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24/10/2022 1 Nutrição na Doença Renal Crônica Cristiane Souto Nutricionista Clínica Mestre em Saúde Coletiva Editado de: Taís Cavalcanti Lusyanny Parente Tatiana Uchôa FISIOLOGIA E FUNÇÃO RENAL •A principal função renal é manter o equilíbrio hidroeletrolítico e de solutos; •Essa tarefa é realizada pela filtração continua do sangue com alterações na secreção e reabsorção desse liquido filtrado; •O rim recebe 20% do débito cardíaco, filtrando aproximadamente 1.600l/dia de sangue e produzindo 180 litros de ultrafiltrado. •Por meio de processos ativos de reabsorção de certos componentes e secreção de outros, a composição é alterada em 1,5 l de urina/dia. 1 2 24/10/2022 2 FISIOLOGIA E FUNÇÃO RENAL Cada rim possui 1 milhão de néfrons; Néfron: •Glomérulo – Massa esférica de capilares envolvidos por uma membrana (cápsula de Bowman) + células de filtração – Função: início da produção do ultrafiltrado – Esta etapa da filtração não demanda energia • Força do bombeamento sanguíneo trazido Pela artéria renal – Pressão de perfusão FISIOLOGIA E FUNÇÃO RENAL •Néfron: •Glomérulo conectado a uma série de túbulos; •Túbulos: •Túbulos contorcido proximal, •Alça de Henle, •Túbulo distal •Ducto coletor. Cada néfron tem funcionamento independente Se um néfron para, os outros continuam funcionando Porém, se uma das partes de um néfron para, ele para completamente 3 4 24/10/2022 3 FISIOLOGIA E FUNÇÃO RENAL Néfron: •Túbulos – Continuação da filtração – Reabsorção de componentes presentes no ultrafiltrado vindo do glomérulo • Sódio, potássio, agua… – Ha gasto de energia (ATP) – Fim do processo: urina coletada pelos túbulos ou ductos coletores • Levadas aos ureteres bexiga 5 6 24/10/2022 4 7 8 24/10/2022 5 9 10 24/10/2022 6 COMPOSIÇÃO DA URINA •Produção normal mínima: 500mL/dia – Oliguria: produção < 500mL/dia • Solutos mais comuns eliminados: produtos finais do metabolismo de proteínas – Ureia – Acido úrico – Creatinina – Amônia – … Quantidades variam com o tipo de dieta O corpo precisa eliminar diariamente INSUFICIÊNCIA RENAL Incapacidade dos rins de excretar a carga diária desses produtos FUNÇÃO RENAL SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA •Os rins são responsáveis por quatro funções no organismo: •Eliminação de toxinas do sangue por sistema de filtração; •Regulação da formação do sangue e da produção de glóbulos vermelhos; •Regulação da pressão sanguínea; •Controle de delicado balanço químico e de líquidos do corpo. 11 12 24/10/2022 7 FUNÇÃO RENAL Principal: excreção • Outras funções: 1) produção de reninacontrole de PA (Sistema renina-angiotensina) PA Produção de renina pelas cels. do glomérulo Aldosterona Reabsorção de sódio e líquidos PA FUNÇÃO RENAL Principal: excreção Outras funções: 2) Produção de eritropetina • Produção de eritrócitos pela medula óssea • Anemia: comum na doença renal cônica •3) Produção da Vitamina D ativa • Promove a absorção de Ca no intestino • Equilíbrio da relação Ca x P no sangue 13 14 24/10/2022 8 DOENÇAS RENAIS • Cálculos renais • Defeitos Tubulares ◦ Insuficiência Renal Aguda (IRA) Cálculos Renais • Sinais de alerta: – Urinar muito a noite – Pressão alta – Fraqueza e anemia – Inchaço nos pês e no rosto. • Doença Renal Crônica – Doença Renal em Estágio Terminal (DRET) Insuficiência Renal Aguda 15 16 24/10/2022 9 IRA A insuficiência renal aguda é caracterizada por uma súbita redução ou interrupção da TFG. Causas mais comuns: ◦ Choque ◦ Infecção grave ◦ Trauma ◦ Medicamentos, ◦ Obstrução ◦ Certos tipos de glomerulonefrite Alta taxa de mortalidade: 60% IRA Condição clínica que pode ser acompanhada de Oligúria e Hipercatabolismo • Distúrbios de fluidos e eletrólitos • Toxicidade urêmica • Depleção proteico-energética grave. Aumento do GEB Complicações hepáticas • Gliconeogênese hepática aumentada • Redução na capacidade de usar proteínas, aminoácidos e substratos de energia de maneira eficaz Desafio à manutenção do bom estado nutricional 17 18 24/10/2022 10 Insuficiência Renal Aguda Com ou sem alteração na quantidade de urina Duração variável: dias a semanas Pode ocorrer sem doença pré-existente Classificação da IRA: ◦ Perfusão renal inadequada (pré-renal) ◦ Doenças dentro do parênquima renal (intrínseca) ◦ Obstrução (pós-renal) Insuficiência Renal Aguda Causas Pré-renal perfusão Intrínseca Doença no parênquima Pós-renal Obstrução Desidratação grave Necrose tubular aguda (trauma, cirurgia) * Hipertrofia prostática benigna com retenção urinária Colapso circulatório Nefrotoxicidade (medicamentos) CA de bexiga ou próstata Distúrbios vasculares (infarto renal) Cálculos ureterais e obstrução Glomerulonefrite aguda * Pior prognóstico (70% de mortalidade) 19 20 24/10/2022 11 Insuficiência Renal Aguda Causas Pré-renal perfusão Intrínseca Doença no parênquima Pós-renal Obstrução Desidratação grave Necrose tubular aguda (trauma, cirurgia) * Hipertrofia prostática benigna com retenção urinária Colapso circulatório Nefrotoxicidade (medicamentos) CA de bexiga ou próstata Distúrbios vasculares (infarto renal) Cálculos ureterais e obstrução Glomerulonefrite aguda Diminuição da função renal Reversível ao recuperar perfusão renal (s/lesão de parênquima) Em hipoperfusão prolongada → NTA (intrínseca) Metas de Tratamento Monitorar o balanço de fluidos e minerais Prevenir hiper-hidratação ou distúrbios de eletrólitos A ingestão de água, em geral, deve ser igual à geração da urina e de todas as outras fontes medidas (p. ex., aspirado nasogástrico e drenagem de fístula) mais 400 mL/dia. A ingestão de sódio, potássio, fósforo e magnésio deve ser restrita para evitar acúmulo desses materiais. A ingestão de energia e, se possível, de proteínas deve satisfazer às necessidades nutricionais do paciente, que podem ser maiores do que as normais. 21 22 24/10/2022 12 Fases da IRA • Rápida elevação do volume urinário, devido à incapacidade dos túbulos em reabsorver sal e água. • Ainda elevação das concentrações plasmáticas de uréia e creatinina. • O paciente pode precisar de diálise • Essa fase é crítica - 25% de mortes • Fase de Recuperação Funcional - redução da uréia e Cr Fase Diurética • Volume urinário < 500mL/dia, podendo conter hemácias, leucócitos e células epiteliais e até mesmo pequena perda proteica. Fase Oligúrica • Período de exposição à drogas nefrotóxicas ou isquemia • Duração depende do tempo da exposição ao agente • Volume urinário pode estar normal ou reduzido. Fase inicial: Alterações Hidroeletrolíticas Balanço hídrico • Perda de 850mL/dia • A ingestão de água no paciente oligúrico deve ser ao redor de 400mL + volume da diurese. Balanço de sódio • Um balanço +++ de Na pode levar à: • Expansão do volume • HAS e ICC • Observar a fase e fornecer ou não solução salina isotônica. 23 24 24/10/2022 13 Alterações Hidroeletrolíticas Balanço de Potássio (K) • Hipercalemia: principal causa de óbito na IRA • Ocorre devido aumento do catabolismo de proteínas, dano tecidual etc. • Coração: Toxicidade cardíaca por K → Arritmias ventriculares. • Poderá ocorrer hipocalemia devido à presença de fístulas Alterações Hidroeletrolíticas Balanço de Calcio e Fósforo • Ocorre hipocalcemia e hiperfosfatemia. • Usar quelantes de fósforo. • Hidróxido de Al • Carbonato de Cálcio ( 40 % de Cálcio ) • Acetato de Cálcio ( 25 % de Cálcio ) • Sevelamer (Renagel) • Carbonato de Lantâneo 25 26 24/10/2022 14 Objetivos da Nutrição Melhorar o EN Reduzir alta taxa de mortalidade - os pctes são hipercatabólicos e muitas vezes necessitam de terapia nutricional. Alterações Metabólicas na IRA Devido aos métodos dialíticos ocorrem alterações no EN - perdas de aminoácidos Intolerância à glicose pela resistência à insulina Ocorre acidose, hipervolemia, hipercalemia, hiperfosfatemia. > risco de infecção,dificuldade de cicatrização e mortalidade quando há elevado hipercatabolismo. 27 28 24/10/2022 15 Nutrição na IRA Após os tratamentos dialíticos, o suporte enteral e/ou parenteral tornou-se objetivo primário no tratamento desses pacientes. Geralmente, é impossível/inviável via oral Antes do surgimento dos métodos dialíticos, a dieta hipoprotéica era preferida p/ IRA. Nutrição na IRA Durante a fase inicial da IRA (24 - 48 h após trauma ou cirurgia), o suporte nutricional deve ser evitado ◦ Infusão de aminoácidos e glicose nessa fase pode agravar a lesão tubular renal. 29 30 24/10/2022 16 Desnutrição X Saúde Renal A desnutrição pode ter muitos efeitos, geralmente reversíveis, na função renal Diminuição da TFG Diminuição da capacidade de concentrar e acidificar a urina. A baixa ingestão de proteínas também contribui para a diminuição do fluxo sanguíneo renal e da TFG Desitratação: edução no volume de sangue circulante também pode diminuir o fluxo sanguíneo renal e a TFG Recomendações 31 32 24/10/2022 17 Doenças Glomerulares e Doenças Tubulares e Intersticiais Glomerulopatias Doenças variadas: ◦ Aguda ou crônica ◦ Inflamatória ou não ◦ Tratamento conhecido/viável ou não. Quanto à origem: Primária • Origem nos rins e acometimento apenas deles Secundária • Diabetes, hepatites, doenças autoimunes, etc. 33 34 24/10/2022 18 Glomerulopatias Quanto aos sintomas: Assintomático Sintomas urinários ou inchaços Urina escura, diminuição do volume urinário Edemas em membros inferiores, face ou de todo o corpo Síndrome Nefrítica OU Glomerulonefrite Aguda Inflamação das alças capilares do glomérulo ◦ Manifestações: ◦ Sangue na urina (hematúria) ◦ Perda sutil da função renal Início súbito Rápida duração ou rápida evolução para Síndrome Nefrótica ou Doença Renal em Estágio Terminal 35 36 24/10/2022 19 Síndrome Nefrótica • Perda da barreira glomerular à proteína – Grandes perdas protéicas • ≥ 3,0 g/dia • Hipoalbuminemia • Desnutrição protéica • Perda de apetite • Algumas vitaminas e alguns minerais são proteínas ou são ligadas a proteínas – Risco de perda! → Fe, Cu, Vit. D. • Gerado por outras patologias: – Diabetes Nefrite Intersticial Crônica Inflamação nos néfrons Causas: ◦ Excesso de analgésicos ◦ Anemia falsiforme ◦ Diabetes melito Manifestações iniciais: ◦ Incapacidade de concentrar a urina ◦ IR leve 37 38 24/10/2022 20 Pielonefrite • Infecção bacteriana no rim • Repetidas devido à presença de alterações no trato urinário, pedras, obstruções, etc. • capacidade renal CÁLCULOS RENAIS OU NEFROLITÍASE •Frequente entre 30 e 50 anos, predominância entre homens •Risco dobra quando há histórico familiar •Frequência aumentada em obesidade, diabetes e síndrome metabólica •O baixo volume urinário é o único fator de risco mais importante •Sintomas: dor lombar e cólica renal •O controle do peso pode ser considerado uma das modalidades preventivas, e nos indivíduos com formação de cálculos, um IMC de 18 a 25kg/m² é recomendado. Distúrbio complexo que consiste em saturação; supersaturação; nucleação; crescimento de cristal ou agregação; retenção de cristal; formação de cálculo na presença de promotores, inibidores e complexos na urina 39 40 24/10/2022 21 CÁLCULOS RENAIS TRATAMENTO NUTRICIONAL •Elevada ingestão de líquidos – 250ml no intervalo de cada refeição, antes de dormir e quando acordar a noite para urinar •Quantidades adequadas de cálcio e proteína animal •Dieta hipossódica (baixo teor de sal) •Não consumir frutas em excesso (frutose – aumenta RI e baixa o ph urinário) •Evitar alimentos ricos em oxalato (espinafre, beterraba, cacau, gérmen de trigo, café e tomate) •Vitamina C não >500mg/dia Cálculos Renais ou Nefrolitíase •Epidemiologia: – Mais comum entre 30 e 50 anos – Homens: 3x – Histórico familiar: 2x •Maioria assintomáticos – Dor: entrada do cálculo no ureter ou junção uretero-pélvica 41 42 24/10/2022 22 Cálculos Renais ou Nefrolitíase Cálculos mais comuns: ◦ Oxalato de cálcio (60%), oxalato de cálcio e fosfato de cálcio (10%), fosfato de cálcio (10%), ácido úrico (5 a 10%), estruvita (5 a 10%) e cistina (1%) 43 44 24/10/2022 23 Cálculos Renais Cálculos de Cálcio ◦ Causas comuns: ◦ Dieta rica em cálcio ◦ absorção intestinal de cálcio ◦ reabsorção tubular de cálcio Fatores Dietéticos Associados ao Risco de Cálculos de Cálcio Risco maior Risco menor Proteína animal Ingestão de líquido e fibras Oxalato Vitamina B6 Sódio Cálculos Renais Cálculos de Oxalato ◦ Sais componentes de muitos alimentos ◦ Fontes dietéticas: todos os vegetais! ◦ Dietas vegetarianas: risco ◦ Alimentos de risco: espinafre, chocolate, morango, farelo de trigo, nozes (amêndoas, amendoins), beterraba, chás (verde, preto…) 45 46 24/10/2022 24 Sinais e Sintomas Alteração na coloração da urina Dor na região próxima aos rins Náuseas e vômitos Fatores dietéticos Como visto, destacam-se: ◦ Cálcio, sódio, potássio, oxalato, magnésio, proteínas, purinas, carboidratos, fibras vegetais, gorduras e dos líquidos. ◦ Uma dieta com baixo teor de gordura ◦ Redução da ingestão de vitamina C ◦ Dieta baixa em oxalatos ◦ Beber muita água ◦ Reduzir a ingestão de sódio ◦ Suplementar a dieta com carboidratos complexos e reduzir PTN ◦ Comer mais fruta rica de potássio e legumes Importante reconhecer o tipo de cálculo 47 48 24/10/2022 25 EPIDEMIOLOGIA NA DRC Doença Renal Crônica EPIDEMIA 850 MILHÕES DE PESSOAS 2,4 MILHÕES DE MORTES IRA HAS DM Hereditariedade Proteinúria Obesidade Dislipidemia DOENÇA RENAL CRÔNICA ( DEFINIÇÃO) Declínio lento, progressivo e irreversível das funções renais Processos adaptativos: pct sem sintomas por muito tempo • Sintomas a partir da perda de 50% de sua função renal – Anemia leve, pressão alta, edema (inchaço)… Até 10 a 12% de função renal normal: tratamento com medicamentos e dieta. – < Dialise ou transplante renal. 49 50 24/10/2022 26 DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) Geralmente resulta de outras patologias renais ou que geram complicações renais – Diabetes – Hipertensão – Glomerulonefrite • Déficit nas funções excretora, endócrina e metabólica • Outras causas de IRC: – Rins policísticos • Cistos grandes e numerosos, que levam a destruição renal – Pielonefrite – Doenças congênitas 51 52 24/10/2022 27 DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) AVALIAÇÃO PARA DIAGNÓSTICO O rastreamento para diagnóstico se dar por meio de exames como, ultrassonografia, ressonância, tomografia e o principalmente, exames laboratoriais simples como, albumina sérica, ureia e creatinina. 53 54 24/10/2022 28 CLASSIFICAÇÃO DA DRC Estágio da doença renal Descrição TFG ( mL/min/1,73m²) 1 Lesão renal com função renal normal >90 2 Lesão renal com insuficiência renal leve 60 a 89 3 Lesão renal com insuficiência renal moderada 30 a 59 4 Lesão renal com insuficiência renal grave 15 a 29 5 Lesão renal com insuficiência renal terminal <15 Na DRC: Inicia-se e caracteriza-se pela ocorrência de um dano irreversível com perda de alguns glomérulos e prejuízos das funções tubulares. Mesmo com a perda de alguns glomérulos o indivíduo apresenta sintomas apenas em fases avançadas porque o rim é capaz de manter sua estabilidade através da reserva funcional. PROGRESSÃO DA LESÃO RENAL CRONICIDADE RESERVA FUNCIONAL PROG. DA DISFUNÇÃO RENAL 55 56 24/10/2022 29 DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) UREMIA (elevação de ureia sérica) • Acúmulo de produtos do metabolismo de PTN e AA – Ureia , creatinina, ácido úrico… • Casos mais graves: letargia, perda de consciência, coma, convulsões e morte. • Consequências da perda de Água e Eletrólitos • Pode levar a insuficiência cardíaca congestiva e hipertensão • Casos mais graves: reduz o volume de líquido extracelular e eleva a PA EVOLUÇÃO DA DRCGlomérulos dos néfrons ainda funcionantes, porém sobrecarregados Hipertrofia, hipertensão glomerular e hiperfiltração Lesão dos glomérulos Proteinúria Alterações lesivas ao RIM! Perda protéica Processos inflamatórios.... 57 58 24/10/2022 30 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA X DOENÇAS SECUNDÁRIAS IRC X Hiperparatireoidismo •Fatores desencadeantes: Déficit de vitamina D + Hipocalcemia •Resultado: A hiperestimulação o crônica do PTH •Proliferação das células paratireoides hiperplasia das glândulas •paratireoides • Consequências: • Eleva o risco aumentado de calcificação cardiovascular e mortalidade 59 60 24/10/2022 31 IRC X OSTEOPOROSE IRC: Distúrbios no metabolismo do cálcio e na homeostase do tecido ósseo – Lembrar: Rim X Vit. D ativa • Nomenclatura antiga: Osteodistrofia renal (ODR) • Nomenclatura atual: Distúrbio mineral e ósseo da doença renal crônica (DMO-DRC) • Uma das complicações que mais aumentam as morbidades desses pacientes DISTÚRBIO MINERAL E ÓSSEO As consequências provocadas pela DRC, desde uma simples alteração do cálcio sérico até as doenças ósseas e fraturas, além das calcificações extraesqueléticas, principalmente as vasculares, que são causas da alta taxa de morbimortalidade observada na DRC. Se os níveis de PTH permanecerem elevados, recomenda-se o tratamento com calcitriol ou análogo de vit.D3. Dose de 2,5 a 5mg/dia Ca, P, PTH TGF < 60mL/min Estágios 4 e 5 61 62 24/10/2022 32 IRC X Doenças Cardiovasculares •DCV mais relacionadas a IRC: – Doenças coronarianas – Doenças cerebrovasculares (AVC) – Doença vascular periférica – Insuficiência cardíaca (ICC) • Fatores desencadeadores: – Diminuição da TFG – Albuminuria ( aumentada perda proteica) – Erro na ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona – Calcificações vasculares • Associados a outros fatores de risco: idade, HAS, DM, DLP, tabagismo, menopausa, obesidade e inatividade física. 63 64 24/10/2022 33 TRATAMENTO Conservador Transplante Dialítico TRATAMENTO Diálise Hemodiálise Diálise Peritoneal 65 66 24/10/2022 34 TRATAMENTO DA DRC NÃO DIALÍTICA Comorbidades mais importantes mais comuns nesse público: -DM - HAS - Dislipidemias - Acidose metabólica - Anemia -DCV - Distúrbios minerais e ósseos - Proteinúria. As abordagens terapêuticas empregadas na progressão da doença e nas comorbidades muitas vezes coincidem Propostas as estratégias de avaliação e tratamento expostas. Conservador HAS Para os não diabéticos e/ou com proteinúria menor que 1,0g/dia. Para pacientes diabéticos e/ou com proteinúria acima de 1,0g/dia. ❖ Abordagem não medicamentosa por meio de controle do peso, redução do consumo de sal, exercício físico, abandono do tabagismo e controle do estresse Abaixo de 130x80 mmHg Abaixo de 125x75 mmHg 67 68 24/10/2022 35 DM A hiperglicemia é uma causa importante de complicações vasculares de órgãos – alvo, incluindo o rim. O tratamento intensivo da hiperglicemia pode retardar a progressão da doença renal estabelecida. OBS: O uso de metformina deve ser evitado nos pacientes com depuração de creatinina menor que 30mL/min, porque sua depuração é renal podendo ocorrer acúmulo metabólico, com risco de acidose lática. HbA1 Menor que 7,0% Tratamento medicamentoso é indicado, tendo cuidado nos quadros de hipoglicemia Além do controle da glicemia, é fundamental utilizar outras abordagens terapêuticas nos pacientes com DRC e DM. • Tabagismo - CESSAÇÃO •Pressão Arterial <130x80 mmHg •LDL- Colesterol - <100 mg/dL •Pró- trombótico – uso de aspirina •Glicemia – HbA1 < 7% •Obesidade – redução de 10% •Sedentarismo – Prática de exercício físico •Dieta – Redução da ingestão de gorduras saturadas, colesterol, sódio, carboidratos e proteínas. 69 70 24/10/2022 36 DCV ➢De acordo com SBN todo paciente com DRC deve ser considerado de alto risco para DCV. ➢Para a abordagem terapêutica recomenda-se controle da PA, DM e dislipidemia , sessar tabagismo, praticar exercício físico, redução da proteinúria e tratamento da anemia. Ecocardiograma Citilografia miocárdia Eco - estresse DISLIPIDEMIA A dislipidemia é conhecido por ser um fator de risco cardiovascular e de progressão da DRC. Uso concomitante de estatinas e fibratos, por causa do aumento do risco de lesão muscular. Colesterol <200mg/dL LDL < 100 mg/dL HDL >40 mg/dL Triglicerídios < 150mg/dL 71 72 24/10/2022 37 ANEMIA A anemia é uma complicação frequente nos indivíduos com DRC. Eritopoetina Ferro Ácido Fólico Vit. B12 •Indica iniciar-se a terapia com eritropoetina nos pacientes que permanecerem com anemia após a correção de ferro e naqueles que forem descartadas outras causas. •Deve-se monitorar a pressão arterial, pois ela pode se elevar com o uso dessa medicação. Sua via de ADM é subcutânea, com dose inicial de 80 a 160 U/kg/semana. TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA •Indicação: Tantos os pacientes como os familiares dever ser orientados sobre a TRS no que diz respeito aos riscos e benefícios do tratamento. •A TRS deve ser iniciada em indivíduos não diabéticos com depuração de creatinina abaixo de 10 mL/min e em diabéticos com depuração abaixo de 15 mL/min. •A TRS é utilizada em pacientes nos quais a função renal esteja reduzida a ponto de impedir a manutenção adequada da homeostase, resultando em uremia e perda da regulação de líquidas e eletrólitos. MÉTODOS: HEMODIÁLISE DIÁLISE 73 74 24/10/2022 38 DEFINIÇÃO DE HEMODIÁLISE HEMODIÁLISE ( HD) • É o processo de transferência de massa entre o sangue e o líquido de diálise. • O sangue obtido de um acesso vascular é impulsionado por uma bomba para um sistema de circulação extracorpórea onde se encontra um filtro ( dialisador). No filtro, ocorrem as trocas Entre o sangue e a solução De diálise ( dialisato), através De uma membrana semiperme- Ável . 75 76 24/10/2022 39 HEMODIÁLISE • 2 a 3 vezes por semana • 2 a 5 horas cada sessão • Acumulo de metabolitos e líquidos entre sessões • Perdas de aminoácidos, peptídeos e vitaminas • Processo catabolizo • Risco de Desnutrição 77 78 24/10/2022 40 ACESSO VENOSO Para realização de HD é necessário estabelecer um acesso vascular que forneça fluxos sanguíneos adequados em torno: Tipos de acesso: 300 A 500 Ml/min FAV CATETERES ENXERTO VASCULAR 79 80 24/10/2022 41 Fístula Cateteres HEMODIÁLISE X DESNUTRIÇÃO Anorexia • Diminuição do paladar • Restrição de Na, líquidos e outros na dieta • Medicamentos • Depressão • Efeitos debilitantes da doença crônica Catabolismo • Perda de AA • Perda de proteínas • Perda de glicose • Perda de vitaminas hidrossolúveis 81 82 24/10/2022 42 HEMODIÁLISE X DESNUTRIÇÃO DIÁLISE PERITONEAL ( DP) Compreende a troca de solutos e fluidos entre o sangue dos capilares peritoneais e a solução de diálise instilada na cavidade peritoneal. Essa solução é acondicionada em bolsas de material plástico transparente e o paciente ou cuidador é treinado por uma equipe de enfermagem especializada para realizar a conexão entre essas bolsas e o cateter com técnica estéril em seu domicílio ou outro ambiente apropriado. ACESSO: Implante de um cateter na cavidade abdominal 83 84 24/10/2022 43 DIÁLISE PERITONEAL Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD) – Infusão e a drenagem feitas manualmente, em geral 4x/dia – Não precisa de nenhuma maquina. Pode ser feito em qualquer lugar limpo. DIÁLISE PERITONEAL Diálise Peritoneal Automática (APD) – Na APD, ao invés das trocas do dialisato serem feitas manualmente ao longo do dia, elas são feitas a noite, com o auxilio de uma maquina chamada cicladora. – A cicladora e conectada ao cateter e realiza o tratamento enquanto você dorme. 85 86 24/10/2022 44 Nutrição na DRC 87 88 24/10/2022 45 OBJETIVOS DA DIETOTERAPIA • Manter um bom estado nutricional • Controlar sintomatologia uremica e dos distúrbioshidroeletroliticos • Prevenir ou reduzir a toxicidade uremia • Atuar nas doenças correlatas como: hiperparatireoidismo secundário, desnutrição e varias outras alterações metabólicas AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 89 90 24/10/2022 46 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVALIAÇÃO NUTRICIONAL • Circunferências e áreas – Circunferência do braço – Circunferência muscular do braço – Área muscular do braço • Dobras cutâneas – Bíceps, tríceps, subescapular, suprailíaca * Hemodiálise: Medidas no braço sem o acesso vascular 91 92 24/10/2022 47 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Os pacientes renais crônicos comumente apresentam uma reduzida quantidade de massa magra e, por vezes, de gordura corporal, quando comparada à população em geral. -Peso -Estatura Após sessão -Circunferências lado contrário -Áreas e pregas cutâneas ANTROPOMETRIA PCT EM HD Peso Nos pacientes com DRC, deve-se ter muita cautela para a sua análise em razão dos distúrbios hídricos. Na diálise peritoneal, o peso corporal é obtido descontando-se o volume do líquido infundido na cavidade abdominal. Peso Ideal O peso atual deve ser utilizado para as recomendações nutricionais se o paciente estiver com o peso próximo do ideal. PESO SECO 93 94 24/10/2022 48 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR REGISTRO ALIMENTAR RECORDATÓRIO DE 24 HORAS REGISTRO ALIMENTAR o Biomarcadores nutricionais Energia : calorimetria Urinário Proteína – ureia Potássio MARCADORES BIOQÚIMICOS A avaliação e o monitoramento do estado nutricional de pacientes com doença renal crônica (DRC) são fundamentais para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das anormalidades nutricionais comumente observadas nesses pacientes. Métodos objetivos, subjetivos e compostos são empregados para avaliação e o acompanhamento do estado nutricional de pacientes com DRC. 95 96 24/10/2022 49 PROTEÍNAS VISCERAIS ALBUMINA As taxas de síntese e degradação de albumina de pacientes com DRC são similares Às de indivíduos com função renal normal, porém condições que frequentemente acompanham a DRC podem afetar de forma importante a síntese de albumina. Condições: Acidose metabólica e inflamação crônica. Valores desejáveis na DRC: > 3, 8 a 4 PRÉ- ALBUMINA Conhecida também como transtirretina, é uma proteína que faz parte do complexo de proteína carregadora de retinol e que também tem sido empregada como marcador do estado nutricional. A Pré- albumina é mais sensível que a albumina para detectar estoques de proteínas viscerais Na DRC a pré-albumina tende a aumentar à medida que a função renal diminui . Valores desejáveis na DRC: >30 PROTEÍNAS VISCERAIS TRANSFERRINA Tem como principal função o transporte de ferro no plasma. Seu valor normal é de 200 a 300 mg/dL. Por ser uma proteína transportadora do ferro, alterações em seu status levam ao aumento ou diminuição na síntese hepática. Valores na DRC: Síntese diminuída em decorrência dos processos inflamatórios. PROTEÍNAS VISCERAIS 97 98 24/10/2022 50 Nutrição na Pré-Diálise (Tratamento Conservador) FASE NÃO DIALÍTICA ( CONSEVADOR) A terapia nutricional tem como objetivo retardar o ritmo de progressão da doença e atenuar as manifestações da síndrome urêmica, além de auxiliar no tratamento das complicações metabólicas e hormonais que reduzem a função renal. Nutrição na Pré-Diálise Cuidados importantes: – Excesso de proteínas na dieta promove aumento de proteinúria, danos histológicos renais. Conduta: Dieta Hipoprotéica VANTAGENS: Diminui pressão intraglomerular Reduz consumo de oxigênio devido menor excreção de amônia e fosfatos Reduz geração de produtos nitrogenados tóxicos 99 100 24/10/2022 51 Nutrição na Pré-Diálise •Recomendações proteicas Nutrição na Pré-Diálise • DIETA HIPOPROTEICA CONVENCIONAL (ALIMENTOS MISTOS): – 0,6g/kg de peso atual/dia – manutenção do BN – 2/3 de AVB • DIETA MUITO LIPOPROTEICA: – 0,3g/kg de peso atual/dia + suplementação de AA essenciais – Predominantemente PTN vegetal – Objetivos: • Corrigir sintomas uremicos • Manter o estado nutricional e o BN positivo • Risco: inadequacao de necessidades • OUTRAS RECOMENDAÇÕES: – 0,6-0,8 g/kg/dia se diabetes – 0,8-1,0 g/kg/dia se desnutrição 101 102 24/10/2022 52 Nutrição na Pré-Diálise Nutrição na Pré-Diálise • Recomendações Energéticas • Estudos mostram que a necessidade energética nesses pacientes e semelhante aquelas de indivíduos saudáveis. 35 Kcal/Kg/dia • Situações especiais: – Obesos ou Idosos (> 60 anos): 30Kcal/Kg/dia – Desnutridos: > 35Kcal/Kg/dia 103 104 24/10/2022 53 Nutrição na Pré-Diálise • Situações que exigem mais raciocínio do Nutricionista: • Paciente desnutrido e com DRC… – Como recuperar o peso sem exceder a fonte proteica? – Como aumentar caloria sem aumentar proteína? Nutrição na Pré-Diálise • Importante conhecer os alimentos alto teor calórico e baixo teor proteico. Exemplos: 105 106 24/10/2022 54 Nutrição na Pré-Diálise • Carboidratos – 55 a 65% – 50 a 60% • Estimular consumo de fibras • Diabético com DRC: mesma recomendação – A insulina que iria ser excretada pelos rins, circula por mais tempo. – O DM tende ate a “compensar” um pouco mais • Lipídeos: – 30 a 35% • Saturados: < 10% • Monoinsaturados: 10 a 15% • Polinsaturados: 10% Nutrição na Pré-Diálise • Micronutrientes: – Vitamina A: • Elevadas concentrações nesses pacientes pela prejudicada transformacao do retinol a acido retinoico pelos rins • Não suplementar. – Vitamina B12: • Essencial no metabolismo do acido fólico • A suplementação diminui as concentrações homocisteína (RCV) – Ácido Fólico: • Promove a conversao da homocisteina em metionina. • A hiperhomocisteinemia tem alta toxicidade endotelial • A suplementação diminui as concentrações homocisteína (RCV) R el aç ão c o m a h o m o ci st eí n a 107 108 24/10/2022 55 Nutrição na Pré-Diálise • Micronutrientes: – Ferro – Cálcio e Vitamina D: • Avaliar suplementação de Ca e Vit. D ativa • A absorção de Ca diminui a progressão da DRC, devido a deficiência de Vit. D ativa – Fósforo: • O excesso esta ligado a progressão da DRC. • Problema: Fontes comuns ao cálcio • Controlar a ingestão: 5-10mg/kg/dia (ideal) – Outra possibilidade: 10-12mg/kg/dia ou 800mg/dia e mais fácil de ser alcançada – Uso de quelantes de fosforo? Nutrição na Pré-Diálise • Micronutrientes: – Potássio: • Hipercalemia é comum nos pacientes urêmicos • Enquanto houver bom volume urinário (1000ml/dia) e os pacientes estiverem em uso de diuréticos, geralmente não e necessário restringir da dieta. • Porém, há medicamentos (como antihipertensivos) podem favorecer a hipercalemia, neste caso recomenda-se restringir. • Também se restringe quando a TFG < 10mL/min – Típico em pacientes que precisam ir à diálise • Líquidos • Raciocínio idem Potassio (restringir quando TFG < 10 mL/min) 109 110 24/10/2022 56 Nutrição na Pré-Diálise • Atenção ao potássio (para pacientes em diálise ou com indicação): • Interessante: – Processo de cocção das frutas e hortaliças em agua reduz em medias 60% a concentração de K: 111 112 24/10/2022 57 Nutrição na Pré-Diálise • Sódio/Sal: • Sódio Meta : Quantidades de Na urinário = Na ingerido (interessante fazer essa avaliação/comparação) – Determinar a qtde de Na excretado em 24h Quanto mais a DRC progride maior é o risco à PA • Restrição de sal: – Ajuda no controle da PA e retenção hídrica – Melhora eficiência dos anti-hipertensivos – Melhora o efeito anti proteinurico dos anti-hipertensivos – Na: 1000 – 1500mg/d – Sal: 2,5 a 4g/d 113 114 24/10/2022 58 Nutrição na Hemodiálise 115 116 24/10/2022 59 Nutrição na Hemodiálise • Energia • Estudos: – Pacientes em HD não apresentam aumento de GEB em repouso,apenas durante a HD e 2 a 3 horas depois – Recomendação: 32 a 39 kcal/kg/dia, com média de 35 kcal/kg/dia • Manutenção do peso e do BN neutro, em pacientes estáveis em HD, sedentários ou com atividades leves Nutrição na Hemodiálise • Proteínas • Maior necessidade que indivíduos saudáveis – Motivos: • Perda de AA na HD • Limitação de síntese e maior catabolismo proteico muscular • Recomendação: 1,0 a 1,2 g/kg/dia – Outros autores: ate 1,4 g/kg/dia – Maiores necessidades: em caso de altos níveis de estresse 117 118 24/10/2022 60 Nutrição na Hemodiálise • Carboidratos e Lipídios • Ingestão deve ser balanceada para que não se utilize PTN como fonte de energia • HC: 50 a 60% • LIP: 25 a 35% Nutrição na Hemodiálise • Sódio, Potássio e Líquidos • Depende do volume e perdas urinarias • Sódio: até 2300 mg/dia ou 5g/dia • Potássio: 1 a 3g/dia • Líquidos: Pacientes não complicados, sem risco de sobrecarga hídrica, recomendação normal – Importante avaliar peso Interdialítico (ideal de 2 a 4,5% do peso seco) – Regra: 500 ml + vol. urina 24 horas 119 120 24/10/2022 61 Nutrição na Hemodiálise • Cálcio, Fósforo e Vitamina D: • Cálcio: problemas de absorção – necessário suplementação de Ca e Vit. D, na maioria dos casos. – Todavia, fosfato de cálcio tende a se depositar durante a dialise nas artérias – alto RCV – Controlar o fosfato (quelantes) e garantir Cálcio (1000mg/dia) • Fósforo: 800 a 1200 mg/dia – Restringir via dieta e difícil, necessário uso de quelantes Nutrição na Hemodiálise • Curiosidade: • Carambola : intoxicação em IRC • Distúrbios neurológicos agudos de vários graus + Morte (dentro de 5 dias) • Inicio dos sintomas: 2,5 a 14 horas pós ingestão – 1-2 frutas ou suco • Causa? Neurotoxina? Pode depender das características do paciente, suscetibilidade individual, ou espécies da fruta 121 122 24/10/2022 62 Nutrição na Hemodiálise Controle da Ingestão proteica PROTEÍNA Estágio 1 a 2 Normal ( 0,8 A 1g/kg/dia) Estágio 3 0,6 a 0,75g/kg/dia Estágio 4 0,6 a 0,75g/kg/dia Estágio 5 0,6 a 0,75g/kg/dia Diabete descompensado 0,8 g/kg/dia Proteinúria >3g/24h 0,6 a 0,8g/kg/dia / 0,8 + 1 g 123 124 24/10/2022 63 Energia Pacientes na fase não dialítica 30 a 35 kcal/kg/dia Lipídios Reduzir a ingestão de lipídios totais para < 30 % do VET Reduzir a ingestão de colesterol para < 300 mg/dia Reduzir a ingestão de gordura saturada para < 7 % do VET Minerais Potássio ( mEq) 50 a 75 Sódio (mg) 2.000 a 2.300 Fósforo ( mg) 750 Cálcio ( mg) 1.400 a 1.600 Ferro ( mg) Homens: 8 Mulheres:15 Zinco ( mg) Homens: 10 a 15 Mulheres: 8 a 12 Selênio ( mg) 55 TERAPIA NUTRICIONAL DA DRC HEMODIÁLISE A desnutrição energético – proteica ( DEP ) é um dos distúrbios nutricionais mais prevalentes na População com HD e possui uma estreita associação com aumento das taxas de morbidade. Redução da Ingestão Alimentar Uremia Anemia Redução do paladar Dietas muito restritas Doenças associadas Doenças intecorrentes Medicamentos Aspectos sociais, emocionais e psicológicos Diálise insuficiente ou inadequada 125 126 24/10/2022 64 RECOMENDAÇÕES Energia 30 a 35 kcal/ kg/dia Proteína 1,1 a 1,2 g/kg/dia Gordura Saturada < 7 % do VET Gordura Poli-insaturada Até 10% do VET Gordura Monoinsaturada Até 20% do VET Gordura total 25 A 35 % do VET Colesterol < 200mg/dia Carboidrato 50 a 60% Fibras 20 a 30g/dia Sal 5 a 6g/dia Potássio 1.950 a 2.730 mg/dia Fósforo Até 700 mg/dia Cálcio 2.000mg/dia oORIENTAÇÕES PRÁTICAS -Líquidos: 1. Lembrar aos pacientes que além da água, gelo, café, chás, leite , gelatinas, sucos, melão, melancia, contêm líquidos que contribuem para o GPID 2. Evitar o consumo de sucos e refrigerantes adoçados, pois não saciam a sede. 3. Tomar água bem gelada ou chupar pequenas pedras de gelo 4. Diminuir o tamanho dos copos e das xícaras. 127 128 24/10/2022 65 TERAPIA NUTRICIONAL DA DRC •Diálise Peritoneal RECOMENDAÇÕES Energia < 60 anos: 35kcal/kg/dia >60 anos: 30 kcal/kg/dia Proteína 1,2 a 1,3 g/kg/dia Potássio 40 a 70 mEq/dia Ferro 8 a 17 mg/kg/dia Sódio 2 a 3 g/dia REFERÊNCIAS MAHAN, L. K. (Ed.); ESCOTT-STUMP, S. (Ed.). Krause alimentos, nutrição & dietoterapia. 12a ed. Sao Paulo: Roca, 2010. MARTINS, C. Terapia nutricional no paciente renal crônico e agudo. Instituto Cristina Martins. Curitiba, 2009. MARTINS, C.; CUPPARI, L.; AVESANI, C.; GUSMAO, M.H. Terapia Nutricional para Pacientes na Fase Não-Dialítica da Doença Renal Crônica. Sociedade Brasileira de Nutricão Parenteral e Enteral e Associacao Brasileira de Nutrologia. Projeto Diretrizes. Sao Paulo, 2011. RIELLA, M.C.; MARTINS, C. Nutrição e o rim. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2013. SHILS, M. E., Nutrição Moderna na saúde e na doença. 2a ed. Barueri, SP: Manole, 2009. Sociedade Brasileira de Nefrologia 129 130 24/10/2022 66 Obrigada! 131
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