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Imunohematologia Glossário Imunohematológico Antígenos (Aglutinógenos) -Antígenos Quanto ao modelo de resposta: · Imunógenos: gera resposta imune de defesa por serem geralmente non-self · Tolerógenos: é reconhecido como antígeno, mas não há resposta por serem células self · Haptenos: partícula pequena que precisa estar conjugado para ser carreado. Devido ao tamanho, não gera defesa. - Epítopos ou Determinantes Antigênicos Estrutura que gera reconhecimento (vários diferentes no mesmo microrganismo) · Multivalentes: 1 epítopo gera resposta de vários antígenos · Polivalentes: antígeno consegue responder a vários epítopos - Tipos de Anticorpos (Aglutininas) de acordo com a origem: · Heteroanticorpos: anticorpo de espécie diferente · Aloanticorpos: anticorpo de mesma espécie, mas indivíduos diferentes · Autoanticorpos: anticorpo self - Tipos de Anticorpos de acordo com a especificidade: · Policlonal: capacidade de reconhecer mais de um epítopo · Monoclonal: capacidade de reagir a um epítopo - Tipos de Anticorpos de acordo com o estímulo: · Imunes: produzido por resposta imunológica (anti-Rh) · Naturais – Regulares: intrínsecos do metabolismo (anti-A, anti-B) · Irregulares: tipos inesperados - Tipos de Anticorpos de acordo com o comportamento em testes: · Completos (IgM): anticorpo que sensibiliza, aglutina, gera resposta, ... · Incompletos (IgG): anticorpo que somente se liga e sensibiliza A descoberta do Sistema ABO (Landstainer) Base para a descoberta: Landsteiner Moss Jausky AB I IV A II III B III II O IV I - Reação Chave-fechadura – Hermann Emil Fischer (1894) - Teoria Imunológica – Paul EhrlichY Anti-B AB – Alfred Von de Castelo e Adriano Sturli (1902) Surgimento: 5 a 6 semana do embrião → Aglutinogênio A Antígenos “Histo-sangue” Subgrupos de ABO ABO: glicoproteìna Rh : proteìna Constituição dos antígenos ABO → cromossomo 9 Aglutinogênios || PROVA || Como podemos minimizar a incompatibilidade? Técnica: Flavonifractor plautii Grupo O: antígeno H e fucose Grupo A: N-acetil galactosamina + fucose Grupo B: Dupla galactose + fucose Grupo AB: dupla galacotse + N-acetil galactosamina + fucose Fenótipo Bombaim Cruzamentos possíveis Antígenos Eritrocitários Grupo sanguíneo Nº de antígenos Tipo de antígeno Cromossomo ABO 4 Carboidrato 9 MN 43 Glicoproteína 4 P 1 Carboidrato 22 Rh 45 Proteína 1 Lutheran 18 Glicoproteína 19 Kell 26 Glicoproteína 7 Lewis 6 Carboidrato 19 Duffy 6 Glicoproteína 1 Kidd 3 Glicoproteína 18 Diego 21 Glicoproteína 17 Yt 2 Glicoproteína 7 Colton 3 Glicoproteína 7 LW 3 Glicoproteína 19 Doador Universal | Receptor Universal Fator Rh Relatos de Levine e Stetson (1939): “Mulher, grávida pela segunda vez, deu à luz um natimorto de oito meses de gestação; em virtude de grande perda de sangue, transfundiram-lhe 500 ml de sangue do seu marido, ambos do grupo O. A transfusão acompanhou-se de reações graves, das quais a doente se restabeleceu.” Dados: O soro aglutinava 80 dos 104 doadores do grupo O. - O experimento de Landsteiner e Wiener (M e N) – 1940 Genótipos FenótiposSão 3 os alelos mais importantes: C (Cu), D (Du, Dw), E (Eu, Ew) RR Rh + Rr Rh + rr Rh − DHPN ou Eritrosblastose Fetal Conceito: “Destruição acentuada e progressiva dos glóbulos vermelhos do feto em virtude da estimulação prévia da mãe por antígenos Rh +”. Sintomas: · Hemólise · Hiperplasia medular, hepática e esplênica. · Icterícia (Kernicterus) Incidência: 1 vez em 150 a 250 nascimentos (3% mortalidade) Profilaxia: Mathergan, Rhogam ou Partogama (28º semana) Mecanismo: Determinação do grupo sanguíneo ABO e Fator Rh Reações Adversas Grupo ABO · Reações positivas inesperadas a CA do cólon e gástrico. · Células contaminadas com geléia de Wharton · Auto-anticorpos frios · Anticorpos anti-flavina · AC Completos e Incompletos · Soluções concentradas de hemácias · Anti-soros fracos ou pseudo-aglutinação · Agregação não específica (Protamina e Polibreno Fator Rh · Não usar sangue de estoque antigo ou hemolisado · Não usar hemácias em solução salina · Se o paciente estiver anêmico acertar o Ht (40 a 50%) · A prova realizada em lâminas deve ser aquecida Fundamentos da Aglutinação Fatores Importantes para a Aglutinação: · Curva de ligação de Ag-Ac. · Potencial Zeta. · Fatores adjuvantes para a aglutinação (Polibreno, LISS, salina a 0,85%, Albumina bovina a 22%). · Temperatura; · pH; · Anticorpos completos e incompletos; · Anticorpos Frios e Quentes; · Material adequado; Métodos Imunológicos (Aglutinação) Fatores que afetam hemaglutinação: 1 – Temperatura 2 – pH (6,5 a 7,0 – Anti-M e Anti-Pr) 3 – Meios de intensificação (Salina e Polietileno Glicol) 4 – Tempo de Incubação Aglutinação em tubo: Método de Landsteiner Técnica: A B Soro anti-A Soro anti-B (1gota) (1 gota) Hemácias a 5% NaCl 0,9% Aglutinação em lâmina: Método de Beth-Vincent Anti-A Anti-B Grupo Legenda Grupo A Grupo O Sem aglutinação Grupo B Grupo AB Aglutinação Aglutinação em tubo com centrifugação: método de Schiff 5 min/2.000 rpm - 2 min - Pesquisa de aglutininas e aglutinogênios - Prova direta e reversa Tubos Paciente Conhecido 1 2 gotas da susp. de g.v. + 2 gotas do soro anti-A 2 2 gotas da susp. de g.v. + 2 gotas do soro anti-B 3 2 gotas do plasma + 2 gotas da susp. de g.v.A. 4 2 gotas do plasma + 2 gotas da susp de g.v.B. Resultado: Soro anti-A Soro anti-B Glóbulos A Glóbulos B Grupo Sanguíneo − − + + → O + − − + → A − + + − → B + + − − → AB + aglutinação − ausência de aglutinação Técnica de detecção do Fator Rh Reagentes Soro anti-D e soro-albumina bovina de 22%. Método 1. Colocar duas gotas do sangue do paciente (EDTA ou punção) em dois tubos. 2. No primeiro tubo acrescentar duas gotas do soro anti-D. 3. No segundo tubo acrescentar duas gotas do soro albumina. 4. Centrifugar a 3.000 por 15 segundos. 5. Caso não haja aglutinação nos dois tubos, colocar em banho-maria por 15 minutos e reexaminar. Provas de demonstração de compatibilidade sanguínea Prova de Coombs Direta (TAD) · Descrito por Coombs, Mourant e Race em 1945; · Produção do Ac feito em coelho; · Pesquisa sensibilização In Vivo. - Por autoanticorpo · Como são esses anticorpos - IgM Pentaméticos, aglutinam direto - COMPLETOS - IgG Monoméricos, recobrem - INCOMPLETOS * Cuidado com a detecção do fenótipo eritrocitário * Tipos de Soros Antiglobulinas: Reagentes Tubos D TP TN Hemácias Teste 2% 2 gotas ─ ─ Hemácias O Rh + 2% ─ 2 gotas 2 gotas Soro anti-Rh (anti-D) ─ 2 gotas ─ Incubar 37ºC por 15 minutos / Lavar as hemácias 3 vezes em salina Soro de Coombs 2 gotas 2 gotas 2 gotas Misturar e centrifugar a 1.000 rpm / 1 min 1. Poliespecífico (IgG humanas + C3) 2. Monoespecíficos (Anti IgG ou Anti IgM ou Anti C3) Aplicação · Reações hemolíticas transfusionais · DHPN Auto-Imunidade · Anticorpos induzidos por medicamentos · AHAI Análise do AHAI (Anemias Hemolíticas auto-imunes): · Por Anticorpos Aglutinantes a Frio (IgM) · Por Anticorpos Aglutinantes a Quente (IgG) – 80% dos casos de AHAI. Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) Anticorpos ditos irregulares são aqueles formados por imunização devido a transfusões, gestação ou ingestão constante de material imunogênico, sendo de classe IgG ou IgM. Características: - Incidência baixa (0,78 a 1,64%); - Pesquisa de Ac -Rh, Kell, Kidd, Duffy, MNS, Lewis, P, Lutheran, Dia. - Hemácias A1 e A2 - D, C, c, E, e, K, k, Fya, Fyb, Jka, Jkb, Lea, Leb, M, N, S,s e P1. Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) ou Coombs Indireto Reagentes Tubos D TP TN Soro do paciente 2 gotas ─ ─ Hemácias A1 e A2 a 2% 2 gotas 2 gotas 2 gotas Soro anti-Rh (anti-D) ─ 1 gota ─ Incubar 37ºC por 1 hora / Lavar as hemácias3 vezes em salina Soro de Coombs 2 gotas 2 gotas 2 gotas Misturar e centrifugar a 1.000 rpm / 1 min - Teste final – prova da eluição de anticorpos e painel de identificação Aplicações Detecção e Identificação de Ac Tipagem de Ag Eritrocitários PROVA CRUZADA Pesquisa da Variante Du Reagentes Tubos: D TP TN Hemácias desconhecidas 2 gotas ─ 2 gotas Hemácias O Rh + a 2% ─ 2 gotas ─ Soro anti-Rh (anti-D) 2 gotas 2 gotas ─ Incubar a 37º por 1 hora / Lavar as hemácias 3 vezes em salina Soro de Coombs 2 gotas 2 gotas 2 gotas Misturar e centrifugar a 1.000 rpm por 1 min Provas Cruzadas (Cross Match) Utilidade: “Testar a compatibilidade entre doador e receptor” Prova Cruzada Maior Verifica a compatibildiade entre o SORO DO RECEPTOR e as HEMÁCIAS DO DOADOR. “Prova Cruzada é a Maior Sarhada” Prova Cruzada Menor Verifica a compatibilidade entre o SORO DO DOADOR e as HEMÁCIAS DO RECEPTOR. “Prova Cruzada Menor Só dá na hora” Prova Cruzada (Moura) É realizada em três fases: Fase 1 1. Colocar em um tubo (nº 1), 2 gotas da suspensão a 5% dos glóbulos vermelhos do doador (suspensas no próprio soro) e duas gotas do soro do receptor. (Prova Cruzada Maior) 2. Colocar em um outro tubo (nº 2), duas gotas do soro do doador,e duas gotas da suspensão a 5% dos glóbulos vermelhos doreceptor. Duas gotas de albumina bovina a 22%. (Prova Cruzada Menor) 3. Centrifugar os dois tubos a 1.000 rpm por 1 min. Examinar se háaglutinação e ou hemólise, caso não apresentem passar para afase dois. Fase 2 1. Colocar os tubos 1 e 2 em banho-maria a 37°C por 15 a 20 min. 2. Remover ambos os tubos e centrifugar. 3. Examinar se há aglutinação. 4. Desprezar o tubo 1 caso não haja aglutinação e passar para a fase 3 Fase 3 1. Lavar os glóbulos vermelhos do tubo 2, por 3 vezes. 2. Acrescentar 2 gotas de soro de Coombs. 3. Centrifugar a 1.000 rpm por 1 min. Verificar se há aglutinação. 4. Caso não haja a amostra é considerada compatível. Reações Transfusionais CONCEITOS INCIDENTES TRANSFUSIONAIS são agravos ocorridos durante ou após a transfusão sanguínea, e a ela relacionados. INCIDENTE TRANSFUSIONAL IMEDIATO aquele que ocorre durante a transfusão ou em até 24 h após. INCIDENTE TRANSFUSIONAL TARDIO aquele que ocorre após 24 h da transfusão realizada. DIVISÃO: REAÇÕES TRANSFUSIONAIS IMEDIATAS Reação hemolítica Quando as hemácias transfundidas são destruídas. Esta reação se divide em dois grupos: · Hemólise Intravascular · Hemólise Extravascular. Reação hemolítica intravascular A principal causa é a incompatibilidade ABO, que resulta quase sempre de erros humanos, tais como, amostras pré-transfusionais mal identificadas, erros de identificação da bolsa de sangue após a prova cruzada ou troca no momento da instalação. Reação hemolítica extravascular Geralmente a hemólise extravascular se manifesta por febre e dor lombar ou abdominal de intensidade leve a moderada, que surgem geralmente de 30 a 120 minutos depois de iniciada a transfusão. Reações transfusionais imediatas Imunológicas Não-imunológicas Hemolítica Hipotensiva Febril não hemolítica Sobrecarga de volume Alérgica Contaminação bacteriana TRALI Hemólise físico-química Hipotermia Complicações metabólicas Provas Laboratoriais de Pesquisa de Hemólise: · · Prova de HAM; · Dosagem de LDH; · Contagem de Reticulócitos; · Urobilinogênio urinário; · Dosagem de Haptoglobina; · Hiperbilirrubinemia Indireta; · Prova de Coombs; · Dosagem de G6PD / Piruvato-Quinase. 1. Reações transfusionais não hemolíticas febris · Reação mais comum na prática hemoterápica está geralmente associada à presença de anticorpos contra os antígenos HLA dos leucócitos e plaquetas do doador. · Esta reação geralmente ocorre no final ou 1 a 2 horas após a transfusão. · Apresenta febre e ou calafrios. · Pode ser acompanhada de dor lombar leve, sensação de morte iminente. · Porém a elevação de temperatura durante uma transfusão de sangue pode ser um sinal de reação mais grave como hemólise ou contaminação bacteriana. Mecanismo Liberação de IL-1. Solução Utilização de leucócitos irradiados ou sangue pobre em leucócitos 2. Reação alérgica Dividida em 3 estágios conforme a gravidade das manifestações clínicas: · Reação leve: Prurido, urticária, placas eritematosas; · Reação moderada: Edema de glote, edema de Quincke, broncoespasmo · Reação grave: choque anafilático Mecanismo: Causas · O plasma do doador contém uma proteína estranha com a qual reagem os Ac (reaginas) imunoglobulina E ou IgG presentes no Plasma do paciente. · O plasma do doador contém reaginas (IgE ou IgG) que se combinam com alérgenos no plasma do paciente. Tratamento · Difenidramina (Benadryl) 3. Edema pulmonar não cardiogênico (trali) Mecanismo · Ac antileucocitários. · Lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão. · Pode ser moderada a grave e geralmente desenvolve-se de 2 a 6 h após a transfusão. · Ocorre devido à transfusão de anticorpos anti-HLA classe I e II presentes no plasma do doador e/ou antígenos específicos granulocíticos. · Estes anticorpos ligam-se à antígenos dos leucócitos do receptor, desencadeando eventos imunológicos que aumentam a permeabilidade da microcirculação pulmonar e permitem a passagem de líquido para o alvéolo. · É grave, apresenta: dispnéia intensa, hipoxemia, infiltrado pulmonar bilateral (pulmão branco), hipotensão e febre. Mortalidade: 6 a 14% 4. Sobrecarga volêmica Sinônimo: Iatrogênica Pode acometer pacientes cardiopatas, Pacientes com anemias crônicas e muito intensas, pacientes idosos com insuficiência renal crônica e recém-nascidos. Causas: Solicitação inadequada, infusão rápida demais (> 200 ml/h) Consequências: ICC e edema pulmonar 5. Reação por contaminação bacteriana Manifestações: Dor abdominal Febre Diarréia Náuseas Vômitos Hipotensão Choque (IRA e CID) Fisiopatologia: Endotoxinas produzidas por bactérias psicrófilas: Yersinia enterocolitica, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa Diagnóstico: Hemocultura Terapia: Antibiótico de amplo espectro AB+ O+ A+ A- B+ B- O- AB+ AB- O- O+ O- A+ A- B+ B- AB+ AB-
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