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Síndrome de Privação Neonatal Síndrome de Privação Neonatal • A síndrome de Privação Neonatal diz respeito ao quadro clínico que os recém-nascidos que foram expostos intraútero a diversas substâncias consumidas pela mãe, e se tornaram fisicamente dependentes, e após o nascimento, devido à interrupção do afluxo sanguíneo proveniente da circulação materna, apresentam quadro clínico de abstinência. Síndrome de Privação Neonatal • Quase todas as drogas passam pela circulação placentária e é após o nascimento do recém- nascido que se origina o quadro de abstinência. Síndrome de Privação Neonatal Síndrome de Privação Neonatal • Drogas ilícitas como a cocaína não causam síndrome de abstinência mas podem levar a anormalidades no crescimento cerebral causando outros problemas neurológicos. Síndrome de Privação Neonatal • São vários os sintomas e sinais que podem advir deste quadro de privação, e o seu aparecimento pode ocorrer em diferentes alturas após o nascimento e com diferentes intensidades. Síndrome de Privação Neonatal • A síndrome de abstinência neonatal é menos frequente em recém-nascidos pré-termo, pelo menor desenvolvimento de SNC e pelo menor tempo de exposição às drogas. Síndrome de Privação Neonatal – Sinais Sintomas • Tremores; • Irritabilidade (choro excessivo); • Problemas no sono; • Reflexos hiperativos; • Hipertonia muscular; • Convulsões; • Má alimentação; • Vômitos; • Diarreia; • Desidratação; • Sudorese; • Febre; • Taquipneia Síndrome de Privação Neonatal • Estes sinais e sintomas não são específicos, podendo estar relacionados com outro problema médico que, na dúvida, deverá ser averiguado. • Apesar de rara, a frequência de morte súbita no recém-nascido de mães toxicodependentes é três vezes superior à média normal. • A história clínica é de importância crucial na pesquisa de uma história de consumos e tipo de drogas consumidas. Síndrome de Privação Neonatal • Perante um recém-nascido com sintomas e sinais de abstinência, é necessário um sistema de classificação para pontuar coerentemente o quadro e aferir a gravidade da situação, optando ou não por tratar farmacologicamente ou com outra atitude terapêutica. Síndrome de Privação Neonatal • A decisão de iniciar terapêutica farmacológica deve ser apoiada num sistema objetivo de avaliação da gravidade do SAN (Índice de Finnegan), a terapêutica efetuada em meio hospitalar e com o RN internado numa Unidade Neonatal. • Iniciar farmacoterapia se Finnegan médio ≥ 8 em 3 avaliações consecutivas ou ≥ 12 em duas avaliações consecutivas. • A escolha da droga a utilizar depende, sobretudo, da droga consumida pela mãe Medidas Não Farmacológicas • A síndrome de privação neonatal pode requerer um prolongado tratamento, obrigando a internamentos que podem durar semanas ou meses. Medidas Não Farmacológica • RN em local calmo e com pouca iluminação; • Aplicar medidas de contenção; • Manipulação suave e delicada; • Refeições pequenas e frequentes; • Considerar o uso de fórmulas hipercalóricas se perda ponderal acentuada; • Usar chupeta. • Respeitar o sono do RN acordando-o apenas se necessita ser alimentado; • Colocar luvas no RN para evitar escoriações que possam resultar da atividade excessiva; • Monitorizar hábitos de sono, temperatura e peso. Medidas Farmacológicas • Opiáceos • A morfina é droga de primeira linha. • A metadona é uma alternativa à morfina, mas a sua semivida muito prolongada e variável no RN faz com que seja difícil avaliar a sua eficácia. • A buprenorfina foi recentemente objeto de um estudo tendo-se mostrado segura e eficaz no tratamento . • O fenobarbital (FNB) pode ser utilizado como 2ª droga se sintomas não estão controlados com a dose máxima de morfina ou metadona. Medidas Farmacológicas • Não opiáceos • A droga de 1ª linha (e a única referida na literatura) é o FNB. • A terapêutica deve ser sempre efetuada com o RN em monitorização cardiorrespiratória devido aos efeitos secundários quer da morfina quer do FNB (depressão respiratória, hipotensão, retenção urinária, atraso no esvaziamento gástrico). • Iniciar terapêutica com uma dose baixa que se aumenta progressivamente até controle dos sintomas. Aleitamento Materno • Recentemente (Janeiro/2006), a Associação Americana de Pediatria demonstrou, numa publicação, o efeito do aleitamento materno na síndrome de abstinência neonatal. Aleitamento Materno • Já pequenos estudos tinham revelado que o aleitamento materno tinha um papel na diminuição da gravidade da síndrome e que induzia a internamentos mais curtos. • Estudo realizado com uma amostra de 190 filhos de mães toxicodependentes, demosntrou que o aleitamento materno diminuiu significativamente a frequência do aparecimento e gravidade da síndrome, com melhores scores nos sistemas de classificação, reduzindo a necessidade de medicação e diminuindo o tempo de hospitalização. Aleitamento Materno • O aleitamento, por si só, parece incapaz de prevenir a síndrome de privação, embora já tenham sido descritos dois casos de início abrupto de um quadro de abstinência após interrupção imediata do aleitamento materno. Referências • Disponível em: http://www.sicad.pt/BK/RevistaToxicodepend encias/Lists/SICAD_Artigos/Attachments/5/art 04_vol14_N1.pdf
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