporários não possuem direito a 13º salário e férias, salvo 
se previsto em lei ou houver desvirtuamento da contratação: 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. CONSTITUCIONAL. 
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. DIREITO A DÉCIMO 
TERCEIRO SALÁRIO E FÉRIAS REMUNERADAS, ACRESCIDAS DO TERÇO CONSTITUCIONAL. 
1. A contratação de servidores públicos por tempo determinado, para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público, prevista no art. 37, IX, da 
Constituição, submete-se ao regime jurídico-administrativo, e não à Consolidação das Leis 
do Trabalho. 
2. O direito a décimo terceiro salário e a férias remuneradas, acrescidas do terço 
constitucional, não decorre automaticamente da contratação temporária, demandando 
previsão legal ou contratual expressa a respeito. 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/fae0b27c451c728867a567e8c1bb4e53?categoria=2&subcategoria=22&assunto=94
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/fae0b27c451c728867a567e8c1bb4e53?categoria=2&subcategoria=22&assunto=94
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
16 
 
3. No caso concreto, o vínculo do servidor temporário perdurou de 10 de dezembro de 
2003 a 23 de março de 2009. 
4. Trata-se de notório desvirtuamento da finalidade da contratação temporária, que tem 
por consequência o reconhecimento do direito ao 13º salário e às férias remuneradas, 
acrescidas do terço. 
5. Recurso extraordinário a que se nega provimento. Tese de repercussão geral: 
"Servidores temporários não fazem jus a décimo terceiro salário e férias remuneradas 
acrescidas do terço constitucional, salvo (I) expressa previsão legal e/ou contratual em 
sentido contrário, ou (II) comprovado desvirtuamento da contratação temporária pela 
Administração Pública, em razão de sucessivas e reiteradas renovações e/ou 
prorrogações”. 
(RE 1066677, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE 
MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 22/05/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-165 
DIVULG 30-06-2020 PUBLIC 01-07-2020) 
 
ATENÇÃO ÀS DISPOSIÇÕES DA EC 106/20! 
 
Art. 37, CF/88. (...) 
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público; (Vide Emenda constitucional nº 
106, de 2020) 
Art. 2º Com o propósito exclusivo de enfrentamento do contexto da calamidade e de seus 
efeitos sociais e econômicos, no seu período de duração, o Poder Executivo federal, no 
âmbito de suas competências, poderá adotar processos simplificados de contratação de 
pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, serviços e compras que 
assegurem, quando possível, competição e igualdade de condições a todos os 
concorrentes, dispensada a observância do § 1º do art. 169 da Constituição Federal na 
contratação de que trata o inciso IX do caput do art. 37 da Constituição Federal, limitada 
a dispensa às situações de que trata o referido inciso, sem prejuízo da tutela dos órgãos 
de controle. 
 
2.3.2 Celetistas 
 
Salvo em casos excepcionais, esse tipo de contratação se limita aos entes de direito privado (empresas 
estatais e fundações de direito privado). 
Aprovados em concurso, assinam contrato de emprego. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc106.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc106.htm
file:///C:/Users/Constituicao.htm%23art169§1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art37ix
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
17 
 
Submetem-se a um regime jurídico híbrido. Isso porque, apesar de eminentemente privado, o regime 
celetista não será pautado exclusivamente na CLT. 
Os empregados públicos são agentes públicos e, por isso, devem observância aos princípios e regras 
constitucionais relativas aos agentes públicos em geral, tais como: 
⦁ Devem se submeter a concurso público; 
⦁ Possuem vínculo permanente com o Estado, a prazo indeterminado; 
⦁ Proibidos de acumular seus empregos com outros cargos ou empregos públicos, salvo permissivo 
constitucional; 
⦁ Podem ser responsabilizados por improbidade administrativa; 
⦁ Seus atos de submetem a controle judicial pelos remédios constitucionais; 
⦁ Salários submetidos ao limite constitucional aplicado aos servidores públicos em geral. 
 
Obs.1: A Súmula 390, II do TST determina que não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/88 aos 
empregados públicos, mesmo entendimento da doutrina majoritária, já que a estabilidade, segundo CF, só poderá 
ser adquirida pelos detentores de cargo efetivo. O STF já se posicionou no sentido de que, não havendo garantia 
da estabilidade, é prescindível a justificativa para dispensa dos empregados das empresas estatais, a exceção da 
ECT que, segundo STF, goza de regime de Fazenda Pública, com todas as prerrogativas e limitações inerentes ao 
regime jurídico administrativo. 
 
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem o dever jurídico de motivar, em 
ato formal, a demissão de seus empregados. STF. Plenário. RE 589998 ED/PI, Rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 10/10/2018 (repercussão geral) (Info 919). 
 
Obs.2: Cabe à Justiça Comum (estadual ou federal) julgar ações contra concurso público realizado por órgãos e 
entidades da Administração Pública para contratação de empregados celetistas. 
 
Compete à Justiça comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase pré-
contratual de seleção e de admissão de pessoal e eventual nulidade do certame em face 
da Administração Pública, direta e indireta, nas hipóteses em que adotado o regime 
celetista de contratação de pessoal. STF. Plenário. RE 960429/RN, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 4 e 5/3/2020 (repercussão geral – Tema 992) (Info 968). 
 
Características: 
a) Unicidade normativa: a União detém competência privativa para legislar sobre direito do trabalho, logo, 
lei estadual que proibiu dispensa sem justa causa de empresa estatal estadual é inconstitucional, pela falta 
de competência do Estado para legislar sobre direito do trabalho. 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b25b911ffc2b76a647454e5a53edf8b5?categoria=2&subcategoria=21
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b25b911ffc2b76a647454e5a53edf8b5?categoria=2&subcategoria=21
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
18 
 
b) Vínculo contratual: os empregados públicos assinam contrato de trabalho. 
c) Competênciapara processo e julgamento da justiça do trabalho. 
 
2.3.3 Servidores estatutários 
 
Possuem vínculo permanente com a Administração, decorrente da Lei, de natureza profissional e prazo 
indeterminado. 
De acordo com Mazza, o regime de cargo público é mais vantajoso e protetivo para o agente do que o de 
emprego público, uma vez que tal regime foi concebido para a garantia de maior estabilidade no exercício das 
funções públicas, a fim de proteger o servidor contra influências partidárias e pressões políticas provocadas pela 
constante alternância na cúpula diretiva do Estado. 
 
a) Evolução Histórica: 
- A CF/88, quando publicada, instituiu a exigência de regime jurídico único para ingresso de pessoal nas 
entidades da Administração direta, autárquica e fundacional, não se admitindo a contratação de 
empregados pela CLT e a nomeação para assumir cargos estatutários ao mesmo tempo. Com isso, a maioria 
dos entes federativos optou pelo regime estatutário, mas alguns Municípios optaram pelo celetista. 
- Com a EC 19/98, foi abolida a exigência de regime jurídico único da Administração Direta, autárquica e 
fundacional, passando a se admitir a convivência de ambos os regimes jurídicos (estatutário + celetista). 
- Todavia, foi movida a ADI 2135, para declarar a inconstitucionalidade da EC 19/98, sob alegação de 
incompatibilidade formal com a CF, sendo posteriormente concedida medida cautelar para suspender a 
nova redação do art. 39 CF. Com isso, passou a ser admitido apenas um regime de servidores nos entes da 
Administração direta, autárquica e fundacional. 
- Com isso, é obrigatório o regime jurídico único, o qual proíbe que, somente no âmbito da mesma esfera 
de governo haja multiplicidade de regimes, podendo o ente optar entre o celetista ou estatutário. E todos 
os servidores que ingressaram antes da ADI 2135 mantêm o seu vínculo inalterado. 
- Recentemente, em 03/09/2020, a Relatora considerou inconstitucional emenda que extinguia RJU para 
servidores públicos. VAMOS ACOMPANHAR O JULGAMENTO: Segundo a ministra Cármen Lúcia, houve 
violação da exigência de aprovação em dois turnos por 3/5 dos votos da Câmara e no Senado Federal para 
alterar a Constituição. A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, votou pela declaração de 
inconstitucionalidade de dispositivo da Emenda Constitucional (EC) 19/1998 que suprimia da Constituição 
Federal a obrigação de que os entes federados instituíssem o Regime Jurídico Único (RJU) e planos de 
carreira para servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Relatora 
da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2135, a ministra, única a votar na sessão, considera que 
houve violação da regra constitucional que exige aprovação em dois turnos por 3/5 dos votos dos 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
19 
 
parlamentares na Câmara e no Senado Federal para alterar a Constituição. O texto está suspenso por 
liminar deferida pelo STF desde agosto de 2007. Fonte: site STF 
- O regime estatutário prevalece ao celetista, por garantir maior segurança e conforto aos servidores. 
 
PANORAMA DO REGIME JURÍDICO ÚNICO: 
 
1º Momento – Promulgação da CRFB: Pela redação originária, a CRFB exigiu a instituição de 
regime jurídico único, e doutrina e lei entenderam ser o regime estatutário, embora a CF NÃO 
tenha definido qual seria o regime de pessoal; 
2º Momento – Reforma Administrativa – EC 19/98: Fim da obrigatoriedade do regime jurídico 
único, sendo lícita a adoção do regime celetista em alguns casos. 
- A doutrina e o STF sempre entenderam que, apesar do silêncio da lei, a escolha do regime não 
representava um “cheque em branco” para o poder público, devendo ser adotado, 
necessariamente, o regime estatutário para as atividades típicas do Estado (atividades-fim), uma 
vez que seria fundamental a estabilidade dos agentes públicos, em razão da atividade. Para 
atividades instrumentais (atividades-meio) das pessoas públicas, haveria liberdade para a 
escolha do regime. 
3º Momento – Decisão liminar do STF – ADIn 2.135/DF – INF. 474 STF – Retorno da 
obrigatoriedade do regime jurídico único, em liminar concedida. 
Considerações quanto à decisão do STF: 
. A declaração de inconstitucionalidade se referiu apenas ao art. 39 da CRFB e considerou 
vício formal no processo de votação da PEC, inexistindo análise da questão de fundo 
(NÃO se afirmou a impossibilidade material de extinção do RJU); 
. Trata-se de decisão cautelar do STF com efeitos ex nunc. Logo, até o julgamento do 
mérito da ação, agentes públicos celetistas contratados durante a EC 19/98 continuam 
regidos pela CLT. 
 
b) Considerações importantes sobre o Regime Estatutário: 
. É o regime jurídico aplicável aos servidores que ocupam cargos públicos inseridos nas Pessoas Jurídicas de 
Direito Público. 
. Assim, os servidores Estatutários possuem vínculo permanente com a Administração, decorrente da Lei, 
de natureza profissional e prazo indeterminado. 
 
STF: NÃO há direito adquirido a regime jurídico. Logo, os direitos instituídos pelo estatuto 
dos servidores público NÃO se incorporam ao patrimônio jurídico desses agentes. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
20 
 
 
. O servidor inserido no cargo efetivo é o estatutário. 
 
O que é cargo efetivo? É o cargo ocupado pelo servidor estatutário mediante concurso 
público que confere aos ocupantes a garantia da estabilidade no serviço, se preenchidos 
os requisitos constitucionais. 
Obs.1: Provimento de cargo efetivo sempre depende de realização de concurso público 
de provas ou provas e títulos. Não há exceção. 
Obs.2: O cargo efetivo confere ao titular a garantia da estabilidade no serviço. Trata-se 
de uma garantia de permanência no exercício e, uma vez adquirida, o servidor estável só 
perderá o cargo em decorrência das hipóteses taxativamente elencadas no texto 
constitucional. 
Analisaremos a estabilidade de forma mais aprofundada adiante. 
 
c) Características do regime estatutário: 
 Pluralidade normativa: Cada ente federativo possui autonomia para disciplinar normas 
estatutárias que regem os seus respectivos servidores, sendo a iniciativa das leis do chefe do 
executivo; 
 Vínculo legal: NÃO há contrato de trabalho, mas termo de posse. A ausência de vínculo contratual, 
segundo o STJ, demonstra a inexistência do direito à inalterabilidade da situação funcional, por 
predominar o interesse público na relação estatutária. 
 Competência para processo e julgamento: Justiça comum. 
 
ATENÇÃO: Função de Confiança X Cargo em Comissão 
 
1. Função de Confiança: É uma função sem cargo, função isolada dentro do serviço público, 
somente podendo ser exercida por quem já esteja investido em cargo efetivo; 
2. Cargo em Comissão: É o cargo comissionado, podendo ser exercido também por servidores de 
cargo efetivo. 
- Cada entidade deverá estabelecer, por lei, um percentual mínimo de cargos em comissão que 
necessariamente serão preenchidos por servidores efetivos. 
- É possível atribuir cargo em comissão ao servidor ocupante de outro cargo em comissão, desde 
que de forma interina, caso em que o sujeito receberá apenas a maior remuneração. 
- STF (Info 851): Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem 
à regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
21 
 
ocupantes de cargo de provimento efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins 
de nomeação a cargo em comissão. Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não 
há óbice constitucional a que o servidor efetivo, aposentado compulsoriamente, permaneça no 
cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação 
e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a 
Administração. 
 
Fique deolho na jurisprudência sobre o tema! 
 
Info 1053, STF - É inconstitucional a criação de cargos em comissão sem a devida 
observância dos requisitos indispensáveis fixados pelo STF. 
1. A Constituição reservou à Administração um regime jurídico minucioso na conformação 
do interesse público a fim de resguardar a isonomia e eficiência na formação dos seus 
quadros, do qual decorre a excepcionalidade da categoria “cargo em comissão”. 2. A 
jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal cuidou de densificar os critérios quem 
norteiam o controle de constitucionalidade das leis que criam cargos comissionados, os 
quais não restam configurados no caso concreto. Precedentes. Tema 1.010 de 
Repercussão Geral. 3. Inconstitucionalidade material por ausência da descrição em lei das 
atribuições dos cargos de coordenador jurídico (art. 17, § 3º, da LCE 204/2011), 
coordenador de auditoria operacional (art. 19, §5º, da LCE 204/2011) e de engenharia 
(art. 19, § 6º, da LCE 204/2011), e de coordenador de controle e inspeção (art. 27 da LCE 
204/2011). 4. Inconstitucionalidade material do §3º e caput do art. 9º da LCE 232/2013, 
na redação dada pelo art. 1º da LCE 256/2015, visto que conferem a um “cargo em 
comissão” (Coordenadores de Unidade Orgânica do Tribunal), atribuições de Estado 
exclusivas de cargo de provimento efetivo integrante do quadro próprio do TCE/SE, em 
violação aos arts. 37, II e V, e também aos arts. 70, 71, 73 e 75 da CRFB. (ADI 6655, 
Relator(a): EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 09/05/2022, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-108 DIVULG 02-06-2022 PUBLIC 03-06-2022) 
 
3. FORMAS DE PROVIMENTO DE CARGO PÚBLICO 
 
3.1. Provimento Originário 
 
• Ocorre quando o indivíduo passa a ocupar o cargo público sem que existisse qualquer vínculo anterior 
com o Estado. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
22 
 
• A única forma de provimento originário é a NOMEAÇÃO em concurso Público: consiste em ato 
administrativo que materializa o provimento originário. 
 
3.2. Provimento Derivado 
 
• Ocorre quando o indivíduo passa a ocupar determinado cargo público em virtude do fato de ter um vínculo 
anterior com a Administração Pública. O preenchimento do cargo decorre de vínculo anterior entre o 
servidor e o Poder Público. 
• Formas de provimento derivado: 
(1) Promoção: Deslocamento do servidor de um cargo público de classe inferior para ingressar em outro 
cargo de classe mais elevada, dentro da mesma carreira. 
 
(2) Readaptação: Deslocamento do servidor de um cargo para outro cargo com o intuito de compatibilizar 
o exercício da função pública com a limitação sofrida na capacidade física ou psíquica do servidor 
público, verificada por perícia. 
 
(3) Reversão: Retorno do servidor público aposentado ao cargo, à ativa. 
 
(4) Aproveitamento: É o retorno do servidor público estável colocado em disponibilidade para cargo com 
atribuições, vencimentos e responsabilidades compatíveis com o cargo anteriormente ocupado. 
 
(5) Reintegração: É o retorno do servidor demitido quando comprovada a ilegalidade da sua demissão no 
âmbito de um processo judicial ou administrativo. 
 
(6) Recondução: É o retorno do servidor estável ao cargo de origem tendo em vista a sua inabilitação 
(inapto ou não obteve a estabilidade) em estágio probatório de outro cargo ou a reintegração de um 
outro servidor a esse mesmo cargo. 
→ A recondução permite o retorno ao cargo de origem. E se o cargo de origem estiver ocupado? R.: 
o servidor público reconduzido deverá ser aproveitado em outro cargo com atribuição e 
remuneração compatíveis. 
→ De acordo com Rafael Carvalho, “entendemos que a recondução, no caso de inabilitação em 
estágio probatório relacionado ao outro cargo, depende da permanência do vínculo funcional do 
servidor com o cargo de origem. Ou seja: apenas será reconduzido o servidor ao seu cargo anterior 
se permanecer vinculado a este. Se, por exemplo, o servidor for exonerado a pedido do cargo de 
origem, não poderá ele retornar (recondução) posteriormente. Dessa forma, o servidor deve 
requerer, em princípio, licença não remunerada do cargo original para ser investido no novo 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
23 
 
cargo. Não há óbice para acumulação dos dois cargos, pois se trata de acumulação não 
remunerada.” Livro “Curso de Direito Administrativo” da Editora Gen. 
 
 A remoção e a redistribuição NÃO são formas de provimento derivado. Há apenas o deslocamento do 
servidor público, sem alterar a titularidade do cargo. 
 
 
CAIU EM PROVA: 
 
(Delegado de PCMG 2021): O provimento originário de um cargo público efetivo ou vitalício se materializa pelo ato 
de nomeação do candidato aprovado em concurso público de provas ou de títulos, nos moldes previstos no artigo 
37, II, da CR/88. 
No que se refere ao provimento derivado, relacione cada espécie com o respectivo conceito e, em seguida, assinale 
a alternativa que informa a sequência CORRETA. 
(1) Promoção na carreira 
(2) Recondução 
(3) Readaptação 
(4) Reversão 
(5) Aproveitamento 
( ) Forma de provimento pela qual o servidor sai do seu cargo e ingressa em outro situado em classe mais elevada, 
dentro da mesma carreira. 
( ) Forma de provimento pela qual o servidor estável retorna ao cargo anteriormente ocupado. 
( ) Forma de provimento mediante a qual o servidor estável passa a ocupar um cargo de atribuições e 
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental. 
( ) Forma de provimento pela qual o servidor que havia sido colocado em disponibilidade retorna a um cargo de 
atribuições e vencimentos compatíveis ao anteriormente ocupado. 
( ) Forma de provimento pela qual o servidor aposentado retorna à atividade. 
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: 1, 2, 3, 5, 4. 
 
3.3. Vacância do cargo 
 
Vacância é o fato administrativo que demonstra a ausência de ocupação de determinado cargo. 
Quais são as hipóteses de vacância? 
1) Exoneração 
2) Demissão 
3) Promoção 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
24 
 
4) Readaptação 
5) Aposentadoria 
6) Posse em outro cargo inacumulável 
7) Falecimento 
 
Obs.1: O desligamento dos empregados públicos é feito por dispensa. Não é exoneração. Essa dispensa precisa ser 
motivada. 
 
Obs.2: O desligamento dos servidores estatutários ocorre por exoneração ou demissão. 
▪ Exoneração – desligamento do servidor público estatutário que NÃO configura penalidade; 
▪ Demissão – constitui uma penalidade que rompe o vínculo funcional do servidor público que cometeu um 
ilícito administrativo grave. 
 
3.4. Investidura no cargo 
 
É um ato administrativo complexo – nomeação + posse – que completa a relação estatutária entre Estado 
e servidor público. 
É imprescindível a previsão legal de todos os requisitos necessários à investidura no cargo e no emprego, 
sendo VEDADA a criação de novos requisitos por mera previsão no edital do concurso. 
 
STF e STJ exigem a comprovação do requisito temporal de três anos de atividade jurídica 
para ingresso no momento da inscrição no certame, e não da data da posse. 
 
Requisitos para investidura no cargo: 
 
É imprescindível a previsão legal de todos os requisitos necessários à investidura no cargo e no emprego, 
sendo VEDADA a criação de novos requisitos por mera previsão no edital do concurso. 
 
1) Ampla Acessibilidade 
• Devem ser acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos previstos em lei e aos estrangeiros, na 
forma da legislação aplicável, em atenção ao princípio da isonomia. 
• Quanto ao acesso aos cargos públicos por estrangeiros, a CF limita às hipóteses definidas em lei específica, 
sendo norma de eficácia limitada, dependendo de regulamentação para produzir efeitos, não sendo 
autoaplicável. 
 
Obs.1: Limite de idade 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
25 
 
A Lei 8.112/90 estipula idade mínima de 18anos para ingresso nos cargos públicos federais. 
 
Súmula 683 STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em 
face do art. 7º, XXX da CF quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do 
cargo a ser preenchido → Essa súmula deve ser ampliada para os casos em relação a 
sexo, altura mínima e outras restrições. 
STF: Somente a lei pode estabelecer os limites e requisitos para acesso aos cargos 
públicos, não devendo ser substituída por mera regulamentação editalícia → Mesmo 
diante de situações que justifiquem restrições de ingresso, estas regras devem ser 
estipuladas por meio de lei, não sendo suficiente a disposição no edital. 
 
Obs.2: Atividade jurídica 
A EC 45/2004 prevê a obrigatoriedade de atividade jurídica de 03 anos para que seja possível o ingresso na 
magistratura e no MP. Para essas duas carreiras, a exigência não depende de Lei. Por sua vez, para as demais 
carreiras, é necessária a previsão legal, desde que justificada em razão das atribuições inerentes ao cargo. 
 
STF: Os 03 anos de atividade jurídica contam-se da data da conclusão do curso de Direito 
sendo imprescindível a conclusão do curso de bacharelado em Direito (colação de grau) 
para se começar a computar a atividade jurídica. 
STF: A Administração Pública pode exigir o requisito da comprovação de atividade jurídica 
na data de inscrição definitiva do concurso e não somente na posse do exercício do cargo. 
 
Para a magistratura, a conclusão do curso de pós-graduação na área jurídica NÃO pode ser considerada como 
tempo de atividade jurídica (mas para o MP se considera). Para as demais carreiras, cabe ao edital do concurso ou 
à Lei da carreira definir como será feita a análise do requisito. 
 
2) Nacionalidade Brasileira 
 
Obs.: A CF prevê alguns casos que só podem ser preenchidos por brasileiros natos (art. 13, §3º). 
 
3) Gozo dos Direitos Políticos 
 
4) Nível de escolaridade exigido para o cargo 
 
O edital deve especificar claramente a escolaridade mínima exigida para exercer as atividades naquele 
cargo público, dando ampla publicidade a esta informação. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
26 
 
 
5) Aptidão física e mental para o exercício das funções do cargo 
 
• STJ: Aptidão Física 
 
A exigência de teste de aptidão física é legítima quando prevista em lei, guardar relação 
de pertinência com as atividades a serem desenvolvidas, estiver pautada em critérios 
objetivos e for passível de recurso. Em concurso público, o teste de capacidade física 
somente pode ser exigido se: 
a) houver previsão na lei que criou o cargo (não pode ser previsto apenas no edital do 
certame); 
b) tiver relação (razoabilidade) com as funções do cargo; 
c) estiver pautado em critérios objetivos; 
d) for passível de recurso. 
STJ. 1ª Turma. AgInt nos EDcl no RMS 56.200/PE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado 
em 07/08/2018. 
 
A candidata que esteja gestante no dia do teste físico possui o direito de fazer a prova em 
uma nova data no futuro. 
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida 
à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do 
concurso público. STF. Plenário. RE 1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 
21/11/2018 (repercussão geral). 
 
• STJ: Exame Psicotécnico 
 
Para a realização do exame devem estar preenchidos os seguintes requisitos: 
✓ Se houver lei em sentido material que expressamente autorize (vide SUM 686 STF: Só por lei se 
pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público). 
✓ Previsão em edital; 
✓ Grau mínimo de objetividade e publicidade dos critérios que nortearão a avaliação psicológica. 
 
Constatada a ilegalidade do exame psicotécnico, o candidato deve ser submetido a nova 
avaliação, pautada por critérios objetivos e assegurada a ampla defesa. 
É válida a realização do exame psicotécnico em concursos públicos desde que cumpridos 
os seguintes requisitos: 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
27 
 
a) o exame precisa estar previsto em lei e no edital; 
b) deverão ser adotados critérios objetivos no teste; 
c) o resultado deve ser público com a possibilidade de o candidato prejudicado apresentar 
recurso. 
Se exame psicotécnico não adotou critérios objetivos ou não permitia a possibilidade de 
recurso, a providência correta não será a simples aprovação do candidato outrora 
reprovado, mas sim a realização de nova avaliação pautada por critérios objetivos e 
assegurada a ampla defesa. 
É incabível a providência de se determinar a posse candidato no cargo, pois não se pode 
suplantar a fase do concurso relativa ao exame psicotécnico, para garantir judicialmente 
a nomeação do candidato. Nessa hipótese, deve ser realizado novo exame, compatível 
com as deficiências do candidato, bem como que atenda aos critérios de objetividade, 
cientificidade e possibilidade de recurso. STJ. 2ª Turma. AgInt no RMS 51809/RS, Rel. Min. 
Francisco Falcão, julgado em 01/03/2018. 
 
3.5. Concurso Público 
 
• É o processo administrativo pelo qual a Administração Pública seleciona o melhor candidato para integrar 
os cargos e empregos públicos, buscando assegurar a impessoalidade, moralidade e isonomia no acesso a 
cargos públicos. 
 
• NÃO se admite no Brasil a escolha de candidatos unicamente com base em concurso de títulos (violação à 
impessoalidade e isonomia). 
 
• NÃO se admite qualquer espécie de provimento derivado que permita ao servidor assumir cargo em outra 
carreira que não aquele em que foi regularmente investido por concurso → vide SUM 685 STF e S.V 43. 
 
→ A isso se dá o nome de ascensão funcional e é considerada prática inconstitucional pelo STF. 
→ A promoção do servidor por ascensão funcional constitui uma forma de “provimento derivado 
vertical”, ou seja, a pessoa assume um outro cargo (provimento) em virtude de já ocupar um anterior 
(ou seja, derivado do primeiro), subindo no nível funcional para um cargo melhor (vertical). Porém, 
a CF/88 afirma que a pessoa somente pode assumir um cargo público após aprovação em concurso 
público (art. 37, II), salvo as hipóteses excepcionais previstas no texto constitucional. Desse modo, a 
ascensão viola o princípio do concurso público. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
28 
 
Súmula 685, STF - É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao 
servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu 
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. 
 
Súmula Vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que 
propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao 
seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido 
 
• NÃO se admitem os concursos internos, pelos quais antigos servidores assumem cargos em nova carreira 
que não guardam conformidade com a carreira na qual o servidor ingressou mediante concurso. 
 
3.6. Exceções ao concurso público 
 
• Cargos em comissão; 
• Servidores temporários; 
• Cargos Eletivos; 
• Ex-combatentes – desde que tenham participado efetivamente da II GM, conforme art. 53, I ADCT; 
• Agentes comunitários de saúde e de combate às endemias – processo seletivo simplificado; 
• Nomeação direta para Ministro de Tribunais de contas, STF, STJ e demais Tribunais Superiores; 
• Dirigentes das Empresas Estatais – por serem detentores de cargo em comissão, NÃO dependem de 
concurso para a sua nomeação; 
• Empresas estatais – a doutrina admite a contratação direta, sem necessidade de concurso, em situações 
excepcionais, para a contratação de profissionais qualificados em determinados ramos de atividade de 
interesse da entidade; 
• OAB. 
 
3.7. Regras Definidas pelo Edital 
 
• Prazo de vigência: O prazo de validade do concurso é de até 02 anos,admitindo-se uma única prorrogação, por 
igual período. O prazo inicia a partir da publicação da homologação do resultado final do concurso público. 
Trata-se de um prazo DECADENCIAL. 
 
→ Cabe ao Administrador definir se há interesse na prorrogação, com base nos critérios de oportunidade 
e conveniência (discricionário), devendo eventual prorrogação ocorrer antes do término de vigência 
originário, sob pena de se tornar impossível. Ou seja, a prorrogação insere-se na discricionariedade, mas 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
29 
 
a possibilidade de prorrogação deve constar expressamente da lei ou edital, sob pena de o certame ser 
improrrogável. 
→ Não há óbice à investidura do candidato após o prazo de validade do concurso, por força de decisão 
judicial, se a propositura da ação, com o objetivo de discutir essa questão, tenha ocorrido durante o 
prazo de validade. Segundo o STJ, o término do prazo de validade do concurso NÃO enseja a perda do 
objeto da ação ajuizada com a finalidade de sanar ilegalidade consistente na quebra da ordem 
classificatória, sob pena de o candidato lesado ser punido pela demora na prestação jurisdicional. 
 
• Alteração de disposições editalícias: O edital é ato administrativo discricionário expedido pela Administração, 
devendo se adequar à Lei e os princípios constitucionais aplicados à atuação do Estado. 
 
→ O edital NÃO pode estipular regras e requisitos de ingresso que extrapolem as reais necessidades daquele 
cargo ou emprego, sob pena de violar a isonomia, impessoalidade e moralidade administrativa. 
→ Princípio de vinculação ao instrumento convocatório: Uma vez publicado o edital, seus termos vinculam 
aqueles que pretendem participar do certame, assim como a própria Administração. 
 
STF: Veda a modificação editalícia que não seja embasada em alteração legislativa e, ainda 
assim, restringe a modificação do edital enquanto não concluído e homologado o certame 
(impossibilidade de alteração do edital no curso do processo de seleção). 
 
STF: Somente a lei pode estabelecer os limites e requisitos para acesso aos cargos 
públicos, não devendo ser substituída por mera regulamentação editalícia - Mesmo 
diante de situações que justifiquem restrições de ingresso, estas regras devem ser 
estipuladas por meio de lei, não sendo suficiente a disposição no edital. 
 
STF (RE 611874): Nos termos do artigo 5º, inciso VIII, da Constituição Federal, é possível 
a realização de etapas de concurso público em datas e horários distintos dos previstos 
em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por motivos de crença 
religiosa, desde que presente a razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade 
entre todos os candidatos e que não acarreta ônus desproporcional à administração 
pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. 
 
• Controle Judicial: Por ser ato discricionário, o instrumento convocatório e concurso público não se sujeitam 
a controle jurisdicional amplo, sendo possível a análise do Judiciário quanto à regularidade do certame e 
adequação dos princípios constitucionais. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
30 
 
→ O Judiciário NÃO pode substituir a Banca Examinadora, definindo critérios de seleção, reavaliando 
provas e notas atribuídas a candidatos, sob pena de adentrar no mérito da atuação discricionária da 
Administração. 
→ O edital NÃO pode definir critérios de escolha e requisitos de admissão que extrapolem a 
razoabilidade e isonomia. Nesses casos, o STF admite o controle das regras do concurso, seja na 
elaboração de questões ou na avaliação das respostas do candidato. 
 
Tese de Repercussão Geral (Tema 485): Não compete ao Poder Judiciário substituir a 
banca examinadora para reexaminar o conteúdo das questões e os critérios de correção 
utilizados, salvo ocorrência de ilegalidade ou de inconstitucionalidade. 
 
Provas discursivas: O controle judicial não pode reexaminar a conveniência e oportunidade dos critérios 
adotados na valoração das respostas pela Banca. No entanto, isso não afasta o controle judicial, inclusive com 
perícia. O Judiciário NÃO pode substituir a banca para atribuir a nota que entende correta, mas apenas decidir 
pela desproporcionalidade ou ilegalidade da nota, caso em que, após invalidar a atuação da banca, deverá o 
Judiciário oportunizar nova correção pelos examinadores, com atribuição de nova nota à questão. 
 
3.8 Realização de concurso na vigência do certame anterior: 
 
É admitida a realização de novo processo seletivo, desde que respeitada a ordem de preferência aos 
candidatos aprovados no concurso anterior. 
 
3.9. Nulidade do Concurso 
 
Caso o concurso possua alguma irregularidade, sua invalidação induz à invalidação da nomeação efetiva ou 
da contratação feita. 
 
• A anulação da nomeação deve respeitar o devido processo legal em que se observe o contraditório e ampla 
defesa. 
• A nulidade do ato de nomeação dos servidores NÃO pode justificar o não pagamento das remunerações 
pelos serviços prestados efetivamente pelo agente, sob pena de enriquecimento sem causa do poder 
público. 
 
Obs.: STF - Se há anulação de concurso público para a contratação de empregados, além da remuneração pelos dias 
trabalhados, o agente faz jus ao saldo do FGTS. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
31 
 
 Teoria do funcionário de fato ou teoria da aparência: 
- Pela Teoria da Aparência, os atos praticados pelo agente regularmente investido, por estar revestido de 
legalidade aparente, devem ser mantidos para evitar prejuízo a terceiros, embora NÃO permita a 
regularização do particular como servidor público, sendo mantida a nulidade da nomeação. 
 
 Teoria do fato consumado 
- Doutrina e jurisprudência NÃO admitem a aplicação da TEORIA DO FATO CONSUMADO, sendo impossível 
convalidar procedimento irregular. Assim, o particular deverá ser afastado das suas funções e ser declarada 
a nulidade da nomeação baseada no concurso irregularmente conduzido. 
 
Fique atento à jurisprudência sobre o tema: 
 
◇ Em regra, não se aplica a teoria do fato consumado a candidato que assumiu o cargo por força de decisão 
precária posteriormente revertida. 
 
Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a 
manutenção no cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado 
que nele tomou posse em decorrência de execução provisória de medida liminar ou outro 
provimento judicial de natureza precária, supervenientemente revogado ou modificado. 
Igualmente incabível, em casos tais, invocar o princípio da segurança jurídica ou o da 
proteção da confiança legítima. A posse ou o exercício em cargo público por força de 
decisão judicial de caráter provisório não implica a manutenção, em definitivo, do 
candidato que não atende a exigência de prévia aprovação em concurso público (art. 37, 
II, da CF/88), valor constitucional que prepondera sobre o interesse individual do 
candidato, que não pode invocar, na hipótese, o princípio da proteção da confiança 
legítima, pois conhece a precariedade da medida judicial. Em suma, não se aplica a teoria 
do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo público por força de decisão 
judicial provisória posteriormente revista. STF. Plenário. RE 608482/RN, Rel. Min. Teori 
Zavascki, julgado em 7/8/2014 (repercussão geral) (Info 753). O STJ possui o mesmo 
entendimento: STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 474423/RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia 
Filho, julgado em 04/04/2017. Obs: a situação será diferente se o servidor se aposentou 
antes do fim do processo: STJ. 1ª Seção. MS 20.558-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, 
julgado em 22/2/2017 (Info 600). 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/766ebcd59621e305170616ba3d3dac32?categoria=2&subcategoria=21&assunto=83
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/766ebcd59621e305170616ba3d3dac32?categoria=2&subcategoria=21&assunto=83DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
32 
 
◇ Em casos excepcionais, em que a restauração da estrita legalidade ocasionaria mais danos sociais que a 
manutenção da situação consolidada pelo decurso do tempo, a jurisprudência do STJ é firme no sentido 
de admitir a aplicação da teoria do fato consumado. 
 
Em regra, o STJ acompanha o entendimento do STF e decide que é inaplicável a teoria do 
fato consumado aos concursos públicos, não sendo possível o aproveitamento do tempo 
de serviço prestado pelo servidor que tomou posse por força de decisão judicial precária, 
para efeito de estabilidade. Contudo, em alguns casos, o STJ afirma que há a solidificação 
de situações fáticas ocasionada em razão do excessivo decurso de tempo entre a liminar 
concedida e os dias atuais, de maneira que, a reversão desse quadro implicaria 
inexoravelmente em danos desnecessários e irreparáveis ao servidor. Em outras palavras, 
o STJ entende que existem situações excepcionais nas quais a solução padronizada 
ocasionaria mais danos sociais do que a manutenção da situação consolidada, impondo-
se o distinguishing, e possibilitando a contagem do tempo de serviço prestado por força 
de decisão liminar, em necessária flexibilização da regra. Caso concreto: determinado 
indivíduo prestou concurso para o cargo de Policial Rodoviário Federal e foi aprovado nas 
provas teóricas, tendo sido, contudo, reprovado em um dos testes práticos. O candidato 
propôs mandado de segurança questionando esse teste. O juiz concedeu a liminar 
determinando a nomeação e posse, o que ocorreu em 1999. Em sentença, o magistrado 
confirmou a liminar e julgou procedente o pedido do autor. Anos mais tarde, o TRF, ao 
julgar a apelação, entendeu que a exigência do teste prático realizado não continha 
nenhum vício. Em virtude disso, reformou a sentença. O servidor, contudo, continuou 
cautelarmente no cargo até 2020, quando houve o trânsito em julgado da decisão 
contrária ao seu pleito. O STJ assegurou a manutenção definitiva do impetrante no cargo. 
STJ. 1ª Turma. AREsp 883574-MS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 
20/02/2020 (Info 666). STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1569719/SP, Rel. Min. Og Fernandes, 
julgado em 08/10/2019. 
 
Jurisprudência sobre Concurso Público: 
 
Não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de 
candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou a ação penal, salvo se essa 
restrição for instituída por lei e se mostrar constitucionalmente adequada. 
Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula 
de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f8e6ba1db0f3c4054afec1684ba8fb26?categoria=2&subcategoria=21
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f8e6ba1db0f3c4054afec1684ba8fb26?categoria=2&subcategoria=21
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f8e6ba1db0f3c4054afec1684ba8fb26?categoria=2&subcategoria=21
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d7f426ccbc6db7e235c57958c21c5dfa?categoria=2&subcategoria=21
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d7f426ccbc6db7e235c57958c21c5dfa?categoria=2&subcategoria=21
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d7f426ccbc6db7e235c57958c21c5dfa?categoria=2&subcategoria=21
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
33 
 
de responder a inquérito ou a ação penal. STF. Plenário. RE 560900/DF, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 5 e 6/2/2020 (repercussão geral – Tema 22) 
 
Candidato só pode ser excluído de concurso público por não se enquadrar na cota para 
negros se houver contraditório e ampla defesa. 
A exclusão do candidato, que concorre à vaga reservada em concurso público, pelo 
critério da heteroidentificação, seja pela constatação de fraude, seja pela aferição do 
fenótipo ou por qualquer outro fundamento, exige o franqueamento do contraditório e 
da ampla defesa. STJ. 2ª Turma. RMS 62040-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 
17/12/2019 (Info 666). 
 
É inconstitucional dispositivo legal que preveja a possibilidade de o indivíduo aprovado 
no concurso tomar posse e entrar em exercício, de imediato, na classe final da carreira. 
É inconstitucional lei que preveja a possibilidade de o indivíduo aprovado no concurso 
público ingressar imediatamente no último padrão da classe mais elevada da carreira. 
Essa disposição afronta os princípios da igualdade e da impessoalidade, os quais regem o 
concurso público. Por essa razão, o STF declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 
18 da Lei nº 8.691/93. STF. Plenário. ADI 1240/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 
28/2/2019 (Info 932). 
 
É constitucional a remarcação de curso de formação para o cargo de agente 
penitenciário feminino de candidata que esteja lactante à época de sua realização, 
independentemente da previsão expressa em edital do concurso público. RMS 52.622-
MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 26/03/2019, DJe 29/03/2019 
 
A limitação de idade, sexo e altura para o ingresso na carreira militar é válida desde que 
haja previsão em lei específica e no edital do concurso público. 
É razoável, dada a natureza e as peculiaridades do cargo, exigir-se altura mínima para o 
ingresso em carreira militar, devendo esse requisito, contudo, encontrar previsão legal e 
não apenas editalícia. A jurisprudência dos Tribunais Superiores é pacífica no sentido de 
que é constitucional a exigência de altura mínima para o ingresso em carreiras militares, 
desde que haja previsão legal específica. Somente lei formal pode impor condições para 
o preenchimento de cargos, empregos ou funções públicas. STF. 2ª Turma. ARE 1073375 
AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/03/2018. 
 
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0dbd53751c00e0784799008b44471a77?categoria=2&subcategoria=21
https://buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0dbd53751c00e0784799008b44471a77?categoria=2&subcategoria=21
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=RMS52622
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=RMS52622
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
AGENTES PÚBLICOS 
 
34 
 
Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, 
salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais. 
Não fere direitos dos candidatos a disposição do edital do certame que prevê limites 
mínimo e máximo de idade para o ingresso na carreira militar, em razão da atividade 
peculiar nela exercida, desde que tal limitação esteja prevista em legislação específica. 
STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 51864/SE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 
21/03/2017. 
 
É possível cobrar questões sobre jurisprudência no concurso mesmo que o edital não 
preveja que irá exigir dos candidatos conhecimentos acerca dos entendimentos dos 
Tribunais Superiores. STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 50769/BA, Rel. Min. Napoleão Nunes 
Maia Filho, julgado em 01/03/2018. 
 
CAIU EM PROVA: 
 
(Delegado de PCPR 2021): Sobre concursos públicos, é correto afirmar que é legítima a cláusula de edital de 
concurso público que restrinja a participação de candidato pelo fato de responder a inquérito ou ação penal, desde 
que tal previsão possua fundamento em lei ou decreto (item considerado incorreto). 
 
3.10. Direito Subjetivo à Nomeação 
 
A aprovação do candidato em concurso público não acarreta, em princípio, direito à nomeação e à posse, 
mas apenas expectativa de direito ao candidato. No entanto, o candidato possui direito, e não apenas expectativa, 
quando, dentro do prazo de validade do concurso, houver inobservância pela administração, da ordem de 
classificação.

Continue navegando