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Dietoterapia nas Doenças Renais 2012

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ENFERMIDADES RENAIS
ANATOMIA-FISIOLOGIA
 RINS - órgãos retroperitoneais, com 10 cm de largura e pesam cerca de 150g cada
FUNÇÃO - manter o balanço homeostático em relação aos fluidos, eletrólitos e solutos.
 a unidade anatômica e funcional do rim é o Néfron. Cada rim possui  1 milhão de néfrons.
 os néfrons não são idênticos entre si (as variações, dependendo do local, são necessárias para otimização de seu funcionamento).
 O Néfron pode ser dividido em 2 partes:
  Glomérulos
  Sistemas de Túbulos
ESTRUTURA RENAL - NÉFRON
 Glomérulo: consiste num tufo de capilares localizados entre 2 arteríolas (aferente e eferente), conectado por uma membrana - chamada Cápsula de Bowman, onde o ultra-filtrado do plasma é formado.
 Sistema de Túbulos: são divididos em vários segmentos (de acordo com diferenças anatômicas e funções), constituído por camada única de células, responsável:
  reabsorção e secreção
  modificação do ultrafiltrado
  formação da urina
ESTRUTURA RENAL - NÉFRON
Componentes dos Sistemas de Túbulos
 Túbulo Contorcido Proximal
 Alça de Henle
 Túbulo Contorcido Distal
 Ducto Coletor
 Córtex: camada externa do rim. Contém todos glomérulos, maior parte dos túbulos contorcido proximal e distal
 Medula: arranjos paralelos das Alças de Henle e ductos coletores. Macroscopicamente - apresenta estruturas chamadas - Pirâmides, cuja extremidades se abrem em Papilas
ESTRUTURA RENAL - NÉFRON
 RIM filtra aproximadamente 1.600L/dia
 são produzidos 180 L/dia de ultrafiltrado pela filtração glomerular. Após o processo ativo de reabsorção e secreção pelos segmentos tubulares 
a composição, a [ ] e o volume desse ultrafiltrado
 é modificado
Resultando em média 1.5 L/dia urina excretada
ESTRUTURA RENAL - NÉFRON
 Quando um segmento do NÉFRON é destruído; o restante das estruturas não permanecerá funcionante.
 Devido funções diferenciadas entre os segmentos tubulares à permeabilidade dos componentes; os túbulos são capacitados a produzir a urina final com as seguintes variações de [ ]s:
- volume
- pH
- osmolalidade ([ ] de solutos na urina, representando os resíduos finais do metabolismo normal)
- Na+, K+ e outros
FUNÇÕES PRINCIPAIS
Funções Renais principais
 controle do volume sangüíneo circulante
 controle da Pressão Arterial
 Produção de Eritropoetina
 Manutenção da homeostase Ca/P
REGULAÇÃO DA HOMEOSTASE HÍDRICA
1. Controle do volume de sangue circulante
 Sódio (Na+): a > ou < excreção de Na+ será refletido:
- no volume de sangue circulante
- características da urina
- níveis séricos de K+, H2O e bicarbonato
 ADH - Hormônio Antidiurético - controla a excreção hídrica e gradiente de concentração da urina (mOsm)
   H2O, indica  na osmolalidade leva o organismo a  secreção do ADH até que os níveis de mOsm - normal
   H2O, indica  na [ ] mOsm, leva o organismo a  a secreção do ADH;  retenção hídrica 
REGULAÇÃO DA HOMEOSTASE HÍDRICA
2. Controle da Pressão Sangüínea
Mecanismo RAA
 volume de sg e PA
REGULAÇÃO DA HOMEOSTASE HÍDRICA
3. Produção Eritropoetina
substância que ativa a produção de eritróide (glóbulos vermelhos) pela medula óssea
4. Manutenção da Homeostase Ca/P
envolve uma complexa regulação com Hormônios (PTH e calcitonina) e vitamina D;
rins - função 
• produzir a forma ativa da vitamina D
• regular eliminação de Ca e P
PATOLOGIAS RENAIS
Baseia-se na destruição ou alterações da estrutura 
funcional do rim - NÉFRON
Principais Enfermidades
 Doenças Glomerulares (Síndrome Nefrótica e Nefrítica)
 Defeitos Tubulares
 Cálculos Renais
 IRA e IRC - natureza progressiva da doença renal
DOENÇAS GLOMERULARES
1. Síndrome Nefrótica
grupo heterogêneo de doenças que tem como manifestação mais comum:
- perda ou ineficiência da barreira Glomerular (ou permeabilidade à passagem de ptns para o ultrafiltrado)
 Conseqüências:
 hipoalbuminemia, edema
 hipercolesterolemia (aterosclerosce) 
 hipercoagulabilidade
 anormalidades do metabolismo ósseo
 95% dos casos estão associados:
  2 doenças sistêmica (DM e LES)
  3 renais (Nefropatia membranosa; glomerulosclerose focal e glomerulonefrite membranoproliferativa)
DOENÇAS GLOMERULARES
2. Síndrome Nefrítica ou Glomerulonefrite Aguda
grupo heterogêneo de doenças que tem como manifestação mais comum:
- Inflamação da alça capilar do glomérulo, que danifica a barreira glomerular, deixando-a permeável às hemáceas.
causas: infecção bacteriana (estreptocócica) ou LES (Lúpus Eritematoso Sistêmico)
início: súbito
duração: curto período (auto-limitada)
clínicos: hematúria, HA, perda moderada da função
tratamento: dieta - normal / restrição de Na+
 fármaco - ATB (7 a 14 dias)
DOENÇAS DO SISTEMA TUBULAR
CAUSA PRINCIPAL: lesão da parede epitelial
OUTRAS:
 próprio funcionamento ( gasto de energia) nos processos de reabsorção e secreção ativa
  [ ] de drogas tóxicas locais ( destruição ou danos de vários segmentos dos túbulos)
  [ ] de solutos ou resíduos nitrogenados causando:
  danos oxidantes às células epiteliais
  precipitação de resíduos de fosfato de Ca+2
  formação de hemáceas falciformes
NEFROLITÍASE (CÁLCULO RENAL)
 ocorre com  da concentração de componentes na urina, levando a cristalização
 Composição:
- sais de Cálcio, ácido úrico, cistinina
- estruvite (sal triplo de amônio, Mg e fosfato)
 maifestações clínicas comuns
 a origem do cálculo e o tratamento se diferem
 a análise do tipo de cálculo não é tão importante, quanto a causa metabólica de base
 Recomendação profilática
Ingestão de grandes volumes de fluidos VO, para manter urina diluída, evitando cristalização e formação de cálculos minerais
NEFROLITÍASE (CÁLCULO RENAL)
1. Cálculos de Fosfato de Ca+2 e de Oxalato de Ca+2
 representam a maioria (75%)
 mais comum - oxalato 
 causas: Hiperparatireoidismo, Hiperuricosúria, Hipercalciúria, Hiperoxalúria
 tratamento: 
dieta: restrição protéica,  dos alimentos ricos oxalato, e restrição das fontes de Ca+2 (apenas quando a formação dos cálculos for por excesso de absorção, causado pela ingestão  de Cálcio)
fármaco: alopurinol e piridoxina, diuréticos tiazídicos e alta ingestão de líquidos VO
NEFROLITÍASE (CÁLCULO RENAL)
2. Cálculos de Ácido Úrico
 associados com doenças TGI, Gota
 principal causa: fatores envolvidos na formação de urina ácida. Alguns fármacos (aspirina e probenecid) 
podem  excreção de ácido úrico e propiciar a formação de cálculos.
 Tratamento
dieta: ingestão de grande volume de líquídos
 alimentação alcalinizante, restrição de ptns 
 suplementada citrato e bicarbonato
objetivo: elevar o pH da urina para 6.0 a 6.5
NEFROLITÍASE (CÁLCULO RENAL)
ALIMENTOS DE CARÁTER BÁSICO:
 frutas, doces (melaço) 
 leite e derivados
 vegetais (beterraba, acelga, repolho, folhas de mostarda, espinafre e nabo)
 gorduras: nozes (amêndoas, castanhas e coco)
ALIMENTOS DE CARÁTER ÁCIDO:
 carnes, peixes, ovos e queijos
 gorduras : bacon
 pães e cereais (macarrão)
 vegetais (milho, lentilha)
 frutas: ameixas 
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
 Causas: são classificadas em 3 categorais
1. Pré-renal (perfusão renal inadequada - isquemia)
2. Intrínseca (doença dentro do parênquima renal)
3. Pós-renal (obstrução por cálculos ou tumor)
 Sintomas: oligúria (urina de 24 hs < 500 ml)
 fluxo urinário normal
 ocorre em rins saudáveis
 duração: dias a semanas
 Conseqüências
 súbita redução no RFG - Ritmo de Filtração Glomerular
 alteração na excreção dos resíduos metabólicos
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
 o curso clínico e a recuperação dependem das causas
 Das causas da IRA, a por isquemia é a mais grave
  70% óbitos
  necrose tubular isquêmica aguda considerável
  paciente altamente catabólico
  ocorre inicialmente, extensa destruição de tecidos
  paciente apresenta quadro grave: acidose, uremia
hipercalemia requer hemodiálise temporária
  Recuperação:
- fase diurética ( do débito urinário)
- fase deretorno à eliminação dos resíduos
- reposição adequada no equilíbrio de fluidos e eletrólitos
ESTÁGIO FINAL DA DOENÇA RENAL
Problemas relacionados com a incapacidade renal de:
  excretar resíduos
  manutenção dos balanços fluidos eletrolíticos
  produção de hormônios
  controle do volume sangüíneo circulante
  regulação da pressão sangüínea
Progressão da IRC lentamente, alcança o ponto máximo
quando o nível dos resíduos circulantes leva a UREMIA
ESTÁGIO FINAL DA DOENÇA RENAL
UREMIA
Síndrome clínica - fraqueza, náusea, vômitos, coceira, cãimbra muscular, paladar metálico, prejuízo neurológico devido  da [ ] de resíduos nitrogenados.
 parâmetros laboratoriais confiáveis indicam:
 creatinina: 10 a 12mg/dl
 nitrogênio uréico: >100 mg/dl
1
2 - leve
3 – moderada
4 – severa
5 - IRCT
ESTÁGIO FINAL DA DOENÇA RENAL
Tratamentos:
Período Pré Dialítico (TC)
 Hemodiálise (HD)
Período Dialítico 
 Diálise peritoneal (CAPD)
 
TRATAMENTO CONSERVADOR
D.R.C.
DIÁLISE
T.R.S.
HD
CAPD/
DPA
ESTÁGIO FINAL DA DOENÇA RENAL
TRANSPLANTE
DOADOR
VIVO
DOADOR
CADÁVER
TRATAMENTO DIALÍTICO NA DOENÇA RENAL
Diferenças entre os dois tipos de TD:
tempo
mecanismo
perdas
ESTÁGIO FINAL DA DOENÇA RENAL
Diálise: processo no qual, a composição de um soluto A é alterada por exposição a um produto B, através de uma membrana semipermeável:
Diálise Peritoneal
Hemodiálise
 
Indicações de diálise:
Aguda:
Uremia
Hipervolemia
Hipercalemia
Acidose Metabólica
Intoxicação exógena
Crônica:
Todas as anteriores
Balanço nitrogenado negativo
Dep. Cr- <10ml/min ou 15ml/min
TRATAMENTO DIALÍTICO NA DOENÇA RENAL
Diálise Peritoneal é utilizada por mais de 100.000 pacientes no mundo (15% da população em diálise).
Diálise Peritoneal é baseada na compreensão de como solutos e fluidos são transferidos através da membrana peritoneal.
TRATAMENTO DIALÍTICO NA DOENÇA RENAL
DIÁLISE PERITONEAL (DP):
Tipos de Diálise Peritoneal
Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD)
TRATAMENTO DIALÍTICO NA DOENÇA RENAL
 Diálise Peritoneal Intermitente
 Diálise Peritoneal Automática (DPA):
 - Diálise Peritoneal Noturna
 - Diálise Peritoneal Contínua com Cicladora
DPA: CCPD e NPD
TRATAMENTO DIALÍTICO NA DOENÇA RENAL
TRATAMENTO DIALÍTICO NA DOENÇA RENAL
HEMODIÁLISE (HD):
Acesso 
vascular
Cateteres temporários
Cateteres de longa permanência
Fístula AV
Fístula AV com Enxerto
FAV com Prótese
Tipos de Hemodiálise
 Hemodiálise Intermitente
 Hemodiálise Diária
 Hemodiálise estendia
 Hemofiltração
 Hemodiafiltração
TRATAMENTO DIALÍTICO NA DOENÇA RENAL
ESTÁGIO FINAL DA DOENÇA RENAL
Objetivo da terapia nutricional no Tratamento Conservador (TC):
fornecer o mínimo necessário de proteína
fornecer aporte calórico suficiente para manter o BN+
retardar a velocidade da progressão da IR
contrabalançar os efeitos advindos das alterações hormonais
manutenção dos balanços fluidos eletrolíticos
	
	
ESTÁGIO FINAL DA DOENÇA RENAL
Objetivo da terapia nutricional no Tratamento Dialítico (TD) :
fornecer a quantidade adequada de caloria e proteína
repor os nutrientes perdidos na diálise
contrabalançar os efeitos advindos das alterações hormonais
produzir o mínimo de substâncias tóxicas
	
	
NECESSIDADES NUTRICIONAIS
ESTÁGIO FINAL DA DOENÇA RENAL
PARÂMETROS LABORATORIAIS
Teste sangüíneo
Valores de normalidade
Sódio
Potássio
Creatinina
Cálcio
Fósforo
Ácido úrico
Albumina
BUN*
Hematócrito
* BUN - Nitrogênio Uréico do Sangue
4 - 22 mg/dl
136 - 145 mEq/L
3,5 - 5,5 mEq/L
8,5 - 10,5 mg/dl
0,7 - 1,5 mg/dl
2,3 - 4,3 mg/dl
4,0 - 8,5 mg/dl
3,5 - 5,0 mg/dl
35 - 45%
Proteínas - 3 condutas na IRC
 
 restrição ptn isolada
 restrição ptn acentuada, com suplementação de aaE;
 restrição ptn acentuada, suplementada com -cetoanálogos
retardar o início da diálise no TC
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Restrição protéica isolada
 ao detectar IRC precocemente (creatinina sérica > 2mg/dl) - recom: 0,6g ptn/kg/dia;
 uso de ptn de AVB
 objetivo:
- reduzir a Hiperfiltração Glomerular - HG;
- reduzir a Hipertensão Glomerular (induzida ptn);
- reduzir possíveis lesões estruturais que a HG a longo prazo pode causar 
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Problemas com essas dietas:
a longo prazo: 
- dietas monótonas;
- pouco toleráveis pelos pacientes
- pouca aderência 
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Restrição protéica acentuada, suplementada com aas Essenciais ou cetoácidos
 recomendação: 15 a 20g ptn/dia
natureza protéica variada (mistura de AVB/BVB)
dieta suplementada com 0,22 0,28g ptn/kg/dia de aa Essenciais (pacientes toleram melhor);
aas Essenciais são fornecidos:
- forma de comprimidos (pouco toleráveis)
- forma de pós-aromatizados (melhor tolerados)
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Mistura de aas essenciais deve conter: 
- relação de AACR/AAA - 2:1 (sendo importante a presença da Tirosina, e maior proporção de valina e menor proporção de leucina)
cetoácidos ou cetoanálogos
 São análogos de aas essenciais sem nitrogênio em sua estrutura e, podem substituir os aas na nutrição do paciente urêmico. Eles são transaminados no organismo por aas NE, produzindo aas E, sem aumentar a carga de N a ser excretada!
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Vantagens do uso de cetoanálogos:
 “Não haveria a necessidade da dieta ser tão restrita em ptns, como ocorre na suplementação de aas E, por que com os cetoanálogos há uma melhor utilização do N e menor geração de uréia!
Desvantagens do uso do cetoanálogos:
Intolerância TGI
Proteínas ( >50% de PAVB)
 
 TC - 0,55 a 0,6g de prot/Kg/dia
 HD - 1 a 1,2g de prot/Kg/dia
 (suplementação de 18g de aaE /semanalmente) 
 
 CAPD -1,2 a 1,3g de prot/Kg/dia até 1,5g 
 (28g de aaE e 63g de prot/semana)
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Recomendações Protéica na fase Uremia
pacientes com creatinina > 5 - 6mg/dl
a manipulação da dieta em relação a evitar a progressão da Nefropatia não faz diferença;
a orientação da dieta na Uremia é satisfazer os requerimentos nutricionais mínimos diários (limites de tolerância impostos pela redução da função renal)
evitar DPC na IRC 
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Recomendações Protéica na fase Uremia
sintomas clínicos detectados
grau de restrição ptn depende da RFG residual
ingestão mínima recomendada: 0,55 a 0,60g ptn/kg/dia (satisfazendo as necessidades calorias e mínimo 50% ptn sejam AVB)
ingestão ptn < 0,55g ptn/kg/dia acarretam BN(-)
ou restrição severa (20 a 30g ptn/dia) + suplementação com aas E (0,22 a 0,28g/kg/dia)
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
 quando a RFG for < a 4 - 5ml/min, a restrição ptn não mantém os pctes livres de sintomas urêmicos; e fornecer menores quantidades de ptns (18 a 25g/dia) levam à DPC. A diálise está indicada.
 Nesta fase: dieta rica em ptns de AVB (carnes, peixes, ovos e leites e derivados) - aas E
 se o BN continuar (-), haverá perda de ptns musculares, e redução das ptns plasmáticas (albumina, Ac e transferrina) 
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Importante na fase Urêmica é:
Controle bioquímicos: relação NUS/creatinina sérica
NUS: Nitrogênio Uréico Sérico é determinado por 2 fatores: 
 ritmo do catabolismo protéico (igual à ingestão de ptns)
 clearance renal de creatinina depende do RFG, da produção de creatinina pelo músculo 
A relação NUS/creatinina sérica permite a avaliação da ingestão ptn a qq’ nível de função renal residual.
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Existe uma fórmula para avaliar a ingestão ptn recente, se o pcte não alterar a uréia plasmática, através:
- NUU (Nitrogênio Uréico Urinário) g/dia
7 x NUU (g/dia) + 11
Calorias (manutenção da composição corporal levandoem consideração a AF) 
> 35Kcal/Kg/dia
necessidade energética estimada em 1,5 x TMB (que é igual a 65 a 75% do RDA)
* CAPD:
35Kcal/Kg/dia – Kcal retida = Kcal da dieta
 510 a 710 Kcal/dia 
 solução dialítica
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Lipídios
< 30 % do VET
(10 a 15% M, até 10 % de P e < 10% S)
até 40% do VET 
(<10% S)
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
continuação - Lipídios
< 300 mg/dia de colesterol
* ômega - 3 (2 a 3 porções de peixes marinhos/semana)
* carnitina (fonte: carnes e produtos lácteos)
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Carboidratos
55 a 70% do VET
* CAPD 
Kcal total HC – Kcal absorvida (solução) = Kcal HC dieta 
 
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
continuação - Carboidrato
EX. cálculo de HC (CAPD) 
 peso ideal = 65 Kg 
 nec. calóricas = 65x35 = 2275Kcal /dia 
 nec. protéicas = 65x1,2 = 78gx4 = 312Kcal
 nec. lipídios = 30% x 2275 = 683 Kcal 
 2275 – 312 – 683 = 1305 Kcal/dia de HC
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
 continuação - Carboidrato
 1305 Kcal/dia de HC - Kcal retida = Kcal da dieta
 1305 - 476 = 829 Kcal/dia HC dieta (36%)
 
4 trocas (2L de glicose monohidratada a 2,5%)
8000 ml x 2,5% = 200g x 3,4 = 680 Kcal/dia
calorias retidas pelo organismo 
 70% x 680 Kcal/dia = 476 Kcal/dia 
 
 
 
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
continuação - Carboidratos
Carboidrato complexo:
 - < índice glicêmico 
 - > quantidade de P, K e PBVB
 - > saciedade
Carboidrato simples:
 - mais facilmente consumido
 - < quantidade de P, K e PBVB
 - > índice glicêmico
 
 
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Teor energético-protéico de algumas fontes de carboidratos complexos 
Polvilho 340 0
Amido de milho 362		 0,3
Farinha de araruta 344 	 1,4
Farinha de mandioca 354 	 1,7
Farinha de milho 368 7,8
Fubá de milho 354 9,6
Farinha de rosca 412 11,4
Farinha de trigo 365 12
 Alimento
Calorias
Kcal/100g
Proteína
g/100g
Comparação do teor de PBVB de alguns equivalentes calóricos
 Pão francês c/ marg 50g +10g	 217 4,63	 
 Sequilho 2,5unidades 234 0,75	 
 Arroz 8 col. sopa 174 3,2
 Macarrão 11 col.sopa 183 5,6
 Farofa 3 col.sopa	 173	 0,36	 
 Doce 2 col.sopa 171 0,31
Alimento
Porção
Caloria
(Kcal)
Proteína
(g)
Fibras
20 a 25g/dia (obstipação intestinal)
Causas:
sedentarismo
uso de quelantes de fósforo
uso de suplementos de ferro
 de alimentos ricos em K e P
Teor de fibra da dieta nos 3 ttos (65 Kg) : 6 a 9 g/dia
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Teor de fibra/proteína/K e P por porção de alimentos
 Pão francês	 50g 0,10 4,55 45 42,5
 Pão de trigo integral 02 2,00 4,50 170 126
 fatias	 	 		
 Arroz polido coz. 100g 0,10 2,00 28 28
 Arroz integral coz.	 100g 0,30 2,50 70 73
 Farelo de aveia instant.	 2 col. 0,26 2,40 67 73 sopa (22g)	
Alimento
Porção
Fibra
(g)
Proteína
(g)
K
(mg)
P
(mg)
Continuação - Fibras
Alternativas:
- mel de abelha
 2 col.sopa (52g): 3,2 mg P ; 26mg K e 158 Kcal
- suplementos de fibras naturais (farelo de trigo)
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Restrição de Fósforo (P)
Níveis de P: de 3,5 até 5,5mg/dl
Sintomas da Hiperfosfatemia:
Coceiras; Dores e fraqueza nos ossos e Endurecimento do coração, pulmão e vasos sanguíneos, sintomas que aparecerão à longo prazo.
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Alimentos fontes de P:
Carne em geral; ovos, Leite e derivados
Grãos, Embutidos, Enlatados, Industrializados
Refrigerante à base de cola, Cerveja
Fósforo e Cálcio 
proteína fósforo
 leite fósforo 
Ex: leite - 28,4mg de P/ g de proteína
 carne - 5mg de P/ g de proteína 
 *bebida (cola) – 17 mg/100ml
*cerveja– 30mg/100ml
TC = 5 a 10mg/Kg/dia P e 1400 a 1600mg Ca
TD = 8 a 17mg/Kg/dia P e 1400 a 1600mg Ca
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Fósforo e Cálcio 
com a progressão da IRC ocorrerá uma retenção de fósforo na circulação, havendo necessidade de se controlar a ingestão de fósforo/dia;
utiliza-se freqüentemente agentes quelantes de fósforo
uso habitual de carbonato ou acetato de Ca+2 como agentes quelantes
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Teor de P e Ca da dieta planejada para um indivíduo com peso ideal de 65 Kg, nos três diferentes tratamentos
P (mg)
Ca (mg)
637
625
846
673
870
627
TC - 325 a 650
 TD- 520 a 1105
1400 a 1600
Nutrientes
TC
HD
CAPD
Recomendação
Teor de fibra, fósforo e cálcio na dieta planejada para indivíduo com peso ideal de 65 Kg, nos diferentes tratamentos
Sódio
RDA - 0,5g/dia de Na
Brasil: 7 a 13 g de NaCl/dia 
 2,8 a 5g de NaCl/dia
 
 No TC: 1 a 3g de NaCl/dia
 Na HD: 0,75 a 1g de NaCl/dia
 Na CAPD: s/ restrição (obesidade e TG) 
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
continuação - Sódio
Recomendação depende:
retenção hídrica (restrição) 
pressão arterial (HA)
aceitação da dieta 
obesidade e hipertrigliceridemia (CAPD)
Excessos na ingestão de Na+: edema, HA e ICC
Insuficiência na ingestão de Na+: agravamento da uremia
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Sempre que RFG < 4 - 10ml/min: restrição de água e Na+ é necessária (quando o balanço de Na+ está controlado, o balanço de água é controlado pela sede);
quando RFG < 5ml/min: a ingestão de água deve ser controlada, independente da sede - risco de superidratação, neste caso a diurese é bom guia para manutenção do B Na+
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Teor de sódio de alguns alimentos
 Salsicha 1 un. (29g) 319
 Lingüiça 	 1 un. (40g) 816
 Azeitona 3 unidades 303
 Queijo parmesão 1col. sopa (10g) 169 
 Catchup 1 col. sopa (12g) 125
 Caldo de carne cubos 1 tablete (11g) 1868 
 Mortadela 1 fatia média (12g) 150
 Bebida isotônica 1 copo (200 ml) 90
 	
Alimento
Porção
Teor de Na (mg)
Líquidos
Dieta - 10ml/Kg + vol.urinário de 24 horas ou
ingestão líquidos diária = diurese + 500 ml para
perdas insensíveis
TC - 1500 a 3000ml/dia
HD - 750 a 1500ml/dia 
CAPD - sem restrição
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Potássio – recomendação 
40 a 70 mEq/dia = 1560 a 2730 mg/dia
Níveis de K sérica = de 3,5 até 5,5mg/dl
Hipercalemia não é problema em pctes com IRC, a não ser que ocorra anúria e oligúria. 
pacientes de diurese de pelo menos 1.000 ml/dia, raramente terão hipercalemia.
Hipercalemia quando ocorre: é resultado de acidose severa, ingestão excessiva de K, hipoaldosteronismo ou aumento catabolismo.
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
mg de K/ porção de fruta
10 unidades de acerola (120 g) = 135
2 rodelas finas de abacaxi (140 g)	=158
1 maça média (150 g) 	= 	172
1 fatia fina de melancia (150 g) 	= 	174
1 pera média (140 g) 	= 	175
1 banana média (60 g) 	= 	237
1 fatia média de mamão (100 g) 	= 	257
1 laranja média (150 g) 	= 	271
1 porção de graviola (100 g) = 403 
1 fatia média de melão (170 g) 	= 	525
* Cocção
mg de K / 200 ml de bebida
cola 	- 3	
guaranás 	- 4 a 6	
soda 	- 11	
refrigerante laranja 	- 38 a 40	
café solúvel 	- 200
água mineral - 4
água tônica - 5,3
bebida isotônica - 20
água de coco - 320 
vinho - 136 a 321
Teor de Na, K e líquidos da dieta planejada para um indivíduo com peso ideal de 65 Kg, nos diferentes tratamentos
Na (mg)
K (mg)
Líquidos (ml)
586
2014
1096
932
2308
1281
636
2637
1427*
TC- 1 a 3g
HD- 0,75 a 1g
CAPD- s/ rest.
1560 a 2730
TC e HD
650 + V.U.
CAPD- s/rest.
Nutrientes
TC
HD
CAPD
Recomendação
Dieta
Elementos Traço
Ferro =  10 a 18mg/dia
Causas da anemia:
TC - restrição protéica
TD - perdas de sangue durante a hemodiálise 
  da produção da eritropoietina
 Teor de Fe da dieta nos 3 Tratamentos (65 Kg):
TC – 8,8mg; 
HD – 13,7mg 
CAPD - 13,8mg
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Vitaminas Hidrossolúveis
Causas da deficiência:
alteração do metabolismo de algumas vitaminas 
restrição protéica no TC
restrição de alimentos com elevado teor de K e P
perdas na diálise
 Suplementação além da dieta
 
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Vitaminas Lipossolúveis
Vitamina D:
D2 - dieta
D3 - sol
 1,25 - hidrox. absorção do Ca doenças ósseas 
 Suplementação: 0,25 a 0,50 g/dia 
 fígado
 25 – hidrox. 1,25 hidrox.
 rim
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
Desjejum
leite
açúcar
pão
margarina
Complementar da manhã
abacaxi
doce s/ leite
Almoço
arroz
feijão
carne
cenoura
escarola
farofa
melancia
 Alimentos
Porção
Medida caseira
TC
HD
 CAPD
150 ml
10 g
50 g
5 g
70 g
40 g
20 g
18 g
30 g
13 g
15 g
16 g
150g
copo americano
colher de sobremesa
unidade
colher de chá
fatia fina
colher de sopa
colher de sopa
colher de sopa
colher de sopa
colher de sopa
folhas médias
colher de sopa
unidade pequena
1
1 1/2
1/2
2
2
2
4
-
1
5
3
3
1
1
1 1/2
1
2
2
2
8
-
2 1/2
5
3
3
1
1
-
1/2
1
4*
-
3
2
3
5
3
- 
1*
Dia alimentar nos diferentes tratamentos
Complementar da Tarde
 pera
 doce s/ leite
Jantar
 arroz
 feijão
 carne
 brócolos
 alface
 maça
 doce s/ leite
 Complementar da noite
 leite
 açúcar
 pão 
 margarina
óleo vegetal
Alimentos
Porção
Medida caseira
TC
HD
 CAPD
140 g
40 g
20 g
18 g
30 g
10 g
15 g
150 g
40 g
150 ml
10 g
50 g
5 g
5 g
unidade média
colher de sopa
colher de sopa
colher de sopa
colher de sopa
flor pequena
folha grande
unidade média
colher de sopa
copo americano
colher de sobremesa
unidade
colher de chá
colher de sobremesa
1
2
4
-
1
5
2
1
2
1
1 1/2
1/2
2
4
1
2
8
-
2 1/2
5
2
1
2
1
1 1/2
1
2
4
2*
-
3
2
03
5
2
 1*
-
1
-
1/2
1
9
Dia alimentar nos diferentes tratamentos
Teor de elementos traços nos diferentes tratamentos
Nutriente
TC
HD
CAPD
Recomendações
Fibra (g)
6,7
6,9
9,1
20 a 25
Fósforo (mg)
637
 846
870
TC – 325 a 650
TD – 520 a 1105
Ca (mg)
625
673
627
1400 a 1600
Nutriente
TC
HD
CAPD
Recomendações
Fibra (g)
6,7
6,9
9,1
20 a 25
Fósforo (mg)
637
 846
870
TC – 325 a 650
TD – 520 a 1105
Ca (mg)
625
673
627
1400 a 1600
cont. - Líquidos
Teor de água de alguns alimentos:
purê de batata - 76% sorvete - 60%
arroz cozido - 72% melancia - 91%
pão francês - 30% gelo - 100%
Monitoramento: peso
 edema
 ganho de peso interdialítico (< 3% )
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
TERAPIA NUTRICIONAL NA IRC
Recomendações
cont. - Líquidos
Teor de água de alguns alimentos:
purê de batata - 76% sorvete - 60%
arroz cozido - 72% melancia - 91%
pão francês - 30% gelo - 100%
Monitoramento: peso
 edema
 ganho de peso interdialítico (< 3% )
Elementos traço
TC
HD
CAPD
Recomendações
Fe (mg)
8,8
13,7
13,8
10 a 18
Mg (mg)
151,7
 172
209,3
TC-200
TD- 200 a 250
Zn (mg)
Se (mg)
8,52
53,3
14,3
106,7
18,8
40
15
0,07
Elementos traço
TC
HD
CAPD
Recomendações
Fe (mg)
8,8
13,7
13,8
10 a 18
Mg (mg)
151,7
 172
209,3
TC-200 
TD- 200 a 250
Zn (mg)
Se (mg)
8,52
53,3
14,3
106,7
18,8
40
15
0,07

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