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3 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 4 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 II. Simulado OAB Código de Ética e Estatuto da OAB Priscila Ferreira Questão 01. O sócio Fernando Fernandez integra uma conhecida e respeitada sociedade denominada como: Fernandez, Marquez e Silvez Sociedade de Advogados. Após um acidente, Fernando Fernandez veio a falecer. No entanto, os demais sócios decidiram por manter o nome do advogado falecido. Com base no caso apresentado, é corretor afirmar que: A) É possível manter o nome do sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo da sociedade. B) É possível manter o nome do sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no testamento deixado pelo falecido. C) É totalmente vedada a manutenção do nome do sócio falecido na razão social da sociedade. D) É possível manter, pelo prazo máximo de dois anos, o nome do sócio falecido. Comentário Longo Em resumo, temos que: O sócio Fernando Fernandez que integra a conhecida e respeitada sociedade Fernandez, Marquez e Silvez Sociedade de Advogados vem a falecer. Questionamento: É possível manter o nome do sócio falecido? Nos termos do Art. 16 do EAOAB, verifica-se que: “Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar. § 1º A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo.” Logo, podemos concluir que é possível manter o nome do sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo da sociedade. Letra A (item árvore: 8.1) CORRETA É a exata previsão do art. 16, §1º, do EAOAB. Letra B (item árvore: 8.1) INCORRETA É possível manter o nome do sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo da sociedade (não testamento)! Letra C (item árvore: 8.1) INCORRETA Não é vedada! É possível manter o nome do sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo da sociedade. Letra D (item árvore: 8.1) INCORRETA É possível manter (sem prazo) o nome do sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo da sociedade. Comentário Curto Conforme preceitua o Art. 16, §1º, do EAOAB, a razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo. 4 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 Assim, a alternativa “A” é a correta e gabarito da questão. Questão 02. A advogada Maria Alice extraviou autos recebidos em confiança em 10/02/2012, cometendo infração disciplinar sujeita à sanção de suspensão. Em 11/02/2016, o fato foi oficialmente constatado, tendo sido encaminhada notícia ao Conselho Seccional da OAB “W”. Quando em 12/02/2020, instaurou-se processo disciplinar. E em 15/02/2022 foi aplicada definitivamente a sanção disciplinar de suspensão. À luz do quadro apresentado, assinale a afirmativa correta. A) A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em dois anos, contados da data da constatação oficial do fato. No caso narrado, se operou o fenômeno prescritivo. B) A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em três anos, contados da data da constatação oficial do fato. No caso narrado, não se operou o fenômeno prescritivo. C) A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em quatro anos, contados da data da constatação oficial do fato. No caso narrado, se operou o fenômeno prescritivo. D) A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data da constatação oficial do fato. No caso narrado, não se operou o fenômeno prescritivo. Comentário Longo No caso apresentado, temos que: A advogada Maria Alice extraviou autos recebidos em confiança. Cometeu essa infração disciplinar sujeita à sanção de suspensão em 10/02/2012. Em 11/02/2016 o fato foi oficialmente constatado, tendo sido encaminhada notícia ao Conselho Seccional da OAB W, sendo que em 12/02/2020 foi instaurado processo disciplinar. Quando em 15/02/2022 aplicou-se definitivamente a sanção disciplinar de suspensão. Questionamento: No caso apresentado, se operou o fenômeno prescritivo? Segundo o art. 43 do Estatuto da Advocacia e da OAB, o prazo prescricional da pretensão punitiva das infrações disciplinares no âmbito da OAB é de 5 anos. Tal prazo somente é iniciado quando o fato é oficialmente constatado, independentemente de quando ocorreu. Além disso, o §2º do mesmo artigo prevê ocasiões em que a prescrição é interrompida, ou seja, quando o prazo volta a ser contado do início. E dentre essas hipóteses, encontra-se a instauração do processo disciplinar. Assim, não ocorreu a prescrição no caso narrado no enunciado. Veja que o prazo só começou a correr em 11/02/2016, quando foi oficialmente constatado o fato. E em 12/02/2020 interrompeu- se a prescrição pela instauração do processo disciplinar, sendo a pena aplicada em 15/02/2022. Neste sentido, o EAOAB preceitua que: “Art. 43, do EAOAB - A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data da constatação oficial do fato. § 1º Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de três anos, pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação. § 2º A prescrição interrompe-se: I - pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida feita diretamente ao representado; II - pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB.” Letra A (item árvore: 12.3) 5 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 INCORRETA Prescreve em cinco anos, conforme art. 43 do EAOAB. No caso em tela, não ocorreu a prescrição. O prazo só começou a correr em 11/02/2016, quando foi oficialmente constatado o fato. Ademais, em 12/02/2020, o prazo prescricional foi interrompido pela instauração do processo disciplinar, sendo a pena aplicada em 15/02/2022. Letra B (item árvore: 12.3) INCORRETA Prescreve em cinco anos, conforme art. 43 do EAOAB. Letra C (item árvore: 12.3) INCORRETA Prescreve em cinco anos, conforme art. 43 do EAOAB. Ainda, não ocorreu a prescrição no caso narrado no enunciado, já que o prazo só começou a correr em 11/02/2016, quando foi oficialmente constatado o fato. Ademais, em 12/02/2020, a prescrição foi interrompida pela instauração do processo disciplinar, sendo a pena aplicada em 15/02/2022. Letra D (item árvore: 12.3) CORRETA É a previsão do art. 43 do EAOAB: “A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data da constatação oficial do fato.” Comentário Curto Nos termos do art. 43, do EAOAB, a pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data da constatação oficial do fato. Contudo, não ocorreu a prescrição no caso narrado no enunciado, já que o prazo só começou a correr em 11/02/2016, quando foi oficialmente constatado o fato. Ademais, em 12/02/2020, a prescrição foi interrompida pela instauração do processo disciplinar, sendo a pena aplicada em 15/02/2022. Assim, a alternativa “D” é a correta e gabarito da questão. Questão 03. O relator designado pelo presidente do Conselho Seccional “W” recebeu determinada representaçãodisciplinar, mas sem que se apresentasse fundamentos. Diante do exposto, à luz das normas aplicáveis, é correto afirmar que: A) o relator pode propor ao presidente o arquivamento do processo. B) o relator pode arquivar o processo. C) o relator pode julgar improcedente a representação.. D) o relator não pode propor ao presidente o arquivamento do processo ou julgar improcedente a representação. Comentário Longo O enunciado traz a seguinte situação: O relator designado pelo presidente do Conselho Seccional W recebeu determinada representação disciplinar sem fundamentos. Questionamento: o Relator pode propor ao Presidente o arquivamento do processo? Nos termos do Art. 58, do CED, recebida a representação, o Presidente do Conselho Seccional ou o da Subseção, quando esta dispuser de Conselho, designa relator, por sorteio, um de seus integrantes, para presidir a instrução processual. § 1º Os atos de instrução processual podem ser delegados ao Tribunal de Ética e Disciplina, conforme dispuser o regimento interno do Conselho Seccional, caso em que caberá ao seu Presidente, por sorteio, designar relator. § 2º Antes do encaminhamento dos autos ao relator, serão juntadas a ficha cadastral do 6 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 representado e certidão negativa ou positiva sobre a existência de punições anteriores, com menção das faltas atribuídas. Será providenciada, ainda, certidão sobre a existência ou não de representações em andamento, a qual, se positiva, será acompanhada da informação sobre as faltas imputadas. § 3º O relator, atendendo aos critérios de admissibilidade, emitirá parecer propondo a instauração de processo disciplinar ou o arquivamento liminar da representação, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de redistribuição do feito pelo Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção para outro relator, observando-se o mesmo prazo. § 4º O Presidente do Conselho competente ou, conforme o caso, o do Tribunal de Ética e Disciplina, proferirá despacho declarando instaurado o processo disciplinar ou determinando o arquivamento da representação, nos termos do parecer do relator ou segundo os fundamentos que adotar. § 5º A representação contra membros do Conselho Federal e Presidentes de Conselhos Seccionais é processada e julgada pelo Conselho Federal, sendo competente a Segunda Câmara reunida em sessão plenária. A representação contra membros da diretoria do Conselho Federal, Membros Honorários Vitalícios e detentores da Medalha Rui Barbosa será processada e julgada pelo Conselho Federal, sendo competente o Conselho Pleno. § 6º A representação contra dirigente de Subseção é processada e julgada pelo Conselho Seccional. Art. 59. Compete ao relator do processo disciplinar determinar a notificação dos interessados para prestar esclarecimentos ou a do representado para apresentar defesa prévia, no prazo de 15 (quinze) dias, em qualquer caso. Logo, podemos concluir que o relator pode propor ao presidente o arquivamento do processo! Letra A (item árvore: 12.3) CORRETA Art. 58 do CED: Recebida a representação, o Presidente do Conselho Seccional ou o da Subseção, quando esta dispuser de Conselho, designa relator, por sorteio, um de seus integrantes, para presidir a instrução processual. § 3º O relator, atendendo aos critérios de admissibilidade, emitirá parecer propondo a instauração de processo disciplinar ou o arquivamento liminar da representação, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de redistribuição do feito pelo Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção para outro relator, observando-se o mesmo prazo. Letra B (item árvore: 12.3) INCORRETA Não pode arquivar! Ele pode propor ao Presidente do Conselho (art. 58, § 3º, CED). Letra C (item árvore: 12.3) INCORRETA Não cabe ao relator julgar! De acordo com os arts. 58 e 59 do CED, compete ao relator fazer o relatório e a instrução processual! Letra D (item árvore: 12.3) INCORRETA O relator pode propor ao presidente o arquivamento do processo, conforme art. 58, do CED: “Art. 58 do CED: Recebida a representação, o Presidente do Conselho Seccional ou o da Subseção, quando esta dispuser de Conselho, designa relator, por sorteio, um de seus integrantes, para presidir a instrução processual. (...) 7 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 § 3º O relator, atendendo aos critérios de admissibilidade, emitirá parecer propondo a instauração de processo disciplinar ou o arquivamento liminar da representação, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de redistribuição do feito pelo Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção para outro relator, observando-se o mesmo prazo.” Comentário Curto Conforme se extrai do art. 58, do CED, observa-se que o relator pode propor ao presidente o arquivamento do processo: “Recebida a representação, o Presidente do Conselho Seccional ou o da Subseção, quando esta dispuser de Conselho, designa relator, por sorteio, um de seus integrantes, para presidir a instrução processual. (...) § 3º O relator, atendendo aos critérios de admissibilidade, emitirá parecer propondo a instauração de processo disciplinar ou o arquivamento liminar da representação, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de redistribuição do feito pelo Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção para outro relator, observando-se o mesmo prazo.” Assim, a alternativa “A” é a correta e gabarito da questão. Questão 04. O Conselho Seccional “W” da OAB criou subseções e uma Caixa de Assistência dos Advogados. Dentre as subseções, inclui-se a Subseção “X”, cuja área territorial abrange um município. Considerando a hipótese narrada, analise as afirmativas a seguir e assinale a única correta. A) A Subseção apenas pode ser criada pelo Conselho Federal. B) A área de atuação da subseção não pode ser equivalente a mais de um município. C) A Caixa de Assistência dos Advogados não pode, em benefício dos advogados, promover a seguridade complementar. D) As subseções são criadas pelo Conselho Seccional, sendo que, quando constituída, torna-se parte autônoma do próprio conselho seccional. A criação da subseção acaba por descentralizar parte das atividades de competência da seccional. Comentário Longo No caso apresentado, temos que: O Conselho Seccional “W” da OAB criou Subseções e uma Caixa de Assistência dos Advogados. Dentre as subseções, inclui-se a Subseção “X”, cuja área territorial abrange um município. Neste sentido, a solução da questão se encontra nos arts. 60 e 62 do EAOAB, como se observa: “Art. 60. A Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua área territorial e seus limites de competência e autonomia. § 1º A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte de município, inclusive da capital do Estado, contando com um mínimo de quinze advogados, nela profissionalmente domiciliados. Art. 62. A Caixa de Assistência dos Advogados, com personalidade jurídica própria, destina-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. § 1º A Caixa é criada e adquire personalidade jurídica com a aprovação e registro de seu estatuto pelo respectivo Conselho Seccional da OAB, na forma do regulamento geral. § 2º A Caixa pode, em benefício dos advogados, promover a seguridade complementar.” Observa-se que as subseções são criadas pelo Conselho Seccional, sendo que, quando 8 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 constituída, torna-se parte autônoma do próprio Conselho Seccional. Logo, a criação da Subseção acaba por descentralizar parte das atividades de competência da Seccional, o que facilita, por vezes, o acesso do advogado perante a OAB. Letra A (item árvore: 13.1) INCORRETA Segundo o art. 60 do EAOAB, a Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua área territorial e seus limites de competência e autonomia.Letra B (item árvore: 13.1) INCORRETA Na verdade, área de atuação da subseção pode ser equivalente a um ou mais municípios ou, até mesmo, a parte de municípios. Neste sentido, o Art. 60, §1º, do EAOAB preceitua que: “A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte de município, inclusive da capital do Estado, contando com um mínimo de quinze advogados, nela profissionalmente domiciliados.”Letra C (item árvore: 13.1) INCORRETA Segundo o art. 62, §2º, do EAOAB, a Caixa pode, em benefício dos advogados, promover a seguridade complementar. Letra D (item árvore: 13.1) CORRETA O Art. 60, do EAOAB preceitua que a Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua área territorial e seus limites de competência e autonomia. Comentário Curto Nos termos do Art. 60, do EAOAB, a Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua área territorial e seus limites de competência e autonomia. E a área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte de município, inclusive da capital do Estado, contando com um mínimo de quinze advogados, nela profissionalmente domiciliados. Neste sentido, as subseções são criadas pelo Conselho Seccional, sendo que, quando constituída, torna-se parte autônoma do próprio conselho seccional. Logo, a criação da subseção acaba por descentralizar parte das atividades de competência da seccional, o que facilita, por vezes, o acesso do advogado perante a OAB. Diante de tais aspectos, a alternativa “D” é a correta e gabarito da questão. Questão 05. A advogada Viviane é sócia de determinada sociedade de advogados com sede na Paraíba e filial no Ceará. Após participar de um evento jurídico, a advogada se destacou por sua excelência e foi convidada a integrar, cumulativamente e também como sócia, os quadros de outra sociedade de advogados, esta com sede no Ceará e sem filiais. O convite foi aceito, de forma que a advogada providenciou a sua inscrição suplementar na OAB/CE. Com base no caso apresentado, assinale a alternativa correta. A) Viviane agiu de maneira incorreta, já que é vedado ao advogado integrar mais de uma sociedade de advogados dentro do território nacional. B) Viviane agiu de acertadamente, já que passaria a atuar em mais de cinco causas por ano no Ceará, o que tornou necessária à sua inscrição suplementar neste Estado. C) Viviane agiu de maneira incorreta, já que se torna vedado ao advogado integrar mais de uma sociedade de advogados com sede ou filial na 9 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. D) Viviane agiu de maneira incorreta, já que passaria a exercer a profissão na qualidade de sócia, o que torna necessário a inscrição suplementar. Comentário Longo O enunciado aponta que a advogada Viviane é sócia de determinada sociedade de advogados com sede na Paraíba e filial no Ceará. E após participar de um evento jurídico, a advogada se destacou e foi convidada a integrar, cumulativamente e também como sócia, os quadros de outra sociedade de advogados, esta com sede no Ceará e sem filiais. Aceitou o convite e providenciou sua inscrição suplementar na OAB/CE, tendo em vista que passaria a exercer habitualmente a profissão nesse estado. Questionamento: Viviane poderia integrar os quadros de outra sociedade de advogados, ainda que com sede no Ceará? Nos termos do Art. 15 do EAOAB, observa-se que: “Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. § 1º: A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. § 2º: Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de advocacia o Código de Ética e Disciplina, no que couber. § 3º: As procurações devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar a sociedade de que façam parte. § 4 º: Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional.” Assim, a vedação prevista no EAOAB alcança a “mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional”. Ou seja, torna-se possível que o advogado seja sócio de mais de uma sociedade de advogados, desde que cada uma delas pertença a bases territoriais distintas. Letra A (item árvore: 8.1) INCORRETA A vedação de participar de mais de uma sociedade de advogados ocorre somente na mesma base territorial do Conselho Seccional (art. 15, §4º, EAOAB). Letra B (item árvore: 8.1) INCORRETA Como a sociedade que Viviane participa já possui filial no Ceará, ela não pode integrar uma nova sociedade nessa mesma base territorial (art. 15, § 4º, EAOAB). Letra C (item árvore: 8.1) CORRETA É a exata previsão do art. 15, § 4º, EAOAB! Letra D (item árvore: 8.1) INCORRETA Como a sociedade que Viviane participa já possui filial no Ceará, a advogada não poderá integrar uma nova sociedade nesta mesma base territorial (art. 15, § 4º, EAOAB). Comentário Curto Nos termos do Art. 15, §4º, do EAOAB, nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade 10 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. Assim, a alternativa “C” é a correta e gabarito da questão. Questão 06. O Dr. Mévio, advogado regularmente inscrito na OAB, tornou-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia e, respondeu a processo disciplinar, tendo sofrido, como consequência, penalidade de exclusão da Ordem. Considerando a situação hipotética apresentada e o Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a opção correta.. A) Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão torna-se necessária a manifestação favorável de metade dos membros do Conselho Seccional competente. B) Serão considerados inexistentes os atos privativos de advogado praticados por Mévio após a exclusão, dado o impedimento do exercício do mandato, em razão da sanção disciplinar aplicada. C) A penalidade de exclusão tão somente se Mévio tivesse praticado crime infamante. D) Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão torna-se necessária a manifestação favorável de dois terços dos membros do Conselho Seccional competente. Comentário Longo De acordo com o enunciado, Dr. Mévio, advogado regularmente inscrito na OAB, tornou-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia e, respondeu a processo disciplinar, tendo sofrido, como consequência, penalidade de exclusão da OAB. Questionamento: É possível a aplicação da sanção disciplinar de exclusão? De acordo com o art. 38 do EAOAB, verificar-se que: “A exclusão é aplicável nos casos de: I - aplicação, por três vezes, de suspensão; II - infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34. Parágrafo único. Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a manifestação favorável de dois terços dos membros do Conselho Seccional competente.” Assim, para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão torna-se necessária a manifestação favorável de dois terços dos membros do Conselho Seccional competente. Letra A (item árvore: 12.3) INCORRETA Conforme Art. 38, parágrafo único, do EAOAB, para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a manifestação favorável de dois terços dos membros do Conselho Seccionalcompetente (não metade). Letra B (item árvore: 12.3) INCORRETA Na verdade, os atos são considerados nulos, e não inexistentes (art. 4º, parágrafo único, EAOAB). Veja: “Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas. Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia. ” Letra C (item árvore: 12.3) INCORRETA 11 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 A sanção de exclusão não ocorre somente quando o advogado pratica crime infamante. Segundo o art. 38, I e II do EAOAB, também é punível com exclusão os casos de aplicação de suspensão, por três vezes, ou ainda, quando o profissional comete as infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34. Assim, veja: “Art. 38. A exclusão é aplicável nos casos de: I - aplicação, por três vezes, de suspensão II - infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34. Parágrafo único. Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a manifestação favorável de dois terços dos membros do Conselho Seccional competente.” Letra D (item árvore: 12.3) CORRETA Nos termos do Art. 38, parágrafo único, do EAOAB, para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a manifestação favorável de dois terços dos membros do Conselho Seccional competente. Comentário Curto Nos termos do Art. 38, parágrafo único do EAOAB, para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, torna-se necessária a manifestação favorável de dois terços dos membros do Conselho Seccional competente. Assim, a alternativa “D” é a correta e gabarito da questão. Questão 07. No estado “X” comenta-se a extinção da Caixa de Assistência dos Advogados, e alguns juristas questionam a destinação do patrimônio do órgão. Considerando a situação hipotética, é correto afirmar que em caso de extinção da Caixa: A) o seu patrimônio se incorpora ao do Conselho Seccional respectivo. B) o seu patrimônio se incorpora ao do Conselho Federal. C) o seu patrimônio será dividido entre o Conselho Federal e Conselho Seccional respectivo. D) o seu patrimônio será dividido entre o Conselho Seccional respectivo e subseções. Comentário Longo Em resumo, temos que: no Estado “X” há notícias de extinção da Caixa de Assistência dos Advogados. Alguns juristas questionam a destinação do patrimônio do órgão. Questionamento: O que acontece com o patrimônio da Caixa de Assistência dos Advogados em caso de extinção? Nos termos do Art. 62, do EAOAB, a Caixa de Assistência dos Advogados, com personalidade jurídica própria, destina-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. Neste sentido, conforme preceituado no parágrafo sexto do supracitado artigo, em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do Conselho Seccional respectivo. Logo, no caso em tela, o patrimônio se incorporará ao do Conselho Seccional respectivo. Letra A (item árvore: 13.1) CORRETA É a previsão do art. 62, §6º do EAOAB! Letra B (item árvore: 13.1) INCORRETA Na verdade, em caso de extinção da Caixa, o seu patrimônio incorporará ao do Conselho Seccional respectivo (art. 62, §6º do EAOAB). Letra C (item árvore: 13.1) INCORRETA 12 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 Em caso de extinção da Caixa, o seu patrimônio incorporará ao do Conselho Seccional respectivo (art. 62, §6º do EAOAB). Letra D (item árvore: 13.1) INCORRETA O patrimônio incorporará ao do Conselho Seccional respectivo (art. 62, §6º do EAOAB). Comentário Curto Nos termos do Art. 62, do EAOAB, a Caixa de Assistência dos Advogados, com personalidade jurídica própria, destina-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. Neste sentido, conforme preceituado no parágrafo sexto do supracitado artigo, em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do Conselho Seccional respectivo. Logo, a assertiva “A” é a correta e gabarito da questão. Questão 08. A advogada Rita era conselheira de determinado Conselho Seccional da OAB. No entanto, faleceu após graves problemas de saúde e tentativas infrutíferas de tratamento. Considerando o caso narrado, quanto ao mandato de Rita, assinale a afirmativa correta. A) Compete à Primeira Câmara do Conselho Federal da OAB declarar extinto o mandato. B) Compete à Diretoria do Conselho Seccional respectivo declarar extinto o mandato. C) Compete ao plenário do Conselho Seccional solicitar a extinção do mandato ao Conselho Federal. D) Compete à Segunda Câmara do Conselho Federal da OAB declarar extinto o mandato. Comentário Longo No caso apresentado, temos que: a advogada Rita era conselheira de determinado Conselho Seccional da OAB, mas faleceu após graves problemas de saúde e tentativas infrutíferas de tratamento. Questionamento: Qual é o órgão competente para declarar extinto o mandato? Nos termos do Art. 54, do RGEAOAB, observa-se que: “Compete à Diretoria dos Conselhos Federal e Seccionais, da Subseção ou da Caixa de Assistência declarar extinto o mandato, ocorrendo uma das hipóteses previstas no art. 66 do Estatuto, encaminhando ofício ao Presidente do Conselho Seccional. § 1º A Diretoria, antes de declarar extinto o mandato, salvo no caso de morte ou renúncia, ouve o interessado no prazo de quinze dias, notificando- o mediante ofício com aviso de recebimento. § 2º Havendo suplentes de Conselheiros, a ordem de substituição é definida no Regimento Interno do Conselho Seccional. § 3º Inexistindo suplentes, o Conselho Seccional elege, na sessão seguinte à data do recebimento do ofício, o Conselheiro Federal, o diretor do Conselho Seccional, o Conselheiro Seccional, o diretor da Subseção ou o diretor da Caixa de Assistência dos Advogados, onde se deu a vaga. § 4º Na Subseção onde houver conselho, este escolhe o substituto.” Assim, compete à Diretoria do Conselho Seccional respectivo declarar extinto o mandato, quando tratar-se de morte do Conselheiro, como se observa no caso em tela. Letra A (item árvore: 13.1) INCORRETA Na verdade, compete à Diretoria do Conselho Seccional respectivo (art. 54, §1º do RGEAOAB). Letra B (item árvore: 13.1) CORRETA 13 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 É a exata previsão do art. 54, §1º do RGEAOAB. Letra C (item árvore: 13.1) INCORRETA Compete à Diretoria do Conselho Seccional respectivo (art. 54, §1º do RGEAOAB). Letra D (item árvore: 13.1) INCORRETA Na verdade, compete à Diretoria do Conselho Seccional respectivo (art. 54, §1º do RGEAOAB). Comentário Curto Nos termos do Art. 54 do RGEAOAB, compete à Diretoria dos Conselhos Federal e Seccionais, da Subseção ou da Caixa de Assistência declarar extinto o mandato, ocorrendo uma das hipóteses previstas no art. 66 do Estatuto, encaminhando ofício ao Presidente do Conselho Seccional. Assim, a alternativa “B” é a correta e gabarito da questão. Filosofia do Direito Jean Vilbert Questão 09. Cada homem possui uma habilidade natural (Platão). Sobre o pensamento Platônico, é CORRETO afirmar: a) A versatilidade, um mesmo homem exercendo várias profissões, não é boa para a sociedade. b) Feliz é a sociedade em que cada homem possui diversas habilidades naturais e um mesmo homem pode exercer várias profissões. c) O governante que designa profissões aos súditos estaria ferindo de morte a liberdade individual, princípio máximo da vida comum. d) É melhor que cada homem seja autossuficiente e produza tudo aquilo que precisa para viver. Comentário Longo Platão, seguindo em boa medida o que ensinava seu mestre (Sócrates), entendia que o objetivo das pessoas deveria ser ter uma vida digna (eudaimonia). O problema é queas pessoas nem sempre sabem o que é bom. Há, porém, um modo de resolver essa balbúrdia (moral) e guiar o povo para a boa vida; existem alguns sujeitos que entendem o real significado de viver bem: os filósofos e, por isso, eles é que devem governar, inclusive garantindo que cada pessoa exerça a profissão que lhe cabe: a sociedade obtém os melhores resultados quando os indivíduos exercem suas aptidões (cada um no seu quadrado). Feche os olhos e idealize que em vez de estar jogando bola, Neymar Jr. estivesse lavando carros na lava-rápido ali da esquina. Platão consideraria isso completamente injusto: TODOS perderíamos a oportunidade de ver dribles desconcertantes e golaços. O fato de Neymar estar alocando onde ele oferece mais para a sociedade (dentro de um campo de futebol), segundo Platão, é a justiça no caso concreto. a) EXATO! Para Platão cada pessoa tem sua natural habilidade. Uns nasceram para serem guerreiros, outros para serem carpinteiros, outros para serem governantes. Se um homem tentar ser mais de uma coisa, atrapalhará não apenas os demais como a sociedade como um todo! b) Nops! Não tem essa de um homem ter várias habilidades naturais. A sociedade em que se mete na profissão do outro seria o caos! c) Negativo. Platão não tinha essa estima toda pela liberdade para colocá-la como princípio máximo. E para garantir o bem comum, se fosse o caso, cabia sim ao governante assinalara profissões aos súditos. d) Claro que NÃO! É melhor que cada homem faça aquilo que sabe e que a sociedade como um todo produza tudo que precisa. Assim, teremos o ferreiro, o carpinteiro, o pedreiro, o agricultor... 14 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 Comentário Curto As pessoas possuem uma aptidão própria e, em um Estado ideal (justo), cada sujeito realiza a função adequada à sua virtude natural. Questão 10. O homem é um animal político. Fora da sociedade, só há deuses e bestas (Aristóteles) No pensamento aristotélico, é CORRETO afirmar: a) Outros animais também possuem linguagem, traço que não distingue o homem para fins de vida em sociedade. b) O homem médio tem vida gregária; aqueles que se distanciam da comunidade estão acima ou abaixo dela. c) A sociedade é um acordo de vontades pelo qual o homem assume certas limitações em prol das realizações que pode atingir na vida em conjunto. d) A sociedade se constitui de cima para baixo, dos governantes para os governados, por meio de um ato de império. Comentário Longo O homem é destinado naturalmente a viver na polis, que lhe é tão natural quanto o formigueiro é para a formiga – é inconcebível que o homem viva de outro modo. É isso: para Aristóteles, o homem é um animal político (zoon politikon - realismo empírico). Nas palavras do mestre: “abandonado a si mesmo não sai do puro reino animal, não se eleva acima da pura animalidade. A verdadeira artífice criadora do homem, no significado espiritual da palavra, naquilo que o homem tem de mais próprio e de mais característico, é a polis. [...] Por isso, fora das comunidades políticas, não encontramos homens, mas apenas animais selvagens, guiados pelos instintos naturais”. Assim como Platão, Aristóteles acreditava que o propósito do homem é viver uma vida digna (virtuosa) – a finalidade social imperativa é capacitar o homem a viver de acordo com as virtudes (o que diferencia o homem dos outros animais, além da linguagem, é justamente a capacidade racional, que o permite escolher o bom em detrimento do mau). a) Mentira! Aristóteles acredita que o poder da linguagem é único nos homens, e nos permite conhecer o certo e o errado, o justo e o injusto, o que faremos ao viver em sociedade, comunicando- se. b) ISSO! Na verdade, a opção é uma tradução do enunciado, só que em outras palavras. Fora da sociedade só há bestas (abaixo) e deuses (acima) da comunidade de homens médios. c) ERRADO! Essa seria uma visão contratualista (Hobbes, Locke, Rousseau). Para Aristóteles a sociedades é natural ao homem, assim como é para as formigas ou abelhas. d) Jamé!! A sociedade se forma de suas pequenas partes. Primeiro temos as famílias (alimentados do mesmo leite). A reunião de famílias forma uma vila e a reunião de vilas forma uma comunidade, que para Aristóteles é o mesmo que Estado. Comentário Curto “Fora das comunidades políticas, não encontramos homens, mas apenas animais selvagens, guiados pelos instintos naturais”. Direito Constitucional Diego Cerqueira Questão 11. O Estado Gama editou lei que proíbe que as empresas concessionárias de serviços públicos suspendam, quando ausente pagamento, o 15 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 fornecimento residencial de energia elétrica em dias nela especificados (domingos e feriados). Em face do teor da referida Lei, o Partido Político “ Mais União” ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal, requerendo a declaração de inconstitucionalidade da referida lei. No curso do processo ocorre a perda superveniente da representação do partido no Congresso Nacional. Considerando a situação hipotética apresentada e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta. a) A ação pode prosseguir, já que a Ação Direta de Inconstitucionalidade é um processo objetivo, em que não há interesses subjetivos. Assim, a aferição da legitimidade é feita no momento da propositura da ação, e não em momento posterior. b) A ação pode prosseguir, já que a legitimidade ativa do partido político para ajuizar uma ADI independe de representação no Congresso Nacional. c) A ação não pode prosseguir, já que a representação do partido no Congresso Nacional é requisito indispensável em todo o processo. d) A ação não pode prosseguir, já que o Partido Político não faz parte do rol taxativo de legitimados para ajuizar ações de controle abstrato, independentemente de representação no Congresso Nacional. Comentário Longo No caso apresentado, temos a seguinte situação: o Partido Político “Mais União” ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal, requerendo a declaração de inconstitucionalidade da referida lei. No curso do processo ocorre a perda superveniente da representação do partido no Congresso Nacional. Questionamento: A ação pode prosseguir diante da perda superveniente da representação do partido no Congresso Nacional? De acordo com o art. 103 da CRFB/88, podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: VIII - partido político com representação no Congresso Nacional. A ação pode prosseguir, já que a Ação Direta de Inconstitucionalidade é um processo objetivo, em que não há interesses subjetivos. De acordo com o Supremo Tribunal Federal, a aferição da legitimidade é feita no momento da propositura da ação, e não em momento posterior. Letra A (item árvore: 19.1) CORRETA A ação pode prosseguir, já que a Ação Direta de Inconstitucionalidade é um processo objetivo, em que não há interesses subjetivos. De acordo com o STF, a aferição da legitimidade é feita no momento da propositura da ação, e não em momento posterior. Letra B (item árvore: 19.1) INCORRETA De acordo com o art. 103 da CRFB/88, podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: VIII - partido político com representação no Congresso Nacional. No entanto, a aferição da legitimidade é feita no momento da propositura da ação, e não em momento posterior. Letra C (item árvore: 19.1) INCORRETA Na verdade, a aferição da legitimidade é feita no momento da propositura da ação, e não em momento posterior. Letra D (item árvore: 19.1) INCORRETA O partido político faz parte do rol taxativo! Art. 103 da CRFB/88: Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 16 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023constitucionalidade: VIII - partido político com representação no Congresso Nacional. Comentário Curto Art. 103 da CRFB/88, podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: VIII - partido político com representação no Congresso Nacional. Segundo o STF, a aferição da legitimidade é feita no momento da propositura da ação, e não em momento posterior. Questão 12. O Congresso Nacional autorizou o Presidente da República a normatizar, por via de lei delegada. No entanto, o Chefe do Poder Executivo, ao elaborar o diploma normativo, exorbitou dos poderes a ele conferidos, deixando de respeitar os limites estabelecidos pelo Congresso Nacional, por via de Resolução. Com base no caso apresentado, assinale a alternativa correta. a) Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. b) Poderão ser objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional.. c) A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional. Cabe ao Presidente especificar o conteúdo da lei delegada. d) É de competência exclusiva do Senado Federal sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem os limites da delegação legislativa. Comentário Longo Com base no que dispõe o inciso V do Art. 49 da Constituição Federal, é de competência exclusiva do Congresso Nacional (o poder delegante) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem os limites da delegação legislativa. Trata-se de verdadeiro controle político e de constitucionalidade, na modalidade repressiva, exercido pelo Poder Legislativo. Nos termos do Art. 68, § 3º, da Constituição Federal, ao deliberar sobre o projeto, ou o Congresso Nacional o aprova integralmente ou o rejeita em sua totalidade, sendo vedada qualquer emenda. Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. § 2º A delegação ao Presidente da República terá forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. Letra A (item árvore: 12.1) CORRETA Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo 17 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. Letra B (item árvore: 12.1) INCORRETA De acordo com o art. 68, § 1º da CF/88, não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional. Letra C (item árvore: 12.1) INCORRETA Não cabe ao Presidente especificar o conteúdo! Segundo o art. 68, § 2º da CF/88, a delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. Letra D (item árvore: 12.1) INCORRETA Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Comentário Curto Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. Questão 13. O Estado Beta, integrante da República Federativa do Brasil, foi agraciado com o anúncio da descoberta de enormes jazidas de minério e petróleo em seu território. As jazidas de minério estão todas localizadas no Município de X e as de petróleo, no Município Y, ambos localizados no Estado Beta. Com base no sistema jurídico- constitucional, assinale a alternativa correta. a) As jazidas de minério e petróleo descobertas pertencem à União. Porém, o Estado Beta e os Municípios X e Y têm participação assegurada no resultado ou compensação financeira pela exploração de recursos em seus territórios.. b) As jazidas de minério e petróleo descobertas pertencem aos Municípios. O Estado Beta não tem participação no resultado ou compensação financeira pela exploração de recursos em seu território.. c) As jazidas de minério e petróleo descobertas pertencem ao Estado Beta. Porém, os Municípios X e Y têm participação assegurada no resultado ou compensação financeira pela exploração de recursos em seus territórios. d) As jazidas de minério e petróleo descobertas pertencem ao Estado Beta. Porém, os Municípios X e Y e a União têm participação assegurada no resultado ou compensação financeira pela exploração de recursos em seus territórios. Comentário Longo No caso apresentado, temos que: o Estado Beta, integrante da República Federativa do Brasil, foi agraciado com o anúncio da descoberta de enormes jazidas de minério em seu território. As jazidas estão todas localizadas no Município de X e as de petróleo, no Município Y, ambos localizados no Estado Beta. Segundo o Art. 20, IX, da Constituição, são bens da União os recursos minerais, inclusive os do subsolo. O Art. 176, da Constituição dispõe que as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União. Art. 176 da CF/88: As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, 18 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. Logo, as jazidas de minério e petróleo descobertas pertencem à União. No entanto, a Constituição, em seu Art. 20, § 1º, assegura aos Estados e aos Municípios participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. Art. 20, § 1º da CF/88: É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. Dessa forma, o Estado Beta e os Municípios X e Y têm participação assegurada no resultado ou compensação financeira pela exploração de recursos em seus territórios. Letra A (item árvore: 15.1) CORRETA Art. 176 da CF/88: As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. Art. 20, § 1º da CF/88: É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geraçãode energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. Letra B (item árvore: 15.1) INCORRETA As jazidas de minério descobertas pertencem à União. Art. 176 da CF/88: As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. Letra C (item árvore: 15.1) INCORRETA Art. 176 da CF/88: As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. (art. 176 da CF/88) Letra D (item árvore: 15.1) INCORRETA Na verdade, as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. (art. 176 da CF/88) Comentário Curto Segundo o Art. 20, IX, da Constituição, são bens da União os recursos minerais, inclusive os do subsolo. O Art. 176, da Constituição dispõe que as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União. 19 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 Logo, as jazidas de minério e petróleo descobertas pertencem à União. No entanto, a Constituição, em seu Art. 20, § 1º, assegura aos Estados e aos Municípios participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. Dessa forma, o Estado Beta e os Municípios X e Y têm participação assegurada no resultado ou compensação financeira pela exploração de recursos em seus territórios. Questão 14. O Governador do Estado X ajuizou Representação Direta de Inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça, apontando a inconstitucionalidade da Lei Estadual nº XX/2022. Os dispositivos da Lei afrontam dispositivos da Constituição do Estado, que se apresentam como normas de reprodução obrigatória. À luz do quadro apresentado, assinale a alternativa correta. a) O controle abstrato de constitucionalidade estadual somente tem por objeto leis municipais, face à Constituição Estadual. b) A Constituição Federal não previu, expressamente, os legitimados ao controle abstrato estadual. Porém, proibiu que essa atribuição fosse dada a um único órgão. c) O controle abstrato e concentrado realizado pelo Tribunal de Justiça só pode ter como parâmetro a Lei Orgânica. d) Em nenhuma hipótese é possível que o Tribunal de Justiça realize controle abstrato de constitucionalidade tendo como parâmetro a Constituição Federal. Comentário Longo Analisando o caso, temos que: o Governador do Estado X ajuizou Representação de Inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça, apontando a inconstitucionalidade da Lei Estadual nº XX/2022, de dispositivos da Constituição do Estado, que se apresentam como normas de reprodução obrigatória. O Supremo Tribunal passou a admitir, em situação excepcional, que o Tribunal de Justiça realize controle abstrato de constitucionalidade tendo como parâmetro a Constituição Federal. Isso será possível quando a norma da Constituição Federal que servirá como parâmetro for de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais. A Constituição Federal determina, em seu art. 125, § 2º, que compete ao Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição estadual. A Constituição não previu, expressamente, os legitimados ao controle abstrato estadual: apenas proibiu que essa atribuição fosse dada a um único órgão. O controle abstrato e concentrado realizado pelo Tribunal de Justiça só pode ter como parâmetro a Constituição Estadual ou, no caso do Distrito Federal, a Lei Orgânica do DF. Letra A (item árvore: 19.1) INCORRETA A Constituição Federal determina, em seu art. 125, § 2º, que compete ao Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição estadual. Letra B (item árvore: 19.1) CORRETA A Constituição não previu, expressamente, os legitimados ao controle abstrato estadual, apenas 20 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 proibiu que essa atribuição fosse dada a um único órgão. Letra C (item árvore: 19.1) INCORRETA O controle abstrato e concentrado realizado pelo Tribunal de Justiça só pode ter como parâmetro a Constituição Estadual ou, no caso do Distrito Federal, a Lei Orgânica do DF. Letra D (item árvore: 19.1) INCORRETA O Supremo Tribunal passou a admitir, em situação excepcional, que o Tribunal de Justiça realize controle abstrato de constitucionalidade tendo como parâmetro a Constituição Federal. Isso será possível quando a norma da Constituição Federal que servirá como parâmetro for de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais. Comentário Curto A Constituição Federal determina, em seu art. 125, § 2º, que compete ao Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição estadual. A Constituição não previu, expressamente, os legitimados ao controle abstrato estadual, apenas proibiu que essa atribuição fosse dada a um único órgão. Questão 15. A Lei XX/2021 do Estado Alfa isentou os usuários do serviço de telefonia móvel residentes no Estado, cuja renda familiar não superasse o valor de um salário-mínimo, do pagamento do respectivo serviço. Em face do teor da referida Lei, a Associação Brasileira de Telecomunicações (ABR Telecom), entidade de classe de âmbito nacional, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal, requerendo a declaração de inconstitucionalidade da referida lei. Considerando a situação hipotética apresentada e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta. a) A ABR Telecom não possui legitimidade ativa para ajuizar ADI, pois o rol de legitimados é taxativo e nele não se encontra entidade de classe de âmbito nacional. b) A Lei nº XX/21 possui vício de inconstitucionalidade formal, por usurpação da competência da União, já que compete privativamente à União legislar sobre telecomunicações. c) A ABR Telecom possui legitimidade ativa para ajuizar ADI, pois o rol de legitimados para ajuizar a ADI é exemplificativo. d) A Lei nº XX/21 não possui vício de inconstitucionalidade formal ou material. Comentário Longo No caso apresentado, temos que: a Lei XX/2021 do Estado Alfa isentou os usuários do serviço de telefonia móvel residentes no Estado, cuja renda familiar não superasse o valor de um salário- mínimo, do pagamento do respectivo serviço. A Associação Brasileira de Telecomunicações (ABR Telecom), entidade de classe de âmbito nacional, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal, requerendo a declaração de inconstitucionalidade da referida lei. Questionamento 1: A entidade de classe de âmbito nacional possui legitimidade para ajuizar ADI? Art. 103 da CF/88: Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Assim, concluímos que a entidade de classe de âmbito nacional possui legitimidadepara ajuizar ADI. Questionamento 2: A Lei Estadual nº XX/21 é constitucional? 21 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 Compete privativamente à União legislar sobre telecomunicações, conforme o Art. 22, inciso IV, da CRFB/88. Logo, a lei estadual não é constitucional. Letra A (item árvore: 19.1) INCORRETA Na verdade, a entidade de classe de âmbito nacional faz parte do rol de legitimados! Art. 103 da CF/88: Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Letra B (item árvore: 8.3) CORRETA Compete privativamente à União legislar sobre telecomunicações, conforme o Art. 22, inciso IV, da CRFB/88. Letra C (item árvore: 19.1) INCORRETA Na verdade, o rol do art. 103 da CF/88 é taxativo! Letra D (item árvore: 8.3) INCORRETA Há vício de inconstitucionalidade formal, já que compete privativamente à União legislar sobre telecomunicações, conforme o Art. 22, inciso IV, da CRFB/88. Comentário Curto Art. 103 da CF/88: Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Compete privativamente à União legislar sobre telecomunicações, conforme o Art. 22, inciso IV, da CRFB/88. Questão 16. O Presidente da República Pedrinho do Povo, diante das intensas chuvas que atingiram o Estado Alfa, que se encontra em situação de calamidade pública, ante a relevância e urgência edita a Medida Provisória nº XX/21. De acordo com o sistema jurídico-constitucional vigente, assinale a alternativa correta. a) A edição de medida provisória posterior não tem eficácia normativa imediata de revogação da legislação anterior com ela incompatível, mas apenas de suspensão das leis antecedentes até o término do prazo do processo legislativo de sua conversão. b) Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de trinta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. c) É permitida a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. d) Se a medida provisória não for apreciada em até trinta dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, em cada uma das Casas do Congresso Nacional. Comentário Longo Em resumo, temos que: O Presidente da República, diante das intensas chuvas que atingiram o Estado Alfa, que se encontra em situação de calamidade pública, ante a relevância e urgência edita a Medida Provisória nº XX/21. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. §1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; 22 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III - reservada a lei complementar; IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. § 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. Após a sua edição, a medida provisória suspende a eficácia da norma anterior e contrária a ela. Perceba que não há revogação. Todavia, se não houver a conversão da MP em lei ou ela perder a eficácia por causa do decurso do prazo, a norma que estava suspensa será restaurada (“efeito repristinatório” ). Letra A (item árvore: 12.1) CORRETA Após a sua edição, a medida provisória suspende a eficácia da norma anterior e contrária a ela. Perceba que não há revogação. Todavia, se não houver a conversão da MP em lei ou ela perder a eficácia por causa do decurso do prazo, a norma que estava suspensa será restaurada (“efeito repristinatório” ). Letra B (item árvore: 12.1) INCORRETA De acordo com o art. 62, § 7º da CF/88: Prorrogar- se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. Letra C (item árvore: 12.1) INCORRETA § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. Letra D (item árvore: 12.1) INCORRETA Segundo o art. 62, § 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. Comentário Curto Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. §1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III - reservada a lei complementar; 23 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. Após a sua edição, a medida provisória suspende a eficácia da norma anterior e contrária a ela. Perceba que não há revogação. Todavia, se não houver a conversão da MP em lei ou ela perder a eficácia por causa do decurso do prazo, a norma que estava suspensa será restaurada (“efeito repristinatório” ). Questão 17. O Município Beta, situado no Estado Alfa, estava destinando recursos públicos a escolas privadas, de cunho confessional, assim definidas em lei. À luz do quadro apresentado e com base na sistemática constitucional, assinale a alternativa correta: a) a destinação dos recursos às referidas escolas não é permitida em hipótese alguma, visto que fere a laicidade estatal. b) a destinação dos recursos às referidas escolas é permitida, desde que comprovem finalidade não lucrativa, apliquem os excedentes financeiros em educação e o seu patrimônio, em caso de encerramento de atividades, seja destinado a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público. c) a destinação dos recursos às referidas escolas é permitida, desde que os recursos sejam direcionados igualmente a todas as denominações religiosas. d) a destinação dos recursos às referidas escolas é permitida, desde que comprovem finalidade não lucrativa, apliquem os excedentes financeiros em educação infantil e o seu patrimônio, em caso de encerramento de atividades, seja destinado ao Município em que está situado. Comentário Longo No caso apresentado, o MunicípioBeta, situado no Estado Alfa, estava destinando recursos públicos a escolas privadas, de cunho confessional, assim definidas em lei. Questionamento: A destinação de recursos é constitucional? Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação; II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades. § 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade. Letra A (item árvore: 18.3) INCORRETA Na verdade, a destinação é permitida se atender aos requisitos do art. 213 da CF/88. Letra B (item árvore: 18.3) CORRETA É a previsão do art. 213, incisos I e II da CF/88. Letra C (item árvore: 18.3) INCORRETA A destinação dos recursos não precisa ser direcionada igualmente a todas as denominações religiosas. Letra D (item árvore: 18.3) 24 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 INCORRETA A destinação dos recursos às referidas escolas é permitida, desde que comprovem finalidade não lucrativa, apliquem os excedentes financeiros em educação. E o seu patrimônio, em caso de encerramento de atividades, seja destinado a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público (não ao Município em que está situado). (art. 213, incisos I e II da CF/88). Comentário Curto Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação; II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades. Direitos Humanos Ricardo Torques Questão 18. Saulo está realizando um estudo sobre a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Saulo percebeu que a Convenção prevê a concretização de medidas específicas para a proteção de mulheres. No entanto, estas medidas não devem ter duração ilimitada no tempo. Sobre a duração das medidas especiais e sobre os mecanismos de revisão, é correto afirmar que: a) a Convenção determina que as medidas devem cessar quando os objetivos de igualdade de oportunidade e tratamento entre homens e mulheres houverem sido alcançados. b) a Convenção determina a revisão anual das medidas especiais de proteção das mulheres. c) a Convenção determina que a cessação das medidas será objeto de deliberação popular, devendo ocorrer a cessação quando se formar maioria nesse sentido. d) a Convenção determina que as medidas devem cessar quando as mulheres alcançarem situação de privilégio em relação aos homens. Comentário Longo O art. 4º, parágrafo 1, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher prevê que as medidas especiais de proteção das mulheres terão caráter temporário e a sua finalidade é acelerar a igualdade de fato entre homens e mulheres, por isso mesmo essas medidas não são consideradas discriminatórias. Assim, a parte final do parágrafo determina que as Medidas devem cessar quando os objetivos de igualdade e oportunidade de tratamento entre homens e mulheres houverem sido alcançados: Artigo 4º 1. A adoção pelos Estados-Partes de medidas especiais de caráter temporário destinadas a acelerar a igualdade de fato entre o homem e a mulher não se considerará discriminação na forma definida nesta Convenção, mas de nenhuma maneira implicará, como consequência, a manutenção de normas desiguais ou separadas; essas medidas cessarão quando os objetivos de igualdade de oportunidade e tratamento houverem sido alcançados. 2. A adoção pelos Estados-Partes de medidas especiais, inclusive as contidas na presente Convenção, destinadas a proteger a maternidade, não se considerará discriminatória. Comentário Curto A proteção de grupos discriminados é um tema importante de direitos humanos, mas é preciso ter 25 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 consciência de que as medidas especiais não devem ter duração ilimitada, e sim devem cumprir o seu objetivo, que é propiciar a igualdade de fato. A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. As demais alternativas expressam regras que não existem na Convenção. Questão 19. Micael, presidente de uma associação de praticantes de capoeira, foi consultado sobre o reconhecimento legal dessa atividade desportiva. Micael afirmou corretamente que: a) é obrigatório o ensino de capoeira nas instituições públicas de ensino. b) apenas entidades autorizadas pelo Governo Federal podem realizar a atividade de capoeira, pois se trata de atividade de risco elevado. c) a capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional. d) o reconhecimento da capoeira como forma de cultura se dá apenas nas modalidades luta e dança. Comentário Longo A questão exige conhecimento do art. 22 da Lei n. 12.288/2010, Estatuto da Igualdade Racial, que dispõe sobre o reconhecimento da capoeira como desporto de criação nacional. Na forma do § 1º, a atividade de capoeira é reconhecida como modalidade de esporte, luta, dança ou música, e é livre o seu exercício em todo o território nacional. Além disso, conforme o § 2º, é facultado, mas não é obrigatório, o ensino da capoeira em instituições de ensino públicas ou privadas. Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do art. 217 da Constituição Federal. § 1º A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional. § 2º É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos. Quanto à validade do depoimento prestado, este não tem nenhum valor e não pode ser admitido como prova, sendo nulos, pois prestado sob tortura: Assim, vejamos as alternativas: Letra A INCORRETA Não é obrigatório o ensino da capoeira, e sim facultativo, tantos em escolas públicas quanto privadas. Letra B INCORRETA É livre o exercício da capoeira no território nacional, não se exigindo qualquer autorização governamental. Letra C CORRETA O artigo mencionado expressamente reconhece a capoeira como desporto de criação nacional. Letra D INCORRETA O reconhecimento se dá nas modalidades esporte, luta, dança e música. Comentário Curto A capoeira compõe o patrimônio histórico-cultural brasileiro, gozando de reconhecimento legal. Trata-se de previsão importante que consagra a participação da população negra na formação histórica do Brasil. A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. 26 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 Direito Internacional Vanessa Arns Questão 20. Considerando a classificação dos Estados no direito internacional, assinale a afirmativa INCORRETA. a) Os Estados simples ou unitários são aqueles que possuem completa soberania no tocante às questões no plano internacional. b) Os Estados simples ou unitários não apresentam divisões de autonomia no tocante às questões internas. c) Nos estados compostos por coordenação e Estados compostos por subordinação não existemestados independentes ou províncias autônomas. d) Nos estados simples descentralizados, o poder central é exercido com exclusividade e abrange todas as funções de índole administrativa. Comentários A letra a) está correta. Para Accioly, “Os estados simples são para o direito internacional os plenamente soberanos, em relação aos negócios externos, e sem divisão de autonomias, no tocante aos internos. Representam todo homogêneo e indivisível. Trata-se da forma mais comum de estado, sendo o tipo existente na maioria dos estados latino-americanos.“ A letra b) está correta. Os Estados simples ou unitários não apresentam divisões de autonomia no tocante às questões internas, conforme explicação da letra a. A letra c) está incorreta e é o gabarito da questão. Os Estados compostos se dividem em Estados compostos por coordenação e Estados compostos por subordinação. Como ponto comum a esses dois modelos de Estado, destacamos que eles congregam dentro de si vários Estados independentes ou províncias autônomas, sob a égide de um mesmo governo soberano. A letra d) está correta. Nos estados simples descentralizados, o poder central é exercido com exclusividade e abrange todas as funções de índole administrativa. Questão 21. Vinicius, poeta e diplomata brasileiro, casado e pai de três filhos menores, está em vias de ser nomeado chefe de missão do Brasil na capital de uma importante cidade nos Estados Unidos. À luz do disposto na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, promulgada no Brasil por meio do Decreto nº 56.435/65, assinale a afirmativa correta. a) A nomeação de Vinicius pelo Brasil não depende da anuência do Estado acreditado, já que se trata de uma decisão soberana do Estado acreditante. b) O Estado acreditado poderá considerar Vinicius persona non grata, desde que apresente suas razões ao Estado acreditante, em forma de decisão fundamentada. Se acolhidas as razões apresentadas pelo Estado acreditado, Vinicius poderá ser retirado da missão ou deixar de ser reconhecido como membro da missão. c) Os privilégios e as imunidades previstos estendidos à família de Vinicius cessam de imediato na hipótese de falecimento do diplomata. d) Se nomeado, a residência de Vinicius gozará da mesma inviolabilidade estendida ao local em que baseada a missão do Brasil no Estado acreditado. Comentários A letra a) está errada. A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas prevê que o Estado acreditante deverá se certificar de que a pessoa que pretende nomear para chefe da missão diplomática perante o Estado acreditado obteve o “agrément”. O “agrément” é um ato unilateral por meio do qual o Estado acreditado, discricionariamente, 27 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 indica que aceita a indicação de embaixador feita pelo Estado acreditante. Assim, a nomeação de Vinicius pelo Brasil depende da anuência do Estado acreditado (“agrément”). A letra b) está errada. O Estado acreditado poderá, a qualquer momentoaur, notificar ao Estado acreditante que o chefe da missão ou qualquer membro do pessoal diplomático da missão é persona non grata. No entanto, o Estado acreditado não precisará fundamentar sua decisão. A letra c) está errada. Vimos que as imunidades diplomáticas são estendidas aos membros da família do diplomata. Havendo falecimento de um membro da missão diplomática, os membros de sua família continuarão no gozo das imunidades a que têm direito até a expiração de um prazo razoável que lhes permita deixar o território do Estado acreditado. A letra d) está correta. A residência particular do agente diplomático goza da mesma inviolabilidade e proteção que os locais da missão. O gabarito é a letra d). Direito Tributário Rodrigo Martins Questão 22. A Fazenda Pública do Município Alfa indeferiu o pedido de reconhecimento de imunidade tributária apresentado pela instituição privada de assistência social sem fins lucrativos ABC, sob o único argumento de que ela auferia lucro, pois os agentes públicos municipais constataram, durante a análise do pedido, que a instituição gera superávits mensais, que são integralmente reinvestidos na atividade assistencial juntamente com as demais receitas da instituição. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta: A) O indeferimento do pedido não foi correto, pois a imunidade tributária das instituições privadas de assistência social sem fins lucrativos é incondicionada. B) O indeferimento do pedido não foi correto, pois a instituição não precisa ser deficitária para que seja reconhecida a sua imunidade tributária, desde que o superávit seja revertido para suas finalidades assistenciais. C) O indeferimento do pedido foi correto, pois o superávit caracteriza lucro que impede o reconhecimento da imunidade tributária. D) O indeferimento do pedido foi correto, pois as instituições privadas de assistência social sem fins lucrativos não foram comtempladas pela imunidade tributária prevista na Constituição Federal, mas somente as públicas. Comentário Longo A questão gira em torno dos seguintes aspectos: uma instituição privada de assistência social sem fins lucrativos está impedida de ter superávit se quiser ter direito ao reconhecimento da imunidade tributária? Somente as instituições públicas de assistência social têm direito à imunidade? Ou também as privadas? A imunidade tributária das instituições privadas de assistência social sem fins lucrativos é condicionada ou incondicionada? No caso: > Determinado Município indeferiu o pedido de reconhecimento de imunidade tributária apresentado por uma instituição privada de assistência social sem fins lucrativos. > O indeferimento ocorreu com base no único argumento de que ela auferia lucro, pois os agentes públicos municipais constataram que a instituição gera superávits mensais. > Mas esses superávits são integralmente reinvestidos na atividade assistencial juntamente com as demais receitas da instituição. > Eis o cerne da questão: a conduta do Fisco está correta? Tal imunidade é condicionada? A 28 II. Simulado OAB 1ª Fase – 21/01/2023 instituição de assistência social em questão tem ou não tem direito à imunidade tributária? A resposta é dada pelo art. 150, inciso VI, alínea "c", da CF/88 e pelo art. 14 do CTN: CF/88: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI - instituir impostos sobre: (...) c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; (...). CTN: Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º (obs.: leia-se, no art. 150, inciso VI, alínea "c", da CF/88) é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. (...). De acordo com o art. 150, inciso VI, alínea "c", da CF/88, as instituições de assistência social sem fins lucrativos (e também as de educação) têm direito à imunidade tributária relativamente a impostos. Conforme consta na parte final da alínea "c" em questão, tal imunidade depende do atendimento dos requisitos estabelecidos em lei, o que faz dessa uma imunidade condicionada (pois a imunidade será reconhecida somente a quem cumprir as condições estabelecidas em lei). No caso, a lei em questão é o CTN, que prescreve, no art. 14, todas as condições para o reconhecimento da imunidade em questão. De acordo com o inciso
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